sexta-feira, 25 de abril de 2025

Livrai-nos, Senhor, do pecado capital da soberba

 


Livrai-nos, Senhor, do pecado capital da soberba
 
Senhor Jesus, a Vós que dissestes: “Bem-Aventurados os puros de coração porque verão a Deus. Bem-Aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”(Mt 5,8-9), nós Vos pedimos:
 
Livrai-nos da tentação de querer saber tudo de todos, mas sem a preocupação em edificar e construir pontes de fraternidade e comunhão.
 
Livrai-nos da fraqueza de espírito, gerada pela falta de profundidade na oração que nos leva à futilidades e vazio sem sentido.
 
Livrai-nos da tola e falsa alegria, que se alimenta, frequentemente, dos defeitos dos outros e os ridiculariza, prevalecendo-nos das fraquezas do próximo.
 
Livrai-nos da arrogância, pois esta atitude nos torna vaidosos, orgulhosos, com o não reconhecendo a importância do outro.
 
Livrai-nos da arrogância que nos cega, levando-nos à indiferença ou até mesmo a pisar sobre os mais fracos, fechando-nos em nós mesmos.
 
Livrai-nos da presunção, com o conceito maior de nós mesmos, a ponto de não reconhecermos, humildemente nossas fraquezas e limitações.
 
Livrai-nos do fechamento da mente e do coração, não reconhecendo jamais as falhas próprias, ainda que sejam notórias para todos com os quais convivemos.
 
Livrai-nos do medo de conhecer a autêntica realidade do nosso coração, e que não sejamos dados a pisar sobre os outros, seja em pensamento ou em atitudes. 
 
Livrai-nos da miopia de não enxergarmos nossa miséria, diante de Vossa infinita misericórdia, sempre pronta para nos acolher a todos para novos pensamentos e atitudes.
 
Livrai-nos da relutância, medo ou indiferença em abrir nossa alma ao sacerdote no Sacramento da Penitência, por não reconhecermos nossos pecados. Amém.
 

Cuidemos do jardim de nossa alma!

                                                            

Cuidemos do jardim de nossa alma!

Músicas boas nos devolvem a esperança de que a mediocridade não fez submergir o que de melhor Deus tenha em cada um de nós colocado, que plantado com raízes profundas no coração, e que em conexão com a mente, com a reflexão, fazem multiplicar salutares pensamentos e compromissos com um novo e belo amanhecer.

"Meu jardim" me faz acreditar que a primavera é possível: quer na alma ou no sombrio cinza da cidade, ora manchado pelos sinais de vidas ceifadas precocemente; um jardim a ser plantado e reconstruído, quando vemos cidades em cacos, destruídas por atentados absurdos, e em meio aos destroços, a contagem dos corpos mortos.

Agora, façamos um mergulho dentro de nós mesmo, e com a ajuda do poeta Vander Lee, vejamos de que modo podemos preparar a primavera de nossa alma.

“Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim"

Refletindo...

Na primavera, as flores trarão beleza ao nosso olhar. Algumas plantadas e cuidadas, e outras generosamente florescerão como um processo imperceptível da natureza; um presente de Deus, que não cessa Sua obra criadora para sempre nos dar o mais belo e o melhor.

É tempo de prepararmos uma nova primavera para nossas famílias, para as pessoas com quem convivemos no dia a dia. 

Nova e florida primavera para nossa cidade, como espaço da circulação, do encontro, da proximidade promovida, rompendo muros do isolamento; da superação do anonimato, para que nos chamemos pelo nome ou ao menos nos vejamos não com os olhos do medo e da desconfiança. Já não há por que ver no outro um inimigo e ameaça em potencial, pois a flor da humanidade florescerá nos corações.

Que a primavera de Deus também aconteça nas comunidades que se reúnem em nome do Senhor, com esforços contínuos de conversão e perdão; regadas silenciosamente pelas gotas fecundas da oração.

Que floresçam finas flores da esperança,
Exalando odores de alegria,
De modo que a vida ganhe matizes diversificados,
Na multiplicidade das cores,
Beleza dos odores exalados
Por todos deliciosamente sentidos.
Cuidemos de nossos jardins!

Centralizemos nossa fé em Cristo Ressuscitado

 


Centralizemos nossa fé em Cristo Ressuscitado
 
Reflexão à luz da passagem da Carta de Paulo aos Romanos (Rm 5,12-15), o Apóstolo Paulo nos convida a refletir sobre a nossa condição humana. 

Em nossa vida, temos que decidir: viver no egoísmo e autossuficiência que gera a morte ou pôr-se, decidida e corajosamente, numa caminhada de fidelidade ao Projeto de Deus que gera vida nova.
 
Como discípulos missionários, cremos que a Salvação vem pela fé em Jesus Cristo e se destina a todos, indistintamente.
 
Porém, somente a fidelidade a Jesus é garantia de vida nova e plena; um dom, uma doação por amor à causa do Reino de Deus.
 
Urge, portanto, centralizar e enraizar a nossa fé em Cristo Ressuscitado, e em Sua Palavra, nutridos pelo Pão da Eucaristia, Pão da imortalidade, partícipes da Igreja, em comunhão com os irmãos e irmãs, empenhados na missão evangelizadora.
 

Com o Ressuscitado, vencemos o medo

 


Com o Ressuscitado, vencemos o medo
 
“Não tenhais medo daqueles que matam o corpo,
mas não podem matar a alma!”
 
Reflitamos sobre a solicitude e o amor de Deus, para com aqueles que Ele chama e envia em missão, uma vez que a perseguição estará sempre presente no horizonte dos discípulos de Jesus.
 
À luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 10,26-33), o tema da inevitabilidade da perseguição na vida dos discípulos é explícito, assim como vimos na primeira Leitura.
 
O Evangelista exorta à superação do desânimo e frustração decorrentes das perseguições.
 
Apresenta como que um “manual do missionário cristão”, que consiste no “discurso da missão” – “Para mostrar que a atividade missionária é um imperativo da vida cristã. Mateus apresenta a missão dos discípulos como a continuação da obra libertadora de Jesus.
 
Define também os conteúdos do anúncio e as atitudes fundamentais que os missionários devem assumir, enquanto testemunhas do Reino” (1)
 
Três vezes aparece a expressão “Não temais”, assegurando a presença, ajuda e proteção divina para superação do medo que impeça a proclamação da Boa Nova; o medo da morte física; e neste medo se pode experimentar a solicitude de Deus, um cuidado que desconhece limites.
 
A mensagem é que a vida em plenitude é para quem enfrentar o medo, na fidelidade, até o fim. O medo não pode nos deixar acomodados.
 
A ternura, a bondade e a solicitude divina são imprescindíveis, pois fortalecem na missão. É preciso se entregar confiadamente nas mãos de Deus:
 
“Jesus encoraja os Seus discípulos a alargar o horizonte da vida e a avaliar os riscos vividos por Sua causa, no contexto mais amplo da vida com Deus, da vida eterna.
 
O cristão é chamado a viver na confiança de que o Pai não o abandona nas mãos dos perseguidores (v.28), que a sua vida, a sua salvação custou o Sangue do Filho e tem por isso, aos Seus olhos, um valor imenso (vv. 29-31).
 
A fidelidade e a confiança no Senhor serão recompensadas por aquele ‘reconhecimento’ que já se manifestou na Ressurreição de Cristo” (2).
 
No testemunho da fé, é possível a perseguição, portanto é necessária a confiança. Anunciar e testemunhar a Boa Nova é não deixar que o medo nos paralise, pois o medo nos impede de ser autênticos discípulos missionários:
 
“O cristão não é chamado a procurar o martírio como prova da sua fé, mas a viver constantemente a vida com os olhos fixos no Alto, isto é, a alargar aquele horizonte que hoje, mais do que nunca, tende a fechar-se no círculo dos benefícios desfrutáveis, aqui e agora.” (3)
 
Também nós precisamos ouvir a todo instante: – “Não tenhais medo”. É preciso que a Palavra de Jesus ressoe em nossos ouvidos e fique entranhada no mais profundo de nosso coração:
 
“Impressiona a história de tantos mártires cristãos, antigos e atuais, que escolheram o caminho da coerência e da fidelidade ao Senhor a custo da própria vida.
 
É com eles que nos encontramos na Comunhão dos Santos, vivida, sobretudo, na Celebração Eucarística; uma companhia que a comunidade dos crentes gosta de ter ao seu redor, mesmo com as pinturas, os afrescos, os mosaicos que adornam as nossas Igrejas (hoje reduzidas muitas vezes a belas obras que se admiram em igrejas-museu) expressões artísticas surgidas para tornar humanamente visível o que vivemos na fé.” (4)
 
Concluindo, apresentemos nas mãos de Deus nossa realidade humana, marcada pela fragilidade e necessitada de Sua força e intervenção.
 
Como cristãos, levantemos o olhar para a vida a que Cristo nos chama, ou seja, “viver a força de contestação profética que viveu Jeremias, que Jesus levou perante as autoridades judaicas e romanos e conduziu os Apóstolos ao martírio.
 
É na relação íntima e comunitária que vivemos com Deus, no desejo de sermos reconhecidos por Ele que se reforça a adesão a Cristo e ao Seu Evangelho, com a esperança libertadora de vivermos confiando no Pai.” (5)
 
Oremos:
 
“Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de Vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no Vosso amor. Por N. S. J. C. Amém.”
 
 
 
(1) www.Dehonianos.org/portal
(2) (3) (4) Lecionário Comentado p. 560.
(5) Idem p. 561.
 

“A Sabedoria de cada dia dai-nos hoje, Senhor!”


“A Sabedoria de cada dia dai-nos hoje, Senhor!”

Todos precisamos da Sabedoria Divina para dirigir nossos passos e reorientar nossas decisões e atitudes.

Vejamos o que nos diz o Livro da Sabedoria:

“A Sabedoria é um eflúvio (exalação) do poder de Deus, emanação puríssima da glória do Todo-poderoso; por isso nada de impuro pode nela insinuar-se. É reflexo da luz eterna, espelho nítido da atividade de Deus e imagem de Sua bondade (Sb 7,25-26).

A Sabedoria é mais bela que o sol, supera todas as constelações. Comparada à luz do dia, sai ganhando, pois a luz cede lugar à noite, ao passo que, sobre a Sabedoria o mal não prevalece (Sb 7,29-30). Enamorei-me de sua formosura (Sb 8,2)”.

O Abade São Bernardo (séc. XII), assim diz em seu Sermão que são três as exigências para que saia de nossa boca a Sabedoria e a prudência;

“Feliz o homem que encontra a Sabedoria. Feliz, ou antes, muito feliz quem mora na Sabedoria. Talvez Salomão queira aqui significar a superabundância. São três as razões de fluírem em tua boca a Sabedoria e a prudência:

Se houver nos lábios primeiro a confissão da própria iniquidade;
segundo a ação de graças e o canto de louvor; terceiro a palavra de edificação. Na verdade pelo coração se crê para a justiça, pela boca se confessa para a salvação. De fato, começando a falar, o justo se acusa.

Depois, engrandece ao Senhor. Em terceiro, se até este ponto transborda a Sabedoria, deve edificar o próximo”.

Deste modo, possuímos sabedoria quando: Confessamos nossa própria iniquidade – pecado; Rendemos a Deus ação de graças e o louvor; Dizemos palavras que edificam.

Oremos:

A Sabedoria de cada dia nos dai hoje, Senhor, para que, através dela, sejam iluminados nossos pensamentos, e assim, discernirmos o que é bom, verdadeiro e justo. Amém!

Fixemos nossos olhos no Senhor

Fixemos nossos olhos no Senhor

Reflexão à luz da passagem da Primeira Carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios (1 Cor 4, 1-5).

O Apóstolo exorta a comunidade, e também a nós, a fixar o olhar no essencial da proposta de Salvação e Libertação que Jesus tem a nos oferecer.

Urge tomar consciência de que somos, apesar das limitações próprias da condição humana, veículos da Mensagem Divina, não donos da mesma, procurando levar todos para Jesus e não para si próprios.

Reflitamos:

- Sentimo-nos como veículos imperfeitos para a comunicação da mensagem do Senhor?

- Sentimo-nos verdadeiramente servos da Palavra e do Senhor em nossas atividades pastorais?

- Qual a alegria que sentimos, como discípulos missionários, em nossa atividade evangelizadora, dentro e fora da comunidade?

- Transmitimos com fidelidade a proposta de Deus, não visando os próprios interesses e tão pouco a promoção de nossa pessoa, como tão bem fez o Apóstolo Paulo?

- Anunciamos a Boa-Nova do Senhor ou a nós próprios, nossas ideias, sentimentos e concepções?

Evangelizemos com ardor e fidelidade, com coerência e sem temor, colocando-nos, confiantemente, diante de Deus, a quem cabe o julgamento de todos nós, como nos exorta o Apóstolo, convicto de que tudo fez para ganhar muitos para Cristo.

Acreditemos no enviado Pai

 


Acreditemos no enviado do Pai

“Então perguntaram: ‘Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?’ Jesus respondeu: ‘A obra de Deus é que acrediteis n’Aquele que Ele enviou.” (Jo 6, 28-29)

A vida cristã implica que tenhamos uma decisão vital e radical: a fé n’Ele, o enviado Pai, o que exige uma opção definitiva e total adesão à Sua Pessoa, Palavra e Projeto do Reino por Ele inaugurado.

Deste modo, nossa felicidade não se encontra nos bens que passam, que tão apenas utilizamos, mas no Bem Maior que não passa, Jesus, o Verdadeiro Pão que sacia nossa fome de amor, vida plena e autêntica felicidade.

Não podemos procurar Jesus por motivações superficiais e materiais, pois não serão o bastante para nos configurar como autênticos discípulos missionários Seus, como Ele mesmo nos exortou:

“Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com o Seu selo.” (Jo 6,27)

A Ele acorramos e por Ele procuremos, não instalados numa fé acomodada, mágica ou até mesmo supersticiosa: alimentemo-nos do Pão da Eternidade, e que nossos olhos não se fixem nos dons em si mesmos, mas no doador dos dons, pelo qual o Pai nos enviou o mais belo dom: o Espírito Santo. Amém. Aleluia!

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG