sexta-feira, 25 de abril de 2025

Oremos pela saúde dos enfermos e seus cuidadores

 


Oremos pela saúde dos enfermos e seus cuidadores

       “Não é conveniente que homem esteja só” (cf. Gn 2,18).


Concedei-nos, Senhor, sermos instrumentos de Vossa compaixão com o coração em nossas mãos, para estendê-las em solidariedade para com os enfermos, nos quais reconhecemos a Vossa presença (Mt 25,35).
 
Iluminai-nos, Senhor, bem como aos familiares, amigos e profissionais da saúde, para que não nos descuidemos do primeiro cuidado que um enfermo mais precisa: a compaixão, proximidade e ternura, que os acolhe e os envolve com o fogo do amor e a chama da esperança.


Mergulhai-nos, Senhor, no Mistério infinito de amor e comunhão da Santíssima Trindade, a fim de que nossa vida seja plasmada neste indizível Mistério, e realizemos plenamente no dinamismo das relações sociais e no amor mútuo.

Não permitais, Senhor, que nos curvemos diante da cultura do individualismo, descarte e indiferença, e tão somente assim não veremos o enfermo como algo que se possa descartar e ignorar porque de nada mais serve, até mesmo o virmos como um fardo pesado a carregar.

Abri, Senhor, nossos olhos e os ouvidos de nosso coração, para que vejamos os doentes frágeis e pobres, que se encontram no coração de Vossa Igreja, e por isto devem estar sempre dentro de nossa solicitude e cuidado pastoral.
 
Fortalecei-nos com o Pão de Vossa Palavra e o Pão da Eucaristia, para que possamos oferecer o Pão da Caridade, fortalecendo os vínculos de uma amizade social, que nos faz próximos e solidários com os enfermos, curando as feridas da solidão e do isolamento.
 
Senhor, cremos que sois o Médico e a Medicina para os enfermos, e como frágeis servidores Vossos, contamos com a Vossa Mãe, Maria Santíssima, a Mãe dos enfermos, que intercede por nós e nos ajuda, para que sejamos artífices de proximidade e relações fraternas. Amém.
 
Fonte inspiradora: Mensagem para o Dia Mundial do Doente 2024 – Papa Francisco:
https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/sick/documents/20240110-giornata-malato.html

Ouçamos a verdadeira Palavra

Ouçamos a verdadeira Palavra 

As páginas do Antigo Testamento nos revelam que o Profeta é o homem capaz de ler o presente com o olhar iluminado por Deus.  

Deste modo, Profeta é aquele que Deus chamou não pelos próprios méritos, porque ser profeta é um Dom, e, assim, é habilitado para falar em Seu nome, e Deus coloca as palavras em seus lábios. 

Quanto à prática de Jesus, Ele Se distingue do ensinamento dos escribas, por Sua Palavra e ação, e Sua autoridade intrínseca, isto é, não fala como os letrados estudiosos da Escritura, mas com a autoridade do Pai. 

Ele é a própria Palavra de Deus encarnada no meio da humanidade –“O Verbo Se fez carne e habitou entre nós”. Jesus é a ação do Deus que liberta e cura, mas exige nossa participação e coragem, para enfrentarmos e aceitarmos o mal que existe em nós para dele sermos libertos. 

É preciso desamarrar as resistências, para que o espírito impuro seja expulso de dentro de cada um de nós; para que seja calado, silenciado, emudecido - "Cala-te", disse o Senhor! 

A Palavra do Divino Mestre não nos anestesia para a mediocridade e escuridão. É uma Palavra serena, e ao mesmo tempo, revolucionária, inquietante, libertadora, provocadora, que desestabiliza, impulsiona, compromete, converte e alimenta. 

A Palavra de Jesus não nos dispensa de sinceros compromissos, paciência e entrega, pois é revestida de uma autoridade que o mundo desconhece.  

Nunca foi tão fácil e rápido se embriagar de palavras e informações (é o lado belo do mundo midiático), mas precisamos ter discernimento para escolher, ouvir e acolher palavras que edificam. 

Entre as palavras, temos sempre, acima de todas, a Palavra de Deus, a Palavra do Divino Mestre. 

Que o Espírito do Senhor repouse sobre nós, para que não sejamos embriagados pelas palavras do mundo, mas iluminados e conduzidos pela Palavra que liberta: Jesus Cristo.

Tudo pertence ao Senhor

 Tudo pertence ao Senhor

“A salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro. O louvor, a glória e a sabedoria, a ação de graças, a  honra, o poder e a força pertencem ao nosso Deus para sempre. Amém.”  (Ap 7,10b-12)

Nesta passagem do Livro do Apocalipse, destacamos sete palavras: salvação, glória, sabedoria, ação de graças, honra, poder e força. Na bíblia, sete é o número que significa perfeição, plenitude, sendo assim, tudo pertence ao nosso Deus.

Oremos:

Senhor Deus, somente em Vós encontramos a Salvação, e em nenhum outro nome ou deus, que queira nos seduzir e nos desviar do caminho que nos conduz à eternidade.

Senhor, somente a Vós rendemos toda a glória, por todos os séculos e em todo o lugar, pois A glória de Deus é o homem vivo; e a vida do homem é a visão de Deus!” (Santo Irineu).

Senhor, somente em Vós encontramos a mais perfeita Sabedoria, que nos ilumina e nos conduz nos árduos caminhos a serem trilhados, e decisões a serem tomadas, para nossa realização e felicidade.

Senhor, rendemos ação e graças por todos os bens que de Vós procedem, por Vosso amor e ternura que nos envolvem e o perdão que nos recria, tirando-nos da lama intensa e imensa do pecado.

Senhor, a Vós rendemos toda honra que mereceis, e ainda assim ficamos devedores de tantas graças que nos concedeis a cada dia, sobretudo por nos ter feito de Vós morada com diviníssima presença.

Senhor, Vós tendes todo o poder sobre tudo e todos, e  nos ensinais, por meio do Vosso Filho, que a mais bela face do poder se expressa na doação, na humildade e serviço pelos últimos.

Somente, Vós sois nossa força, e a experimentamos de maneira indizível quando somos fracos, e cremos que tudo podemos quando em Vós confiamos, sem nenhuma sombra instalada na mente e no coração.

Senhor Deus, tudo Vos pedimos por meio do Vosso Filho, Alfa e Ômega, o Princípio e o Fim, Aquele que vive e reina convosco, na unidade do Espírito Santo. Amém.

quinta-feira, 24 de abril de 2025

Carta da 5ª Romaria das águas e da Terra da Bacia do Rio Doce


Carta da 5ª Romaria das águas e da Terra da Bacia do Rio Doce

Tema: Bacia do Rio Doce, nossa Casa Comum
Lema: Aos pés do bom Jesus, cuidar da Mãe Terra, das Águas e da Vida

Queridos irmãos e irmãs

Nossa 5ª Romaria das Águas e da Terra da Bacia do Rio Doce está sendo celebrada neste de 15 a 19 de julho de 2020, por meio das mídias sociais.

Refletimos sobre o temaBacia do Rio Doce, nossa Casa Comum” e o lema “Aos pés do Bom Jesus, cuidar da Mãe Terra, das Águas e da Vida”.

Esta Romaria foi programada para ser celebrada no Santuário do Bom Jesus, em Conceição do Mato Dentro, Diocese de Guanhães – MG, mas devido a este tempo de quarentena que nos foi imposto, não por nossa própria vontade, mas pela dolorosa imposição da pandemia do coronavírus, que vem disseminando a covid-19 e ceifando milhares de vida, tivemos que realiza-la de forma não presencial, mas aguardando o tempo oportuno para realizá-la presencialmente no ano de 2021.

Contamos com a participação da comissão do Meio Ambiente da Arquidiocese de Mariana, Comissão da Romaria da Diocese de Guanhães e Caritas Regional Minas Gerais.

Dom Otacílio Ferreira de Lacerda, bispo da Diocese de Guanhães e Bispo Referencial da  Comissão Episcopal para a Ação Social Transformadora do Regional Leste 2 da CNBB, acolheu nossa Romaria e a presidência da Celebração Eucarística na Catedral de São Miguel e Almas, no dia 19 de julho, às 10horas.

Nessa 5ª Romaria celebramos também os 5 anos da Carta Encíclica do Papa Francisco Laudato Si, que é um importante documento na defesa de uma ecologia integral, do meio ambiente e no cuidado com a criação divina, na nossa Casa Comum.

Urge recordar que o meio ambiente é um bem coletivo, patrimônio de toda a humanidade e responsabilidade de todos (LS 95) e que o princípio da maximização do lucro, que tende a isolar-se de todas as outras considerações, é uma distorção conceitual da economia (LS 195).

E ainda, adverte-nos o Papa Francisco de que não podemos ser testemunhas mudas das gravíssimas desigualdades, quando se pretende obter benefícios significativos, fazendo pagar ao resto da humanidade, presente e futura, os altíssimos custos da degradação ambiental (LS 36).

Somos todos desafiados a adotar um comportamento inspirado no princípio de que formamos uma única família humana, que tudo está interligado nesta Casa Comum, e que o genuíno cuidado de nossa própria vida e de nossa relação com a natureza é inseparável da fraternidade, da justiça e da fidelidade aos outros. Portanto, não podemos aceitar o custo dos danos provocados pela negligência egoísta das atividades minerárias, pois este é muitíssimo maior do que o benefício econômico que se possa obter.

Nossa Romaria quer ser o eco de tantos gritos e a expressão solidária e esperançosa de numerosas pessoas, família, comunidades e grupos étnicos que sofrem direta ou indiretamente por causa das consequências, muitas vezes negativas das atividades mineradoras.

É também um grito profético contra a extração de tantos bens minerários em nosso solo que, paradoxalmente, não tem produzido conforto e dignidade para as populações locais que permanecem pobres e o meio ambiente degradado.

Um grito de dor em reação às violências, ameaças e corrupção; um grito de tristeza e impotência pela poluição das águas, do ar e dos solos; um grito de incompreensão pela ausência de processos inclusivos e de apoio por parte das autoridades civis, locais e nacionais, que têm o dever de promover o bem comum.

Um grito de alerta contra esse modelo depredatório e desumano que parece não ter fim e que permitem a existência de mais de 700 barragens de rejeito somente em Minas Gerais, dentre as quais, 43 em alto risco de rompimento, algumas com potencial maior do que as de Mariana e Brumadinho, causadoras de danos humanos e ambientais irreversíveis como a contaminação das águas, da fauna e da flora nas Bacias do Rio Doce e São Francisco.

Queremos ser solidários aos sofrimentos e alegrias de cada pessoa e de toda criação divina (1Cor 12, 25 e Rom 8, 14), reerguendo as mãos enfraquecidas e os joelhos calejados (Hb 12,12), e também edificar uma Igreja samaritana que é capaz de ver, sentir compaixão e cuidar da vida em todas as suas dimensões.

Sejamos fortalecidos nesta Romaria da Vida pelo testemunho de tantos profetas e profetizas, de ontem e de hoje, de perto e de longe, quais discípulos missionários que doaram suas vidas no anúncio do Evangelho da Vida, na defesa dos povos e do meio ambiente.

Que sob a proteção do Senhor Bom Jesus, sejam renovadas e revigoradas nossas esperanças e nossas lutas por uma ecologia integral.

Diocese de Guanhães – MG, 19 de julho de 2010



Dom Otacilio Ferreira Lacerda
Bispo da Diocese de Guanhães - MG               
Bispo Referencial da Comissão para Ação Social Transformadora da CNBB Leste 2

Pe. Nelito Nonato Dornelas
Representante da Comissão do Meio Ambiente da Província Eclesiástica de Mariana
Assessoria de formação da Comissão para Ação Social Transformadora da CNBB Leste 2


Rodrigo Pires Vieira
Secretário Executivo da Comissão para Ação Social Transformadora da CNBB Leste 2


DIRETRIZES 2019-2023 – DOCUMENTO 109 - Apresentação e Introdução


DIRETRIZES GERAIS DA AÇÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA NO BRASIL
2019-2023 – DOCUMENTO 109 – 57ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil

APRESENTAÇÃO

“Chamou os que Ele mesmo quis... para estarem com Ele...
e para enviá-los a anunciar
(Mc 3,13-15).
O tempo atual nos desafia:

- renovar as forças missionárias para anunciar a Palavra de Deus:
- construir pontes em lugar de muros;
- oferecer misericórdia de Cristo Jesus como remédio para a vingança;
- reacender a luz da esperança para vencer o desânimo e indiferenças;
- anunciar o Reino de Deus até a plenitude;
- testemunhar a fraternidade e a solidariedade de forma efetiva;
- comprometer-se com a evangélica opção preferencial pelos pobres;
- contribuir para a construção de uma sociedade assentada sobre os valores do Evangelho de Jesus Cristo.

Realidade que vivemos - realidade cultural cada vez mais urbana, com:
- complexidades
- desafios
- oportunidades.

As Diretrizes utilizam a imagem da Casa: para entrar e sair; lugar do acolhimento e envio.
Dois eixos inspiradores: comunidade e missão.
“A Casa é a imagem do que as Diretrizes chamam de comunidades eclesiais missionárias”.

“Comunidades que não geram missionários são tristes expressões da esterilidade de quem perdeu seu rumo na vivência do Evangelho”.

Quatro pilares da Casa:
- Palavra
- Pão
- Caridade
- Ação Missionária.

Objetivo Geral:
EVANGELIZAR no Brasil cada vez mais urbano, pelo anúncio da Palavra de Deus, formando discípulos e discípulas de Jesus Cristo, em comunidades eclesiais missionárias, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, cuidando da Casa Comum e testemunhando o Reino de Deus rumo à plenitude”

INTRODUÇÃO

Jesus Cristo – o missionário do Pai – veio anunciar a Nova do Reino: “Reino da verdade e da vida, Reino da Santidade e da graça, Reino da justiça, do amor e da paz”. (Prefácio da Solenidade de Cristo Rei).

Consiste na nossa missão: “Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16,15).

Diretrizes: uma das expressões mais significativas de colegialidade e missionariedade da Igreja no Brasil.

A comunidade eclesial autêntica é necessariamente missionária e gera novas comunidades.

É preciso colocar a missão de Jesus no coração da Igreja.

Quatro Pilares contemplam as cinco as urgências das Diretrizes anteriores:
- Palavra: Iniciação à vida cristã e animação bíblica;
- Pão: Liturgia e Espiritualidade;
- Caridade: serviço à vida plena;
- Ação Missionária: estado permanente de missão.

DIRETRIZES 2019-2023 – DOCUMENTO 109 - Capítulo 1


CAPÍTULO I – O ANÚNCIO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO

“Jesus percorria, então todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino” (Mc 9,35).

Mundo urbano presente na cidade e no campo.

1.1 - Fidelidade a Jesus Cristo, o Missionário do Pai.
Para mim, de fato, o viver é Cristo” (Fl 1,21).
“Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá á vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo” (Deus Caritas Est – Papa Bento XVI – 2007).

Um encontro que:
- provoca conversão de vida;
- leva ao discipulado;
- gera comunidade;
- leva a sair em missão.

Dois perigos a serem evitados, conforme lembrou o Papa Francisco na Gaudete et Exsultate: neo-gnosticismo e o neo-pelagianismo:

“Sua racionalidade e suas capacidades intelectuais (gnosticismo) e sua força de vontade e sua capacidade técnica, rejeitando a graça de Deus pela autossuficiência (pelagianismo)”. (DGAE n.15)

Evangelho: “Vinde” e o “Ide” – Jesus que chama é o mesmo que envia (Mc 3,13-15).

1.2 – Igreja: comunidade de discípulos missionários:
- dar testemunho de amor fraterno;
- superar o escândalo da divisão entre os seguidores de Jesus através do respeito;
- diálogo;
- conversão a Cristo;
- que todos sejam um.

1.3 – Missão: anúncio que se traduz em palavras e gestos
Missão não é propaganda, negócio ou um projeto empresarial (EG 279)
Evangelizar “por atração” – anúncio em palavras e gestos
Atos dos Apóstolos: At 2,44-47; 4,32;

O amor fraternidade vivido nas comunidades cristãs despertava nos pagãos uma profunda admiração: “Vede como se amam (...) estão prontos a morrer um pelos outros” (Tertuliano);

Pequenas comunidades: abertas, acolhedoras, misericordiosas e intensa vida evangélica.

A prática da misericórdia na fidelidade a Jesus: “o rosto da misericórdia”.

Amor misericordioso e compassivo: critério de credibilidade para a nossa fé.

1.4 – Cultura urbana: desafio à missão
Ambiguidade do cenário: luzes e sombras:
- emancipação do sujeito;
- a pluralidade;
- O avanço das novas tecnologias para melhor cuidado da vida;
- a globalização pelo secularismo e relativismo;
- a liquidez e indiferentismo.
A Igreja enfrenta um desafio na missão: a transmissão integral da fé no interior de uma cultura, em rápidas e profundas transformações, que experimenta forte crise ética com a relativização do sentido do pecado (DGAE n. 27)

Como evangelizar as cidades numa cultura urbana marcada pelo:
- imediatismo;
- diversificação;
- fragmentação.

“As cidades, embora algumas vezes consideradas assustadoras, devem ser vistas como um ambiente a ser contemplado (EG n.72), na busca dialogal por perceber Deus já presente no meio delas (EG n.71)”.

1.5 – Comunidades eclesiais missionárias no contexto urbano:
Casas da Palavra, do Pão, da Caridade e abertas à Ação Missionária, como lugar da proximidade e confiança, e favorece:
- partilha de experiências;
- ajuda mútua;
- inserção concreta nas diferentes situações;
Partilha da experiência de fé que não é cômoda e nem individualista.
Formar pequenas comunidades missionárias: prioridade da ação evangelizadora.

Os interlocutores da missão (Papa Francisco):
1º - os que frequentam regularmente a comunidade e que conservam a fé católica, mesmo sem participação assídua – desafio: corresponder cada vez mais com toda sua vida ao amor de Deus;

2º - os batizados, porém não vivem mais de acordo com a sua fé – desafio: são chamados à conversão e o compromisso com o Evangelho;

3º - os que não conhecem Jesus Cristo ou que o recusaram – desafio: direito de receber o Evangelho como partilha da alegre experiência do encontro com Jesus Cristo.

A missão exige a sinodalidade,  que significa o comprometimento e a participação de todo o Povo de Deus na vida e na missão da Igreja (DGAE n39).

DIRETRIZES 2019-2023 – DOCUMENTO 109 - Capítulo 2


CAPÍTULO 2 – OLHAR DE DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS

“Ao ver as multidões, Jesus encheu-se de compaixão” (Mc 9,36).

2.1 – Contemplar para sair em missão em mundo que se transforma:
A Igreja, sacramento universal de salvação, anuncia sempre o mesmo Evangelho, num contexto de mudança de época. Sua missão consiste em:
- acolher;
- contemplar;
- discernir;
- iluminar com a Palavra de Deus.

2.2 – Uma cidade onde Deus habita:
A cidade: uma imagem importante para a ação evangelizadora:
“A fé nos ensina que Deus vive na cidade, em meio a suas alegrias, desejos e esperanças, como também em meio a suas dores e sofrimentos” (DAP n.514).

Como Igreja, iluminada pelo Espírito Santo:
- contemplar esta realidade, distinguindo nela o que esse mesmo Espírito já está dizendo e fazendo (Ap 2,7.11.17.29);
- identificar as sombras que negam o Reino de Deus;
- identificar também as luzes, sinais do que o próprio Senhor está realizando.

2.3 – A vida na grande cidade mundial:
a) a individualidade com perigo do individualismo;
b) redução da função social do Estado e as consequências sociais;
c) consumo e consumismo (doença muito séria segundo o Papa Francisco);
d) a individualização consumista da vida e suas consequências (drogas, violência, grupos de extermínio; legalização da morte de quem ainda nem nasceu; poderes paralelos) – o individualismo e a violência como dois lados da mesma moeda;

e) enfraquecimento das instituições e das tradições;
f) pluralidade nos âmbitos da cultura, da ética, da vivência religiosa e associativa – diferentes modos de compreensão da realidade: “Quando a diversidade de possibilidades é assumida exatamente a partir do individualismo consumista, não se pensando mais nos outros nem no planeta, os resultados são catastróficos...” (DGAE n.54);
g) propostas religiosas diferentes, num ambiente religioso cada vez mais plural e diversificado. Entristece ver a religião assumida sob a ótica comercial e da prosperidade financeira; ou mesmo quando fundamenta preconceitos que chegam até a agressão física e tentativa fanática de destruição (DGAE n.55);
h) alta mobilidade – migrantes, refugiados, especialmente nas áreas pressionadas pelo mercado imobiliário ou por interesses de grupos econômicos;

i) a pobreza – a ausência do necessário para se viver com dignidade humana;
j) desafio ambiental do mundo – a degradação ambiental, como é o caso da mineração (DGAE n.61);
k) desafio vivido pelos jovens: sofrem a falta de referências e a precariedade de critérios – sentem na pele “a confusão e o atordoamento” que dão a impressão de reinar no mundo DGAE n.62);
l) relativização e individualização a verdade;
m) necessidade de redescobrir os caminhos de uma autêntica democracia.

Estes desafios precisam ser enfrentados de mãos dadas:
- com outras Igrejas;
- com quem percorre outros caminhos de fé;
- todas as pessoas de boa vontade.

2.4- O Senhor está no meio de nós!
Luzes:
- Resistência e a resiliência, como capacidades para não se deixar vencer pelo que degrada as pessoas e o meio ambiente e, quando a degradação se impõe;
- Ousadia da criatividade, para se reinventar e descobrir caminhos novos para reconstrução da vida e da paz;
- “Abandonar as estruturas ultrapassadas ,que já não favoreçam mais a transmissão da fé” (DAP n. 365).
- investir ainda mais no discipulado e missionariedade:
“Constatamos as luzes do heroísmo abnegado de tantos agentes de pastoral, que não medem esforços para vencer, por exemplo, grandes distâncias, nem se deixam reter pela ameaça da violência ostensiva.

Reconhecemos, no entanto, as sombras que se manifestam nos mesmos territórios paroquiais, na pouca experiência de vida comunitária, no fechamento das pessoas em seus pequenos mundos, na falta de disponibilidade para ir ao encontro dos outros, especialmente os que se encontram nas periferias e na busca por uma religiosidade difusa e de consumo” (DGAE n. 71).

“Se a realidade se manifesta embaçada, com dores que parecem invencíveis, o discípulo missionário reconhece, testemunha e anuncia que o Senhor não está inerte, que Ele não nos abandonou à própria sorte... ‘não podemos ficar tranquilos em espera passiva em nossos templos, mas, é urgente ir em todas as direções para proclamar que o amor é mais forte’ (DAP n.5448)” (DGAE n. 72).


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