sexta-feira, 18 de abril de 2025

ORAÇÃO DO JUBILEU (2025)

 


ORAÇÃO DO JUBILEU (2025)

Pai que estás nos céus,

 que nos deste no teu filho Jesus Cristo, nosso irmão,

e a chama de caridade

derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo

despertem em nós a bem-aventurada esperança

para a vinda do teu Reino.

 

A tua graça nos transforme

em cultivadores diligentes das sementes do Evangelho

que fermentem a humanidade e o cosmos,

na espera confiante

dos novos céus e da nova terra,

quando, vencidas as potências do Mal,

se manifestar para sempre a tua glória.

 

A graça do Jubileu

reavive em nós, Peregrinos de Esperança,

o desejo dos bens celestes

e derrame sobre o mundo inteiro

a alegria e a paz

do nosso Redentor.

A ti, Deus bendito na eternidade,

louvor e glória pelos séculos dos séculos.

Amém. (1)

 

(1) Papa Francisco

 

“A vida sem amor não tem sentido”

                                                            



“A vida sem amor não tem sentido”

Meditar sobre a Paixão do Senhor faz crescer em nós a caridade, consolidando a nossa fé e renovando a nossa esperança, nos colocando em maior e profunda comunhão com Deus.

Configurados a Cristo, seguindo Seus passos e caminhando com Ele, como afirmou o Apóstolo Paulo, se com Ele morrermos, também com Ele viveremos (cf. Rm 6,8).

Mais uma vez voltemo-nos para a Cruz de Nosso Senhor, onde encontramos o supremo testemunho de Amor, humanamente incompreensível, bem como também insuperável.  A morte do Justo por excelência pela redenção dos pecadores que somos.

A Madre Santa Tereza de Calcutá, com propriedade, nos ajuda a refletir sobre a importância do amor, que deve permear toda a nossa vida, todas as nossas ações.

Fiquemos com esta reflexão – “A vida” dando matizes Pascais ao nosso existir:

“A Inteligência sem amor te faz perverso.
A Justiça sem amor te faz implacável.

A Diplomacia sem amor te faz hipócrita.
O Êxito sem amor te faz arrogante.

A Riqueza sem amor te faz avaro.
A Pobreza sem amor te faz orgulhoso.

A Beleza sem amor te faz fútil.
A Autoridade sem amor te faz tirano.

O Trabalho sem amor te faz escravo.
A Simplicidade sem amor te deprecia.

A Lei sem amor te deixa fanático.
E a Vida sem amor não tem sentido...!” 

Aprendamos com esta discípula do Divino Mestre, do Supremo Mestre do Amor a tornar a vida mais bela, mais sublime, com superação de tudo quanto possa aviltá-la, vilipendiá-la, feri-la, diminuí-la, destruí-la. Enfim, tudo que a torne menos cinza seja feito por amor e com o amor, que renova todo o existir.

Contemplemos a Santa Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, em que o Pai, o eterno amante, o Filho, o eterno amado, e o Espírito santo, o eterno amor, encontram-se mais uma vez, e inseparavelmente na Cruz, também nos sintamos envolvidos neste entrelaçamento de Amor, para que a Páscoa seja a mais bela Notícia que possamos ouvir e comunicar.

Que a Páscoa seja as tantas passagens que precisamos:
Passagem da escuridão para a luz;
do ódio para o amor;
da morte para a vida.

Verdadeiramente, a vida sem amor não tem sentido!


O Mistério da Cruz e o encontro de três Amores

O Mistério da Cruz e o encontro de três Amores

“Deus não quis poupar Seu próprio Filho,
mas o entregou por todos nós” (Rm 8, 32)


Contemplemos o Mistério da Vida, Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo:

“Na fraqueza do Filho, que se deixa atraiçoar e crucificar, revela-se o poder do Seu amor ablativo e do Pai que O ressuscitará. A Glória de Deus manifesta-se então ao através do insucesso” (1)

De fato, Ele que tinha condição divina, despojou-se totalmente de tudo, experimentando a fragilidade da condição humana, suportando a dor, a agonia, o abandono, a flagelação, a paixão e Morte.

Assim o fez porque viveu um amor oblativo, na doação e entrega de Sua Vida por amor de Deus, livremente, a fim de que nos redimir e nos reconciliar com Deus, purificando-nos de toda infidelidade e de todo o pecado.

Amor que ama até o fim. Amor que ama, simplesmente ama, a fim de gerar, no coração dos que ama, o bem, o belo, a verdade, a alegria, pois é próprio do Amor de Deus querer sempre o melhor para nós, ainda que não o mereçamos, porque pecadores o somos.

Amor que suporta o aparente insucesso, o aparente gosto da derrota na Cruz, mas que tem sabor de vitória, porque pelo Pai foi Ressuscitado, envolvido pela ação do Espírito Santo, amor que O acompanhou em todos os momentos.

Este é o Mistério da Cruz: o encontro de três Amores: o Pai, o eterno amante; o Filho, o eterno amado; e o Espírito Santo, o eterno Amor.

Unamo-nos ao Mistério da Paixão e Morte do Senhor, para com Ele também ressuscitarmos, e então cantaremos o Aleluia Pascal, na Noite Santa tão esperada. Amém.


(1) Lecionário Comentado - Volume Quaresma/Páscoa - Editora  Paulus  - Lisboa - 2009 - p.287

O poder do Sangue de Cristo nos revela o puríssimo Amor

                                                                  

O poder do Sangue de Cristo nos revela o puríssimo Amor 


“Contudo um dos soldados
Lhe furou o lado com uma lança,
e logo saiu Sangue e Água” (Jo 19,34)
 

Na Sexta-Feira Santa, de modo especialíssimo, contemplamos o Amor de Deus por nós, testemunhando por Jesus na Cruz. 

Contemplemos Suas incontáveis lições de Amor à luz do texto “Das Catequeses de São João Crisóstomo”, Bispo (Séc. IV).

“Queres conhecer o poder do Sangue de Cristo?

Voltemos às figuras que o profetizaram e recordemos a narrativa do Antigo Testamento: Imolai, disse Moisés, um cordeiro de um ano e marcai as portas com o seu sangue (cf. Ex 12,6-7).

Que dizes Moisés?

O sangue de um cordeiro tem poder para libertar o homem dotado de razão? É claro que não, responde ele, não porque é sangue, mas por ser figura do Sangue do Senhor.

Se agora o inimigo, ao invés do sangue simbólico aspergido nas portas, vir brilhar nos lábios dos fiéis, portas do templo dedicado a Cristo, o Sangue verdadeiro, fugirá ainda mais para longe.

Queres compreender mais profundamente o poder deste Sangue?

Repara de onde começou a correr e de que fonte brotou. Começou a brotar da própria Cruz, e a sua origem foi o lado do Senhor.

Estando Jesus já morto e ainda pregado na Cruz, diz o evangelista, um soldado aproximou-se, feriu-Lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu Água e Sangue: A Água, como símbolo do Batismo; o Sangue, como símbolo da Eucaristia.

O soldado, traspassando-Lhe o lado, abriu uma brecha na parede do templo santo, e eu, encontrando um enorme tesouro, alegro-me por ter achado riquezas extraordinárias. Assim aconteceu com este cordeiro. Os judeus mataram um cordeiro e eu recebi o fruto do sacrifício.

De Seu lado saiu Sangue e Água (Jo 19,34). Não quero, querido ouvinte, que trates com superficialidade o segredo de tão grande mistério. Falta-me ainda explicar-te outro significado místico e profundo. Disse que esta Água e este Sangue são símbolos do Batismo e da Eucaristia.

Foi destes Sacramentos que nasceu a santa Igreja, pelo banho da regeneração e pela renovação no Espírito Santo, isto é, pelo Batismo e pela Eucaristia que brotaram do lado de Cristo. Pois Cristo formou a Igreja de Seu lado trespassado, assim como do lado de Adão foi formada Eva, sua esposa.

Por esta razão, a Sagrada Escritura, falando do primeiro homem, usa a expressão osso dos meus ossos e carne da minha carne (Gn 2,23), que São Paulo refere, aludindo ao lado de Cristo. Pois assim como Deus formou a mulher do lado do homem, também Cristo, de Seu lado, nos deu a Água e o Sangue para que surgisse a Igreja. 

E assim como Deus abriu o lado de Adão enquanto ele dormia também Cristo nos deu a Água e o Sangue durante o sono de Sua morte. Vede como Cristo Se uniu a sua esposa, vede com que alimento nos sacia. Do mesmo alimento nos faz nascer e nos nutre. 

Assim como a mulher, impulsionada pelo amor natural, alimenta com o próprio leite e o próprio sangue o filho que deu à luz, também Cristo alimenta sempre com o Seu sangue aqueles a quem deu o novo nascimento”. (1)

Retomemos as palavras do Bispo: 

“Estando Jesus já morto e ainda pregado na Cruz, diz o Evangelista, um soldado aproximou-se, feriu-Lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu Água e Sangue: a Água, como símbolo do Batismo; o Sangue, como símbolo da Eucaristia”. 

Seja este dia favorável para meditação sobre o Supremo Amor de Deus pela humanidade, que de tanto amor não poupou o próprio Filho, para que n’Ele crendo alcancemos a Vida Eterna. 

Com esta Catequese, sejamos mais uma vez elevados com as maravilhas que Deus realiza em nosso favor, porque é bondoso, compassivo, clemente e cheio de misericórdia. 

Contemplemos o puríssimo amor de Deus por nós, que nos possibilitou nascer do Seu sono mais profundo, o sono da morte, bem como contemplemos o Mistério do amor divino e o poder do Sangue de Cristo.

Contemplemos, de modo especial, o Coração trespassado do Senhor, do qual nascemos e nos nutrimos: Água que é como soro do pericárdio ou exsudação pleural. O que mais, por nós, poderia Deus ter feito? Quem suportaria tanta dor, senão movido por um Amor que nos ama e nos ama até o fim?

Contemplemos os Mistérios Dolorosos, e renovemos nosso compromisso com os crucificados da história, que possuem tantos rostos e nomes.

Façamos deste dia de silêncio, Oração, jejum, recolhimento, ocasião propícia para vivermos intensamente o Tríduo Pascal, ontem iniciado com a Missa da Ceia do Senhor, em que Jesus instituiu a Eucaristia, como memorial da Nova e Eterna Aliança, também instituiu o Sacerdócio e o nos deu o Seu Novo Mandamento: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”.

Deste modo, não nos ocupemos por demais em compreender o amor de Deus, mas muito mais em vivê-lo, pois somente amando a Deus como Ele nos ama é que encontraremos a felicidade. Somente nos amando mutuamente, como Deus nos ama, é que viveremos a desejada fraternidade.

Mistério da Paixão e Morte contemplado, acreditado e vivido num contínuo movimento, edificando a Igreja Sinodal, e escrevendo uma nova História, confessando o Cristo que não foge da Cruz, mas a assume para a redenção da Humanidade.

Mistério da Paixão e Morte, assim vivido tão intensamente, é certeza de que a fraqueza dará lugar à força divina, a escuridão cederá lugar à luz e a morte à vida.

Do mesmo lugar nascemos: de Seu lado trespassado do mesmo lugar nos nutrimos: no Seu Sangue jorrado. Extremo gesto de Amor, para que não apenas nascêssemos, mas jamais morrêssemos, e fôssemos para sempre alimentados: no Mistério de Sua presença na Santa Eucaristia.

Calemo-nos, em absoluto silêncio, e o infinito Amor de Deus por nós, contemplemos!

Aprofundemos o nosso amor por Ele, Jesus Cristo, Nosso Senhor, e bem mais amados, felizes, redimidos, para sempre, nos sentiremos,  pois ninguém nos amou como Ele nos amou.

Caminhemos em passos silenciosos, mais que meditativos, contemplativos, para que possamos exultar de alegria na madrugada da Ressurreição, entoando o grande Aleluia! Ninguém nos amou como Ele! 


(1) Liturgia das Horas -Volume Quaresma/Páscoa - pág. 415-417


A Cruz e a Glória

                                                              

A Cruz e a Glória

“Prestai bem atenção às palavras que vou dizer:
O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens” (Lc 8,44)

Senhor, ouvindo Tuas palavras, contemplo-Te caminhando entre os pobres e os pequenos, teus preferidos, rumo a Jerusalém, onde consumaste teu divino projeto de amor em favor de nós, amando-nos até o fim, na morte do Inocente, do justo na Cruz.

Senhor, antes, Te vejo caminhando no meio do povo, uma presença mansa, discreta. Portadora de bem, vida plena para todos, atraindo ódio daqueles que à Tua Palavra e anúncio do Reino se fecharam, porque incomodados em seus privilégios e interesses.

Senhor, ajudai-nos a Te ver além das aparências e dos entusiasmos fáceis, amando-Te por aquilo que és: verdadeiramente homem, verdadeiramente Deus, nosso Redentor, que nos chama para Te seguir, em fidelidade incondicional, com renúncias necessárias.

Senhor, afastai de nós toda a tentação de falsas esperanças de soluções fáceis diante das provações e dificuldades que possamos enfrentar, confiando em tua Palavra, que não engana e nos pede coragem e maturidade para o carregar da cruz cotidiana.

Senhor, afastai a tentação do desejo da glória da Ressurreição sem passar pelo Mistério da Cruz, e ensinai-nos a seguir Teus passos, e viver como viveste, em total fidelidade à vontade do Pai, entregando-Te nas mãos dos homens, Tu, que recebeste do Pai todo o poder.

Senhor, como membros de Tua Igreja, ajudai-nos a fortalecer os vínculos da comunhão fraterna, convictos que também no interior da vida da comunidade, o caminho da harmonia comunitária passa pela caridade e humildade; o caminho para a glória passa pela Cruz.

Senhor, enviai o Teu Espírito sobre nós, para que na fidelidade ao Teu Pai de amor, compreendamos melhor a missão que a nós confias, para que cristãos de fato sejamos, seguindo-Te primeiro nos sofrimentos e depois na glória. Amém.

Pelo amor e para o amor fomos criados

                                                            



Pelo amor e para o amor fomos criados

Sejamos amados pelo que somos e não pelo que pretendemos ser.

Se amados formos pelo que somos não faremos sombras,
não deixaremos o outro com reticências e explicações fúteis.

Há uma miopia crônica de não saber-se amado,

Isto leva a situações desagradáveis, constrangedoras, indesejáveis...
Quando se é amado percebe-se sua múltipla manifestação.

Não imploro o Amor de Deus, peço apenas a graça
de contemplar Sua ação e manifestação.

Em poucas palavras...

 


Derramai a Vossa Misericórdia! 

“Cristo Jesus, salvai-nos e derramai a vossa misericórdia sobre o povo que vive na esperança da Ressurreição; 

– conservai-nos, hoje e sempre, livres de todo o mal.”  (1)

 

 

(1) Prece das Laudes da  Liturgia das Horas

 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG