quarta-feira, 9 de abril de 2025
Ó “Hóspedes de minha alma”
A Palavra de Deus ilumina nossos caminhos (Salmos)
Rezando com os Salmos - Salmo 28 (29)
Peregrinar
na esperança, confiantes na Palavra de Deus
“–1 Filhos de Deus, tributai ao Senhor,
tributai-lhe a glória e o poder!
–2 Dai-lhe a glória devida ao seu nome;
adorai-o com santo ornamento!
–3 Eis a voz do Senhor sobre as águas,
sua voz sobre as águas imensas!
=4 Eis a voz do Senhor com poder!
Eis a voz do Senhor majestosa,
sua voz no trovão reboando!
–5 Eis que a voz do Senhor quebra os cedros,
o Senhor quebra os cedros do Líbano.
–6 Faz o Líbano saltar qual novilho,
e o Sarion como um touro selvagem!
=7 Eis que a voz do Senhor lança raios,
8 a voz de Deus faz tremer o deserto, *
faz tremer o deserto de Cades.
=9 Voz de Deus que contorce os carvalhos,
voz de Deus que devasta as florestas!
No seu templo os fiéis bradam: 'Glória!'
–10 É o Senhor que domina os dilúvios,
o Senhor reinará para sempre.
–11 Que o Senhor fortaleça o seu povo,
e abençoe com paz o seu povo!”
O Salmo 28(29) nos fala sobre a necessária confiança na voz
poderosa de Deus, que sempre intervém em nosso favor, e nos comunica suas
maravilhas e vontade.
O Salmista nos apresenta um maravilhoso e desafiador convite
divino:
“Convite
a ver na tempestade a manifestação do poder e da majestade divina. Aconteça o
que acontece, Deus vela sobre nós. A tranquilidade depois da chuva é símbolo da
garantia da paz que o salmista deseja ao povo.”(1)
Assim como foi no dia do Batismo de Jesus – “Do céu veio uma voz que dizia: 'Este é o meu Filho amado, no qual eu
pus o meu agrado' “(Mt 3,17), ou ainda em sua Transfiguração no Monte Tabor
(cf. Mt 17,1–9, Mc 9,2–8; Lc 9,28–36).
Peregrinando na esperança, abramos os ouvidos de nosso coração à
voz de Deus, na travessia do árido deserto da existência, e que Sua Palavra nos
anime, conforte e encoraje no bom combate da fé (cf. 2 Tm 4).
Renove
em nosso coração a serenidade e a paz, pois Deus, por infinito amor, vela sobre
nós. Amém.
(1)
Bíblia Edições CNBB – página 748
Rezando com os Salmos - Sl 27(28),1-3.6-9
O Senhor é nossa força e nosso escudo
“–1 A Vós eu clamo,
ó Senhor, ó meu rochedo,
não fiqueis surdo à minha voz!
– Se não me ouvirdes, eu terei a triste sorte
dos que descem ao sepulcro!
–2 Escutai o meu clamor, a minha súplica,
quando eu grito para Vós;
– quando eu elevo, ó Senhor, as minhas mãos
para o Vosso santuário.
–3 Não deixeis que eu pereça com os malvados,
com quem faz a iniquidade;
– eles falam sobre paz com o seu próximo,
mas têm o mal no coração.
–6 Bendito seja o Senhor, porque ouviu
o clamor da minha súplica!
–7 Minha força e escudo é o Senhor;
meu coração n’Ele confia.
– Ele ajudou-me e alegrou meu coração;
eu canto em festa o Seu louvor.
–8 O Senhor é a fortaleza do seu povo
e a salvação do seu Ungido.
–9 Salvai o Vosso povo e libertai-o;
abençoai a vossa herança!
– Sede Vós o seu pastor e o seu guia
pelos séculos eternos!”
O Salmo 27(28),1-3.6-9 é uma súplica e ação de graças:
“Deus
parece distante e o ataque dos inimigos com isso torna-se mais ameaçador. O
salmista confia que será protegido de todo o mal, pois Deus é o seu escudo E
faz um agradecimento, sentindo que sua oração foi ouvida.” (1)
Quando rezamos este salmo, somos iluminados pelas próprias
palavras do Senhor Jesus – “Pai, eu te
dou graças, porque me ouviste” (Jo 11,41):
Elevemos, em todo o tempo, e em todas as situações, favoráveis
ou adversas, súplica e ação de graças a Deus, que é nossa força e escudo,
como confessou o salmista e, também
nós, assim o fazemos. Amém.
(1)
Bíblia Edições CNBB – pág. 748
Rezando com os Salmos - Salmo 26 (27)
“O
Senhor é minha luz e Salvação”
“–1 O Senhor é minha
luz e salvação;
de quem eu terei medo?
– †O Senhor é a proteção da minha vida;
perante quem eu tremerei?
–2 Quando avançam os malvados contra mim,
querendo devorar-me,
– são eles, inimigos e opressores,
que tropeçam e sucumbem.
–3 Se os inimigos se acamparem contra mim,
não temerá meu coração;
– se contra mim uma batalha estourar,
mesmo assim confiarei.
–4 Ao Senhor eu peço apenas uma coisa,
e é só isto que eu desejo:
– habitar no santuário do Senhor
por toda a minha vida;
– saborear a suavidade do Senhor
e contemplá-Lo no seu templo.
–5 Pois um abrigo me dará sob o Seu teto
nos dias da desgraça;
– no interior de Sua tenda há de esconder-me
e proteger-me sobre a rocha.
–6 E agora minha fronte se levanta
em meio aos inimigos.
– Ofertarei um sacrifício de alegria,
no templo do Senhor.
– Cantarei salmos ao Senhor ao som da harpa
e hinos de louvor.
–7 Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo,
atendei por compaixão!
–8 Meu coração fala
convosco confiante,
e os meus olhos Vos procuram.
– Senhor, é Vossa face que eu procuro;
não me escondais a Vossa face! –
–9 Não afasteis em Vossa ira o Vosso servo,
sois Vós o meu auxílio!
– Não me esqueçais nem me deixeis abandonado,
meu Deus e Salvador!
–10 Se meu pai e minha mãe me abandonarem,
o Senhor me acolherá!
–11 Ensinai-me, ó Senhor, Vossos caminhos
e mostrai-me a estrada certa!
– Por causa do inimigo, protegei-me,
12 não me entregueis a seus desejos!
– Porque falsas testemunhas se ergueram
e vomitam violência.
–13 Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver
na terra dos viventes.
–14 Espera no Senhor e tem coragem,
espera no Senhor!”
O Salmo 26(27) é a expressão da confiança em Deus no perigo,
convictos de que a morada de Deus está entre nós (Ap 21,3):
“A
certeza da proteção de Deus nos leva a enfrentar, sem medo qualquer situação.
Viver na presença de Deus e seguir Seus caminhos garante uma vida feliz” (1).
O salmista experimenta a presença de Deus nos perigos vividos,
assim como Nosso Senhor Jesus Cristo, que enfrentou situações adversas,
incompreensões e rejeição, culminando em Sua Paixão e morte – “Assim
como alguns se levantaram e testemunharam falsamente contra Jesus” (cf. Mc
14,57).
Depositemos em Deus toda a nossa confiança e esperança, como
peregrinos da esperança que somos, como nos lembra o Jubileu (2025), com seu
tema – Peregrinos da esperança, e com o lema – “A esperança não decepciona”
(cf. Rm 5,5).
(1)
Comentário da Bíblia – Edições CNBB – p.747
Rezando com os Salmos - Salmo 25 (26)
Supliquemos
confiantes ao Senhor
“–1 Fazei justiça, ó
Senhor: sou inocente,
e confiando no Senhor não vacilei.
–2 Provai-me, ó Senhor, e examinai-me,
sondai meu coração e o meu íntimo!
–3 Pois tenho sempre vosso amor ante meus olhos;
vossa verdade escolhi por meu caminho.
–4 Não me assento com os homens mentirosos,
e não quero associar-me aos impostores;
–5 eu detesto a companhia dos malvados,
e com os ímpios não desejo reunir-me.
–6 Eis que lavo minhas mãos como inocente
e caminho ao redor de vosso altar,
–7 celebrando em alta voz vosso louvor,
e as vossas maravilhas proclamando.
–8 Senhor, eu amo a casa onde habitais
e o lugar em que reside a vossa glória.
–9 Não junteis a minha alma à dos malvados,
nem minha vida à dos homens sanguinários;
–10 eles têm as suas mãos cheias de crime;
sua direita está repleta de suborno.
–11 Eu, porém, vou caminhando na inocência;
libertai-me, ó Senhor, tende piedade!
–12 Está firme o meu pé na estrada certa;
ao Senhor eu bendirei nas assembleias.”
O Salmo 25(26) é uma prece de um inocente com total e
incondicional confiança em Deus, e podemos rezá-lo, suplicando a graça e força
divinas, para que vivamos a santidade querida por Deus para todos nós, pois “Em
Cristo, Deus nos escolheu para que sejamos santos e irrepreensíveis” (Ef 1,4):
“O
orante entra no santuário, onde encontra sua alegria, livre dos pecados que o
tornariam indigno de entrar em contato com a divindade. Pede a Deus para ser
conservado longe de toda maldade.” (1)
Oportuno que retomemos para aprofundamento sobre a santidade
a Exortação Apostólica “Gaudete et exultate”, escrita pelo Papa
Francisco, sobre a chamada à santidade no mundo atual. (2018).
(1) Comentário da Bíblia
– Edição CNBB – pág. 746
Rezando com os Salmos - Salmo 24 (25)
Supliquemos o perdão e a graça divinas
“=1 Senhor meu Deus, a Vós elevo a minha alma,
2 em Vós confio: que eu não seja envergonhado
nem triunfem sobre mim os inimigos!
–3 Não se envergonha quem em Vós põe a esperança,
mas sim, quem nega por um nada a sua fé.
–4 Mostrai-me, ó Senhor, Vossos caminhos,
e fazei-me conhecer a Vossa estrada!
=5 Vossa verdade me oriente e me conduza,
porque sois o Deus da minha salvação;
em Vós espero, ó Senhor, todos os dias!
–6 Recordai, Senhor meu Deus, Vossa ternura
e a Vossa compaixão que são eternas!
–7 Não recordeis os meus pecados quando jovem,
nem vos lembreis de minhas faltas e delitos!
– De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia
e sois bondade sem limites, ó Senhor!
–8 O Senhor é piedade e retidão,
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
–9 Ele dirige os humildes na justiça,
e aos pobres ele ensina o seu caminho.
–10 Verdade e amor são os caminhos do Senhor
para quem guarda sua Aliança e Seus preceitos.
–11 Ó Senhor, por vosso nome e Vossa honra,
perdoai os meus pecados que são tantos!
–12 Qual é o homem que respeita o Senhor?
Deus lhe ensina os caminhos a seguir.
–13 Será feliz e viverá na abundância,
e os seus filhos herdarão a nova terra.
–14 O Senhor se torna íntimo aos que o temem
e lhes dá a conhecer Sua Aliança.
–15 Tenho os olhos sempre fitos no Senhor,
pois ele tira os meus pés das armadilhas.
–16 Voltai-vos para mim, tende piedade,
porque sou pobre, estou sozinho e infeliz!
–17 Aliviai meu coração de tanta angústia,
e libertai-me das minhas aflições!
–18 Considerai minha miséria e sofrimento
e concedei Vosso perdão aos meus pecados!
–19 Olhai meus inimigos que são muitos,
e com que ódio violento eles me odeiam!
–20 Defendei a minha vida e libertai-me;
em Vós confio, que eu não seja envergonhado!
–21 Que a retidão e a inocência me protejam,
pois em Vós eu coloquei minha esperança!
–22 Libertai, ó Senhor Deus, a Israel
de toda sua angústia e aflição!”
O Salmo
24(25) é uma notável súplica pessoal de perdão, acompanhada de total confiança em Deus.
O
salmista solitário e infeliz pede confiante o perdão divino, confiando na
bondade e retidão de Deus, que jamais abandona o pecador, mas quer sua
conversão e vida (cf. Lucas 15,1-32), sobre as parábolas da misericórdia divina).
Também,
podemos lembrar as palavras do Apóstolo Paulo: “A esperança não decepciona”:
“Tendo sido, pois, justificados pela
fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos
entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na
esperança da glória de Deus.
E não somente isto, mas também nos
gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a
paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não
decepciona, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo
Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,1-5).
Seja esta súplica a nossa também, como peregrinos da esperança, em nossa fragilidade e pecado, suplicar o perdão, a força e graça divinas no bom combate da fé (cf. 2 Tm 4,1-8). Amém.



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