quarta-feira, 9 de abril de 2025

Rezando com os Salmos (Sl 9)

 




Em tudo, demos graças a Deus

“–1 Ao maestro do coro. Segundo a melodia ‘Morrer pelo filho’. Salmo de Davi

2 Senhor, de coração Vos darei graças,
as Vossas maravilhas cantarei!
3 Em Vós exultarei de alegria,
cantarei ao Vosso nome, Deus Altíssimo!

4 Voltaram para trás meus inimigos,
perante a Vossa face pereceram;
5 defendestes meu direito e minha causa,
juiz justo assentado em Vosso trono.

6 Repreendestes as nações, e os maus perdestes,
apagastes o seu nome para sempre.
=7 O inimigo se arruinou eternamente,
suas cidades foram todas destruídas,
e até sua lembrança exterminastes.

8 Mas Deus sentou-Se para sempre no Seu trono,
preparou o tribunal do julgamento;
9 julgará o mundo inteiro com justiça,
e as nações há de julgar com equidade.

10 O Senhor é o refúgio do oprimido,
seu abrigo nos momentos de aflição.
11 Quem conhece o Vosso nome, em Vós espera,
porque nunca abandonais quem Vos procura.

12 Cantai hinos ao Senhor Deus de Sião,
celebrai Seus grandes feitos entre os povos!
 –13 Pois não esquece o clamor dos infelizes,
deles Se lembra e pede conta do seu sangue.

=14 Tende pena e compaixão de mim, Senhor!
Vede o mal que os inimigos me fizeram!
E das portas dos abismos retirai-me,
=15 para que eu possa anunciar Vossos louvores
junto às portas da cidade de Sião,
e exultar por Vosso auxílio e salvação!

16 Os maus caíram no buraco que cavaram,
nos próprios laços foram presos os seus pés.
17 O Senhor manifestou Seu julgamento:
ficou preso o pecador em seu pecado.

18 Que tombem no abismo os pecadores
e toda gente que se esquece do Senhor!
19 Mas o pobre não será sempre esquecido,
nem é vã a esperança dos humildes.

20 Senhor, erguei-vos, não se ufanem esses homens!
Perante vós sejam julgados os soberbos!
21 Lançai, Senhor, em cima deles o terror,
e saibam todos que não passam de mortais!”

No primeiro trecho do Salmo (Sl 9), temos uma ação de graças pelo triunfo sobre os inimigos e uma súplica para que Deus extermine os maus que desprezam Sua lei e oprimem os pobres (cf. Bíblia Edição CNBB).

Elevemos a Deus nossa ação de graças pelas vitórias que alcançamos, dia a dia, em meio às provações e adversidades.

Concluímos com as palavras do Apóstolo Paulo na Primeira Carta aos Tessalonicenses:

“Alegrai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade Deus, em Cristo Jesus, a vosso respeito. Não apagueis o Espírito, não desprezeis as profecias, mas examinai tudo e guardai o que for bom.” (1 Ts 5,16-19).

Rezando com os Salmos - Sl 9b (10)

 


Fortalecidos pela graça divina na prática das Bem-Aventuranças

 “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus!” (cf. Lc 6,20).

“–1 Ó Senhor, por que ficais assim tão longe,
e, no tempo da aflição, vos escondeis,
2 enquanto o pecador se ensoberbece,
o pobre sofre e cai no laço do malvado?

3 O ímpio se gloria em seus excessos,
blasfema o avarento e vos despreza;
4 em seu orgulho ele diz: ‘Não há castigo!
Deus não existe!’  5É isto mesmo que ele pensa.

= Prospera a sua vida em todo tempo;
vossos juízos estão longe de sua mente;
ele vive desprezando os seus rivais.
6 No seu íntimo ele pensa: ‘Estou seguro!
Nunca jamais me atingirá desgraça alguma!’

7 Só há maldade e violência em sua boca,
em sua língua, só mentira e falsidade.
8 Arma emboscadas nas saídas das aldeias,
mata inocentes em lugares escondidos.

9 Com seus olhos ele espreita o indefeso,
como um leão que se esconde atrás da moita;
– assalta o homem infeliz para prendê-lo,
agarra o pobre e o arrasta em sua rede.

10 Ele se curva, põe-se rente sobre o chão,
e o indefeso tomba e cai em suas garras.
11 Pensa consigo: ‘O Senhor se esquece dele,
esconde o rosto e já não vê o que se passa!’

12 Levantai-vos, ó Senhor, erguei a mão!
Não esqueçais os vossos pobres para sempre!
13 Por que o ímpio vos despreza desse modo?
Por que diz no coração: ‘Deus não castiga?’

14 Vós, porém, vedes a dor e o sofrimento,
vós olhais e tomais tudo em vossas mãos!
– A vós o pobre se abandona confiante,
sois dos órfãos vigilante protetor.

15 Quebrai o braço do injusto e do malvado!
Castigai sua malícia e desfazei-a!
16 Deus é Rei durante os séculos eternos.
Desapareçam desta terra os malfeitores!

17 Escutastes os desejos dos pequenos,
seu coração fortalecestes e os ouvistes,
=18 para que os órfãos e oprimidos deste mundo
tenham em vós o defensor de seus direitos,
e o homem terreno nunca mais cause terror!”

Ao rezar o Salmo 9b (10), retomemos as Bem-Aventuranças que Nosso Senhor nos apresentou no Sermão da Montanha:

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.  Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos céus. Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal de vós. Alegrai-vos e exultai, pois é grande nos céus a vossa recompensa” (cf. Mt 5, 3-12).

As Bem-Aventuranças estão no coração da pregação de Jesus, e o seu anúncio retorna às promessas feitas ao povo eleito, desde Abraão, e  retratam o rosto de Jesus Cristo, descrevendo Sua caridade e exprimindo a vocação dos fiéis, associados à glória da Sua paixão e Ressurreição; definem os atos e atitudes características da vida cristã.

São as promessas paradoxais que sustentam a esperança no meio das tribulações; anunciam aos discípulos as bênçãos e recompensas já obscuramente adquiridas; já estão inauguradas na vida da Virgem Maria e de todos os santos.

Fortalecidos pela graça divina, continuemos firmes na fé, alegres na esperança e solícitos na caridade. Amém.

Rezando com os Salmos (Sl 8)

 


Deus nos criou por amor


“- 1 Ao maestro do coro. Segundo a melodia de ‘os lagares’.

Salmo de Davi. 

2 Ó Senhor nosso Deus, como é grande
Vosso nome por todo o universo! 

– Desdobrastes nos céus Vossa glória
com grandeza, esplendor, majestade. 
=3 O perfeito louvor Vos é dado
pelos lábios dos mais pequeninos,
de crianças que a mãe amamenta. 

– Eis a força que opondes aos maus,
reduzindo o inimigo ao silêncio. 
4 Contemplando estes céus que plasmastes
e formastes com dedos de artista; 

– vendo a lua e estrelas brilhantes,
5 perguntamos: ‘Senhor, quem é o homem,
– para dele assim Vos lembrardes  
e o tratardes com tanto carinho?’ 

6 Pouco abaixo de Deus o fizestes,
coroando-o de glória e esplendor; 
7 Vós lhe destes poder sobre tudo,
Vossas obras aos pés lhe pusestes: 

8 as ovelhas, os bois, os rebanhos,
todo o gado e as feras da mata; 
9 passarinhos e peixes dos mares,
todo ser que se move nas águas. 

10 Ó Senhor nosso Deus, como é grande
Vosso nome por todo o universo!”

Com este Salmo (Sl 8), estamos diante de mais um belo poema de Davi, em que somos convidados a celebrar a majestade, a grandeza e a bondade divinas, sobretudo no amor que tem para conosco, dentro da obra da criação, expressa na grandeza e vastidão de todo o Universo.

Ressalta-se a importância que temos aos olhos de Deus, no entanto não nos dispensa de total cuidado com toda a obra da criação, pois tudo está interligado, numa necessária ecologia integral, como tem nos falado o Papa Francisco.

Deste modo, vemos quão grande é a nossa responsabilidade, como obras do Criador, no cuidado da humanidade e de toda a criação.

Concluímos com as palavras do Apóstolo Paulo aos Efésios:

Ele pôs tudo sob os Seus pés e fez d’Ele, que está acima de tudo, o Cabeça da Igreja (Ef 1,22).

 

Rezando com os Salmos (Sl 7)

 


Serenidade e confiança em Deus (Salmo 7)
 
“-1Lamentação. De Davi. Ele a cantou para O Senhor, a propósito de Cuch, o benjamita.

-2 Senhor meu Deus, em Vós procuro o meu refúgio:
vinde salvar-me do inimigo, libertai-me!
-3 Não aconteça que agarrem minha vida
como um leão que despedaça a sua presa,
sem que ninguém venha salvar-me e libertar-me!
 
-4 Senhor Deus, se algum mal eu pratiquei,
se manchei as minhas mãos na iniquidade,
-5 se acaso fiz o mal a meu amigo,
eu que poupei quem me oprimia sem razão;
 
-6 que o inimigo me persiga e me alcance,
que esmague minha vida contra o pó,
e arraste minha honra pelo chão!
-7 Erguei-vos, ó Senhor, em vossa ira;
levantai-vos contra a fúria do inimigo!
 
– Levantai-vos, defendei-me no juízo,
porque vós já decretastes a sentença!
-8 Que vos circunde a assembleia das nações;
tomai vosso lugar acima dela!
-9 O Senhor é o juiz dos povos todos.
 
– Julgai-me, Senhor Deus, como eu mereço
e segundo a inocência que há em mim!
-10 Ponde um fim à iniquidade dos perversos,
e confirmai o vosso justo, ó Deus-justiça,
vós que sondais os nossos rins e corações.
 
-11 O Deus vivo é um escudo protetor,
e salva aqueles que têm reto coração.
-12 Deus é juiz, e ele julga com justiça,
mas é um Deus que ameaça cada dia.
 
-13 Se para ele o coração não converterem,
preparará a sua espada e o seu arco,
e contra eles voltará as suas armas.
-14 Setas mortais ele prepara e os alveja,
e dispara suas flechas como raios.
 
-15 Eis que o ímpio concebeu a iniquidade,
engravidou e deu à luz a falsidade.
-16 Um buraco ele cavou e aprofundou,
mas ele mesmo nessa cova foi cair.
 
-17 O mal que fez lhe cairá sobre a cabeça,
recairá sobre seu crânio a violência!
-18 Mas eu darei graças a Deus que fez justiça,
e cantarei salmodiando ao Deus Altíssimo.”
 
O Salmo 7 nos apresenta a oração do justo caluniado, que nos convida a confiar em Deus, mantendo a serenidade necessária, certos de que Deus fará justiça no tempo oportuno, como fala a Carta de São Tiago – “Eis que o Juiz está às portas” (Tg 5,9).
 
Retomemos o Sermão das Bem-Aventuranças, para continuar nossa oração (Mt 5,1-12), sobretudo os versículos finais:
 
“Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque grande é a vossa recompensa nos céus; pois deste modo perseguiram os profetas que vos precederam.”  (cf. Mt 5,11-12).
 

Rezando com os Salmos (Sl 6)

 


Nas provações, supliquemos, confiantes, ao Senhor 

“ –1 Do mestre de canto. Com instrumentos de corda.

Sobre a oitava. De Davi.

2 Repreendei-me, Senhor, mas sem ira;
corrigi-me, mas não com furor!
=3 Piedade de mim: estou enfermo
e curai o meu corpo doente!
4 Minha alma está muito abatida!

= Até quando, Senhor, até quando.?
5 Oh! voltai-vos a mim e poupai-me,
e salvai-me por vossa bondade!

6 Porque, morto, ninguém vos recorda;
pode alguém vos louvar no sepulcro?

=7 Esgotei-me de tanto gemer,
banho o leito em meu pranto de noite,
minha cama inundei com as lágrimas!
–8 Tenho os olhos turvados de mágoa,
fiquei velho de tanto sofrer!

9 Afastai-vos de mim, malfeitores,
porque Deus escutou meus soluços!
10 O Senhor escutou meus pedidos;
o Senhor acolheu minha prece!
11 Apavorem-se os meus inimigos;
com vergonha, se afastem depressa!”

Com o Salmo (Sl 6), podemos rezar a Deus, sobretudo nos momentos de aflição, a Ele pedindo clemência.

Jesus, também na agonia, elevou ao Pai uma súplica confiante e nos ensinou a também o mesmo fazer  - “Agora sinto-me angustiado. Pai, livra-me desta hora (Jo 12,27).

“Vinde, ó Deus em meu auxílio.

Socorrei-me sem demora.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.

Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia!”

 

Rezando com os Salmos (Sl 5)

 


Ajudai-nos, ó Deus, suplicamos
 
“–1 Do mestre de canto para flautas. Salmo. De Davi.
–2 Escutai, ó Senhor Deus, minhas palavras,
atendei o meu gemido!
–3 Ficai atento ao clamor da minha prece,
ó meu Rei e meu Senhor!
 
–4 É a vós que eu dirijo a minha prece;
de manhã já me escutais!
– Desde cedo eu me preparo para vós,
e permaneço à vossa espera.
 
–5 Não sois um Deus a quem agrade a iniquidade,
não pode o mau morar convosco;
–6 nem os ímpios poderão permanecer
perante os vossos olhos.
 
–7 Detestais o que pratica a iniquidade
e destruís o mentiroso.
– Ó Senhor, abominais o sanguinário,
o perverso e enganador.
 
–8 Eu, porém, por vossa graça generosa,
posso entrar em vossa casa.
– E, voltado reverente ao vosso templo,
com respeito vos adoro.
 
–9 Que me possa conduzir vossa justiça,
por causa do inimigo!
– À minha frente aplainai vosso caminho,
e guiai meu caminhar!
 
–10 Não há, nos lábios do inimigo, lealdade:
seu coração trama ciladas;
– sua garganta é um sepulcro escancarado
e sua língua é lisonjeira.
 
–12 Mas exulte de alegria todo aquele
que em vós se refugia;
– sob a vossa proteção se regozijem,
os que amam vosso nome!
 
–13 Porque ao justo abençoais com vosso amor,
e o protegeis como um escudo!”
 
O Salmo 5 (Sl 5,2-10.12-13) é uma oração que podemos fazer pela manhã, suplicando a ajuda divina para vencermos a batalha cotidiana, contando sempre com a força e proteção divinas.
 
Cremos que, se acolhermos interiormente a Palavra de Cristo, n’Ele exultaremos de alegria eternamente, e jamais seremos desapontados, pois como falou o apóstolo Paulo, com Cristo somos mais que vencedores:
 
“Mas em todas essas coisas, somos bem mais que vencedores, graças Àquele que nos amou.
 
Pois estou convencido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem os poderes, nem a altura, nem a profundeza, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do Amor de Deus, manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor” (cf. Rm 8,37-39).
 
 

Rezando com os Salmos (Sl 4)

 


                Ação de Graças a Deus em todo o tempo  (Sl 4)

“- 1 Do mestre de canto. Com instrumentos de cordas. 
Salmo de Davi.

=2 Quando eu chamo, respondei-me, ó meu Deus, minha justiça!

Vós que soubestes aliviar-me nos momentos de aflição,
atendei-me por piedade e escutai minha oração!

–3 Filhos dos homens, até quando fechareis o coração *
Por que amais a ilusão e procurais a falsidade?
–4 Compreendei que nosso Deus faz maravilhas por seu servo,
e que o Senhor me ouvirá quando lhe faço a minha prece!

–5 Se ficardes revoltados, não pequeis por vossa ira;
meditai nos vossos leitos e calai o coração!

–6 Sacrificai o que é justo, e ao Senhor oferecei-o;
confiai sempre no Senhor, ele é a única esperança!
–7 Muitos há que se perguntam: 'Quem nos dá felicidade?'
Sobre nós fazei brilhar o esplendor de vossa face!

–8 Vós me destes, ó Senhor, mais alegria ao coração,
do que a outros na fartura do seu trigo e vinho novo.

–9 Eu tranquilo vou deitar-me e na paz logo adormeço,
pois só vós, ó Senhor Deus, dais segurança à minha vida!”

Por meio da oração, sentimos a presença de Deus, e com Ele, podemos dialogar, apresentar nossas inquietações, aflições, angústias, desafios. Também, podemos e devemos agradecer por Sua presença e ação em nosso favor, que Sua misericórdia revela a nós o esplendor de Sua divina face.

Em todo o tempo, demos graças a Deus, pois o Senhor fez por nós maravilhas, por meio de Jesus Cristo, o amado Filho, ressuscitando dos mortos, e do alto, em Seu nome, enviando-nos o Espírito, a fim de que não ficássemos órfãos (cf. Jo 14,18-23).

No silêncio e na ausência das palavras, acolhamos a Palavra da Palavra, Jesus Cristo, o Verbo de Deus que se fez Carne e habitou entre nós. Amém. (cf. Jo 1,14).

 

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