quarta-feira, 9 de abril de 2025

Rezando com os Salmos (Sl 4)

 


                Ação de Graças a Deus em todo o tempo  (Sl 4)

“- 1 Do mestre de canto. Com instrumentos de cordas. 
Salmo de Davi.

=2 Quando eu chamo, respondei-me, ó meu Deus, minha justiça!

Vós que soubestes aliviar-me nos momentos de aflição,
atendei-me por piedade e escutai minha oração!

–3 Filhos dos homens, até quando fechareis o coração *
Por que amais a ilusão e procurais a falsidade?
–4 Compreendei que nosso Deus faz maravilhas por seu servo,
e que o Senhor me ouvirá quando lhe faço a minha prece!

–5 Se ficardes revoltados, não pequeis por vossa ira;
meditai nos vossos leitos e calai o coração!

–6 Sacrificai o que é justo, e ao Senhor oferecei-o;
confiai sempre no Senhor, ele é a única esperança!
–7 Muitos há que se perguntam: 'Quem nos dá felicidade?'
Sobre nós fazei brilhar o esplendor de vossa face!

–8 Vós me destes, ó Senhor, mais alegria ao coração,
do que a outros na fartura do seu trigo e vinho novo.

–9 Eu tranquilo vou deitar-me e na paz logo adormeço,
pois só vós, ó Senhor Deus, dais segurança à minha vida!”

Por meio da oração, sentimos a presença de Deus, e com Ele, podemos dialogar, apresentar nossas inquietações, aflições, angústias, desafios. Também, podemos e devemos agradecer por Sua presença e ação em nosso favor, que Sua misericórdia revela a nós o esplendor de Sua divina face.

Em todo o tempo, demos graças a Deus, pois o Senhor fez por nós maravilhas, por meio de Jesus Cristo, o amado Filho, ressuscitando dos mortos, e do alto, em Seu nome, enviando-nos o Espírito, a fim de que não ficássemos órfãos (cf. Jo 14,18-23).

No silêncio e na ausência das palavras, acolhamos a Palavra da Palavra, Jesus Cristo, o Verbo de Deus que se fez Carne e habitou entre nós. Amém. (cf. Jo 1,14).

 

Rezando com os Salmos (Sl 3)

 


 

Confiemos na proteção divina (Sl 3)
 
“– 1 – Salmo de Davi quando fugia de Absalão.
2 Quão numerosos, ó Senhor, os que me atacam;
quanta gente se levanta contra mim!
–3 Muitos dizem, comentando a meu respeito:
“Ele não acha a salvação junto de Deus!”
 
–4 Mas sois Vós o meu escudo protetor,
a minha glória que levanta minha cabeça!
–5 Quando eu chamei em alta voz pelo Senhor,
do Monte santo ele me ouviu e respondeu.
 
–6 Eu me deito e adormeço bem tranquilo;
acordo em paz, pois o Senhor é meu sustento.
–7 Não terei medo de milhares que me cerquem
e furiosos se levantem contra mim.
 
= Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!
8 Vós que feristes em seu rosto os que me atacam,
e quebrastes aos malvados os seus dentes.
–9 Em vós, Senhor, nós encontramos salvação;
e repouse a vossa bênção sobre o povo!”
 
Rezemos o Salmo 3 (Sl 3), e professemos nossa fé em Jesus Cristo que morrendo, adormeceu e ergueu-se do sono da morte, porque o Senhor era o seu protetor, como nos afirma o Bispo e Mártir, Santo. Irineu (séc II).
 
Clamemos ao Senhor com a voz do coração, com toda a confiança, pois Ele jamais nos desampara. Conosco está em todos os momentos, favoráveis ou adversos. Amém.
 

Rezando com os Salmos (Sl 2)

 


Confiemos n'Aquele que tanto nos amou
 
“1 Por que os povos agitados se revoltam?
por que tramam as nações projetos vãos?
2 Por que os reis de toda a terra se reúnem,
e conspiram os governos todos juntos
contra o Deus onipotente e o seu Ungido?
 
3 ‘Vamos quebrar suas correntes’, dizem eles,
‘e lançar longe de nós o seu domínio!’
Ri-se deles o que mora lá nos céus;
zomba deles o Senhor onipotente.
5 Ele, então, em sua ira os ameaça,
e em seu furor os faz tremer, quando lhes diz:
 
6 ‘Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei,
e em Sião, meu monte santo, o consagrei!’
7 O decreto do Senhor promulgarei,
foi assim que me falou o Senhor Deus:
‘Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!
 
8 Podes pedir-me, e em resposta eu te darei
por tua herança os povos todos e as nações, 
e há de ser a terra inteira o teu domínio.
9 Com cetro férreo haverás de dominá-los, 
e quebrá-los como um vaso de argila!’
 
10 E agora, poderosos, entendei;
soberanos, aprendei esta lição:
11 Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória
e prestai-lhe homenagem com respeito!
 
12 Se o irritais, perecereis pelo caminho,
pois depressa se acende a sua ira!
Felizes hão de ser todos aqueles
que põem sua esperança no Senhor!
 
Este Salmo (Sl 2), tanto a tradição judaica como a cristã, o consideram como messiânico, da mesma forma que o Salmo 110, do qual poderia depender. Suas perspectivas são messiânicas e escatológicas (cf. nota da Bíblia de Jerusalém).
 
Um convite a que confiemos plenamente em Deus e em Sua onipotência, em todos os momentos, favoráveis ou adversos, na fidelidade a Jesus, nosso Rei e Salvador, Senhor de todo o Universo, a quem damos toda a honra, glória, poder e louvor.
 
Retomemos a passagem da Carta de São Paulo aos Romanos, para continuarmos nossa reflexão (Rm 8, 31-38) – “Mas em tudo isto somos mais que vencedores, graças Àquele que nos amou” (Rm 8,37).
 
Oportunas as palavras do Comentário ao Salmo 2, escrito pelo bispo e doutor Santo Agostinho (Séc. V):
 
“Quando em breve se inflamar a Sua cólera, felizes todos os que n’Ele confiam”, isto é, quando vier o castigo preparado para os ímpios e pecadores, não atingirá os que confiam no Senhor e ainda lhes será de grande utilidade, instruindo-os e exaltando-os em vista do reino...”  Amém.

Rezando com os Salmos (Sl 1)

 


Rezando com os Salmos (Sl 1)

“–1 Feliz é todo aquele que não anda
conforme os conselhos dos perversos; 
– que não entra no caminho dos malvados,
nem junto aos zombadores vai sentar-se; 
2 mas encontra seu prazer na lei de Deus
e a medita, dia e noite, sem cessar.

3 Eis que ele é semelhante a uma árvore
que à beira da torrente está plantada; 
= ela sempre dá seus frutos a seu tempo,
e jamais as suas folhas vão murchar.
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar,

=4 mas bem outra é a sorte dos perversos.
Ao contrário, são iguais à palha seca
espalhada e dispersada pelo vento.

5 Por isso os ímpios não resistem no juízo
nem os perversos, na assembleia dos fiéis. 
6 Pois Deus vigia o caminho dos eleitos,
mas a estrada dos malvados leva à morte.”

Segundo Autor do séc. II, “felizes aqueles que, pondo toda a sua esperança na Cruz, desceram até a água do batismo”. E conforme o bispo e doutor Santo Agostinho (séc. V) – “Cristo, de fato, veio pelo caminho dos pecadores, ao nascer como os pecadores, mas não se deteve, porque não o retiveram as seduções do mundo…”.

Oremos:

Ó Deus, concedei-nos a divina Sabedoria, para trilharmos o caminho de santidade, em permanente atitude de conversão, vencendo a cada dia as tentações que nos roubem a liberdade e a verdadeira felicidade que tão somente de vós pode vir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.

 

terça-feira, 8 de abril de 2025

Em poucas palavras...

 


Santos e pecadores o somos

“Não há santos sem passado, nem pecadores sem futuro" (1)

 

(1) Frase frequentemente atribuída ao Cardeal François-Xavier Nguyên Vân Thuân, um cardeal vietnamita.

Em Jesus, Céu e terra se encontram...

                                                                           

Em Jesus, Céu e terra se encontram...

“Cá embaixo e lá em cima,
encontram-se na Cruz, não por
uma explosão, mas por um abraço”

A Liturgia da terça-feira da quinta semana da Quaresma nos apresenta como leituras: Nm 21,4-9; Sl 101,2-3.16,21 e Jo 8,21-30.

A passagem do Livro dos Números, que retrata a caminhada de Israel no deserto, momentos marcados pela desconfiança e descontentamento da parte do povo para com Deus: 

“Diz-se que, para Deus, foi mais fácil fazer sair Israel do Egito, do que o Egito do coração de Israel. Quando desaparece do horizonte a meta da liberdade, então surge a saudade da escravidão; quando já não se pensa nos grandes ideais que estão em frente, então chora-se os pequenos prazeres do passado; quando não se é capaz de perceber os sinais da bondade de Deus, então murmura-se contra tudo e contra todos. Deus detesta isto e castiga o Seu Povo, mas embora castigando Ele usa de misericórdia e nunca deixa fechadas as portas da esperança. “ (1)

O Salmo renova, no coração daquele que crê, a confiança em Deus, sobretudo a partir da Morte do Filho na Cruz, pois através d’Ele, Deus Se aproximou definitivamente de todos os que a Ele recorrerem com confiança: vive para sempre Aquele que passou pela Morte e intercede junto do Pai em nosso favor.

A passagem do Evangelho retrata a rejeição dos judeus para com Jesus, que Se apresenta como Aquele que vem trazer a salvação, a redenção dos pecados: “Se não acreditardes que “eu sou’, morrereis nos vossos pecados (Jo 8,24).

Não acolher Jesus como Salvador é desprezar a possibilidade de ser elevado aos céus, é ser devorado pela força gravitacional do pecado que leva inexoravelmente à morte.

O Bispo Santo Ambrósio já dizia a respeito de Jesus: “Ille in terris, ut tu in stellis”: Ele que traz o Céu à terra e eleva a terra ao Céu. Nisto consiste o Mistério Pascal: o Céu e a Terra se tocam.

“Suspenso da Cruz, elevado da terra, o Filho de Deus atrai tudo a Si. O aniquilamento coincide com Sua exaltação, a Sua Morte ignominiosa com a Sua glorificação. Já não é a serpente de bronze que dá a cura, mas é o Crucificado que dá a vida a todos os que se dirigem a Ele com fé. Cá embaixo e lá em cima, encontram-se na Cruz, não por uma explosão, mas por um abraço”. (2)

Vivamos intensamente os dias Quaresmais que nos separam do Tríduo Pascal como Tempo de graça e reconciliação.

Tempo de não nos deixarmos sucumbir pela lei gravitacional do pecado, mas abertos à Misericórdia Divina, reconciliando-nos com Deus e com nossos irmãos, sejamos envolvidos pela ternura divina, como novas criaturas.

Empenhemo-nos para “tirar o Egito” de dentro de nosso coração, sem saudades do passado, em rompimento com o pecado, para que acorramos para uma nova realidade que Deus tem para nós.

Ponhamo-nos sempre a caminho do encontro definitivo com Deus, que passa necessariamente pela fé no Senhor, que por nós na Cruz morreu, mas o Pai O Ressuscitou, enviando-nos o Espírito Santo para nos assistir, até que O contemplemos face a face.


(1) Leccionário Comentado - Quaresma/Páscoa - pág. 238.
(2) Idem - pág. 241.

Em poucas palavras...

                                                                 

“...Ó admirável poder da Cruz!” 

“...Ó admirável poder da Cruz! Ó inefável glória da Paixão! Nela se encontra o tribunal do Senhor, o julgamento do mundo, o poder do Crucificado! 

... Porque Vossa Cruz é fonte de todas as Bênçãos e origem de todas as graças. Por ela, os que creem recebem na sua fraqueza a força, na humilhação, a glória, na morte, a vida.” (1)

 

 

(1) Sermão do Papa São Leão Magno (Séc. V)

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