quarta-feira, 9 de abril de 2025

Rezando com os Salmos - Salmo 23 (24)

 


Quem entrará no santuário do Senhor?

“–1 Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra,
o mundo inteiro com os seres que o povoam;
–2 porque Ele a tornou firme sobre os mares,
e sobre as águas a mantém inabalável.

–3 'Quem subirá até o monte do Senhor,
quem ficará em Sua santa habitação?'
=4 'Quem tem mãos puras e inocente coração,
quem não dirige sua mente para o crime,
nem jura falso para o dano de seu próximo.

–5 Sobre este desce a bênção do Senhor
e a recompensa de seu Deus e Salvador'.
–6 'É assim a geração dos que o procuram,
e do Deus de Israel buscam a face'.

– 'Ó portas, levantai vossos frontões!
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas,
a fim de que o Rei da glória possa entrar!'

– Dizei-nos: 'Quem é este Rei da glória?'
'É o Senhor, o valoroso, o onipotente,
o Senhor, o poderoso nas batalhas!'

– 'Ó portas, levantai vossos frontões!
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas,
a fim de que o Rei da glória possa entrar!'
– Dizei-nos: 'Quem é este Rei da glória?'
'O Rei da glória é o Senhor onipotente,
o Rei da glória é o Senhor Deus do universo!'”.

O Salmo Sl 23 (24) nos apresenta uma solene liturgia da entrada no santuário: o Criador do Universo e também amigo da humanidade quer sempre nos acolher em laços afetuosos de ternura e amor, porque é bondoso, clemente e compassivo.

Este Salmo é uma oração de espiritualidade sacerdotal, inspirada na procissão que levou a Arca da Aliança para Jerusalém (2 Sm 5,6-10): “Diante das portas da cidade, os romeiros dialogam com os sacerdotes e com os habitantes de Jerusalém. Entrarão na cidade santa os que  têm intenção sincera, os que buscam a presença de Deus no templo. ‘Os puros de coração verão a Deus’ (cf. Mt 5,8).

Contemplamos a entrada do Senhor no templo, assim como a Sua Ascensão, quando as portas do céu se abriram para Ele, como nos disse Santo Irineu.

Este Salmo é oportuno para que rezemos como peregrinos da esperança, fazendo nossas peregrinações e romarias a diversos templos e santuários, a fim que que alcancemos a necessária indulgência e perdão de nossos pecados através do sacramento da penitência.

Concluamos com um conhecido canto:

“Senhor, quem entrará no santuário pra Te louvar?
Senhor, quem entrará no santuário pra Te louvar?

Quem tem as mãos limpas, e o coração puro, quem não é vaidoso, e sabe amar...”

Rezando com os Salmos - Salmo 22 (23)

 


Confiemos no Bom Pastor que nos conduz

“–1 O Senhor é o pastor que me conduz;
não me falta coisa alguma.
–2 Pelos prados e campinas verdejantes
ele me leva a descansar.
– Para as águas repousantes me encaminha,
3 e restaura as minhas forças.

– Ele me guia no caminho mais seguro,
pela honra do seu nome.
–4 Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,
nenhum mal eu temerei;
– estais comigo com bastão e com cajado;
eles me dão a segurança!

–5 Preparais à minha frente uma mesa,
bem à vista do inimigo,
– e com óleo vós ungis minha cabeça;
o meu cálice transborda.

–6 Felicidade e todo bem hão de seguir-me
por toda a minha vida;
– e, na casa do Senhor, habitarei
pelos tempos infinitos.”

O Salmo 22(23) é conhecido como o “Salmo do Bom Pastor”.

Cremos que Jesus é o Cordeiro Imolado e, ao mesmo tempo, o pastor que nos conduz às fontes da Água da Vida (cf. Ap 7,17).

Como ovelhas do rebanho do Senhor, devemos buscar n’Ele nossas forças para a missão que nos foi confiada, pela graça do Batismo.

No Senhor encontramos, abrigo, morada, descanso, e depositamos n’Ele toda a nossa confiança.

Concluo com as palavras do Bispo e Doutor  São João Crisóstomo (séc. V), que nos remete à passagem do Evangelho de Mateus (Mt 11,25-30), sobre a  Catequese Batismal:

 

Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso de vossos fardos e Eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso para as vossas almas. Vistes maior superabundância de bondade? Percebes a generosidade do convite? Vinde a mim – diz – todos vós que estais cansados e fatigados. Amoroso o convite! Inefável a bondade!”


Amados e conduzidos pelo Bom Pastor, Jesus Cristo, sejamos. Amém.

 

Rezando com os Salmos - Salmo 21 (22)

 


                          A súplica confiante do justo

“–1 Do mestre de canto, Sobre ‘a corça da manhã’. Salmo. De Davi.

–2 Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?
E ficais longe de meu grito e minha prece?
–3 Ó meu Deus, clamo de dia e não me ouvis,
clamo de noite e para mim não há resposta!

–4 Vós, no entanto, sois o Santo em Vosso Templo,
que habitais entre os louvores de Israel.
–5 Foi em Vós que esperaram nossos pais;
esperaram e Vós mesmo os libertastes.
–6 Seu clamor subiu a Vós e foram salvos;
em Vós confiaram e não foram enganados.

–7 Quanto a mim, eu sou um verme e não um homem;
sou o opróbrio e o desprezo das nações.
–8 Riem de mim todos aqueles que me veem,
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
–9 'Ao Senhor se confiou, Ele o liberte
e agora o salve, se é verdade que Ele o ama!'

–10 Desde a minha concepção me conduzistes,
e no seio maternal me agasalhastes.
–11 Desde quando vim à luz Vos fui entregue;
desde o ventre de minha mãe sois o meu Deus!
–12 Não fiqueis longe de mim, porque padeço;
ficai perto, pois não há quem me socorra!

–13 Por touros numerosos fui cercado,
e as feras de Basã me rodearam;
–14 escancararam contra mim as suas bocas,
como leões devoradores a rugir.

–15 Eu me sinto como a água derramada,
e meus ossos estão todos deslocados;
– como a cera se tornou meu coração,
e dentro do meu peito se derrete.

=16 Minha garganta está igual ao barro seco,
minha língua está colada ao céu da boca,
e por Vós fui conduzido ao pó da morte!
–17 Cães numerosos me rodeiam furiosos,
e por um bando de malvados fui cercado.

– Transpassaram minhas mãos e os meus pés
18 e eu posso contar todos os meus ossos.
= Eis que me olham e, ao ver-me, se deleitam!
19 Eles repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam entre si a minha túnica.

–20 Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe,
ó minha força, vinde logo em meu socorro!
–21 Da espada libertai a minha alma,
e das garras desses cães, a minha vida!

–22 Arrancai-me da goela do leão,
e a mim tão pobre, desses touros que me atacam!
–23 Anunciarei o Vosso nome a meus irmãos
e no meio da assembleia hei de louvar-Vos!

=24 Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores;
glorificai-O, descendentes de Jacó,
e respeitai-O toda a raça de Israel!

–25 Porque Deus não desprezou nem rejeitou
a miséria do que sofre sem amparo;
– não desviou do humilhado a sua face,
mas o ouviu quando gritava por socorro.

–26 Sois meu louvor em meio à grande assembleia;
cumpro meus votos ante aqueles que vos temem!
=27 Vossos pobres vão comer e saciar-se,
e os que procuram o Senhor O louvarão:
'Seus corações tenham a vida para sempre!'

–28 Lembrem-se disso os confins de toda a terra,
para que voltem ao Senhor e se convertam,
– e se prostrem, adorando, diante d’Ele,
todos os povos e as famílias das nações.

–29 Pois ao Senhor é que pertence a realeza;
Ele domina sobre todas as nações.
–30 Somente a Ele adorarão os poderosos,
e os que voltam para o pó O louvarão.
– Para Ele há de viver a minha alma,
31 toda a minha descendência há de servi-Lo;

– às futuras gerações anunciará
32 o poder e a justiça do Senhor;
– ao povo novo que há de vir, ela dirá:
'Eis a obra que o Senhor realizou!'”

 

Com o Salmo 21(22) refletimos sobre a aflição do justo e a súplica confiante a Deus por libertação. Temos a lamentação e a prece de um inocente perseguido, e que é concluída com uma ação de graças pela libertação esperada.

Lido na perspectiva da fé, vemos a Pessoa de Jesus ao morrer na Cruz, quando deu um forte grito: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 27,46):

“Próximo do poema do Servo sofredor (Is 52,13-53,12), este Salmo, cujo início Cristo pronunciou sobre a Cruz e no qual os evangelistas viram descritos diversos episódios da Paixão, é, portanto, messiânico, ao menos em sentido típico.”  (1)

Também nos enriquece esta nota sobre este Salmo:

“Oração pessoal de súplica. O inocente perseguido, vivendo profunda experiência de abandono sente-se esquecido pelo próprio Deus (cf. Mt 27,46). Na angústia, faz memória dos fatos e recorda a presença de Deus na vida dos antepassados. O fiel sente-se longe de tudo e de todos. Será que até Deus se afastou? Ele que socorre sempre quem vive à margem de tudo? Onde está a face de Deus, nessas horas angustiantes? Mas da oração suplicante brota a certeza de que Deus na realidade está presente e vai socorrer o fiel contra os inimigos violentos; vai lhe fazer justiça e devolver-lhe a tranquilidade. Javé ouve o grito do pobre e lhe revela sua face libertadora. A oração ensina a confiar, mesmo quando as trevas da injustiça parecem triunfar. Pregado na cruz, Jesus rezou este Salmo (cf. Mc 15,34).” (2)

Também nós, em momentos de provações e dificuldades, podemos e devemos rezar este Salmo, sobretudo neste tempo da Quaresma, tempo favorável de graça e salvação. Tempo de renovarmos nossa confiança incondicional em Deus, e mais perfeitamente configurados a Jesus, no Seu Mistério de Paixão, Morte e Ressurreição. Ou rezá-lo na comunhão com alguém que esteja vivendo tal realidade. Amém.

 

 

(1) Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus

(2)Bíblia Edição Pastoral – Editora Paulus

Rezando com os Salmos - Salmo 20 (21)

 


Com o Senhor Jesus, mais que vencedores

“–1 Do mestre de canto. Salmo. De Davi.

–2 Ó Senhor, em Vossa força o rei se alegra;
quanto exulta de alegria em Vosso auxílio!
–3 O que sonhou seu coração, lhe concedestes;
não recusastes os pedidos de seus lábios.

–4 Com bênção generosa o preparastes;
de ouro puro coroastes sua fronte.
–5 A vida ele pediu e Vós lhe destes
longos dias, vida longa pelos séculos.

–6 É grande a sua glória em Vosso auxílio;
de esplendor e majestade o revestistes.
–7 Transformastes o seu nome numa bênção,
e o cobristes de alegria em Vossa face.

–8 Por isso o rei confia no Senhor,
e por seu amor fiel não cairá.

–9 Que Vossa mão alcance os Vossos inimigos
e Vossa destra esmague os Vossos adversários.
–10 Colocai-os na fornalha abrasadora,
quando o fulgor de Vossa face aparecer.

– Queimai-os, ó Senhor, em Vossa ira,
devorai-os como a chama da fogueira.
–11 Da terra extirpai a sua prole
e a sua descendência dentre os homens.

–12 Pois contra Vós tramam o mal, armam ciladas,
mas nada obterão com suas tramas.
–13 Porque Vós os obrigais a pôr-se em fuga
com Vosso arco, apontando suas faces.

–14 Levantai-vos com poder, ó Senhor Deus,
e cantaremos celebrando a Vossa força!”

O Salmo 20(21) é uma Ação de Graças pela vitória do Rei:

“O povo reza agradecido pela vitória do rei, cuja força e poder são dons de Deus. Assim, as vitórias do rei são vitórias de Deus. O rei não poderá usar essa força para oprimir o povo ou implantar projetos pessoais. Ele é instrumento de Deus na construção de uma sociedade justa e fraterna. A vitória do rei é a vitória do povo.” (1)

Este Salmo o rezamos com seus acenos messiânicos e escatológicos, de modo que, ao rezá-lo, glorificamos a Jesus Cristo, o Rei e Senhor do Universo, pois como afirma Santo Irineu, o Cristo ressuscitado recebeu a vida para sempre.

Ao glorificarmos o Senhor, renovemos a alegria de sermos Seus discípulos missionários, e com Ele mais que vencedores, como nos falou o Apóstolo Paulo:

“Mas em todas essas coisas, somos bem mais que vencedores, graças Àquele que nos amou. 

Pois estou convencido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem os poderes, nem a altura, nem a profundeza, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do Amor de Deus, manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor” (cf. Rm 8,37-39).

 

 

(1) Nota da Bíblia Edição Pastoral – Editora Paulus

Rezando com os Salmos - Salmo 19 (20)

 


No Senhor está nossa confiança e salvação


“–1 Do mestre de canto. Salmo. De Davi.

“–2 Que o Senhor te escute no dia da aflição,
e o Deus de Jacó te proteja por Seu nome!
–3 Que do Seu santuário te envie Seu auxílio
e te ajude do alto, do Monte de Sião!

–4 Que de todos os teus sacrifícios se recorde,
e os teus holocaustos aceite com agrado!
–5 Atenda os desejos que tens no coração;
plenamente Ele cumpra as tuas esperanças!

=6 Com a vossa vitória então exultaremos,
levantando as bandeiras em nome do Senhor.
Que o Senhor te escute e atenda os teus pedidos!

–7 E agora estou certo de que Deus dará a vitória,
que o Senhor há de dar a vitória a Seu Ungido;
– que haverá de atendê-lo do excelso santuário,
pela força e poder de Sua mão vitoriosa.

–8 Uns confiam nos carros e outros nos cavalos;
nós, porém, somos fortes no nome do Senhor.
–9 Todos eles, tombando, caíram pelo chão;
nós ficamos de pé e assim resistiremos. –

–10 Ó Senhor, dai vitória e salvai o nosso rei,
e escutai-nos no dia em que nós vos invocarmos.”

O Salmo 19(20) é uma oração pela vitória do rei quando parte para a guerra.

Trata-se de uma oração de espiritualidade régia, e o Salmo se  inspira nas ações políticas de Davi (cf. 2 Sm22):

“Cabe ao rei, condutor político que é do povo de Deus, usar suas capacidades para promover a paz, a justiça e o direito. Ele não deve buscar fama, prestígio ou privilégios pessoais, abusando do poder. Há de ser o primeiro a invocar a presença de Javé no meio do povo.  E o rei, para realizar o projeto de Javé, observará seus caminhos e leis, mantendo mãos puras e integridade nas decisões...” (1)

Oremos com confiança no nome do Senhor, e seremos salvos, como lemos nos Atos dos Apóstolos (At 2,21).

Portanto, elevemos a Deus orações por todas as lideranças, para que sejam fiéis na missão que lhes foi confiada, para que se empenhem em favor do bem comum, na promoção da autêntica paz, justiça e fraternidade.

(1) Nota da Bíblia Edição Pastoral – Editora Paulus

Rezando com os Salmos - Salmo 18 (19)

 


Bendito seja Deus que nos criou por amor


“– 1 Do mestre de canto. Salmo. De Davi.

– 2Os céus proclamam a glória do Senhor, *
e o firmamento, a obra de Suas mãos;
– 3 o dia ao dia transmite esta mensagem, *
a noite à noite publica esta notícia.

– 4Não são discursos nem frases ou palavras, *
nem são vozes que possam ser ouvidas;
– 5 Seu som ressoa e se espalha em toda a terra, *
chega aos confins do universo a Sua voz.

– 6 Armou no alto uma tenda para o sol; *
Ele desponta no céu e se levanta
– como um esposo do quarto nupcial, *
como um herói exultante em seu caminho.

– 7 De um extremo do céu põe-se a correr *
e vai traçando o seu rastro luminoso,
– até que possa chegar ao outro extremo, *
e nada pode fugir ao seu calor.

–8 A lei do Senhor Deus é perfeita, *
conforto para a alma!
– O testemunho do Senhor é fiel, *
sabedoria dos humildes.

–9 Os preceitos do Senhor são precisos, *
alegria ao coração.
– O mandamento do Senhor é brilhante, *
para os olhos é uma luz.

–10 É puro o temor do Senhor, *
imutável para sempre.
– Os julgamentos do Senhor são corretos *
e justos igualmente.

–11 Mais desejáveis do que o ouro são eles, *
do que o ouro refinado.
– Suas palavras são mais doces que o mel, *
que o mel que sai dos favos.

–12 E Vosso servo, instruído por elas, *
se empenha em guardá-las.
–13 Mas quem pode perceber suas faltas? *
Perdoai as que não vejo!

–14 E preservai o Vosso servo do orgulho: *
não domine sobre mim!
– E assim puro, eu serei preservado *
dos delitos mais perversos.

–15 Que Vos agrade o cantar dos meus lábios *
e a voz da minha alma;
– que ela chegue até Vós, ó Senhor, *
meu Rochedo e Redentor!

Rezando o Salmo 18 (19), louvamos a Deus Criador e Senhor da Lei e a Ele glorificamos, pois nos criou por amor e nos concedeu a obra da criação.

Ainda mais, por amor, nos enviou o Seu Amado Filho, o Sol Nascente, que nasceu do alto e veio nos visitar, para dirigir os nossos passos no caminho da paz (cf. Lc 1,78.79), e nos ensinar a viver a Lei do Amor. Deste modo, sejamos perfeitos como o nosso Pai celeste é perfeito (cf. Mt 5, 48).

Concluímos rezando a oração cristã  da criação, apresentada pelo Papa Francisco na Encíclica Laudato Si:

 

“Nós Vos louvamos, Pai,
com todas as vossas criaturas,
que saíram da Vossa mão poderosa.
São Vossas e estão repletas da Vossa presença
e da Vossa ternura.
Louvado sejais!
 
Filho de Deus, Jesus,
por Vós foram criadas todas as coisas.
Fostes formado no seio materno de Maria,
fizestes-Vos parte desta terra,
e contemplastes este mundo
com olhos humanos.
Hoje estais vivo em cada criatura
com a Vossa glória de ressuscitado.
Louvado sejais!
 
Espírito Santo, que, com a Vossa luz,
guiais este mundo para o amor do Pai
e acompanhais o gemido da criação,
Vós viveis também nos nossos corações
a fim de nos impelir para o bem.
Louvado sejais!
 
Senhor Deus, Uno e Trino,
comunidade estupenda de amor infinito,
ensinai-nos a contemplar-Vos
na beleza do universo,
onde tudo nos fala de Vós.
Despertai o nosso louvor e a nossa gratidão
por cada ser que criastes.
Dai-nos a graça de nos sentirmos
intimamente unidos
a tudo o que existe.

Deus de amor,
mostrai-nos o nosso lugar neste mundo
como instrumentos do vosso carinho
por todos os seres desta terra,
porque nem um deles sequer
é esquecido por Vós.

Iluminai os donos do poder e do dinheiro
para que não caiam no pecado da indiferença,
amem o bem comum, promovam os fracos,
e cuidem deste mundo que habitamos.

Os pobres e a terra estão bradando:
Senhor, tomai-nos
sob o Vosso poder e a Vossa luz,
para proteger cada vida,
para preparar um futuro melhor,
para que venha o Vosso Reino
de justiça, paz, amor e beleza.
Louvado sejais!
Amém”. (1)



(1) Encíclica “Laudato Si” – Papa Francisco (n. 246)


Rezando com os Salmos - Salmo 16(17)

 


                   “Salvai-me, ó Senhor”    Salmo 16(17)

“–1 Ó Senhor, ouvi a minha justa causa,
escutai-me e atendei o meu clamor!
– Inclinai o Vosso ouvido à minha prece,
pois não existe falsidade nos meus lábios!
–2 De Vossa face é que me venha o julgamento,
pois Vossos olhos sabem ver o que é justo.

=3 Provai meu coração durante a noite,
visitai-o, examinai-o pelo fogo,
mas em mim não achareis iniquidade.
–4 Não cometi nenhum pecado por palavras,
como é costume acontecer em meio aos homens.

– Seguindo as palavras que dissestes,
andei sempre nos caminhos da Aliança.
–5 Os meus passos eu firmei na Vossa estrada,
e por isso os meus pés não vacilaram.

–6 Eu Vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis,
inclinai o Vosso ouvido e escutai-me!
=7 Mostrai-me Vosso amor maravilhoso,
Vós que salvais e libertais do inimigo
quem procura a proteção junto de Vós.

–8 Protegei-me qual dos olhos a pupila
e guardai-me, à proteção de Vossas asas,
–9 longe dos ímpios violentos que me oprimem,
dos inimigos furiosos que me cercam.

–10 A abundância lhes fechou o coração,
em sua boca há só palavras orgulhosas.
–11 Os seus passos me perseguem, já me cercam,
voltam seus olhos contra mim: vão derrubar-me,
–12 como um leão impaciente pela presa,
um leãozinho espreitando de emboscada.

–13 Levantai-Vos, ó Senhor, contra o malvado,
com Vossa espada abatei-o e libertai-me!
–14 Com Vosso braço defendei-me desses homens,
que já encontram nesta vida a recompensa.

= Saciais com Vossos bens o ventre deles,
e seus filhos também hão de saciar-se
e ainda as sobras deixarão aos descendentes.
–15 Mas eu verei, justificado, a Vossa face
e ao despertar me saciará Vossa presença.”

O Salmo 16 (17) é um clamor do justo a Deus, pela perseguição dos ímpios sofrida, e pode expressar a vida de tantos no testemunho da fé e fidelidade aos preceitos divinos.

Como o Salmista, não podemos perder a confiança em Deus, tampouco abandonar o caminho da retidão, verdade e justiça, procurando estar de coração e consciência limpas.

Neste sentido, vigilância e oração se fazem necessárias para que se alcance a perfeita coerência entre o que se crê e o que se vive.

E como discípulos missionários do Senhor, a Ele nos voltemos com o coração pleno de confiança e serenidade, Ele que nos dias de Sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, e pelo Pai foi atendido (Hb 5,7). Amém.

 

Quem sou eu

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG