segunda-feira, 7 de abril de 2025
A confiança dos inocentes na ação divina
A confiança dos inocentes na ação divina
Na segunda-feira da quinta semana do Tempo da Quaresma, ouvimos a passagem do Livro do Profeta Daniel (Dn 13,1-9.15-17.19-30.33-62), que nos apresenta o testemunho de fidelidade da bela e jovem Suzana (origem do hebraico, que significa lírio, açucena).
Como bem sabemos, ela foi insidiada por dois juízes anciãos de Israel, no tempo do Exílio na Babilônia.
Trata-se de um relato fruto da mais fina psicologia, com uma notável tensão progressiva até ao ensinamento didático que se pretende transmitir: o triunfo da inocência sobre a maldade.
Quanto à sua redação, remonta provavelmente ao século I a.C., e reflete a polêmica contra os saduceus e as autoridades políticas e religiosas desse tempo.
Com a narração, vemos a condenação amarga e maldosa dos chefes perversos e mentirosos, afastados de Deus e indignos de sua missão como guias do povo.
A atitude confiante de Suzana no Senhor reflete a confiança dos pobres e pequeninos em Deus, que defende os inocentes e nunca os abandona, porque têm tão somente n’Ele a esperança.
Suas palavras: – “Prefiro cair nas vossas mãos sem ter feito nada, a pecar na presença do Senhor”, é o grito dos mártires Macabeus e a mais bela expressão dos seus heroicos sentimentos, séculos mais tarde.
A jovem, sem nenhum apoio humano, com a consciência inocente, conta com a intervenção de Deus na pessoa e palavras de Daniel, como nos revela a passagem.
Experimenta a intervenção divina, que sempre se manifesta de modo surpreendente, invertendo uma situação aparentemente irreversível.
Este relato bíblico remete a ontem, hoje e em todos os tempos àqueles que procuram manter viva a fé em sintonia com a vida, em absoluta confiança em Deus, mantendo firme esperança em Sua Palavra, que nos impele ao relacionamento profundo e fecundo de amor.
Concluindo, lembramos a passagem do Evangelho de João (Jo 8,1-11), sobre a pecadora surpreendida em adultério, e a ação misericordiosa em seu favor, desmascarando a hipocrisia dos escribas e fariseus, escondidos em sua falsidade.
Por sua atualidade, pode ser também uma página iluminadora para refletirmos sobre o sofrimento dos inocentes; as injustiças cometidas contra os pobres de todos os tempos; e de modo especial toda e qualquer forma de violência cometida contra a mulher, em sua pecaminosa expressão – o feminicídio.
Fonte de pesquisa:
Lecionário Comentado – Volume Quaresma-Páscoa - Editora Paulus - Lisboa – 2011 - pp. 232-233
Comentários à Bíblia Litúrgica – Gráfica Coimbra 2 – pp.681-682
domingo, 6 de abril de 2025
“Vá e não peques mais” (VDTQC)
“A mísera e a misericórdia” (VDTQC)
Em poucas palavras... (VDTQC)
O encontro da mísera com a misericórdia
“Não
podia encontrar expressão mais bela e coerente do que esta, para fazer
compreender o mistério do amor de Deus quando vem ao encontro do pecador:
‘Ficaram apenas eles dois: a mísera
e a misericórdia’”.
(1) Carta Apostólica “Misericordia
et misera” – Papa Francisco por ocasião do encerramento do Ano Santo
da Misericórdia (2016), comentando a passagem do Evangelho sobre a adúltera
perdoada (Jo 8,1-11).
Em poucas palavras... (VDTQC)
Misericórdia divina: um crédito de confiança
“Pela misericórdia, o passado do homem pecador não mais existe; ele pode recomeçar tudo. Pode alguém sentir-se chocado com este contínuo falar de misericórdia e de perdão...
Deus não fecha os olhos com complacente paternalismo, mas abre novo crédito de confiança a nossas responsabilidades e dá a garantia de vencer o mal com bem. Renova assim no pecador a alegria de viver.” (1)
(1) Comentário do Missal Cotidiano - Editora Paulus - pág. 222 - sobre a passagem do Livro de Miqueias (Mq7,14-15.18-20)
Reflexão apropriada para a passagem do Evangelho de João (Jo 8,1-11)







