sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
Divórcio do coração
Divórcio do coração
“Do divórcio do coração, livrai-nos Senhor”
Nas passagens dos Evangelhos (Mc 10,1-12; Mt 19,3-12), Jesus ratifica a indissolubilidade do Sacramento do Matrimônio.
Para aprofundamento deste tema, apresento uma reflexão aos casais, e a quantos possa interessar, para acender uma fagulha de luz, iluminando a sagrada missão de santificar nossas famílias, e redescobrir caminhos para menos divórcios do coração, e assim, a família cumpra sua missão, não obstante todas as dificuldades e ventos contrários.
“Quantos casais, neste sentido, vivem há anos num divórcio prático, ratificado e consumado, isto é, querido e atuado? Quando, por exemplo, entre marido e mulher não se tem nem a vontade de se perdoar, de se reconciliar, quando reina a indiferença, é divórcio de fato, do coração. É o repúdio sem formulações legais! O mandamento de Deus está violado, não se é mais ‘uma só carne’.
Fala-se muito dos terríveis males do divórcio jurídico: mulheres condenadas à solidão, filhos destruídos psicologicamente pela escolha penosa que devem fazer entre a própria mãe e o próprio pai.
Conheço uma criança nesta situação; depois que vi seus olhos, não preciso mais ouvir conferências sobre os males do divórcio: os vi todos estampados naqueles olhos de passarinho ferido.
Mas os males deste outro divórcio são, talvez, muito menores para a sociedade e para os filhos? Há tantos meninos desnorteados, drogados, violentos que não são filhos de divorciados casados de novo; são filhos de pais que vivem no divórcio do coração, que brigam, se ofendem ou se calam obstinadamente, reduzindo assim a família a um tenebroso inferno.
‘O homem não separe’ significa sim: a lei humana não separe; mas significa também, e antes de tudo: o marido não separe a mulher de si, a mulher não separe de si o marido.
É bem pouco o que se pode fazer depois que este divórcio aconteceu há anos. Mas muito, porém, se pode fazer no início para impedir que o divórcio aconteça.
Jesus lembra a unidade: ‘não serão senão uma só carne’, isto é, quase uma só pessoa, com a concórdia nos mesmos projetos e sentimentos; implicitamente inculca a construir sobre a unidade e renová-la cada dia. Como?
Procurando resolver logo que surgem os problemas, as incompreensões, as friezas. ‘Não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento’ (Ef 4,26); esta recomendação do apóstolo, aplicada para os cônjuges, soa assim: antes do sol se deitar fazei as pazes; significa que não se pode deitar sem ser perdoados, nem que seja só com um olhar.
Depois a confiança recíproca; esta é como um lubrificante: falar, comunicar as próprias dificuldades e também as próprias tentações. Se a gente dissesse ao próprio cônjuge aquilo ou parte daquilo que se diz ao confessor ou se escreve ao diretor de certas revistas, quantos problemas seriam resolvidos! Enquanto há confiança recíproca, o divórcio fica longe.
A expressão ‘uma só carne’ lembra veladamente e outro meio humano para evitar o divórcio do coração: fazer da união sexual um momento de autêntica doação, abandono, humildade, de modo que sirva para restabelecer a paz e a confiança recíproca.
Continuar a ver sempre na mulher, como sugere a Bíblia, também depois que passaram os anos ‘ a mulher da própria juventude’ e no marido o homem da própria juventude, isto é, o ser que te deu sua juventude (cf. Pr 5,18).
Devemos nos convencer de que tudo isto não basta e que são necessários os meios espirituais: sacrifício e oração. Se o matrimônio encontra tanta dificuldade de se manter unido, é porque enfraqueceu o espírito de sacrifício e se quer só receber do outro, antes de dar ao outro.
A Oração! A melhor é aquela feita juntos, marido e mulher. Mas a ela acrescentemos hoje também a oração comunitária: rezemos pelos casais e para aqueles que estão se encaminhando ao matrimônio; que o Senhor afaste deles o divórcio do coração”.
Sem dúvida, esta reflexão é de grande contributo, para que todos os lares sejam candelabros, onde a luminosidade divina não falte, ainda que a família passe por momentos difíceis, provações, inquietações.
Unamo-nos em oração e nos diversos trabalhos realizados pela Igreja em prol da Família, como tão bem nos exortou o Papa Francisco na Exortação – “Amoris Laetitia”.
Tenhamos sempre a Sagrada Família como modelo, inspiração e a ela recorramos sempre, para santificar e solidificar nossas famílias na rocha da Palavra, que é o próprio Jesus, Nosso Senhor (Mt 7, 21-27).
O Verbo Se faz Carne - Raniero Cantalamessa - Editora Ave Maria - 2013 - pp.447-448
“Maria, discípula e missionária do Senhor”
"Maria, discípula missionária do Senhor"
Maria é a discípula mais perfeita do Senhor, porque
é a máxima realização da existência cristã, em plena relação de amor com a
Santíssima Trindade.
Maria nos ensina, portanto, a viver como “filhos
no Filho”, pela sua fé e obediência à vontade de Deus, e por sua constante
meditação da Palavra e das ações de Jesus, na abertura ao sopro do Espírito
Santo.
Maria é a interlocutora do Pai, em Seu projeto de
enviar Seu Verbo para a salvação da humanidade, e com sua fé chega a ser o
primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo, e também se faz
colaboradora no renascimento espiritual dos discípulos.
Maria é a figura de mulher livre e forte, que emerge do
Evangelho, conscientemente orientada para o verdadeiro seguimento de Cristo,
porque viveu completamente toda a peregrinação da fé como mãe de Cristo,
procurando sintonia plena com o Projeto do Pai.
Maria é a Virgem de Nazaré com uma missão única na
história da salvação, concebendo, educando e acompanhando seu Filho até Seu
sacrifício definitivo, acompanhando passo a passo, com a espada transpassando
sua alma.
Maria é aquela a quem do alto da Cruz, Jesus Cristo
confiou a Seus discípulos, representados por João, o dom da maternidade de
Maria, que brota diretamente da hora pascal de Cristo: “E desse momento
em diante, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,27).
Maria alcançou, ao permanecer corajosamente aos pés
da Cruz de Seu Filho, em comunhão profunda, entrar plenamente no Mistério da
Aliança, e com ela, unida à plenitude dos tempos, chega-se
ao cumprimento a esperança dos pobres e o desejo de salvação.
Maria, perseverando junto aos Apóstolos, à espera
do Espírito, cooperou com o nascimento da Igreja missionária,
imprimindo-lhe um selo mariano, que a identifica profundamente.
Maria, como mãe de tantos, fortalece os vínculos
fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os
discípulos de Jesus Cristo a viverem como família, a família de Deus.
Maria nos favorece o encontro com o Cristo, com o
Pai e com o Espírito Santo, e, da mesma forma, com os irmãos. E assim, como na
família humana, a Igreja-família é gerada ao redor de uma mãe, que
confere “alma” e ternura à convivência familiar.
Maria, Mãe da Igreja, além de modelo e paradigma da
humanidade, é artífice de comunhão, e um dos eventos fundamentais da Igreja, é
quando o “sim” brotou de Maria. Ela atrai multidões à comunhão com Jesus e Sua
Igreja, como experimentamos nos santuários marianos.
Maria é Virgem e Mãe, assim como a Igreja também é
mãe, de modo que esta visão mariana da Igreja é o melhor remédio para uma
Igreja meramente funcional ou burocrática.
Maria é a grande missionária, continuadora da
missão de seu Filho e formadora de missionários, pois da mesma forma como deu à
luz o Salvador do mundo, trouxe o Evangelho à nossa América.
Maria, no acontecimento em Guadalupe, presidiu,
junto com o humilde João Diego, o Pentecostes que nos abriu aos dons do Espírito,
e a partir desse momento, são incontáveis as comunidades que encontraram nela a
inspiração mais próxima, para aprenderem como ser discípulos e missionários de
Jesus.
Maria tem feito parte do caminhar de cada um de
nossos povos, entrando profundamente no tecido de sua história e acolhendo as
ações mais nobres e significativas de sua gente, o que nos cumula de alegria.
Maria, com seus diversos títulos e santuários
espalhados por todo o Continente, é sinal de sua proximidade com pessoas e suas
realidades, e, ao mesmo tempo, lugar da manifestação da fé e confiança que os
devotos sentem por ela.
Maria brilha diante de nossos olhos como imagem
acabada e fidelíssima do seguimento de Cristo, a seguidora mais radical de
Cristo, de Seu magistério discipular e missionário.
Maria Santíssima, a Virgem pura e sem mancha, é
para nós escola de fé, destinada a nos conduzir e a nos fortalecer no caminho
que conduz ao encontro com o Criador do céu e da terra.
Maria, em sua escola permaneçamos, inspirados em
seus ensinamentos, acolhendo e guardando dentro do coração as luzes que, por
mandato divino, nos envia do alto.
Maria, que “conservava todas estas
recordações e as meditava no coração”,nos ensina o primado da escuta da
Palavra na vida do discípulo missionário.
Maria fala e pensa com a Palavra de Deus; a Palavra
de Deus se faz a sua palavra e sua palavra nasce da Palavra de Deus e, além
disso, assim se revela que seus pensamentos estão em sintonia com os
pensamentos de Deus, que seu querer é um querer junto com Deus.
Maria está intimamente penetrada pela Palavra de
Deus, e por isto se tornou Mãe da Palavra encarnada, e essa familiaridade com o
Mistério de Jesus é facilitada pela reza do Rosário, onde: “o povo
cristão aprende de Maria a contemplar a beleza do rosto de Cristo e a
experimentar a profundidade de Seu amor.”
Maria ajuda a manter vivas as atitudes de atenção,
de serviço, de entrega, solidariedade, gratuidade e fraternidade, que devem
marcar a vida dos discípulos de seu amado Filho.
Maria nos ensina qual pedagogia para que todos na
comunidade cristã,“sintam-se como em casa”, com atenção e acolhida
do outro, especialmente se o outro é pobre ou necessitado.
Maria, presente em nossas comunidades, enriquece
sempre a dimensão materna da Igreja e sua atitude acolhedora, para que ela
seja “casa e escola da comunhão”, um espaço
espiritual que prepara para a missão.
Ave Maria cheia de graça...
Livre adaptação dos parágrafos 266-272 da V Conferência Geral do
Episcopado Latino-Americano e do Caribe - Aparecida.
Vejo-Vos...
Vejo-Vos...
“Tal como ouvimos, assim vimos...”
Tal como ouvi, assim vi.
Eu Vos adoro, Senhor, Rei da terra,
Com todas as nações Vos sirvo,
Contemplo Vossa glória por toda a terra.
Vejo Vossos pés e mãos não mais por pregos fixos.
Vejo-Vos nos pés cansados e mãos calejadas.
Vejo-Vos nas mãos enrugadas pelo tempo.
Vejo-Vos nas mãos dos que se abrem e se solidarizam.
Vejo-Vos nos corpos pendentes pelo peso da cruz;
Da cruz do desemprego, da enfermidade, da solidão.
Vejo-Vos nos corpos pendentes, em corpos anêmicos
Que suplicam um copo de água, um pedaço de pão.
Vejo-Vos nos que estão nus, despidos de sonhos,
De esperança, porque lhes foi arrancada e pisoteada.
Vejo-Vos nos que foram sugados, vilipendiados,
Com direitos naturais à vida, subtraídos, negados.
Mas, vejo-Vos reinando naqueles que não se dobram
Diante da tirania do lucro, do poder, do prestígio, da fama,
E não traem seus princípios de igualdade, comunhão,
Na mais bela relação de liberdade, paz e fraternidade.
Vejo-Vos agindo naqueles que se comprometem
Com a Boa Nova do Vosso Reino, pelo qual Vos consumistes,
A própria vida entregastes, numa incrível História de Amor,
Que se consumou Ressuscitando e no céu fostes coroado.
Vejo-Vos naqueles que vivem e creem em Vós
Com fé inquebrantável, esperança viva e fortificada,
Caridade ativa, semente de um novo e belo tempo,
Pelo Pão da Palavra e da Eucaristia alimentados.
Vejo-Vos por um instante no tempo com coroas de espinhos
Escarnecido, crudelissimamente maltratado, por ela coroado.
Vejo-Vos por um tempo infinito recebendo uma nova coroação,
Acompanhada pelos Anjos e Santos que Vos louvam e glorificam.
“Tal como ouvimos, assim vimos...” Tal como ouvi, assim vi.
Assim Vos vejo, Senhor, e quero assim imitar-Vos,
Praticando a compaixão, alcançando a máxima felicidade.
Vejo-Vos Encarnado, Padecente, Morto, Glorioso e Ressuscitado.
Vejo-Vos em corpos que vão silenciosamente morrendo.
Vejo-Vos em sinais de Ressurreição que vão acontecendo.
Vejo-Vos morrer, Vos vejo Ressuscitar,
A fé me concede um novo olhar...
Amém. Aleluia!
Eliminemos a tristeza do coração
Eliminemos a tristeza do coração
Todos ansiamos por encontrar a verdadeira alegria, a verdadeira condição de todos nós. No entanto, quem está livre das tristezas, e como nos libertar das mesmas, para que, com o coração purificado, sintamos esta verdadeira alegria?
Vejamos o que nos diz este texto escrito pelo Pastor de Hermas (séc. II):
“Reveste-te, portanto, de alegria, lugar das complacências divinas, faz dela tuas delícias. Porque todo homem alegre age bem, pensa com justiça e calca aos pés a tristeza.
O homem triste, ao contrário, sempre age mal: primeiro faz mal entristecendo o Espírito Santo que é dado como alegria aos homens, depois (...) comete uma impiedade não orando ao Senhor (...) porque a oração do homem triste não tem força para subir até o altar de Deus (...)
A tristeza misturada à oração impede-a de subir, como o vinagre misturado ao vinho tira o seu sabor (...).
Purifica teu coração da tristeza má e viverás para Deus. Também viverão para Deus todos os que se tiverem despido da tristeza para se revestir da alegria”. (1)
Ainda que não seja fácil, não podemos sucumbir ou nos deixar consumir pelas tristezas e inquietações, como tão bem expressou o Apóstolo Paulo:
– “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos! Seja a vossa amabilidade conhecida de todos! O Senhor está próximo. Não vos preocupeis com coisa alguma, mas, em toda ocasião, apresentai a Deus os vossos pedidos, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. E a paz de Deus, que supera todo entendimento guardará os vossos corações e os vossos pensamentos no Cristo Jesus” (Fl 4,4-7).
Oremos:
Purificai, Senhor, nosso coração de toda tristeza,
A fim de que, revestidos da autêntica alegria,
Que somente em Vós encontramos, e podeis nos oferecer,
Firmemos nossos passos na realização de Vossos desígnios a nós reservados.
Fazei com que calquemos com os pés a tristeza,
Para agir e pensar bem, conforme Vossa vontade,
E assim, nossa oração subirá aos céus,
E nossos louvores e súplicas serão ouvidos.
Revesti-nos, Senhor, com Vosso amor e alegria,
Para que, confiando tão somente em Vós,
Vivamos uma fé inquebrantável e frutuosa,
Acompanhada da esperança viva e generosa caridade.
Amém.
Em busca da perfeição espiritual
Em busca da perfeição espiritual
Ó Deus, não posso amá-Lo amando a mim mesmo.
Por causa das incomparáveis riquezas do Vosso Amor,
Não prefiro a mim mesmo, pois somente assim
Posso amá-lo verdadeiramente.
Que eu jamais busque minha própria glória, mas a Vossa;
Amando-Vos de coração sincero por toda a minha vida.
Glória que a Vós pertence, Criador que sois de todas as coisas,
E, por meio do Vosso Filho, reconciliador de tudo e de todos.
Que minha alma seja sensível ao Vosso Amor,
Procurando sempre a Vossa glória em todo momento,
Deleite-me em realizar todos os Preceitos, com uma submissão
Que não diminui minha liberdade, mas a redimensiona.
Que minha submissão ao Vosso poder e Amor
Faça-me cada vez mais familiar a Vós, alegrando-me com a
Verdadeira alegria, que a exemplo do Precursor João Batista,
Eu repita sem nunca cessar: “É preciso que Ele cresça e que eu diminua” (cf Jo 3,30).
Se preciso for, que eu chore por não Vos amar o bastante,
Que, pela intensa vontade de amá-Lo, esqueça meus títulos,
Ocultando-me na profunda caridade, pela humildade de espírito,
Como servo inútil de Vossa messe.
Que eu fuja de toda honra e glória e somente me consuma
Pelas inestimáveis riquezas de Vosso Amor,
Que Vos amando no íntimo de meu desprezível coração
Seja por Vós conhecido, permanecendo em Vós e Vós em mim.
Que se intensifique e cresça em minha alma
A caridade, da qual sois a Divina e Eterna Fonte,
Para que Vos ame como Vós amais, Amor sem medida,
E transformado pela Vossa caridade, revele Vossa presença.
Que eu alcance este alto grau de caridade e elevação espiritual
Vivendo como se não vivesse; como disse o Apóstolo Paulo:
“Eu vivo, mas não eu, pois é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20);
Vivendo no corpo, mas, pela caridade, peregrino nos eternos caminhos para Deus.
Abrasa o meu coração pelo fogo da caridade,
Facho ardente de desejo, unindo-me a Vós,
Liberto de todo apego de mim mesmo,
Seja eu arrebatado fora de mim para Vos encontrar.
E, que Vos encontrando no mais profundo de mim mesmo,
Vós que conheceis a mim, mais do que eu a mim mesmo,
Possa, dia pós dia, incansavelmente,
Subir cada degrau da santidade em busca da perfeição espiritual.
Amém!
PS: Fonte inspiradora: “Dos Capítulos sobre a perfeição espiritual” - Diádoco de Foticeia, bispo (séc.V).
Em poucas palavras...
“Na morte, Deus chama o homem a Si...”
“Na morte, Deus chama o homem a Si. É por isso que o cristão pode experimentar, em relação à morte, um desejo semelhante ao de São Paulo: «Desejaria partir e estar com Cristo» (Fl 1, 23). E pode transformar a sua própria morte num ato de obediência e amor para com o Pai, a exemplo de Cristo (Lc 23,46):
«O meu desejo terreno foi crucificado: [...] há em mim uma água viva que dentro de mim murmura e diz: "Vem para o Pai"» (Santo Inácio de Antioquia).
«Ansiosa por ver-Te, desejo morrer» (Santa Teresa de Jesus).
«Eu não morro, entro na vida» (Santa Teresinha do Menino Jesus).
(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 1011
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025
Compromissos com um mundo novo
Compromissos com um mundo novo
“Tende sal em vós mesmos” (Mc 9,50)
Ouvimos, na quinta-feira da sétima semana do Tempo Comum, a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 9,41-50).
Nela, encontramos alguns ditos de Jesus, lições a serem aprendidas pelos discípulos, para que se viva um autêntico discipulado, promovendo o bem comum e apoiando todos os que lutam pela libertação da humanidade, sem jamais escandalizar os “pequeninos”.
Nela, encontramos alguns ditos de Jesus, lições a serem aprendidas pelos discípulos, para que se viva um autêntico discipulado, promovendo o bem comum e apoiando todos os que lutam pela libertação da humanidade, sem jamais escandalizar os “pequeninos”.
É preciso eliminar todo o egoísmo e autossuficiência que destroem a vida, porque o fim dos injustos é a “geena”, o inferno, a ausência do Amor de Deus, a condenação de viver sem o amor que foi rejeitado.
Deste modo, não há lugar na vida do discípulo para arrogância e egoísmo; é preciso arrancar de dentro de si, tudo o que não constrói o Reino de Deus.
O Missal Cotidiano afirma: “O escândalo mais grave que se dá hoje aos pequeninos e humildes é o contratestemunho de muitos cristãos, seu escasso senso social, sua ‘ética individualista’ e outras incoerências que constituem um serviço não desprezível ao surgimento do ateísmo em muitos homens, de modo que ‘se deve dizer que mais encobrem do que revelam a autêntica face de Deus e da religião” (Gaudium et spes 19).
Também precisamos ser vigilantes, como o Senhor nos adverte: “Tende, pois, sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros”.
O Missal Cotidiano também afirma: “O ‘sal’ que preserva o mundo da corrupção são os cristãos que sabem ‘difundir o espírito de que são animados os pobres, os mansos e os construtores da paz, que o Senhor no Evangelho proclamou bem-aventurados” (Lumen Gentium 38).
Reflitamos:
- O que podemos fazer para nos colocarmos a serviço dos últimos, dos pequeninos?
- O que devemos evitar para não escandalizar os pequeninos, os preferidos de Deus?
- Quais são as verdadeiras motivações no trabalho que realizamos em nossa Pastoral, em nossa Comunidade? É o amor autêntico, livre, desinteressado em favor dos que mais precisam?
- De que modo vivamos a vigilância ativa, para que tenhamos sal em nós mesmos?
- Somos instrumentos da construção da civilização do amor e da paz?
- Somos sinais de discórdia ou de comunhão nos espaços que ocupamos?
Tão somente quem se deixar conduzir pela Palavra do Senhor, terá gosto de Deus, encontrará sentido para a sua existência e se colocará como um instrumento para a construção da civilização do amor e da paz.
Concluindo: sem “sal”, sem o amor de Deus, derramado em nós pelo Seu Espírito, ficamos empobrecidos, ainda que bens e riquezas materiais possuamos.
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