terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Em poucas palavras...

                                         


Bem-Aventuranças: o  cartão de identidade do cristão

“As Bem-aventuranças são de algum modo o cartão de identidade do cristão, que o identifica como seguidor de Jesus. 

Somos chamados a ser bem-aventurados, seguidores de Jesus, enfrentando os sofrimentos e angústias do nosso tempo com o espírito e o amor de Jesus.

Neste sentido, poderíamos assinalar novas situações para as vivermos com espírito renovado e sempre atual: felizes os que suportam com fé os males que outros lhes infligem e perdoam de coração; felizes os que olham nos olhos os descartados e marginalizados fazendo-se próximo deles; felizes os que reconhecem Deus em cada pessoa e lutam para que também outros o descubram; felizes os que protegem e cuidam da casa comum; felizes os que renunciam ao seu próprio bem-estar em benefício dos outros; felizes os que rezam e trabalham pela plena comunhão dos cristãos...

Todos eles são portadores da misericórdia e ternura de Deus, e d’Ele receberão sem dúvida a merecida recompensa.”

 

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/homilies/2016/documents/papa-francesco_20161101_omelia-svezia-malmo.html

 

 

PS: Passagens do Evangelho - (Lc 6,17.20-26; Mt 5,1-12)

O amor deseja ardentemente ver Deus

                                                                       

O amor deseja ardentemente ver Deus

“O amor não desiste perante o impossível, 
não desanima diante das dificuldades”

Sejamos enriquecidos pelo Sermão de São Pedro Crisólogo, Bispo do século V, que muito nos ajuda na preparação do Natal do Senhor.

“Vendo o mundo oprimido pelo temor, Deus procura continuamente chamá-lo com amor, convidá-lo com a Sua graça, segurá-lo com a caridade, abraçá-lo com afeto.

Por isso, purifica com o castigo do dilúvio a terra que se tinha inveterado no mal; chama Noé para gerar um mundo novo; encoraja-o com palavras afetuosas, concede-lhe Sua confiante amizade, o instrui com bondade acerca do presente e anima-o com Sua graça a respeito do futuro.

E já não Se limita a dar-lhe ordens, mas tomando a parte no seu trabalho, encerra na arca toda aquela descendência que havia de perdurar por todos os tempos, para que esta Aliança de Amor acabasse com o temor da servidão e se conservasse na Comunhão de Amor o que fora salvo com a comunhão de esforços.

Por esse motivo chama Abraão dentre os pagãos, engrandece seu nome, torna-o pai dos crentes, acompanha-o em sua viagem, protege-o entre os estrangeiros, cumula-o de bens, exalta o com vitórias, dá-lhe garantia de Suas promessas, livra-o das injúrias, torna-Se seu Hospede, maravilha-o com o nascimento de um filho que ele já não podia esperar.

Tudo isso a fim de que, cumulado de tantos benefícios, atraído pela grande doçura da caridade divina, aprendesse a amar a Deus e não mais temê-lo, a honrá-lo com amor e não com medo.

Por isso também, consola em sonhos a Jacó quando fugia, desafia-o para um combate em seu regresso e na luta aperta-o nos braços, para que não temesse, porém, amasse o instigador do combate.

Por isso ainda, chama Moisés na própria língua e fala-lhe com afeto paterno, convidando-o a ser o libertador de Seu povo.

Em todos esses fatos que relembramos, de tal modo a chama da caridade divina inflamou o coração dos homens e o inebriamento do Amor de Deus penetrou os seus sentidos que, cheios de afeto, começaram a desejar ver a Deus com os olhos do corpo.

Deus, que o mundo não pode conter, como o olhar limitado do homem o abrangeria? Mas o que deve ser, o que é possível, não é a regra do amor. O amor ignora as leis, não tem regra, desconhece medida. O amor não desiste perante o impossível, não desanima diante das dificuldades.

O amor, se não alcança o que deseja, chega a matar o que ama; vai para onde é atraído, e não para onde deveria ir. O amor gera o desejo, cresce com ardor e pretende o impossível. E que mais?

O amor não pode deixar de ver o que ama. Por isso todos os Santos consideravam pouca coisa toda recompensa, enquanto não vissem a Deus.

Por isso Moisés se atreve a dizer: ‘Se encontrei graça na Vossa presença, mostrai-me o Vosso Rosto’ (Ex 33,13.18). Por isso, diz também o salmista: ‘Não me escondais a Vossa Face’ (Sl 26,9). Por isso, enfim, até os próprios pagãos, no meio de seus erros, modelaram ídolos, para poderem ver com seus próprios olhos o objeto de seu culto.”  (1).

As palavras tão inflamadas de amor do Bispo nos servirão como inspiração e força para a necessária travessia do mar da vida, ao encontro do Senhor que vem ao nosso encontro.

Que o Advento seja este Tempo maravilhoso de esvaziamento do coração de tudo aquilo que ocupe o lugar do Sumamente Essencial: o Amor de Deus, manifestado de modo indescritível em Jesus na forma de uma criança.



(1) Liturgia das Horas - Vol. I – pp. 199/200.

Contemplemos o esplendor da glória

                                                         

Contemplemos o esplendor da glória

Sejamos enriquecidos pelo Sermão escrito pelo Bispo São Pedro Crisólogo (Séc. V), sobre Jesus Cristo, “Aquele que quis nascer para nós não quis ser ignorado por nós”:

“Embora no Mistério da encarnação do Senhor os sinais de Sua divindade tenham sido sempre claros, a solenidade que hoje celebramos manifesta e revela de muitas formas que Deus veio ao mundo num corpo humano, para que os homens, mergulhados nas trevas, não perdessem por ignorância o que só puderam alcançar e possuir pela graça. Com efeito, aquele que quis nascer para nós não quis ser ignorado por nós. Por isso manifestou-Se deste modo, para que o grande Mistério de Seu amor não desse ocasião a um grande erro.

Hoje os Magos que O procuravam resplandecente nas estrelas, O encontram num berço. Hoje os Magos veem claramente, envolvido em panos, Aquele que há muito tempo procuravam de modo obscuro nos astros. Hoje os Magos contemplam maravilhados, no presépio, o céu na terra, a terra no céu, o homem em Deus, Deus no homem e, incluído no corpo pequenino de uma Criança, Aquele que o universo não pode conter. Vendo-O, proclamam sua fé e não discutem, oferecendo-lhe místicos presentes: incenso a Deus, ouro ao Rei e mirra ao que haveria de morrer.

Assim o povo pagão, que era o último, tornou-se o primeiro, porque a fé dos Magos deu início à fé de todos os pagãos.

Hoje Cristo entrou nas águas do Jordão para lavar o pecado do mundo. E João dá testemunho de que foi para isso que veio, ao dizer: 'Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo' (Jo 1, 29).

Hoje o servo recebe o Senhor, o homem recebe Deus, João recebe Cristo; recebe-O para obter o perdão, não para conceder. Hoje, como disse o Profeta, a voz do Senhor ressoa sobre as águas (Sl 28,3). E o que diz esta voz? 'Eis o meu Filho amado, no qual Eu pus o meu agrado' (Mt 3, 17). Hoje o Espírito Santo, em forma de pomba, paira sobre as águas: assim como uma pomba anunciou a Noé o fim do dilúvio, por Sua presença os homens saberiam que havia terminado o ininterrupto naufrágio do mundo. Esta pomba não trouxe, como a outra, um ramo da antiga oliveira, mas derramou sobre a cabeça do Senhor toda a riqueza do novo óleo, cumprindo-se assim o que o Profeta anunciara: É por isso que Deus Vos ungiu com Seu óleo, deu-Vos mais alegria que aos Vossos amigos (Sl 44,8).

Hoje Cristo, convertendo a água em vinho, realiza o primeiro de Seus sinais celestes. A água, porém, devia converter-se no Sacramento do Sangue, a fim de que o Cristo oferecesse aos homens a bebida pura do cálice de Seu corpo, conforme a palavra do Profeta: 'O meu Cálice precioso transborda' (Sl 22,5)”.

Três momentos são refletidos: a Epifania (manifestação de Jesus, como Salvador e luz de todos os povos), o Seu Batismo (prefigurando a Sua missão, sendo Ele o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo) e o sinal realizado nas bodas de Caná (prefiguração de Sua Paixão e Morte, e o Cálice Sagrado da Eucaristia, em que Se oferece a nós, como a pura Bebida de nossa redenção).

Celebrando a Epifania do Senhor, saciados pelo Pão da Eucaristia e inebriados pelo Sangue por nós oferecido no Cálice Sagrado,  preparamo-nos para a Celebração do Batismo do Senhor.

Oremos:

“Nós Vos pedimos, ó Deus, que o esplendor da Vossa glória ilumine os nossos corações para que, passando pelas trevas deste mundo, cheguemos à Pátria da luz que não se extingue. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém”.

A graça do Batismo

                                                                   

A graça do Batismo

Esta reflexão de São João Damasceno, doutor da Igreja (séc. VIII), nos enriquece no aprofundamento sobre o Batismo de Jesus que consiste no cume dos batismos bíblicos, precedido por outros sete.

“O primeiro batismo, o do dilúvio, foi para a aniquilação do pecado. O segundo, através do mar e da nuvem, sem dúvida é um símbolo: a nuvem, do Espírito, e o mar, da água.

O terceiro é legal: porque todo homem impuro se banhava com água, e também eram lavadas as vestes, e assim entravam no acampamento.

O quarto é o de João. Existia como introdução, pois trazia à conversão aqueles que se batizavam para que cressem em Cristo. Dizia: ‘Eu batizo com água, mas Aquele que vem depois de mim batizará no Espírito e no fogo. Assim, João preparava com água em antecipação do Espírito’.

O quinto é o Batismo do Senhor, aquele com o qual Ele foi batizado. Mas Ele Se batiza não porque necessite de purificação, mas para ganhar a minha purificação, para esmagar as cabeças dos dragões sob a água, para lavar o pecado e sepultar sob a água o velho Adão inteiro, para santificar o batismo, para cumprir a Lei, para revelar o Mistério da Santa Trindade e para tornar-Se tipo e modelo em relação com o batizar-se.

Ademais, também nós somos batizados no perfeito Batismo do Senhor, naquele que se realiza mediante a água e o Espírito. Porém, se diz que Cristo batiza com fogo, já que derramou sobre os Apóstolos a graça do Espírito em forma de línguas de fogo, como afirma o próprio Senhor: ‘João batizou com água, vós, porém, sereis batizados no Espírito Santo e no fogo dentro de poucos dias’. Ou é um Batismo através do fogo futuro.

O sexto, verdadeiramente trabalhoso, é através da conversão e das lágrimas. O sétimo é aquele através do Sangue e do Martírio, no qual foi batizado o próprio Cristo por nossa causa. De modo que é um Batismo muito venerável e feliz enquanto não se suja com segundas manchas.

O oitavo e último, que não é Salvador, mas destruidor da maldade, porque a maldade e o pecado já não têm direito de cidadania.  Ao contrário, o castigo sem fim.” (1)

Reflitamos sobre a graça do Batismo que recebemos, e aquele memorável dia em que fomos marcados com o Selo do Espírito Santo.

Marcados por este Selo não nos falta a comunicação de dons, para que vivamos conforme os desígnios de Deus o Batismo recebido.

Marcados e enriquecidos pela presença do Espírito, nos tornamos Seus sagrados templos, ainda que não o mereçamos, vivendo concretamente as obras de misericórdia corporais e espirituais, a fim de que misericordiosos como o Pai sejamos (cf. Lc 6,36).

(1) Lecionário Patrístico Dominical - pp. 699-700 - Editora Vozes

Contemplemos o Batismo do Senhor

                                                                

Contemplemos o Batismo do Senhor

À luz do Sermão do Bispo São Proclo de Constantinopla (séc. V), elevemos nosso espírito junto de Deus, agradecendo o maravilhoso dom que Ele nos concedeu: o Batismo; dom porque conferido a nós pecadores, que nada trouxemos e nada merecemos!

“Considerai, pois, e vede estes novos e estupendos milagres: O sol da justiça que Se banha no Jordão, o fogo mergulhado na água, Deus santificado pelo ministério de um homem...”

Contemplemos o paralelo feito pelo Bispo entre o Batismo de Jesus e o Batismo de João:

“Prestai atenção, contemplai o novo e admirável dilúvio, maior e mais poderoso que o do tempo de Noé. No primeiro dilúvio, a água fez perecer o gênero humano; agora, porém, a água do Batismo, pelo poder d’Aquele que foi batizado por João chama os mortos para a vida. No primeiro dilúvio, uma pomba, trazendo no bico um ramo de oliveira, anunciava o odor de suavidade do Cristo; agora, o Espírito Santo, vindo em forma de pomba, mostra-nos o Senhor cheio de misericórdia”

Contemplemos o que aconteceu quando o Senhor nas águas do Rio Jordão foi batizado, pois foi um momento inesquecível.

Contemplemos também o dia do nosso verdadeiro e maravilhoso nascimento sem nenhum merecimento!

Celebremos o Batismo do Senhor e vivamos intensamente o nosso Batismo, graça a nós por Deus concedida, quando o Espírito fez em nós morada, para testemunharmos a Luz que veio ao encontro da humanidade que caminhava nas trevas.

Ao Senhor, se deem toda a honra, glória, poder e louvor; a Ele que é, de todos os povos, o tão esperado Salvador que veio morar entre nós e conosco caminhar. Amém.

Quando o Senhor foi batizado

                                                              

Quando o Senhor foi batizado

O memorável Sermão de São Proclo (séc V) nos remete ao indescritível momento em que o Senhor foi batizado e, também, ao dia em que fomos batizados.

“Cristo manifestou-Se ao mundo e, pondo ordem onde havia desordem, encheu-o de beleza e alegria. Tirou o pecado do mundo e do mundo expulsou o inimigo. Santificou as fontes das águas e iluminou os corações dos homens. Aos milagres acrescentou milagres ainda maiores. Hoje a terra e o mar repartiram entre si a graça do Salvador, e o mundo inteiro encheu-se de alegria.

Este dia nos apresenta maior profusão de milagres que a solenidade anterior. De fato, na precedente 'Festa do Nascimento do Salvador', a terra se alegrava por ter o Senhor no presépio; mas neste dia das Teofanias é o mar que exulta e estremece de jubilo, por que recebeu a bênção santificadora por meio do rio Jordão.

A Solenidade passada nos apresentava uma criança frágil, atestando nossa imperfeição. Na Festa de hoje, porém, vemos um homem perfeito, que de modo velado, nos manifesta a perfeição Daquele que procede do Ser perfeito. Da primeira vez, o Rei vestia a púrpura do corpo humano; agora as águas do rio envolvem qual manto Aquele que é a fonte.

Considerai, pois, e vede estes novos e estupendos milagres: O sol da justiça que Se banha no Jordão, o fogo mergulhado na água, Deus santificado pelo ministério de um homem. Hoje toda a criação entoa hinos e proclama: Bendito o que vem em nome do Senhor (Salmo 117,26). Bendito o que vem em todo o tempo, pois não é esta a primeira vez que veio.

E quem é Ele? Dize-nos mais claramente, peço-te, santo Davi: O Senhor é o Deus que nos ilumina (Salmo 117,27). Não foi só o profeta Davi que disse; também o apóstolo Paulo confirmou o seu testemunho com estas palavras: A graça de Deus se manifestou trazendo a Salvação para todos os homens, ela nos ensina (Tito 2,11).

Não somente para alguns, mas para todos. Sim, para todos, para os judeus e para os gregos, a salvação é dada por meio do Batismo, que oferece a todos um benefício universal. Prestai atenção, contemplai o novo e admirável dilúvio, maior e mais poderoso que o do tempo de Noé.

No primeiro dilúvio, a água fez perecer o gênero humano; agora, porém, a água do Batismo, pelo poder d’Aquele que foi batizado por João, chama os mortos para a vida.

No primeiro dilúvio, uma pomba, trazendo no bico um ramo de oliveira, anunciava o odor de suavidade do Cristo; agora, o Espírito Santo, vindo em forma de pomba, mostra-nos o Senhor cheio de misericórdia”. (1)

Muitas vezes celebramos a Festa do Batismo do Senhor e também celebramos e participamos do Batismo sem tempo para saborear a grandiosidade e preciosidade que é este Sacramento por Jesus instituído.

Reflitamos sobre a graça que nos foi concedida no dia de nosso Batismo, sobre aquele memorável dia, que todos devemos saber qual foi.

Naquele dia fomos banhados na água que nos santifica, marcados pelo selo do Espírito, iluminados, ungidos Profetas, Reis, Sacerdotes e Pastores. 

Enfim, divinizados com Sua presença, como templos divinos. Amém.



(1) Sermão do Bispo São Proclo de Constantinopla, século V, para a reflexão no dia da Festa do Batismo do Senhor– cf. Liturgia das Horas Vol. I - pp. 538-540.

Pelo Batismo fomos divinizados

                                                       

Pelo Batismo fomos divinizados

A Festa do Batismo do Senhor é também a festa do nosso Batismo, e iluminador é o Sermão do Bispo São Gregório de Nazianzo.

“Cristo é iluminado no Batismo, recebemos com Ele a luz; Cristo é batizado, desçamos com Ele às águas para com Ele subirmos. João batiza e Jesus Se aproxima; talvez para santificar igualmente aquele que o batiza e, sem dúvida, para sepultar nas águas o velho Adão.

Antes de nós, e por nossa causa, Ele que é Espírito e carne santificou as águas do Jordão, para assim nos iniciar nos sacramentos mediante o Espírito e a água. João reluta, Jesus insiste.

Eu é que devo ser batizado por Ti (cf. Mt 3, 14), diz a lâmpada ao Sol, a voz à Palavra, o amigo ao Esposo, diz o maior entre todos os nascidos de mulher ao Primogênito de toda criatura, aquele que estremecera de alegria no seio materno ao que fora adorado no seio de sua Mãe, o que era e seria precursor ao que já tinha vindo e de novo há de vir.

Eu é que devo ser batizado por ti. Podia ainda acrescentar: e por causa de Ti. Pois sabia que ia receber o Batismo de sangue ou que, como Pedro, não lhe seriam apenas lavados os pés. Jesus sai das águas, elevando consigo o mundo que estava submerso, e vê abrirem-se os céus de par em par, que Adão tinha fechado para si e sua posteridade, assim como o paraíso lhe fora fechado por uma espada de fogo.

O Espírito, acorrendo Àquele que lhe é igual, dá testemunho da Sua divindade. Vem do céu uma voz, pois também vinha do céu Aquele de quem se dava testemunho. E ao mostrar-Se na forma corporal de uma pomba, o Espírito glorifica o corpo de Cristo, já que este, por Sua união com a divindade, é o corpo de Deus.

De modo semelhante, muitos séculos antes, uma pomba anunciara o fim do dilúvio. Veneremos hoje o Batismo de Cristo e celebremos dignamente esta Festa.

Permanecei inteiramente puros e purificai-vos sempre mais. Nada agrada tanto a Deus quanto o arrependimento e a salvação do homem, para quem se destinam todas as Suas palavras e mistérios.

Sede como luzes no mundo, isto é, como uma força vivificante para os outros homens. Permanecendo como luzes perfeitas diante da grande luz, sereis inundados pelo esplendor dessa luz que brilha no céu e iluminados com maior pureza e fulgor pela Trindade.

Dela acabastes de receber, embora não em plenitude, o único raio que procede da única Divindade, em Jesus Cristo, nosso Senhor, a quem pertencem a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amém.” (1)

Reflitamos sobre a graça de vivermos o batismo que recebemos, Aprendamos com João Batista a lições indispensáveis de humildade, abertura à ação divina, com o reconhecimento do quanto devemos diminuir para que O Senhor cresça.

Oremos:

Ó Deus, Vos agradecemos pela graça batismal, e Vos pedimos que, mergulhados nas águas da Divina Fonte, do pecado sejamos lavados, e por Vossa esplendorosa luz inundados, para que esta mesma luz, ao mundo, façamos brilhar, com gestos e palavras, bons princípios e pensamentos, ontem, hoje e sempre.

Pedimos-Vos a Vossa Divina Luz.  ó Deus fonte de Vida Nova, por meio de Vosso Filho que no-La trouxe, como hospedeiros do mais belo hóspede, o Espírito Santo de Deus, e Vos agradecemos porque enfim, cumpriu-se mais belo desejo, fomos divinizados. Amém!


(1) Liturgia das Horas - pág.574/5. 

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