quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Não entristeçamos o Espírito Santo


Não entristeçamos o Espírito Santo

O Apóstolo Paulo faz uma exortação fundamental à comunidade de Éfeso:

“Nenhuma palavra perniciosa deve sair dos vossos lábios, mas sim alguma palavra boa, capaz de edificar oportunamente e de trazer graça aos que a ouvem.

Não contristeis o Espírito Santo com o qual Deus vos marcou como com um selo para o dia da libertação.

Toda a amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias, tudo isso deve desaparecer do meio de vós, como toda a espécie de maldade.

Sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo” (Ef 4,29-32).

Adoremos o Senhor que, por Sua Cruz, nos trouxe a salvação, na mais perfeita expressão de misericórdia!

Adoremos o Cristo, Sol nascente e Luz sem ocaso, e supliquemos para que Ele ilumine os nossos passos desde o amanhecer, para que sejam afastados de nós toda inclinação para o mal, e para tanto sejamos vigilantes em nossos pensamentos, palavras e ações, vivendo plenamente de acordo com a Sua vontade.

Peçamos a Deus que nos conceda sempre a graça de sentir o Seu divino Amor, indicando-nos o caminho que devemos seguir com absoluta fidelidade no carregar da nossa cruz cuotidiana, a fim de que jamais sucumbamos à força do pecado, e que, por sua infinita bondade, apague nossas transgressões e purifique nossos corações, eliminando toda ferrugem de nossa alma.

Enfim, que pela Cruz e Ressurreição, na fidelidade ao Pai, tenhamos a consolação do Espírito Santo. Amém.


PS: Fonte inspiradora: “Oração das Laudes” da primeira sexta-feira da primeira semana do Tempo Comum.

Reacender a chama do primeiro amor

                                                                        

Reacender a chama do primeiro amor

Na passagem da Carta de Paulo a Timóteo (2 Tm 1,8b-10), o Apóstolo exorta Timóteo, e toda a comunidade, a manterem-se fiéis no discipulado, deixando de lado todo medo, acomodação, instalação e distração que fragilize no serviço gratuito e corajoso pela edificação da Igreja a serviço do Reino.

Na vida dos discípulos missionários do Senhor não pode haver lugar para o desânimo e vacilo na fé, ainda que os tempos sejam extremamente desafiadores e marcados por dificuldades, que por vezes devoram nossas forças.

É preciso manter o ânimo, com fortaleza, enfrentar e superar as dificuldades, com fidelidade total no testemunho da fé n’Aquele que nos chamou, Jesus. E porque nos chamou,  predestinou, justificou e nos glorificou.

Tomemos consciência da presença amorosa e preocupação de Deus  conosco, permanecendo firmes no bom combate, e jamais caiamos na tentação de recuar ou desertar de sagrados compromissos batismais.

Urge levar a sério a vocação para a qual Deus nos chama, superando toda e qualquer forma de timidez, medo, insegurança, contando com a luz divina para iluminar nossas “noites escuras”, saciando nossa sede com a água cristalina que somente o Senhor pode nos dar.

Renovemos nossa confiança na ação, presença e força do Espírito, que nos assiste, conduz, revigora e reacende a chama do zelo, amor e ardor na missão de proclamar a Palavra de Deus com palavras e obras, em sinceros e sagrados compromissos com a Boa-Nova do Reino de Deus. 

Tempo de promover a concórdia e a paz

                                                          

Tempo de promover a concórdia e a paz

Uma breve reflexão à luz da passagem da Carta do Apóstolo aos Romanos (Rm 15,1-3).

“Nós que temos convicções firmes devemos suportar as fraquezas dos menos fortes e não buscar a nossa própria satisfação. Cada um de nós procure agradar ao próximo para o bem, visando à edificação. Com efeito, Cristo também não procurou a Sua própria satisfação, mas, como está escrito: Os ultrajes dos que te ultrajavam caíram sobre mim”.

Vivendo em comunidade, somos desafiados a dar razão de nossa fé e esperança, sem jamais faltar com a caridade que jamais passará.

Exatamente nestes momentos e situações, o Apóstolo nos exorta a “suportar as fraquezas dos menos fortes e não buscar a nossa própria satisfação”.

Em seguida, nos exorta a atitude de edificação da unidade, que é sem dúvida, um grande desafio para nossa fé e testemunho:

“Agradar ao próximo para o bem, visando a edificação”.

E isto somente se torna possível, se tivermos como modelo o próprio Cristo “que não procurou a sua própria satisfação”, fazendo cair sobre si os ultrajes todos, ainda que não merecidos, por amor de nós, quando ainda pecadores.

Esta breve passagem traz um convite que nos faz crescer na espiritualidade cristã:

- suportar as fraquezas dos menos fortes;
- edificar a unidade, movidos pelas virtudes divinas que nos impele;
- ter os mesmos sentimentos, pensamentos e atitudes de Jesus.

Neste sentido, é importante que voltemos às Bem-Aventuranças, que o Senhor nos apresentou no alto da montanha (Mt 5,1-12).

Oremos:

"Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-Vos de todo o coração, e amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por N.S.J.C. Amém" (1)


(1) “Oração do Dia” - IV domingo do Tempo Comum (ano A)

Viver da Palavra e pela Palavra

 


Viver da Palavra e pela Palavra
 
Com a passagem da Carta do Apóstolo Paulo a Timóteo (2 Tm 3,14-4,2), vemos como é importante a Palavra de Deus como fonte privilegiada de oração.
 
O texto foi escrito para as comunidades que viviam um contexto de perseguição, da falta do entusiasmo. Era mais do que necessário a redescoberta deste entusiasmo pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
 
Era preciso retomar a fidelidade à doutrina, como grande herança dos Apóstolos, que é acompanhada pela fidelidade às Escrituras, fonte de formação e educação cristã, tornando o discípulo mais configurado ao Senhor.
 
Paulo exorta a uma proclamação da Palavra sem medo, sem pudores e com entusiasmo. Palavra que é oportuna para ensinar, persuadir, corrigir e formar.
 
Urge rever qual o lugar da Palavra de Deus em nossa vida, como a valorizamos e que formação procuramos para melhor compreendê-la e melhor vivê-la.
 

A missão das comunidades diante da exclusão social

A missão das comunidades diante da exclusão social                                                                            
A cada momento nos deparamos com a realidade da exclusão social, uma das mais terríveis cruzes que pesam sobre nossas comunidades, provocando em nós um sentimento de indignação, mas não de indiferença e de apatia.

O compromisso radical com a justiça e com a solidariedade devem ser marcas permanentes em nossas Comunidades, ressuscitando a audácia profética e a revolucionária ternura, para que permaneçamos fiéis Àquele que nos chamou e nos enviou para glorificar a Deus, produzindo os frutos esperados e queridos por Ele, por Sua iniciativa e resposta de Seus discípulos…

Neste bom combate da fé, algumas características que devem marcar a vida da Igreja:

- Igreja do Evangelho, que salva a totalidade humana (corpo e alma);

- Igreja da profecia, como porta-voz e interpretadora do Projeto de Deus na história;

- Igreja do serviço, com a evangélica preferência pelos pobres;

- Igreja da escatologia, que busca o novo céu e a nova terra…

Na Encíclica “Ecclesia de Eucharistia”, o Santo Papa João Paulo II faz uma belíssima afirmação, que vem confirmar esta desafiadora e inauguradora missão de uma nova aurora de vida e comunhão:

“A Eucaristia é verdadeiramente um pedaço de céu que se abre sobre a terra; é um raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da nossa história e vem iluminar o nosso caminho” (n. 19).

Com lucidez e ousadia, afirma que num mundo globalizado, marcado por mil contradições, onde os mais débeis, os menores e os mais pobres pouco podem esperar.

Portanto, nossas comunidades devem fazer brilhar a esperança cristã, pois foi também para isto que o Senhor quis ficar conosco na Eucaristia: para que, participantes do Banquete da vida, construamos uma nova humanidade, renovada pelo Seu amor; como o Evangelista João nos disse: “sem Ele nada podemos fazer” (Jo 15,5).

Nossas Comunidades devem crescer continuamente na paixão pelo Reino Deus inaugurado por Jesus de Nazaré, que por Sua prática de amor e ternura revelou o que há de mais humano em Deus e o que há de mais divino no homem e na mulher.

Amá-Lo e segui-Lo é procurar os caminhos da comunhão para superação de toda e qualquer lógica de exclusão, dentro e fora da Igreja.

No amor a Deus e à Sua Palavra, alimentando-se do Pão da Eucaristia, nossas comunidades se renovam e se revitalizam para a urgente, sempre atual e divina missão: a comunhão com Deus e com o próximo!

Concedei-nos, Senhor, mansidão e humildade

 


Concedei-nos, Senhor, mansidão e humildade

Senhor Jesus, como são admiráveis a mansidão e a humildade de Davi diante das palavras injustas de Semei, mas mais admiráveis ainda sois Vós, que suportastes os injustos e os tormentos dos inimigos, sofrendo a expiação dos pecados que não eram Vossos, mas nossos, e dos quais Vos tornastes solidário.

A Vós recorremos e suplicamos pelas nossas famílias e comunidades, a fim de que nos momentos de tensão e amargura, jamais lancemos no rosto do outro, sem nenhuma caridade, os erros verdadeiros ou presumidos, patentes ou ocultos, ou até mesmo já perdoados.

Ensinai-nos a atitude correta de mansidão, humildade e serenidade, acompanhada do silêncio e do perdão, amando ainda mais, pois tão somente assim, conseguiremos remediar, sanar as rupturas da caridade com suas cicatrizes.

Concedei-nos a maturidade e a coragem de nos questionarmos ao ouvirmos uma palavra injusta, sobre qual o grau de culpa possuído, para maior compreensão do outro, e se preciso, aceitar como sinal de expiação com toda a humildade necessária. Amém.

 

(1)             Passagem bíblica - 2 Sm 15,13-14.30; 16,5-13ª

Fonte: Comentário do Missal Cotidiano - Editora Paulus - pág. 706

A liberdade cristã na evangelização


A liberdade cristã na evangelização

À luz da passagem da Carta de Paulo aos Coríntios (1Cor 9,16-19.22-23) contemplemos a ação evangelizadora de Paulo, feita na liberdade, fidelidade, gratuidade e obediência incondicional:

“Ele sabe que a salvação é gratuita e que sua tarefa é anunciá-la gratuitamente. A opção de se fazer livremente servo de todos comporta uma metodologia pastoral constante: viver a adaptação aos destinatários, a partilha, a condescendência para com eles, como prolongamento da Encarnação de Jesus Cristo” (1).

Quando alguém como Paulo encontra Cristo e se torna Seu discípulo não pode ficar parado, mas tem que dar testemunho, incansavelmente. Por amor a Deus e aos irmãos está sempre pronto a tudo sacrificar e até mesmo se sacrificar.

Paulo por excelência é aquele que a Cristo encontrou, por Ele se apaixonou, e daí o imperativo da evangelização que sai de sua boca, porque antes se encontra impresso na alma, nas entranhas de seu coração, com a consciência de que a origem do seu ministério não é fruto de uma decisão humana – “Ai de mim se eu não evangelizar” (1Cor 9,16).

O Apóstolo é convicto de que a pregação do Evangelho é uma necessidade da qual não tem como se omitir, renunciar, porque é condição para a sua salvação e participação nas promessas de eternidade contidas no Evangelho do Senhor, que anuncia e testemunha com a própria vida.

Quando o Amor de Deus é absoluto em nossa vida, o tempo é uma figura que passa, as coisas têm o seu exato sentido e tamanho.

Em nossas comunidades eclesiais, na vida da Igreja, muitos problemas deixariam de existir ou se tornariam menores se nossa paixão por Jesus fosse maior. O amor é o bem maior pelo qual se renuncia aos bens menores.

Há sempre muito para se aprender com o Apóstolo, para fazermos de nossa vida um dom a Cristo, ao Reino, aos irmãos.

Aprender a subordinar nossos projetos pessoais aos Projetos divinos, de modo que a nossa vontade seja a de Deus, e não imponhamos a Deus a nossa vontade.

Assim como o amor de Cristo foi a força que lhe permitiu colocar a sua liberdade ao serviço de todos, também o amor de Cristo seja a nossa força, pois “A liberdade cristã nasce do amor e se exerce no amor, por sua vez, realiza-se no dom, no serviço que prolonga o de Jesus” (2).

Reflitamos:

- Não nos falta uma verdadeira paixão por Jesus?
- Não nos falta uma paixão mais sincera, mais inflamada, mais comprometida...?

Concluindo, peçamos a Deus o amor e a gratuidade nos acompanhem na missão evangelizadora; que sejamos sempre iluminados pela Palavra divina que ressoa em toda a Igreja, que é para nós a verdadeira fonte de sabedoria e norma de nossa vida, para compreendermos e amarmos nossos irmãos como Deus ama, e assim sejamos incansáveis servos da bondade e da paz, tudo fazendo, como o Apóstolo, para ganhar alguns a todo custo para Jesus Cristo.


(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - pág.323.
(2) Idem – p.324.

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