terça-feira, 26 de novembro de 2024

Produzamos os frutos que a conversão pede (22/11)

                                                      

Produzamos os frutos que a conversão pede

Retomo um trecho do Sermão sobre o Evangelho de Lucas (Lc 22,7-10) escrito por Orígenes (séc. III):

Quem vos ensinou a escapar da cólera vindoura? Produzi frutos que a conversão pede.

Também a vós que vos aproximais para receber o batismo, vos é dito: produzi frutos que a conversão pede.

Quereis saber quais são os frutos que a conversão pede? Os frutos do Espírito são: amor, alegria, paz, compreensão, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança e outras qualidades do mesmo tipo.

Se possuíssemos todas estas virtudes, teríamos produzidos os frutos que a conversão pede”. (1)

Orígenes fala de nove frutos do Espírito, que produziremos se nos colocarmos numa sincera atitude de conversão permanente, abertos à ação do Espírito.

A proximidade do final do Ano Litúrgico é propícia para fazermos uma avaliação de quanto amadurecemos na fé, do quanto nos abrimos à ação do Espírito, e quais frutos do Espírito se tornaram visíveis em nossa vida, palavras e ações.

Como coroar Jesus Rei e Senhor do Universo sem a necessária conversão e abertura ao Seu Espírito?

Que os frutos do Espírito sejam cada vez mais abundantes em nós, na família, na comunidade e no mundo. Assim, a coroação do Senhor será, de fato, sincera, piedosa e agradável, renovando sagrados compromissos de reinar com Ele, no tempo presente, amando e servindo, em permanente apelo de conversão.


(1) Lecionário Patrístico  – Dominical - Editora Vozes – 2013 – Pág. 758

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

O desejo do encontro com Deus (25/11)

                                                     

O desejo do encontro com Deus

Quem me viu, viu o Pai”

Iniciaremos, no próximo final de semana, o Tempo do Advento, em que nos prepararemos para celebrar o nascimento de nosso Salvador, Jesus Cristo, e com isto renovaremos nosso desejo do encontro com Deus, pois somente renovando a cada dia a graça deste encontro, é que nossa vida tem novo sabor, luminosidade.

Ele próprio, Jesus, ao Se encarnar, nos revelou o caminho desta possibilidade, pois O encontrando, amando e vendo pela fé que professamos, vemos o próprio Deus, pois disse Jesus: Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14, 9).

É o que vemos afirmada nesta citação do Lecionário Comentado:

Quem nos revelou, de modo inequívoco, o sentido misterioso dos encontros entre Deus e cada homem, foi o Filho de Deus, quando Se fez homem como nós e viveu no meio de nós; basta que o homem comece a procurar a Deus e já fica a um passo do encontro com Ele. Deus não está no fim da procura humana, mas sim no início.

O homem é livre no seu ato de fé e de partida à procura de Deus; mas a sua aventura não é solitária, porque o próprio Deus o procura e o ama” (1)

Deste modo, entremos de corpo e alma nesta aventura do encontro com Deus; demos o primeiro passo e já O estaremos encontrando. 

Vivamos a mais bela experiência de sermos por Deus encontrados, amados e envolvidos pelas delícias de Sua misericórdia e ternura, e assim, celebraremos um Natal cristão.

Oremos:

“Despertai, Senhor, nos Vossos fiéis a vontade firme de se prepararem pela prática das boas obras, para irem ao encontro de Cristo, de modo que, chamados um dia à Sua direita, mereçam alcançar o Reino dos Céus. Amém”.


(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa -  2009 - pp. 41-42

Ela ofereceu tudo o que tinha para viver(24/11)

                                                     

Ela ofereceu tudo o que tinha para viver

Reflexão à luz das passagens do Evangelho (Mc 12,38-44; Lc 21,1-4), sobre a oferta da pobre viúva no templo.

Reflitamos sobre o culto verdadeiro e agradável a Deus, tão diferente dos cultos marcados pelas aparências dos rituais: a Deus não interessam grandes manifestações religiosas ou ritos externos suntuosos. 

Deus não mede nossas ações e gestos com algarismos, ao contrário, mede com o amor; avalia de acordo com os valores interiores da pessoa porque Ele vê além das aparências, vai até o coração.

O culto autêntico deve ser marcado na atitude de vida: doação, confiança e entrega total em favor do próximo, esvaziando-se de si mesmo e colocando-se plenamente nas mãos de Deus.

Esta passagem é situada em Jerusalém, nos dias que antecedem à prisão, julgamento e morte de Jesus.

Jesus faz uma crítica aos ritos vazios, desmascarando a hipocrisia, a incoerência dos cultos e ritos realizados no templo pelos doutores da lei, e nos ensina como deve ser um culto agradável a Deus. 

Os doutores da lei têm comportamentos hipócritas, uma devoção de fachada, revelando que os ritos externos que realizam, os gestos teatrais, o cumprimento das regras, ainda que religiosamente corretas, não aproximam as pessoas de Deus, e nem as conduzem à santidade por Ele querida. 

Os discípulos de Jesus deverão ter outra atitude diante de Deus e do próximo: dom total, despojamento pleno, entrega radical e sem medida. Viver a fé cristã não é uma representação teatral.

De fato, o verdadeiro crente é aquele que nada guarda para si, mas no dia a dia, no silêncio e nos gestos mais simples, sai do seu egoísmo e da sua autossuficiência, colocando toda sua existência nas mãos de Deus.

Há momentos em que tudo escurece, falta-nos apoio, nossa vida parece tremer. É nesta hora que damos o autêntico testemunho da solidez de nossa fé, e verdadeiramente, podemos dizer: “Senhor, eu creio, mas vem em auxílio de minha pouca fé, e minha fraqueza. Pai, entrego-me em Tuas mãos”.

Urge que nos coloquemos totalmente nas mãos de Deus, oferecendo a Ele toda a nossa vida, vivendo na gratuidade, e não na troca de favores, sem procurar fama e privilégios.

Precisamos nos despojar de nossos projetos pessoais e preconceitos, a fim de nos entregarmos com total confiança nas mãos de Deus, com completa doação, dando um salto em total abandono no Senhor, sem nenhuma dúvida ou hesitação. 

Assim viveremos uma fé amadurecida, na doação total inclusive nas situações mais adversas, no testemunho da pobreza evangélica, acompanhada da humildade e fecundidade, num amor sem limites e incondicional.

Tão somente assim teremos uma verdadeira motivação de nosso engajamento pastoral, em total expressão de gratuidade, sem procura de honrarias, valorização, promoção ou elogios.

Oremos:

Ó Deus, afastai de nós todos os obstáculos, e nos acompanhe para que inteiramente disponíveis nos coloquemos a serviço do Reino, na fidelidade a Jesus Cristo, com a força do Santo Espírito. Amém.

A preciosa oferta da viúva (23/11)

                                                        

A preciosa oferta da viúva

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Marcos (Mc 12,38-44; Lc 21,1-4), sobre a oferta da pobre viúva no templo.

Reflitamos sobre o culto verdadeiro e agradável a Deus, tão diferente dos cultos marcados pelas aparências dos rituais: Deus não tem interesse por grandes manifestações religiosas ou ritos externos suntuosos. 

Da mesma forma, não mede nossas ações e gestos com algarismos, ao contrário, mede com o amor; avalia de acordo com os valores interiores da pessoa porque Ele vê além das aparências, vai até o coração.

O culto autêntico deve ser marcado na atitude de vida: doação, confiança e entrega total em favor do próximo, esvaziando-se de si mesmo e colocando-se plenamente nas mãos de Deus.

Esta passagem é situada em Jerusalém, nos dias que antecedem à prisão, julgamento e morte de Jesus.

Jesus faz uma crítica aos ritos vazios, desmascarando a hipocrisia, a incoerência dos cultos e ritos realizados no templo pelos doutores da lei, e nos ensina como deve ser um culto agradável a Deus. De fato Deus vê além das aparências. 

Os doutores da lei têm comportamentos hipócritas, uma devoção de fachada, revelando que os ritos externos que realizam, os gestos teatrais, o cumprimento das regras, ainda que religiosamente corretas, não aproximam as pessoas de Deus, e nem as conduzem à santidade de Deus. 

Os discípulos de Jesus deverão ter outra atitude diante de Deus e do próximo: dom total, despojamento pleno, entrega radical e sem medida. Viver a fé cristã não é uma representação teatral.

De fato, o verdadeiro crente é aquele que nada guarda para si, mas no dia a dia, no silêncio e nos gestos mais simples, sai do seu egoísmo e da sua autossuficiência, colocando toda sua existência nas mãos de Deus.

Há momentos em que tudo escurece, falta-nos apoio, nossa vida parece tremer. É nesta hora que damos o autêntico testemunho da solidez de nossa fé, e verdadeiramente, podemos dizer: “Senhor, eu creio, mas vem em auxílio de minha pouca fé, e minha fraqueza. Pai, entrego-me em Tuas mãos”.

Urge que nos coloquemos totalmente nas mãos de Deus, oferecendo a Ele toda a nossa vida, vivendo na gratuidade, e não na troca de favores, sem procurar fama e privilégios.

Também precisamos nos despojar de nossos projetos pessoais e preconceitos, a fim de nos entregarmos com total confiança nas mãos de Deus, com completa doação, dando um salto em total abandono no Senhor, sem nenhuma dúvida ou hesitação. 

Assim viveremos uma fé amadurecida, na doação total inclusive nas situações mais adversas, no testemunho da pobreza evangélica, acompanhada da humildade e fecundidade, num amor sem limites e incondicional.

Tão somente assim teremos uma verdadeira motivação de nosso engajamento pastoral, em total expressão de gratuidade, sem procura de honrarias, valorização, promoção ou elogios.

Oremos:

"Que Deus, afastando de nós todos os obstáculos, nos acompanhe para que inteiramente disponíveis nos coloquemos a serviço do Reino, na fidelidade a Jesus Cristo, com a força do Santo Espírito. Amém”.

domingo, 24 de novembro de 2024

“Quem nos separará do amor de Cristo?” (24/11)

                                                           

“Quem nos separará do amor de Cristo?”

No dia 24 de novembro, celebramos a memória do Presbítero Santo André Dug-Lac e seus companheiros mártires, e o Ofício das Leituras nos apresenta a Carta de Paulo Le Bao-Tinh aos alunos do Seminário de Ke-Vinh, de 1843, sobre a participação dos mártires na vitória de Cristo Rei.

“Eu, Paulo, preso pelo nome de Cristo, quero levar ao vosso conhecimento as minhas tribulações cotidianas que me assaltam de todos os lados, para que, inflamados pelo amor de Deus, possais louvá-lo, porque a sua misericórdia é eterna (Sl 117,1).

O meu cárcere é verdadeiramente uma imagem do fogo eterno. Aos cruéis suplícios de todo gênero, como grilhões, algemas e ferros, juntam-se ódio, vingança, calúnias, palavrões, acusações, maldades, falsos testemunhos, maldições e, finalmente, angústia e tristeza.

Mas Deus, que outrora libertou os três jovens da fornalha acesa, sempre me assiste e libertou-me dessas tribulações, que se tornaram suaves, porque a sua misericórdia é eterna!

Graças a Deus, no meio desses tormentos que continuam a apavorar os outros, sinto-me alegre e contente, pois não me julgo só, mas com Cristo. Nosso Mestre suporta todo o peso da Cruz, deixando-me apenas uma pequena e ínfima parte: não é só testemunha do meu combate, mas combatente, vencedor e consumador de toda luta. Assim, sobre Sua cabeça é que foi colocada a coroa da vitória, de cujo triunfo participam também os Seus membros.

Como, porém, Senhor, suportar tal espetáculo, ao ver diariamente os imperadores, os mandarins e seus soldados blasfemarem vosso santo nome, quando estais acima dos querubins e serafins? (cf. Sl 79,3). Eis que a Vossa Cruz é calcada pelos pagãos! Onde está a Vossa glória? Ao ver tudo isso, me inflamo por vós, preferindo morrer com os membros amputados, em testemunho do Vosso amor!

Mostrai, Senhor, o Vosso poder, salvando-me e protegendo-me. Que a força se manifeste na minha fraqueza e seja glorificada ante os gentios, pois, se eu vacilar no caminho, Vossos inimigos, cheios de orgulho, poderão levantar as cabeças.

Caríssimos irmãos, ao ouvirdes tudo isto, dai alegremente graças imortais a Deus, do qual procedem todos os bens. Bendizei comigo o Senhor, porque a Sua misericórdia é eterna! Minha alma engrandeça o Senhor e meu espírito exulte de alegria em Deus, meu Salvador; porque olhou para a humildade de Seu servo (cf. Lc 1,46-48), todas as gerações me proclamarão bendito, porque a Sua misericórdia é eterna!

Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, povos todos, festejai-O (Sl 116,1), porque Deus escolheu o que é fraco no mundo para confundir os fortes, e o que é vil e desprezível (1Cor 1,27-28), para confundir os nobres. Pelos meus lábios e inteligência, Deus confunde os filósofos, os discípulos dos sábios deste mundo, porque a Sua misericórdia é eterna!

Tudo isto vos escrevo, para unirdes à minha a vossa fé. No meio desta tempestade lanço a âncora, a viva esperança que trago no coração, até ao trono de Deus.

Caríssimos irmãos, correi de tal modo que possais alcançar a coroa: revesti-vos com a couraça da fé (1Ts 5,8), tomai as armas de Cristo, à direita e à esquerda, segundo os ensinamentos de São Paulo, meu patrono. É melhor para vós entrar na posse da vida comum só olho ou privados de algum membro (cf. Mt 5,29), do que serdes lançados fora com todos eles.

Vinde em meu auxílio com vossas preces, para que possa combater, segundo a lei, o bom combate, e combater até o fim, encerrando gloriosamente a minha carreira. Se já não nos podemos ver nesta vida, tal felicidade nos está reservada para o futuro, quando, junto ao trono do Cordeiro imaculado, exultantes com a alegria da vitória, cantaremos em uníssono eternamente os seus louvores. Assim seja.”

Anunciaram o Evangelho no extremo oriente da Ásia, nas regiões do Vietnã de hoje, o Evangelho já vinha sendo anunciado desde o século XVI. Contudo, de 1625 a 1886, excetuados breves períodos de paz, os governantes dessas regiões tudo fizeram para despertar o ódio contra a religião cristã e os discípulos de Cristo.

Canonizados pelo Papa São João Paulo II, no dia 19 de junho de 1988, foram inscritos 117 deles no rol dos santos mártires. Entre eles, 11 missionários dominicanos espanhóis, 10 franceses e 96 mártires vietnamitas.

Note-se que quanto mais foram perseguidos, maior se tornava o fervor cristão, tendo como resultado um elevadíssimo número de mártires: 8 bispos, 50 sacerdotes e 59 leigos, de diversas idades e condições sociais, na maioria pais e mães de família e, alguns, catequistas, seminaristas e militares.

Sejamos revigorados pelo testemunho destes mártires no bom combate da fé, no testemunho da esperança e na esforçada caridade a ser vivida.

Experimentemos também nós a força e a vitória, crendo no Senhor Jesus, que conosco está e caminha, e nada de fato nos separe d’Ele, como tão bem expressou o Apóstolo Paulo (cf Rm 8,35-39).

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Livres para amar e servir o Senhor (21/11)

                                                              

Livres para amar e servir o Senhor

Senhor, que jamais nos vangloriemos de participar ativamente da Igreja, possuir ministérios ou ter um serviço na comunidade eclesial de que fazemos parte, porque tudo é obra de Tua graça.

Senhor, que jamais, por pertencermos a uma comunidade que professa a fé em Ti, substituamos as relações de serviço por relações de poder, de domínio, de opressão, na busca da promoção pessoal, somada à desvalorização de outras pessoas.

Ensina-nos, Senhor, a viver uma religião autêntica, que consiste em adorar ao Deus vivo e verdadeiro, sem a promoção do culto a si próprio, buscando a satisfação dos próprios interesses, e jamais fazer do Altar um “palco de si mesmo”.

Assim, Senhor, estaremos vigilantes, participando do Teu Reino, numa vida expressa em doação, serviço e entrega por amor, e tão simplesmente por amor a Ti, servindo-Te na pessoa de quem mais precisa. Amém.

Fonte inspiradora: passagem do Evangelho Lucas 19, 45-48

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Em poucas palavras...(25/11)

                                                         


Vigilância necessária em relação aos meios de comunicação social

Os meios de comunicação social (em particular os mass-média) podem gerar uma certa passividade nos utentes, fazendo deles consumidores pouco cautelosos de mensagens e espetáculos.

Os utentes devem impor a si próprios moderação e disciplina em relação aos mass-média.

Hão de formar-se uma consciência esclarecida e reta, para resistir mais facilmente às influências menos honestas.” (1)

 

(1)               Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n.2496

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG