quinta-feira, 18 de julho de 2024

Uma fé viva e luminosa

                                                               


Uma fé viva e luminosa

A autêntica fé em Jesus Cristo, nosso Senhor, não permite que O reduzamos a um personagem histórico, simplesmente, ou a um mero objeto da razão humana.

A fé cristã é, definitivamente, o encontro com uma Pessoa viva, que só pode ser verdadeiramente conhecida através do encontro e do relacionamento.

Conhecemos verdadeiramente Jesus quando realizamos, na própria vida, a experiência do Ressuscitado, presente e atuante em nossa história pessoal e comunitária.

Quando descobrimos que Cristo não é apenas o sobrenome de Jesus, descobrimos quem Ele é verdadeiramente: o Messias, o Ungido de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Deus Encarnado, o Redentor de toda a humanidade.

Evidentemente, esta descoberta precisa ser de forma  existencial, de modo que essas verdades não sejam um conjunto de palavras teóricas e vazias; uma ideologia, mas manifestem o que Jesus significa em nossa vida, porque determinam todo o nosso pensar, sentir e agir, porque a Ele totalmente configurados e plasmados pelas mãos divinas com o Sopro do Espírito.

E tendo recebido o Batismo, incorporados à Igreja como pedras vivas e escolhidas, também recebemos dos Apóstolos a herança celeste, e agradecemos a Deus, nosso Pai, todos os Seus dons; e a Trindade, Una e Santa, glorificamos:

Pela Mesa do Corpo e Sangue, que recebemos por intermédio dos Apóstolos e que por ela somos alimentados e vivemos, assim como  pela Mesa da Palavra Divina, preparada para nós pelos Apóstolos,  recebemos luz e alegria.

Com a Igreja santa e pecadora que somos, edificada sobre o fundamento dos Apóstolos, formamos um só Corpo e recebemos todos os Sacramentos indispensáveis para a nossa vida:

O Batismo, para sermos iluminados, banhados, renovados, e como templos do Santo Espírito, marcados por este Divino Selo.

Eucaristia, que nos alimenta e nos revigora, Pão para o Caminho, Pão de Eternidade, Antídoto para não morrer, remédio para nossas enfermidades.

A Crisma, que nos enriquece com o Espírito Santo e Seus sete Dons: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor.

Penitência, para comunicar o perdão divino, reconciliando o penitente com Deus, com seus irmãos e irmãs, com toda a Comunidade, manifestando que a misericórdia divina é infinitamente maior que nossas misérias.

Matrimônio, para constituir uma família, pequena Igreja Doméstica, Santuário da vida, berço de vocações.

Ordem, para conduzir o rebanho do Senhor e orientá-lo com a Santa Palavra e alimentá-lo com a Santa Eucaristia, e tudo mais, que é próprio do Ministério Presbiteral, e deve estar nas entranhas do coração de cada padre, pela unção, no dia de sua Ordenação.

Unção dos Enfermos, para manifestar a força e o amor de Deus também na debilidade, na fraqueza, na enfermidade, e em todos os momentos.

Com uma fé viva e luminosa, tenhamos a esperança renovada em cada amanhecer, para se transformar em gestos concretos de amor que nos eternizam.

As chamas da Caridade ardente



As chamas da caridade ardente

 

“Coragem, sou Eu, não tenhais medo”

(cf. Mt 14,27)

 

Retomemos a primeira Grande Revelação em que Jesus fala de seu imenso amor por nós, provavelmente em 27 de dezembro de 1673, relatada por Santa Margarida Maria:

 

Meu Coração divino é tão apaixonado de amor pelos homens, e por ti em particular, que não mais podendo conter em Si as chamas de Sua caridade ardente, é preciso que elas se difundam por teu intermédio, e que Ele se manifeste aos homens para enriquecê-los de Seus tesouros preciosos, que Eu aqui manifesto, e que contêm as graças santificantes e salvíficas necessárias para retirá-los do abismo de perdição”.  

Diante do Sagrado Coração de Jesus, silencio-me;
Deixo-me envolver pelas chamas da Sua caridade ardente.
Aqueço meu coração, por vezes frio e cheio de medo,
Medo que não pode nos devorar e levar ao desespero.
 
Vivamos cada tempo como tempo de graça,
Para que entremos em contato com nosso mundo interno,
Coloquemos nossos pensamentos em ordem,
Observemos e escutemos o significado das nossas emoções.
 
Tempo de rever a nossa passagem pelo mundo.
Tempo de conversão de posturas de onipotência,
Que levam não somente a humanidade à morte,
Mas o mundo, a Terra, nossa Casa Comum.
 
Tempo de ouvir os clamores de nosso Planeta,
Que não suporta mais como o tratamos;
Com posturas levando à sua abismal destruição,
Em nome do lucro, capital voraz, a vida aniquilando.
 
É tempo de renovar a confiança em Deus em nossa “travessia”:
Estamos todos na mesma tempestade, mas não à deriva.
Contamos com a presença do Senhor que nos diz:
“Coragem, sou Eu, não tenhais medo” (cf. Mt 14,22-33).
 
Diante do Sagrado Coração de Jesus, continuarei em silêncio,
Totalmente envolvido pelas chamas da Sua caridade ardente.
Coração aquecido, medo permanentemente a ser vencido,
Em Sua Palavra confiando, um novo amanhecer sonhando.
 
A alegria do encontro, das festas, haverá de voltar.
Cultos, rezas e Missas terão maior e melhor sabor.
Reaprenderemos o que de fato tem ou não valor.
Viveremos intensamente a essência da fé cristã: o Mandamento do Amor.

Oremos: 

Coração de Jesus, fonte de vida e de santidade,
Coração de Jesus, propiciação pelos nossos pecados,
Tende piedade de nós, de joelhos suplicamos:
Aquecei-nos com Vossa chama de caridade ardente. 
Amém.

A inteligência artificial e a sabedoria do coração (súplica)

 


A inteligência artificial e a sabedoria do coração (súplica)

Suplicamos, ó Deus, a Vossa Sabedoria para que através da inteligência artificial, de mãos dadas com a sabedoria do coração, sejamos promotores de uma comunicação plenamente humana, orientada para o bem de toda a humanidade.

Não permitais, ó Deus, que caiamos na tentação do delírio da onipotência, com a indevida utilização da inteligência artificial, na funesta pretensão de um futuro que prescinda de Vós, ou até mesmo decrete a Vossa morte, como se de Vós não mais precisássemos

Concedei-nos um olhar espiritual, recuperando a sabedoria do coração, para que possamos ler e interpretar a novidade do nosso tempo e descobrir o caminho para uma comunicação plenamente humana.

Convertei o nosso coração para que, de fato, ele seja a sede da liberdade e das decisões mais importantes da vida, como um símbolo de integridade e unidade, sem jamais ocorrer a perda dos afetos, desejos, sonhos e da íntima e necessária comunhão convosco.

Abri nossos horizontes para o encontro com o outro, na sabedoria do saber escutar e falar tão somente o que possa edificar pontes de fraternidade e amizade social; jamais seja a inteligência artificial usada para a edificação de muros que nos fragilizam, e nos distanciam, por vezes, numa terceira guerra em pedaços.

Ajudai-nos na prevenção acompanhada da promoção de uma regulamentação ética que contorne os efeitos danosos, discriminadores e socialmente injustos dos sistemas de inteligência artificial, e não caiamos em polarizações de opiniões púbicas ou a construção de um pensamento único determinante.

Abertos à Sabedoria do Espírito, sejamos promotores de uma comunicação que nos liberte de toda forma de escravidão, e estabeleçamos relações de amor, respeito e liberdade, pois é para a liberdade que o Vosso Filho nos libertou, por Sua Morte e Ressurreição (cf. Gl 5,1).

Nutri nosso coração, portanto, de liberdade, para que cresçamos em Sabedoria, colocando toda e qualquer forma de inteligência artificial, a serviço de uma comunicação plenamente humana; mais uma vez, nós Vos pedimos, por meio do Vosso Filho, em comunhão com o Santo Espírito. Amém.

 

PS: Fonte inspiradora: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/communications/documents/20240124-messaggio-comunicazioni-sociali.html

Em poucas palavras...

                                     


Perseverança nas tribulações 

Na passagem da segunda Leitura (2 Cor 4, 7-15), o Apóstolo Paulo nos fala da centralidade e fundamento de nossa fé: a Ressurreição, que confere o verdadeiro sentido à vida cristã, para que não se perca diante do que for efêmero, e tão pouco desanimar diante das incompreensões e dificuldades, aprofundando a coerência exigida daqueles que se propõem a ser discípulos de Jesus Cristo.

 

Do delírio de onipotência, livrai-nos Senhor (súplica)

 


Do delírio de onipotência, livrai-nos Senhor (súplica)

Livrai-nos, Senhor, do delírio de onipotência, que nos cega, nos faz prisioneiros de nós mesmos, de nossos interesses, desejos, cobiça, presunção, petulância.

Livrai-nos, Senhor, do delírio de onipotência, que rompe os laços sagrados da fraternidade.

Livrai-nos, Senhor, do delírio de onipotência, que nos afasta de Vós, que Se faz e quer fazer-Se tão próximo e íntimo a nós.

Livrai-nos, Senhor, de todo delírio de onipotência, Vos suplicamos com o coração contrito e confiante em Vossa misericórdia. 

Livrai-nos, Senhor, de todo delírio de onipotência, para que tomemos consciência de que quando somos fracos, com a Vossa graça, é que nos tornamos fortes.

Livrai-nos Senhor, de todo delírio de onipotência, para jamais prescindirmos de Vossa presença, peregrinando na esperança de novos céus e nova Terra.

Livrai-nos, Senhor de todo delírio de onipotência, para que jamais façamos verter lágrimas de tristeza e decepção dos divinos olhos do Vosso Filho.

Livrai-nos Senhor, de todo delírio de onipotência, para que a nossa a vida de pequeninos do Vosso rebanho, leve Vosso Filho cantar louvores a Vós. Amém.

 

PS: Is 10,5-7.13-16; Sl 137,6; Mt 11, 25-27.

 

Ó amoroso convite, expressão da inefável bondade divina

                                                  

Ó amoroso convite, expressão da inefável bondade divina

“Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo
e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração
 e encontrareis descanso para as vossas almas,
pois meu jugo é suave e meu fardo é leve” (1)

O mais amoroso dos convites que possamos ouvir,
Brotam dos lábios do Senhor, manso e humilde de coração.
Ó inefável bondade divina, que se compadece de nossos humanos cansaços, e sem demora a Ele acorremos e deles nos refazemos.

“Quem será tão de pedra, quem tão teimoso que não obedeça a um convite tão bondoso?... Não vos assusteis ao ouvir ‘jugo’, porque este ‘jugo’ nem roça o pescoço nem faz abaixar a cabeça, ao contrário, ensina a pensar nas coisas do alto e forma na verdadeira filosofia” (2)

Bem sabia o Mestre o peso do jugo da dominação em que viviam,
E já dissera pouco antes, tomado de compaixão,
Que o povo que a Ele acorria, eram como ovelhas sem pastor,
Em todas as dimensões próprias da condição humana.

Hoje, também estamos cansados e fatigados por motivos diversos:
A pandemia que se manifestou numa sociedade muito antes enferma;
A insegurança, o medo que, por vezes, devora nossa coragem
E a esperança de um amanhã certo, que parece tardar acontecer.

Cansados da mentira sendo semeada e cultivada,
No canteiro dos pensamentos fecundos porque vazios;
Da hipocrisia já não mais disfarçada por falta de pudor,
Espalhando palavras e posturas de insana mediocridade.

Cansados pela violação da sacralidade da vida,
Sem limites e escrúpulos da violação do humano,
Porque curvados sob a ânsia do lucro, do acúmulo,
Subservientes do ídolo que ceifa vidas – o capital.

Embora cansados, e porque cansados, não podemos desistir
De buscar um novo céu e uma nova terra,
Construindo pontes de fraternidade e solidariedade.
Derrubando muros que separam com seus preconceitos e inimizades.

Ouçamos, em tempo, o amável convite que o Senhor nos faz.
A Ele acorramos, e aos Seus pés nos prostremos.
Tomemos o jugo da Cruz que nos oferece, e nos pede conversão,
Novas posturas, novas atitudes e mentalidades.

Cruz que, ainda que nos pese, grande ou pequena, levaremos,
Dependendo da medida da capacidade do amor que por Ele temos.
E se pesar, contemos com o sopro e a presença do Espírito,
Que não nos permite curvarmos na busca das coisas do alto.

Ó amoroso convite, expressão da inefável bondade divina.



(1)         (Mt 11, 28-30).
(2)        São João Crisóstomo, Bispo e Doutor da Igreja (séc. V)

Em poucas palavras...

                                       


Curai os enfermos!

“Curai os enfermos!» (Mt 10, 8). A Igreja recebeu este encargo do Senhor e procura cumpri-lo, tanto pelos cuidados que dispensa aos doentes, como pela oração de intercessão com que os acompanha.

Ela "crê na presença vivificante de Cristo, médico das almas e dos corpos, presença que age particularmente através dos sacramentos e de modo muito especial da Eucaristia, pão que dá a vida eterna (Jo 6,54-58) e cuja ligação com a saúde corporal é insinuada por São Paulo (1 Cor 11,30).”  (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 1509

 

 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG