O paradoxo dos paradoxos: o amor pelos inimigos
Reflexão sobre um paradoxo: o amor pelos inimigos, recomendado pela nova Lei que emana como consequência do Sermão da Montanha, pois é prescrito ao cristão não somente um estilo de comportamento, mas também uma necessária atitude de coração, do qual este comportamento deve nascer (Mt 5, 43-48).
Apenas para ilustrar, paradoxo consiste numa ideia, conceito, proposição ou afirmação aparentemente contraditória a outra ou ao senso comum.
Também pode ser compreendido como um comportamento que contradiz os princípios que o deveriam reger, numa aparente contradição.
Enquanto conceito filosófico, é o pensamento ou proposição que contraria os princípios do pensamento humano ou colide com as crenças e convicções da maioria das pessoas. Pode ser também, na lógica, um raciocínio aparentemente racional, mas que contém contradições em sua estrutura.
Enquanto conceito filosófico, é o pensamento ou proposição que contraria os princípios do pensamento humano ou colide com as crenças e convicções da maioria das pessoas. Pode ser também, na lógica, um raciocínio aparentemente racional, mas que contém contradições em sua estrutura.
Devidamente conceituado, compreendamos o paradoxo cristão, em que a tribulação aparece associada à alegria; a pobreza à riqueza; a fragilidade dos discípulos à força que possuem; o túmulo vazio, que é sinal da Ressurreição, e a plenitude da presença do Ressuscitado comunicando alegria e paz.
“Portanto, não só o respeito, mas também o amor pelos inimigos e perseguidores, para além de todos os limites da possibilidade humana.
Não em nível de sentimento, certamente: não seria porventura possível nem necessário, e nem sequer suficiente resolver tudo ao nível de moções da alma e de emoções.
Não se pode mandar que se ame, mas pode-se mandar que se procure amar, que se queira amar, de modo que a vida inteira seja orientada para o bem daquele que se quer amar, mesmo se não o merece, mesmo se nos repugna”. (1)
Aqui o grande desafio, pois o cristianismo não é a religião dos méritos, mas do amor, para que sejamos perfeitos como o Pai Celeste é perfeito (Mt 5, 48). Ser misericordioso como o Pai é misericordioso (Lc 6, 36).
Eis o paradoxo dos paradoxos, que o cristianismo é chamado a viver e testemunhar no mundo: o amor e a Oração pelos inimigos. Somente assim é que reinventamos o caminho da novidade, da fraternidade, de uma vida mais humana e mais bela, como sinal do Reino de Deus que já está em nosso meio.
É preciso que cada vez mais sejamos instrumentos do Amor Divino, testemunhas credíveis do Senhor, comprometidos com a civilização do amor.
PS: Inspirado no Evangelho da terça-feira da 11ª semana do Tempo Comum
(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - pág. 536.