
Eram os primeiros anos na Paróquia...
Escrevi em 23 de setembro de 2008, ao celebrar dois
anos à frente da Paróquia Santo Antônio Gopoúva – Diocese de Guarulhos – SP,
como Pároco.
Falava de minha nova história de amor que se soma
às demais histórias de amor, sempre vivas, pois o que é de Deus é eterno, e de
Deus é o amor vivenciado (1Cor 13), uma história intensa e densa e marcada por
momentos inesquecíveis, que possibilitaram crescimentos mútuos.
E passaram tão depressa! Hoje digo tão depressa! No
começo foi tudo tão difícil, tão estranho… Humanamente compreensível, mas com a
ajuda divina superável. Ontem mais incertezas do que louvores, hoje mais
louvores do que incertezas!
Como toda mudança, esta foi uma das mais
desafiadoras da minha vida, do meu Ministério; até mesmo mais difícil do que a
missão na Amazônia, onde eu nada conhecia, somada à distância geográfica,
saudades dos amigos, realidade cultural diferenciada, outros desafios, novas
descobertas, novas conquistas…
Mas o mesmo Deus presente em Sua Igreja, animando a
caminhada da comunidade, na força do Espírito e com a presença sempre terna e
carinhosa de Maria, lá como aqui na Paróquia, há muito que celebrar, há muito
que agradecer, há muito que ainda caminhar…
Como é bom dizer que minha família, que Jesus
redimensionou pela escuta, acolhida e prática de Sua palavra, hoje tem novos
nomes, novas histórias, novos rostos, novos ombros, novas mãos que se abrem e
se entrelaçam em gestos de acolhida, partilha e solidariedade.
Rostos de crianças e jovens, de adultos, idosos e enfermos. Se ainda não
sabedor de todos os nomes, posso chamá-los de irmãos e irmãs.
Como é bom colocar coração e pensamento nas mãos de
Deus, para que Ele nos conduza como um rio para onde bem quer.
Urge rogar a Deus para que cure nosso olhar, para
que não seja um olhar arrogante, tão pouco um coração orgulhoso. Mas que na
pequenez de nossa realidade Deus derrame com largueza Suas Bênçãos e graças, de
modo que nossos ouvidos jamais se fechem aos clamores dos pobres para que
nossas súplicas de Deus obtenham resposta (Pr 21,1-13).
Revele o nosso olhar o que há de mais belo dentro
de nós: Deus!
Que nosso coração possa na Lei, nos preceitos do Senhor encontrar suas
delícias, e nossos ouvidos aos clamores atentos sempre sejam, para que
nossas mãos jamais se fechem na partilha vivida.
Sejam nossos pés fortalecidos, caminhando sem jamais esmorecer, sem da jornada
desistir.
Na Eucaristia celebrada, demos graças pelos dez
anos que caminhamos juntos. Maior festa não pode haver: a Eucaristia – Festa de
todas as Festas. No banquete provisório, saboreia-se o Banquete da eternidade,
numa relação de carinho, gratidão, amor. Ceia em raios reluzentes da Jerusalém
celeste que ultrapassa as nuvens da história e vem iluminar nossos caminhos
(Papa São João Paulo II).
Tudo que podemos e devemos fazer: olhar o passado
para os acertos, e a Deus agradecer. Dos erros nos penitenciarmos e caminhos de
reconciliação e acertos buscarmos.
A vida é este mistério de erros acertos, presenças
e ausências, nascimentos e mortes, partidas e chegadas, idas e vindas,
encontros e desencontros, brisas e ventos, desesperos e alentos, conquistas e
distanciamentos, carência e plenitude, finitude e infinitude, silêncio e
inquietude, certezas e incertezas, fragilidade/enfermidade e vigor/fortaleza,
trevas e luz, morte e vida, graça e pecado.
É bom ter uma história de amor para contar, e nossa
vida está nas mãos de Deus, e cabe a nós escrever cada linha com a tinta do
Espírito, que é o Amor; amor que recarregamos na força da Oração, e na maior de
todas elas, quando celebramos o Banquete da Eucaristia!
Agradeço a Deus por todos que fizeram parte
desta história, e continuam fazendo, no carinho, na oração e na sadia saudade
cultivada...
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