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domingo, 17 de agosto de 2025
sábado, 16 de agosto de 2025
Maria, tu és para nós...
Maria, a mensageira da Paz
Maria, a mensageira da Paz
Reflexão à luz da
passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 1,39-56).
Maria vai ao
encontro de Isabel, saúda-a e fica com ela como mensageira da Paz. O
Evangelista Lucas nos apresenta Maria, como como a primeira portadora da Glória
de Deus, da Boa Notícia de Sua Presença, levando no ventre Jesus.
Sua fé lhe
concede palavra e mobilidade para ir ao encontro de Isabel, como alegre
mensageira do Verbo, da Palavra que se fez Carne e habitou entre nós (Jo 1,14).
De fato, a sua fé
é toda impregnada de meditação - “Sua
mãe conservava cuidadosamente todas as coisas em seu coração” (Lc 2,51).
No encontro
inusitado, contemplamos a palavra, a voz de Maria, que transforma as pessoas,
suscita a alegria dos últimos tempos.
Deste modo, por
acolher a Palavra e crer nela, Maria proclama o Magnificat.”, que é o canto
de alegria, confiança e esperança dos pobres em espírito, que se abrem aos
projetos, vontade e desígnios divinos.
Deus cumpre a
promessa feita a Abraão e a sua descendência, pois o que ela realiza não é
efêmero – já o definitivo.
O Magnificat fala
de um acontecimento passado com futuro, e Maria não apenas o canta, mas vive
cada palavra de suas linhas e entrelinhas.
Maria profetiza a
subversão messiânica de todos os valores: uma inversão em todos os planos.
Proclama que Deus cumpriu a tríplice
derrubada de situações humanas falsas, restaurando a humanidade na
salvação: no campo religioso, a derrubada
da autossuficiência humana, da soberba; no campo político, a derrubada dos
poderosos e a exaltação dos humildes; no campo social, a despedida dos ricos e
a promoção da verdadeira partilha, solidariedade e fraternidade.
O Evangelista
Lucas, ao colocar literalmente o Magnificat na boca de Maria, leva-nos a
pressupor que o conteúdo desse hino se adequava à imagem que de Maria lhe havia
transmitido a tradição.
Contemplemos e
louvemos Maria:
- sempre Maria: a
ouvinte, servidora da Palavra, o acontecer da Palavra de Deus. Não apenas ouve,
mas é cheia de graça, e cumpre totalmente a Palavra de Deus;
- que se
transforma na tenda itinerante e viva da glória do Senhor, na arca da Nova
Aliança. Traz no ventre não mais as tábuas da Lei, o maná e o cajado de Aarão,
mas Jesus, a Palavra, o Pão e Sacerdote da Nova e Eterna Aliança;
- que através de
suas ações, sua viagem e seu falar, torna presente a Glória do Senhor. Uma
presença misteriosa, mas perceptível pelo Espírito Santo, do qual estão cheios
tanto João como Isabel;
- que leva essa
presença da glória do Senhor, e por isto é objeto de bênção, ao mesmo tempo que
se bendiz o fruto de suas entranhas, Cristo, o Filho de Deus.
Contemplemos e
louvemos Maria, e com ela edifiquemos uma Igreja decididamente missionária, a
serviço do Reino, como alegres, convictos mensageiros da Paz, Jesus, Seu
Amantíssimo Filho e Redentor de toda a humanidade. Amém.
Fonte:
Mariologia – Síntese bíblia, história e sistemática – José Cristo Rey García
Pareces – Editora Ave Maria – pp.96-105
Maria, lírio entre os espinhos
Maria, “És lírio entre os espinhos,
és pura sem igual,
brilhando nos caminhos
da culpa original”.(1)
Lírio puríssimo por todo o sempre,
Tu podes nos ensinar a coragem manter,
Por que todos passamos.
Lírio perfeitíssimo no Jardim do Criador,
Repleta do oceano de carismas divinos,
Abismo de graças, volte para nós teu olhar. (2)
Lírio prediletíssimo do Altíssimo,
Tu penetraste como ninguém
No abismo do amor de Deus,
Na alegria e tristeza, na angústia e esperança.
Lírio castíssimo toda de Deus,
Contigo nossos olhares se renovam,
Lírio amabilíssimo da Unidade Trina de Amor,
Da Trindade, que te fez cheia de graça e amor;
Lírio exalante do mais puro odor de santidade,
Com abertura de alma e coração,
Pleno de sinceridade, disponibilidade e confiança.
Lírio de beleza indescritível tu és para sempre.
Lírio imaculado, sem a mancha do pecado,
Que contempla para além do aparente fracasso:
Lírio belíssimo e esplendoroso, na glória dos céus,
Desde aquele memorável dia do primeiro sinal:
Nova luz há de brilhar: “Fazei tudo o que Ele vos disser”
(Jo 2,5)
(1)Liturgia das Horas - Volume Advento-Natal - pág.1037
Salve Maria, cheia de graça!
Salve Maria, cheia de graça!
Reflitamos sobre este hino dedicado à Santíssima Virgem, escrito pelo Bispo São Sofrônio (séc. VII):
“Salve, mãe da alegria celeste;
Salve, você que alimenta em nós um gozo sublime;
Salve, sede da alegria que salva;
Salve, você que nos oferece a alegria perene;
Salve, místico lugar da alegria inefável;
Salve, campo digníssimo da alegria inexprimível.
Salve, manancial bendito da alegria infinita;
Salve, tesouro divino da alegria sem fim;
Salve, árvore frondosa da alegria que dá vida;Salve, mãe de Deus, não desposada;
Salve, Virgem íntegra depois do parto;
Salve, espetáculo admirável, mais alto que qualquer prodígio.
Quem poderá descrever seu esplendor?
Quem poderá contar seu mistério?
Quem será capaz de proclamar sua grandeza?
Você adornaste a natureza humana.
Você superaste as legiões angélicas,
Você superaste a toda criatura,
Nós lhe aclamamos: Salve, cheia de graça.”
“O Senhor derrubou do trono os poderosos”
Senhor, afastai o perigo da onipotência humana, que nos aprisiona e nos mergulha no mar do pecado, e mergulhemos no Mar de Vossa bondade, pela Onipotência de Misericórdia.
Maria que cremos e amamos
Cremos que, com a Assunção de Maria, se dá o nascimento para a plenitude da vida, associada à Ressurreição de Jesus.
Cremos que Deus quis que Jesus tivesse Sua Mãe junto de Si para ficar bem perto de nós.
Lições para uma Espiritualidade Mariana
Lições para uma Espiritualidade Mariana
Mãe Discípula:
Aquela que ouve, escuta, acolhe a voz de Deus para realizar a Sua vontade; é Mãe e Mestra, porque antes foi discípula modelo, por excelência. Perfeita sintonia com Deus, é para nós modelo de escuta.
Mãe da Fidelidade:
Em toda e qualquer situação a fidelidade marcou sua existência – fiel porque acreditou nas Promessas de Deus, por isto é cheia de graça, feliz, bem-aventurada.
Mãe da Disponibilidade:
Vai apressadamente servir sua prima Isabel, sem medir esforços. Mesmo grávida, percorreu mais de cem quilômetros, em prontidão imediata, sem lamentos, sem queixas, sem prantos, sem adiamentos, constrangimentos. No amor não cabe nada disto! O amor suaviza a missão!
Mãe Servidora:
Vai a Isabel para servir e colocar seus amáveis dons em favor da vida, assim como nas mais diversas situações que vivenciou.
Mãe da Alegria:
No encontro com Isabel, tendo acolhido em si a Obra do Espírito Santo, leva consigo O Salvador, provocando um clima envolvente de alegria e louvores, cantos de ação de graças... No encontro de duas mulheres a manifestação de Deus num clima radiante de alegria!
Mãe da Esperança
Maria é cantora da esperança dos pobres! Sonha e canta um mundo novo que nasce da intervenção de Deus e da participação humana: uma nova sociedade em todos os níveis: religioso, político e social. O orgulho dará lugar à humildade, à obediência a Deus, à simplicidade de coração. A prepotência humana cederá à onipotência Divina, o poder será colocado em favor do bem comum. O mundo viverá novas relações de amor, partilha e comunhão, em que ninguém será privado da vida e do pão. A esperança não dispensa compromissos e responsabilidades.
Mãe da Humildade:
Maria sabe entrar e sair de cena – vai, serve, volta. A Glorificação se dá somente nos céus. Fazer o bem e sair de cena, com toda humildade. O bem feito com amor não precisa de publicidade e holofotes – Deus na hora certa e no tempo oportuno é quem nos coroará. Ela foi coroada como Mãe da Glória.
Mãe da Solidariedade:
Sensibilidade e solidariedade foram suas marcas nas bodas de Caná, na visita a Isabel, e em todos os momentos. Também presente na Paixão e Morte de Seu Filho, aos pés da Cruz, para ter a alma transpassada. Solidariedade nos primeiros encontros dos Apóstolos e em toda a história com suas aparições.
Mãe boa pastora:
Maria, na fidelidade a Deus, acolhendo ao bom Pastor, é aquela que O carregou no colo, também Mãe de todas as ovelhas pelas quais seu Filho entregou a própria vida. Como não se sentir protegido, amado e seguro no colo de Maria?
Mãe do amor pelos últimos:
A parábola do Evangelho nos fala do amor misericordioso de Deus pelos últimos (das 5 horas que não foram contratados), que recebem a moeda de prata (diária para um dia Mt 20,1-16). Deus ama os últimos, os excluídos, os pequeninos, aqueles que a sociedade privou da vida e do pão cotidiano, do essencial para viver com dignidade… Maria no Magnificat canta o amor de Deus pelos empobrecidos, quando diz que Deus despediu os ricos de mãos vazias e saciou de bens os famintos. Tal Mãe, tal Filho, tal Igreja. Maria está sempre junto do Filho assegurando-nos, a moeda de prata de cada dia, O Pão Nosso de cada dia, em cada Eucaristia que celebramos.
Mãe da paciência:
Maria é a Mãe da paciência por excelência: recordemos vários momentos em que ela revelou serenidade, confiança e, sobretudo paciência. A paciência para ver o trágico momento da morte se transformar numa alegre e inovadora Madrugada da Ressurreição. Paciência para ver passar a noite da escuridão que parecia eterna, em radiante luz da Ressurreição, aurora da alegria, do esplendor, da vitória…
Mãe Lutadora:
Nada temeu, nem as forças diabólicas que devoraram a vida de Seu Filho, mas que foi por Deus Ressuscitado. O mal tem aparente vitória – a vitória final pertence a Deus. Por isto ela é modelo de luta para todos que combatem em favor da vida. É modelo de luta para nossas comunidades.
Mãe da Glória:
Elevada em corpo e alma aos céus, acende em nós o mais precioso desejo: a eternidade. Ela já alcançou depois da Ressurreição de Seu Filho, como a primeira da fila. Maria puxa a fila dos que desejam entrar no céu. Entrada nos céus de corpo e alma é sinal da dignidade, da sacralidade da vida e da existência humana, onde Deus fez Sua morada.
Por isto podemos repetir o que disse Santo Amadeu (séc.XII):
“Maria está assentada no mais alto cume das virtudes, repleta do oceano dos carismas divinos, do abismo das graças, ultrapassando a todos, derramava largas torrentes ao povo fiel e sedento”
Continuemos o aprendizado de maravilhosas lições para uma devoção à ela sincera e frutuosa.
Sabiamente a Igreja nos ensina e nos convoca a superar uma esterilidade devocional a Maria, na imitação de suas virtudes em nosso cotidiano.
Não há devoção mais agradável a Deus do que o amor e o serviço aos pobres, com os quais Ele quis Se identificar e Se fazer presença. Maria, neste sentido, mais do que ninguém, foi Mãe e Mestra!
Aprendamos estas dentre outras lições para uma Espiritualidade Mariana, que nos conduzirá à essência da Espiritualidade, que é viver segundo o Espírito, como discípulos missionários do senhor, em amor pleno e incondicional a Deus.
“Salve Rainha, Mãe de Misericórdia...”