quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024
“É feliz quem a Deus se confia”
Quem são os “Lázaros” de nosso tempo?
Quaresma: amor expresso na compaixão com os “Lázaros”
Na quinta-feira da 2ª Semana do Tempo da Quaresma, ouvimos a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 16,19-31), que nos apresenta o banquete oferecido por um rico, e o pobre Lázaro, à porta, mendicante.
“O indigente está atormentado pela falta do necessário e se lamenta e levanta muitos acusadores e não deixa nenhuma rua sem percorrer, perseguido por sua miséria, sem ter onde passar a noite.
Como conseguirá o infeliz dormir, atormentado pelo estômago, cercado pela fome, desprotegido quando vem o frio ou quando cai o aguaceiro?
Você sai limpo do seu banho, vestindo roupas claras, cheio de satisfação e euforia e se dirige a esplêndida mesa que lhe foi posta.
O outro, porém transtornado de frio e morto de fome, dá voltas e mais voltas pela praça pública, com a cabeça baixa e estendendo as mãos.
O infeliz já nem tem ânimo para se dirigir ao bem alimentado e bem descansado, pedindo-lhe o sustento necessário e muitas vezes se retira coberto de insultos”.
Contemplo-Vos, ó Cristo, sempre presente
“A caridade perfeita expulsa o temor”
- suplicarmos a Deus inteligência e a prudência. Incansáveis, procuremos, pois se trata de um “tesouro”, como nos disse o Bispo, para chegarmos a compreensão do temor do Senhor;
Lázaro é o próprio Cristo Crucificado nos crucificados de cada tempo!
Comunidade: lugar do encontro com Deus (IIITQB)
- Sentimos a presença de Deus em cada homem e mulher, como templos de Deus?
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024
Quaresma: “Tempo de combate e suores”
“Parênteses de luz”
“Parênteses de luz”
É sempre tempo favorável de conversão e, também, de oração,
em que nos abrimos e mergulhamos nos insondáveis Mistérios Divinos.
“O abandono das certezas, das seguranças jamais é total.
Permanece sempre, no fundo, a lembrança e a saudade da terra em que se
habitava.
Nos apóstolos chamados a seguir a Cristo permanece a
interrogação de quem seria realmente Aquele a quem ouviram e por quem
abandonaram sua terra. Sua vida oculta, Seu messianismo tão diferente do que
esperavam deixam algo de duvidoso.
Jesus toma a iniciativa e Se manifesta sob outra forma que
revela Seu verdadeiro ser, Sua majestade divina: concede aos apóstolos
contemplar o fim que O espera. Assim, os discípulos podem ver que o Servo
repelido e incompreendido é o Filho do homem descrito por Daniel.
A condição humana, frágil e oculta, é apenas um tempo de
passagem, um parênteses. Com essa antecipação da glória de que se revestirá no
momento da Ressurreição, a fé dos discípulos deveria sair reanimada, confirmada
(Evangelho).”
Retomemos duas afirmações: “(Jesus) concede aos apóstolos
contemplar o fim que O espera...” e “A condição humana, frágil e oculta,
é apenas um tempo de passagem, um parêntesis.”
Há um fim glorioso, por nós, esperado, a glória dos céus que
Jesus lhes dá a possibilidade contemplar. Alguém muito bem assim expressou:
“é como uma gota de mel em meio às amarguras.”
Se não tivessem estes parênteses de luz como suportariam as
dificuldades, provações, perseguições um pouco mais tarde, como de fato elas se
multiplicaram avassaladora e crudelissimamente...
Não tivessem esta experiência, com certeza esmoreceriam,
desanimariam, recuariam e a missão de anúncio do Reino, da construção de um
novo céu e uma nova terra consistiria num terrível fracasso.
A fé na Ressurreição, a espera da glória futura, a coroa da
justiça reservada aos justos é sempre uma boa nova que nos impulsiona.
Quanto à segunda, somos um “parênteses”, um momento, uma
história a ser escrita com coragem e ousadia, para ser prolongada na
eternidade.
Nossa história, se escrita com confiança no Absoluto, terá
sua continuidade desabrochando em páginas infinitas na eternidade.
Mas como somos frágeis, limitados, por vezes temerosos,
incrédulos, precisávamos e precisamos de “momentos de luz” para que se renove
em nós a certeza de que as trevas não prevalecerão para sempre. Afinal, Ele
mesmo disse: “quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”
(João 8,12).
A Celebração Eucarística é o ápice deste momento de luz,
quando ao topo do Monte Sagrado subimos para escutarmos o Filho amado e o que
Ele tem para nos dizer.
Escutando não podemos fixar tendas nas “Montanhas”, mas
descermos corajosamente à Planície de nosso quotidiano, também nos encontrando
com Ele que Se apresenta com múltiplas feições.
Muitas vezes desfigurado, faminto, sedento, preso, nu,
carente do essencial para viver clamando por transfiguração.
Parênteses de luz para iluminar as trevas do quotidiano
quem dele não precisa?
Que momentos de luz sejam multiplicados na vida de cada
de um de nós, para que o parênteses que somos possa ser invadido pelo brilho do
esplendor divino.
Que as trevas cedam lugar à luz, o pecado à graça, a
morte à vida.
Que passemos verdadeiramente do parênteses provisório que somos ao parêntese eterno que seremos...