quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Pe. Tito, sua História precisa ser conhecida!(07/12)

                                                


Pe. Tito, sua História precisa ser conhecida!

Em junho de 2010, recebi da redação do jornal Folha Diocesana (Diocese de Guarulhos-SP) a grata incumbência de entrevistar o Pe. Tito, figura ilustre de nossa Diocese, que  escreveu uma belíssima e riquíssima História.

Foram duas horas inesquecíveis, em que ele com impressionante vivacidade e lucidez se dedicou a esta entrevista. 

O leitor poderá se deliciar com suas respostas, refletir e aprofundar sobre a vida de um Sacerdote e, ainda, encontrar elementos questionadores no êxito da Missão Evangelizadora.

Nome: Pe. Antonio Testa, carinhosamente chamado de Pe. Tito,
Pároco Emérito da Paróquia Santo Antonio de Gopoúva

Nascimento: dia 13 de maio de 1917
Pai: João Testa e Mãe: Eva Brunelli Testa
Local de Nascimento: Jaú - SP
Data da Ordenação: 16 de janeiro de 1944

O que o motivou a ser Sacerdote?
A amizade com os padres, o fato de ser coroinha e o incentivo dos meus pais.

A qual Congregação o senhor pertence?
A Congregação de Nossa Senhora de Sion, mas quase toda minha vida foi dedicada a Cidade de Guarulhos, hoje Diocese.

Onde foram os seus primeiros anos de Ministério Sacerdotal?
Ipiranga -SP, Petrópolis - RJ, São Sebastião do Paraíso - MG e Guarulhos -SP de 1952 até o presente momento.

Quais funções significativas o senhor ocupou na Congregação?
Superior Geral da Congregação de 1959 a 1965 e Mestre de Noviço em Guarulhos. Fui também Professor de Cosmologia.

O senhor possui algum título?
Sim. Comendador do Vaticano e Cidadão Guarulhense.

Já trabalhou no exterior?
Sim. Como seminarista fui para a Bélgica (1939), e, em plena Segunda Guerra Mundial, tive que voltar para o Brasil (1941). Trabalhei também na França e Portugal

O que o senhor poderia nos contar sobre a Segunda Guerra Mundial?
Foram anos dificílimos... Fui testemunha de execuções sumárias de judeus, passei fome, sede, permaneci, por sete dias, recluso num trem sem nenhuma condição, etc.

Quais os sopros do Espírito trazidos pelo Concílio Vaticano II (1962-1965)?
Renovação total na Igreja, mais abertura para sua presença no mundo, maior compreensão e participação na vida litúrgica, maior participação feminina, mais espaço para o ministério dos cristãos leigos, maior valorização dos Sacramentos, a compreensão da língua na realização dos cultos...

Quais são as maiores dificuldades encontradas no seu Ministério Presbiteral?
Trabalhar na formação de noviços e o trabalho com enfermos infecto-contagiosos (hanseníase).

Nestes 66 anos de Vida Sacerdotal, qual é a sua maior alegria?
O dia da Ordenação e ajudar a Diocese de Guarulhos quando ainda nem era Diocese.

Quais são as âncoras que o fortalece em seu Ministério Sacerdotal?
Formação permanente, fé, oração, Sacramentos, sobretudo a Santa Eucaristia, Terço, devoção a Nossa Senhora, configuração a Jesus Cristo, no mistério da dor e da alegria, saúde e doença...

 O senhor tem acompanhado as últimas notícias sobre a vida dos Sacerdotes na mídia? Qual o seu parecer?
Leio um Jornal de Grande Circulação e, em comunhão com o Papa, sinto muita tristeza e, ao mesmo tempo, sei que não se restringe a Igreja, lamentavelmente.

Qual a saída para superação destes fatos?
Quer na família, quer no seminário a educação é fundamental. É preciso ter critérios na admissão de vocacionados. Precisamos tomar como exemplo inúmeros casos de Sacerdotes que são exemplares por suas vidas, testemunhos, doação e entrega à Igreja.

Estamos terminando o Ano Sacerdotal que o Papa nos presenteou com o tema: “Fidelidade de Cristo, Fidelidade do Sacerdote”. O Senhor acredita que correspondemos aos anseios do Papa?
Na medida do possível sim. Com 93 anos não consigo estar nas atividades, encontros realizados pelos padres. E como gostaria de participar! Sempre procuro justificar ao Bispo, através do Pároco, quando não posso comparecer.

Que avaliação o senhor faz do Pontificado do Papa Bento XVI?
No começo fiquei preocupado...  Porém, ele está fazendo um ótimo Pontificado e uma excelente transição para o próximo Papa. Suas Encíclicas são admiráveis, menciono “Deus Caritas est”. Creio que aprendeu muito com o seu antecessor, o Papa João Paulo II.  

Estamos em Plena realização do Projeto Missionário Diocesano. Quais são as áreas, frentes e realidades que mais nos desafiam para o anúncio da Boa Nova?
A realidade da juventude, a família, é preciso reavivar a participação dos católicos afastados que não tem participação assídua, fortalecimento da espiritualidade em todos os âmbitos.

Como padres, como podemos nos ajudar mutuamente na realização do ministério?
Com confiança, amizade, valorizando os dons do outro, eliminando ciúmes, promovendo encontros de partilha...

Qual a mensagem do senhor para as famílias?
Primeiramente constituir a família na Palavra de Deus, educar os filhos na fé, guardar os Mandamentos da Lei Divina...



PS: Publicado no jornal Folha Diocesana – Edição nº 167 – postado hoje em homenagem ao Pe. Tito (96 anos) que entrou na Glória de Deus no dia 07/12/2013.

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