Palavra
divina, luz para nosso caminho
Meditemos à luz
de um dos Sermões do Presbítero São Bernardino de Sena, sobre o nome de Jesus
que é a luz dos pregadores, bem como daqueles que a ouvem.
“O nome de Jesus
é a luz dos pregadores porque ilumina com o Seu esplendor os que anunciam e os
que ouvem a Sua palavra. Por que razão a luz da fé se difundiu no mundo inteiro
tão rápida e ardentemente, senão porque foi pregado este nome? Não foi também
pela luz e suavidade do nome de Jesus que Deus nos chamou para a sua luz
maravilhosa? (1Pd 2,9). Com razão diz o Apóstolo aos que foram iluminados e
nesta luz veem a luz: Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no
Senhor. Vivei como filhos da luz (Ef 5,8).
Portanto, é
necessário proclamar este nome para que a sua luz não fique oculta, mas
resplandeça. Entretanto, ele não deve ser pregado com o coração impuro ou com a
boca profanada; deve ser guardado e proferido por meio de um vaso escolhido.
Por isso, diz o
Senhor, referindo-se ao Apóstolo: Este homem é para mim um vaso
escolhido para anunciar o meu nome aos pagãos, aos reis e ao povo de Israel (cf.
At 9,15). Um vaso escolhido, diz o Senhor, onde se expõe uma bebida de
agradável sabor, para que o brilho e o esplendor dos vasos preciosos provoquem
o desejo de beber: para anunciar – acrescenta – o meu nome.
Com efeito, para
limpar os campos se queimam com o fogo os espinheiros secos e inúteis; aos
primeiros raios do sol nascente, as trevas desaparecem, e os ladrões, os
notívagos e os arrombadores de casas desaparecem.
Da mesma forma,
quando Paulo pregava aos povos – semelhante a um forte estrondo de trovão ou à
irrupção de um violento incêndio mais luminoso que o nascer do sol –
desaparecia a falta de fé, morria a falsidade e resplandecia a verdade, à
semelhança da cera que se derrete ao calor de um fogo ardente.
Ele levava o nome
de Jesus a toda parte por meio de suas palavras, cartas, milagres e exemplos.
De fato, continuamente louvava o nome de Jesus e cantava-lhe hinos de ação de
graças (Eclo 51,15; Ef 5,19-20).
O Apóstolo também
apresentava este nome como uma luz aos pagãos, aos reis e ao povo de Israel,
iluminava as nações e proclamava por toda parte: A noite já vai
adiantada, o dia vem chegando: despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as
armas da luz. Procedamos honestamente, como em pleno dia (Rm
13,12-13). E mostrava a todos a lâmpada que arde e ilumina sobre o candelabro,
anunciando em todo lugar a Jesus Cristo crucificado (1Cor 2,2).
Assim, a Igreja,
esposa de Cristo, sempre apoiada em seu testemunho, alegra-se com o Profeta,
dizendo: Deus, vós me ensinastes desde a minha juventude, e até hoje
canto as vossas maravilhas (Sl 70,17), isto é, continuamente. Também o
mesmo Profeta a isto nos exorta: Cantai ao Senhor Deus e bendizei seu
santo nome! Dia após dia anunciai sua Salvação (Sl 95,2), quer dizer,
Jesus, o Salvador”.
Seja quem
anuncia, seja que acolhe a Palavra de Deus, por ela é conduzido e iluminado em
todas as situações, por mais obscuras que sejam.
E esta Palavra é
o próprio Jesus que se encarnou e veio habitar entre nós. Palavra que é luz
para nossos passos. A luz do mundo, e quem o segue não anda nas trevas mas tem
a luz da vida, como Ele mesmo afirmou na passagem do Evangelho de João (Jo
8,12).
Conceda-nos,
ó Deus, sermos sempre iluminados por esta Palavra, e assim jamais tropeçaremos
na escuridão do caminho, trilhando no Caminho que é o próprio Jesus: Caminho,
Verdade e Vida.
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