Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz
“Bem aventurados os que promovem a paz ,
porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9)
Apresento uma síntese da Mensagem do Papa Bento XVI para o dia 1º de janeiro de 2013, quando celebramos a Solenidade da Mãe de Deus e o Dia Mundial da Paz. Divido em três partes para facilitar a leitura.
Inspira-se o Papa na passagem do Evangelho (Mt 5,9) – “Bem-aventurados os que obreiros da paz, porque serão chamados filhos de Deus”, que é o título da Mensagem.
Na introdução menciona os 50 anos da realização do Concílio Vaticano II, reconhecendo a sua valiosa contribuição para que a missão da Igreja tivesse mais força no mundo, como Povo de Deus em comunhão Ele, caminhando entre a realidade humana, compromissados com a história, compartilhando suas alegrias e esperanças, tristezas e angústias, com a inadiável missão de anunciar a Salvação que Jesus Cristo nos trouxe, colaborando intensivamente para que a paz aconteça, sendo esta a aspiração que cada início de ano desperta no coração da humanidade.
Faz uma substancial apresentação da realidade de nosso tempo, caracterizado pela globalização, com seus aspectos positivos e negativos, e também por sangrentos conflitos ainda em curso e por ameaças de guerra, exigindo um renovado e concorde empenho na busca do bem comum, do desenvolvimento de todo o homem e do homem todo.
Fala da preocupante realidade mundial marcada por focos de tensão e conflito causados por crescentes desigualdades entre ricos e pobres, pelo predomínio de uma mentalidade egoísta e individualista, que se exprime inclusivamente por um capitalismo financeiro desregrado.
Some-se a tudo isto as variadas formas de terrorismo e criminalidade internacional, que põem em perigo a paz e aqueles fundamentalismos e fanatismos que distorcem o verdadeiro sentido da religião.
No entanto, sendo de cada pessoa o desejo de paz, é preciso promover desenvolvimento integral, social, comunitário, e isto faz parte dos desígnios que Deus tem para o homem, pois somos feitos para a paz que é dom de Deus.
Apresenta em seguida uma fundamentação bíblica para que sejamos obreiros da paz, trilhando o caminho da verdade, da justiça e do amor.
Acolher Jesus Cristo, Homem-Deus é acolher a fonte da paz verdadeira, que somente Ele pode nos dar, no encontro sincero e confiante do homem com Deus.
A Igreja está convencida de que urge um novo anúncio de Jesus Cristo, primeiro e principal fator do desenvolvimento integral dos povos e também da paz.
Explicito com suas palavras: “Na realidade, Jesus é a nossa paz, a nossa justiça, a nossa reconciliação (cf. Ef 2, 14; 2Cor 5, 18). O obreiro da paz, segundo a Bem-Aventurança de Jesus, é aquele que procura o bem do outro, o bem pleno da alma e do corpo, no tempo presente e na eternidade.”
A paz é, portanto, dom messiânico e obra humana e para alcançá-la é preciso desmantelar a ditadura do relativismo e a moral totalmente autônoma, dito de modo simples, o individualismo.
Afirma categoricamente: “A paz é construção em termos racionais e morais da convivência, fundando-a sobre um alicerce cuja medida não é criada pelo homem, mas por Deus. Como lembra o Salmo 29, « o Senhor dá força ao Seu povo; o Senhor abençoará o Seu povo com a paz » (v. 11).”
A busca da paz envolve o ser humano na sua integridade e supõe o empenhamento da pessoa inteira: é paz com Deus, vivendo conforme a Sua vontade; é paz interior consigo mesmo, e paz exterior com o próximo e com toda a criação.
Cita o Beato João XXIII na Encíclica Pacem in terris – paz implica principalmente a construção duma convivência humana baseada na verdade, na liberdade, no amor e na justiça.
Apresenta as condições para que nos tornemos autênticos obreiros da paz, que não é um sonho, nem uma utopia; é uma verdadeira possibilidade: a atenção à dimensão transcendente e o diálogo constante com Deus, Pai misericordioso, pelo qual se implora a redenção que nos foi conquistada pelo Seu Filho Unigênito.
Somente assim pode-se vencer o “... germe de obscurecimento e negação da paz que é o pecado em todas as suas formas: egoísmo e violência, avidez e desejo de poder e domínio, intolerância, ódio e estruturas injustas”, e assim procurar os caminhos para a implementação do bem comum que serão, por sua vez, os caminhos a serem seguidos para que se obtenha a paz.
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