terça-feira, 31 de dezembro de 2024
“O Verbo Se fez Carne”
Em poucas palavras...
Jesus Cristo: perfeito na divindade e
humanidade
«Na
sequência dos santos Padres, ensinamos unanimemente que se confesse um só e
mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, igualmente perfeito na divindade e
perfeito na humanidade, sendo o mesmo verdadeiramente Deus e verdadeiramente
homem, composto duma alma racional e dum corpo, consubstancial ao Pai pela sua
divindade, consubstancial a nós pela sua humanidade, «semelhante a nós em tudo,
menos no pecado» (Hb 4,15): gerado do Pai antes de todos os séculos segundo a
divindade, e nestes últimos dias, por nós e pela nossa salvação, nascido da
Virgem Mãe de Deus segundo a humanidade.
Um
só e mesmo Cristo, Senhor, Filho Único, que devemos reconhecer em duas
naturezas, sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação. A diferença
das naturezas não é abolida pela sua união; antes, as propriedades de cada uma
são salvaguardadas e reunidas numa só pessoa e numa só hipóstase»”
(1)
Concílio Ecumênico de Calcedônia (451d.C.) – Catecismo da Igreja
Católica – parágrafo 467
segunda-feira, 30 de dezembro de 2024
O amor de Deus nos livra do abismo da morte
O amor de Deus nos livra do abismo da morte
No dia 30 de dezembro, a Liturgia nos oferece as seguintes proclamações: Leitura (1 Jo 2,12-17); Salmo 95, 7-10, e a passagem do Evangelho (Lc 2, 36-40), em que a viúva Ana fala acerca do Menino apresentado no templo a todos os que esperavam a libertação de Israel.
Vejamos o que nos diz Lecionário Comentado:"
O amor a Deus liberta-nos da transitoriedade que nos arrasta para o abismo da morte. E proclamar em voz alta este caminho de vida é obra profética, sobretudo pela profecia que vem de Cristo”. (1)
De fato, somente com a presença de Deus e Sua misericórdia que vem sempre ao encontro de nossa miséria, podemos firmemente dar passos na busca das coisas do alto, onde Ele habita, fazendo da própria vida um serviço a Ele, porque vivemos da alegria e do amor vivenciado e marcante deste inesquecível e decisivo encontro um dia realizado.
Com a profetisa Ana não foi diferente, uma vez que, depois de oitenta e quatro anos vividos na busca da realização da vontade de Deus, ela tem a alegria do encontro pessoal com Jesus, o Menino Deus.
Aprendamos com esta viúva que não fica com a alegria só para si, retendo-a e guardando como um tesouro, ao contrário, sai anunciando a todos que Aquele Menino, Aquela frágil criança, que oculta a divindade somente percebida pelos corações que creem, é a resposta do próprio Deus a todos os que esperam a verdadeira libertação.
Com Ana, como discípulos missionários do Verbo que Se encarnou e habitou entre nós, façamos nosso anúncio, acompanhado do reconhecimento do amor de Deus, que é fiel às Suas promessas, através do louvor, pois Ele é digno de toda honra, glória, poder e louvor.
Somente quem fez este encontro com Jesus sente a alegria transbordar no coração que palpita mais fortemente, e torna mais inflamada a chama do primeiro amor vivenciado, e envolvido por este amor está livre de todo e qualquer abismo de morte.
Finalizemos o ano vislumbrando novos dias, renovando diante do altar e no altar do Senhor a alegria de sermos seus discípulos.
Concluamos com as palavras do Profeta Isaías:
“Pois nasceu para nós um pequenino, um filho nos foi dado. O principado está sobre seus ombros e seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai para sempre, Príncipe da Paz” (Is 9,5).
E ainda:
“Como são formosos, sobre os montes, os pés do mensageiro que anuncia a paz, que anuncia coisas boas e proclama a salvação, dizendo a Sião: ‘Teu Deus começou a reinar’” (Is 52,7).
(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - p.284 – Vol. Advento/ Natal.
As aves do céu e os lírios do campo

As aves do céu e os lírios do campo
“Olhem os pássaros do céu: eles não semeiam, não colhem, nem ajuntam em armazéns. No entanto, o Pai que está no céu os alimenta. Será que vocês não valem mais do que os pássaros
Quem de vocês pode crescer um só centímetro, à custa de se preocupar com isto? E por que vocês ficam preocupados com a roupa? Olhem como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam” (cf. Mt 6,26-28)
Fixar o olhar nas aves do céu e nos lírios do campo,Em meio a sinais de mortes, devastação é possível?
Não é esta a questão essencial a ser respondida,
Mas o que podem nos ensinar neste contexto?
Que nossa ânsia enferma por voos mais altos tem preço;
Voos sinônimos de arrogância, acúmulo, consumo voraz,
Devastação desmedida, colocando em colapso a ecologia integral,
Multiplicando sinais de sofrimento, luto, dor e morte.
Aprendemos com o crescimento silencioso dos lírios dos campos,
Que crescem sem impedir que outros lírios também cresçam.
Com pureza e beleza, encantam os olhos dos passantes,
Como que dizendo: ainda resta um quê de esperança!
Voar e crescer.
Aprendamos com as aves dos céus e os lírios dos campos.
Voar nas asas do Espírito, buscando as coisas do alto,
Fazer crescer e florir os mais belos lírios no Jardim do Senhor.
Nasceu para nós um Menino!
Nasceu para nós um Menino!
“Nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho;ele traz aos ombros: a marca da realeza;o nome que foi dado é: Conselheiro admirável, Deus
forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da
Paz.” Is 9,5)
Natal do Senhor: nasceu para nós o Menino Esperança,
a fim de que aprendamos a amar na esperança de que a família, o mundo e toda a
humanidade podem ser melhores, que a Casa Comum em que habitamos será melhor
cuidada por todos nós, assegurando vida no presente e para os que virão depois
de nós.
Deste modo Natal é recomeçar a cada dia a nossa
missão, nossa atividade pastoral e profissional, com entusiasmo, participando ativamente
da obra do Criador.
Recomeçar sempre com Ele, que veio não porque
éramos perfeitos, mas para nos aperfeiçoar, para nos recriar, para dizer que um
novo tempo, um novo modo de viver é preciso recomeçar com renovado ardor, com
alegria, com dedicação a missão que o Senhor nos confiou, para na eternidade
consumar: Ele que desceu misericordiosamente, e nós que por vezes caímos
miseravelmente (cf. Santo Agostinho).
A passagem do Livro do Profeta Isaías (Is 9,1-6) é
sempre uma mensagem de alegria no meio das trevas de um povo deportado: o
Nascimento de um Menino com títulos ilustres; promessa de um futuro de paz, de
justiça e direito para todos.
As maravilhas realizadas pelo Senhor do Universo
com todas as virtudes dos heróis de Israel, mais sábio que Salomão; mais
corajoso e forte do que Davi; mais piedoso que Moisés e dos Patriarcas. Ele é o
verdadeiro Emanuel, o portador da Verdade Paz, o Shalon, que nos garante a plenitude de bens, plenitude de vida.
Contemplemos e adoremos o Menino Jesus, um Deus
conselheiro admirável, maravilhoso; Deus Forte; Pai da Eternidade; Príncipe da
Paz.
Seja, portanto, o Natal celebrado, a renovação do sagrado compromisso de comunicar a Divina Luz a quantos precisarem, uma vez que por Ele naquela Memorável Noite Santa para sempre fomos iluminados.
Pássaro solitário
Natal: o melhor de Deus renasceu em nossos corações
Natal: o melhor de Deus renasceu em nossos corações
Celebrar o Natal do Menino Jesus é celebrar o renascimento do melhor de Deus em nossos corações:
Da
alegria daquela Noite Santa
comunicada pelos anjos, e multidão celestial, com as humildes testemunhas dos
pastores. Renasça sempre a alegria de sermos também testemunhas do Mistério da
Encarnação do Verbo; d’Aquele que desceu ao nosso encontro, misericordiosamente,
quando caímos miseravelmente pelo pecado e pela desobediência (cf. Santo
Agostinho).
Da
esperança de ver sinais de morte
transformados em sinais de vida, porque a Vida veio ao nosso Encontro; contemplar
os sinais de escuridão iluminados pelo Esplendor da Luz Divina que veio nos
iluminar.
Da
esperança que nos move e nos faz
comprometidos na construção de novos céus e nova terra, jamais nos curvando
diante da banalização e mediocrização da vida, com a consciência de que temos
que passar pelo mundo deixando melhor para os que haverão de vir depois de nós.
Celebrar o Natal é se tornar sagrado instrumento de esperança, sobretudo para
os que mais precisarem.
Da esperança de ver o amor triunfando sobre o ódio,
afinal o amor de Deus haverá de falar mais alto no coração de toda a
humanidade, e em sua expressão máxima, quando Aquela Criança Se doar, no
consumar de Sua Divina Missão, no
Mistério da Paixão, Morte na Cruz, Vida Nova, Páscoa, Ressurreição.
Da
necessária consciência da ética do
cuidado da vida, seja ela pessoal, familiar, eclesial, social, planetária.
É próprio do amor de Deus cuidar de todos nós, criados à Sua imagem e
semelhança. Cuidados pela Trindade Santa de amor, para também sermos zelosos
cuidadores da vida em sua totalidade. Cuidado expresso na acolhida, comunhão,
solidariedade, respeito à sacralidade do outro.
Da
consciência de que somos mensageiros da
paz, na superação de toda discórdia, destruindo muros que fragilizam e
distanciam pessoas, famílias, comunidades. Somos Mensageiros da paz, do
Príncipe da Paz que veio nos comunicar o Shalom, a plenitude de todos os bens.
Mensageiros de paz edificam pontes que criam proximidade, comunhão,
fraternidade, amizade, solidariedade; jamais muros da inimizade.
Da confiança e a certeza de que a graça que foi
derramada em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5,5), comunicada por Aquele
que Se Encarnou, por nós viveu e morreu, e do alto no-la comunicou, a fim de
que vivamos com equilíbrio, justiça e piedade (Tt 2,12).
Renascido
o melhor de Deus em nosso coração, é tempo de irradiar no mundo tudo que faça a
vida melhor, e de modo especialíssimo, o amor, a alegria e a luz do Menino
Deus. Do Deus que Se fez carne igual a nós, exceto no pecado, e que armou sua
tenda entre nós.
Um Deus Menino, que chora, sorri, tem sede e fome, e que cresceu
em tamanho, Sabedoria e Graça diante de Deus.
Um Deus que veio enxugar nossas lágrimas, acalentar nossos
prantos.
Uma luz brilhou para nós na escuridão da noite.
Feliz Natal do Senhor! Amém. Aleluia!