Senhor, angustiado Te buscamos.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2025
Senhor, angustiados Te buscamos... (Ano C)
Senhor, angustiado Te buscamos.
Famílias, eternas aprendizes da Sagrada Família
Famílias, eternas aprendizes da Sagrada Família Reflitamos sobre o papel fundamental que tem a família no Plano de Salvação que Deus nos propõe, à luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 2,13-18). Vemos retratada a fuga da Sagrada Família para o Egito, conforme a mensagem do Anjo do Senhor a José – “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito”. Vemos quão inserida se encontra a Sagrada Família na tragédia e dificuldades humanas. Dentre elas a condição de refugiados, fugindo de terrível ameaça de morte contra o Menino Jesus por Rei Herodes. Vemos que a Sagrada Família viveu uma realidade de muitas outras famílias, de modo que o Filho de Deus, o recém-nascido vem partilhar o destino de toda a humanidade, com seus dramas e vicissitudes. Vejamos o que nos diz o Lecionário Comentado: “O amor de Deus salva os homens, mas não os subtrai à história do homem, e nem sequer à história de violência. Deus acompanha-os e ajuda-os nas dificuldades. Assim fez com Jesus, não O subtraiu à morte, mas acompanhou-O na morte.” (1) Sagrada Família, única e irrepetível, por sua composição e pela importância na história da Salvação da Humanidade, e é para todo o sempre, o mais perfeito modelo para nossas famílias. Hoje, mais do que nunca, nossas famílias precisam ter a Sagrada Família como modelo no enfrentamento de tantos ventos contrários que teimam em destruí-la, desmoroná-la. A família é, portanto, uma pequena Igreja, e nela devem estar presentes algumas características já encontradas nas famílias descritas em trechos do Antigo Testamento, sobre as quais se modelam as nossas famílias: paz, abundância de bens materiais, concórdia e a descendência numerosa, como sinais da bênção do Senhor (cf. Eclo 3,3-7.14-17a). Ela, como uma espécie de Igreja Doméstica, inspirada na Sagrada Família, vivendo a dimensão da memória, atualização e sacrifício da História da Salvação, será espaço para: - enraizamento e solidificação da fé;- aprendizado do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo; - acolhida e amadurecimento nos princípios sagrados da beleza e sacralidade da vida, desde sua concepção até seu declínio natural; - aprendizado de criação e fortalecimento de laços fraternos de amor e solidariedade;- aprendizado de coragem e fidelidade incondicional em Deus, não obstante as provações e dificuldades que se fizerem presentes. Oremos: “Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar às alegrias da vossa casa. Por N.S.J.C. Amém.” (2) (1) Lecionário Comentado – Tempo do Advento/Natal – Editora Paulus – Lisboa – pág.. 249(2) Oração do dia da Missa da Sagrada Família
Que encontrem o Senhor em nossa companhia (Sagrada Família - Ano C)
Que nossas famílias se espelhem na Sagrada Família (Sagrada Família - Ano C)
Bem se sabe que não há família perfeita ou sem problemas, porém vencendo as dificuldades e construindo relações sólidas de amor mútuo, é uma sinalização do céu que começa no tempo presente.
A sagrada missão da família (Sagrada Família - Ano C) (Homilia)
A sagrada missão da família
Celebrar a Festa da Sagrada Família (ano C) é ocasião favorável, para refletirmos sobre o papel fundamental que tem a família no Plano de Salvação que Deus nos propõe.
A família é uma pequena Igreja e deve ter algumas características já encontradas nas famílias descritas em trechos do Antigo Testamento: paz, abundância de bens materiais, concórdia e a descendência numerosa, como sinais da bênção do Senhor.
Assim vemos na passagem da primeira Leitura (Eclo 3,3-7.14-17a): a obediência e o amor eram imprescindíveis no cumprimento da Lei; sinal e garantia de bênção e prosperidade para os filhos, mas também um modo de honrar a Deus nos pais, como encontramos no Livro do Êxodo (Ex 20,12) – “Honra teu pai e tua mãe”.
Os pais são instrumentos de Deus e fonte de vida, e como recompensa da prática deste Mandamento, os filhos obtêm o perdão dos pecados, a alegria, a vida longa e a atenção de Deus:
"Com razão se diz hoje que a família é o primeiro lugar da evangelização, provavelmente o mais decisivo.
Com efeito, é na família que a criança, mesmo muito pequenina, respira ao vivo a fé ou a indiferença.
Por aquilo que vê e vive, ela adverte se em sua casa - e na vida - há lugar para Deus ou não. Nota se a vida se projeta pensando só em si mesmos, ou também nos outros. Tudo isto para dizer que normalmente o modo de viver encontra as suas raízes na família.” (1)
Na passagem da Carta de Paulo aos Colossenses (Cl 3,12-21), o Apóstolo, depois de apresentar Jesus Cristo como Aquele que nos faz homens e mulheres renovados, porque ocupa lugar proeminente na criação e redenção da humanidade, exorta sobre o novo modo de relacionamento na família, onde os esposos e os filhos cristãos vivem a vida familiar como se já vivessem na família do Pai Celeste.
Revestidos do “Homem novo”, as relações são marcadas pela misericórdia, bondade, humildade, doação, serviço, compreensão, respeito pelo outro, partilha, mansidão, paciência e perdão.
Com a passagem do Evangelho (Lc 2,41-52), refletimos sobre a Sagrada Família, a fim de que sejamos fortalecidos na multiplicação de esforços pela santificação de nossas famílias.
A fim de aprofundarmos sobre a missão da família retomemos a Exortação – “A Missão da família cristã no mundo de hoje” - Papa São João Paulo II:
“... Os esposos são, portanto, para a Igreja o chamamento permanente daquilo que aconteceu sobre a Cruz; são um para o outro, e para os filhos, testemunhas da salvação da qual o Sacramento os faz participar.
Deste acontecimento de salvação, o matrimônio como cada Sacramento, é memorial, atualização e profecia:
«Enquanto memorial, o Sacramento dá-lhes a graça e o dever de recordar as grandes obras de Deus e de as testemunhar aos filhos;
enquanto atualização, dá-lhes a graça e o dever de realizar no presente, um para com o outro e para com os filhos, as exigências de um amor que perdoa e que redime;
enquanto profecia, dá-lhes a graça e o dever de viver e de testemunhar a esperança do futuro encontro com Cristo...»” .(2)
Enquanto memorial, o Sacramento do Matrimônio dá a graça e o dever aos pais de transmitirem a fé aos filhos, como primeiros catequistas que são.
Iniciá-los na caminhada de fé, buscando na Igreja os Sacramentos próprios. Tornar viva a memória da História da Salvação no coração dos filhos, de modo que seja perpetuada pelos filhos dos filhos, numa Catequese Permanente, da qual os pais também se inserem.
A família precisa ter no seu centro a Sagrada Escritura, e para ajudar a vivê-la, é preciso que tenha, conheça, aprofunde o Catecismo da Igreja Católica.
Enquanto atualização, tem a graça e o dever de ensinar e viver:
- O Mandamento do Amor a Deus e ao próximo;
- A supremacia da Eucaristia na mais bela comunhão das Mesas (da Palavra, da Eucaristia e do cotidiano);
- Os mesmos sentimentos de Cristo Jesus, numa configuração total ao Senhor;
- As virtudes da Sagrada Família: acolhida, relacionamento, amor, doação, perdão, solidariedade, obediência e fidelidade ao Projeto Divino.
Enquanto profecia, a graça e o dever de serem testemunhas vivas de um mundo novo possível, que se consuma na eternidade, fazendo da família uma espécie de Igreja doméstica, em grande comunhão com a Igreja do Senhor.
Também empenhar-se para que a família seja uma experiência antecipada do céu, não obstante todas as dificuldades que possa viver.
Bem se sabe que não há família perfeita ou sem problemas, porém vencendo as dificuldades e construindo relações sólidas de amor mútuo, é uma sinalização do céu que começa no tempo presente.
Reflitamos:
- De que modo nossa família vive o Sacramento do Matrimônio, enquanto memorial, atualização e profecia?
- Como santificamos e solidificamos nossas famílias em sua sagrada missão?
Oremos:
“Ó Deus, que nos deixastes um modelo perfeito de vida familiar, vivida na fé e na obediência à Vossa vontade na Sagrada Família, damo-vos graças pela nossa família.
Concedei-nos a força para permanecermos unidos no amor, na generosidade e na alegria de vivermos juntos.
Ajudai-nos na nossa missão de transmitir a fé que recebemos de nossos pais.
Abri o coração dos nossos filhos para que cresça neles a semente da fé que receberam no Batismo.
Fortalecei a fé dos nossos jovens, para que cresçam no conhecimento de Jesus.
Aumentai o amor e a fidelidade em todos os casais, especialmente naqueles que atravessam sofrimentos ou dificuldades.
Derramai a Vossa graça e a Vossa Bênção sobre todas as famílias do mundo.
Unidos a José e a Maria, nós Vo-lo pedimos por Jesus Cristo Vosso Filho, Nosso Senhor. Amém” (3)
Fontes de pesquisa:
Missal Dominical, pp.100-101 e www.dehonianos.org/portal
(1) Lecionário Comentado – Editora Paulus – Lisboa - Volume Advento Natal – 2011 - p.255
(2) Exortação a Missão da família cristã no mundo de hoje – Papa São João Paulo II – 1981 - parágrafo n.13
(3) Oração do V Encontro Internacional das Famílias, Valência, julho de 2006 – citada no Leccionário Comentado – pág. 262 – Advento/Natal.
Adoremos a Luz das Nações
Adoremos
a Luz das Nações
Ao
celebrarmos a Festa da Sagrada Família, sejamos enriquecidos pelos escritos de São
Cirilo de Alexandria (séc. V).
“Acabamos
de ver ao Emanuel recostado em um presépio como um menino recém-nascido,
envolto em panos conforme o costume humano, porém divinamente celebrado pelo
santo exército dos anjos.
Serão
eles os encarregados de anunciar aos pastores o Seu nascimento, pois Deus Pai
concedeu aos espíritos celestes este altíssimo privilégio: serem os primeiros
em anunciar a Cristo.
Também
acabamos de ver hoje como Cristo Se submete às leis mosaicas; ainda mais, temos
visto como Deus, o legislador, se submetia como um homem comum a suas próprias
leis. Esta é a razão pela qual o sapientíssimo Paulo nos dá esta lição: Quando
éramos menores estávamos escravizados pelo rudimentar do mundo. Porém, quando
se cumpriu o tempo, enviou Deus a seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo
da lei, para resgatar aos que estavam sob a lei.
Assim,
Cristo resgatou da maldição da lei aos que estavam debaixo dela, porém não aos
que eram observantes da lei. E como os resgatou? Cumprindo-a, ou, dito de outra
forma, mostrando-Se e obediente em tudo a Deus Pai, a fim de reparar os pecados
de prevaricação cometidos em Adão. Pois está escrito que
assim como pela desobediência de um só homem todos foram estabelecidos como
pecadores, assim também pela obediência de um só todos serão constituídos
justos. Portanto,
submeteu como nós a cerviz ao jugo da lei, e o fez por razões de justiça.
Convinha,
na realidade, que Ele cumprisse toda a justiça. Pois ao assumir realmente a
condição de servo, ficava, por Sua humanidade, inscrito no número dos súditos:
pagou, como muitos, aos que cobravam o imposto das duas dracmas, e mesmo quando
por Sua qualidade de Filho era naturalmente livre e isento do tributo.
Contudo,
ao ver-lhe observar a lei, cuidado, não te escandalizes nem o classifique entre
os servos, a Ele que é livre; esforça-te mais em penetrar a profundidade do
plano divino. Ao cumprir-se, pois, os oito dias, em cuja data e por prescrição
da lei era costume praticar a circuncisão da carne, impuseram-lhe um nome, e
precisamente o nome de Jesus, que significa salvação
do povo.
Tal
foi, de fato, o nome que Deus Pai escolheu para Seu Filho, nascido de mulher
segundo a carne. Pois foi certamente nesse momento, quando de maneira muito
singular se levou a bom termo a salvação do povo: e não só de um povo, mas de
muitos, ou melhor, de todas as nações e da universalidade da terra. Ao mesmo
tempo foi circuncidado e lhe impuseram o nome, convertendo-Se Cristo realmente
em luz que ilumina as nações e, ao mesmo tempo, em glória de Israel.
E
embora existissem em Israel alguns injustos, obstinados e insensatos, apesar
disso houve um resto que foi salvo e glorificado por Cristo. As primícias foram
os discípulos do Senhor, cuja glória resplandece em todo o mundo. Outra glória
de Israel é que Cristo, segundo a carne, procede de sua raça, se bem que,
enquanto Deus, está acima de todos e é bendito pelos séculos. Amém.
Presta-nos,
pois, um bom serviço o sábio Evangelista ao relatar-nos tudo o que por nós e
para nós suportou o Filho feito carne, sem fazer pouco caso em assumir a nossa
pobreza, a fim de que o glorifiquemos como Redentor, como Senhor, como Salvador
e como Deus, porque a Ele, e, com Ele a Deus Pai, lhe é devida a glória e o
poder, juntamente com o Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Amém.” (1)
Contemplemos
o indizível Mistério da Encarnação do Verbo, que veio para iluminar a
humanidade que jazia nas trevas.
Veio,
vem e virá sempre para iluminar nossos caminhos, porque Ele é a luz das nações
que os profetas anunciaram, e o que era promessa, com a Encarnação do Verbo,
torna-se realidade.
Mais
tarde Aquele que se fez Menino numa manjedoura e no templo apresentado, dirá - “Eu
sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, nas terá a luz da
vida” (Jo 8,12).
Que a Luz das Nações ilumine nossas famílias, para que cada vez
mais sejam reflexo da Sagrada Família, na qual Ele, o menino Jesus, cresceu em
sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens (cf. Lc 2,52).
(1) Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes - 2013 - pp. 292-293





