domingo, 3 de agosto de 2025

Oremos pelos Bispos (1)

Oremos pelos Bispos 

Ó Deus, nós Vos suplicamos por todos os bispos, pastores de Vossa Igreja, para que conduzam o rebanho com carinho, sabedoria, amor e zelo;

Apontem e se empenhem em passar pela porta estreita da Salvação, que é a Cruz onde Vosso Filho deu a Sua vida por nós;

Carreguem a cruz de cada dia, tomando sempre consciência da missão que Vós lhes confiastes;

Tenham consciência e testemunhem que foram chamados não pelos méritos, mas porque assim Vós quisestes;

Guiados pelo Espírito, sejam uma voz a iluminar e conduzir, por caminhos que levem à construção de uma nova civilização do amor, com vida plena e feliz para todos. Amém!

Oremos pelos Bispos (2)


Oremos pelos Bispos (2)

Oremos:

Ó Deus, Vós nos chamastes para o Ministério Episcopal, não por causa de nossas forças, méritos e capacidades tão apenas humanas, mas até mesmo o contrário, e por isto nos conduzis e nos assistis com Vosso Santo Espírito.

Creio que nos chamastes, ó Deus, para sermos sinal de Vossa presença, como zelosos pastores, para junto a tantos colaboradores, presbíteros, diáconos, religiosos, religiosas, cristãos leigos e leigas nos coloquemos como alegres servidores de Vosso rebanho.

Contamos, portanto, ó Deus, com a indispensável ação e presença do Espírito, que nos conduz e nos ilumina na realização do tríplice múnus de ensinar, santificar e governar. Amém.

Oremos pelos Bispos (3)

Oremos pelos Bispos (3) 

Ó Deus, Vós que nunca abandonais o Vosso Povo, concedei a todos os Bispos a graça de serem como Vosso Amado Filho, zelosos pastores e sentinelas do Vosso rebanho. 

Ó Deus, que, iluminados pelo Vosso Espírito, perfeitamente configurados ao Sagrado coração do Vosso Filho, a voz dos Bispos acompanhada de ações, seja pelo rebanho conhecida, ouvida e vivida. 

Ó Deus, que todos os Bispos sejam expressão concreta do Vosso amor no ensinar, santificar e conduzir Vosso povo no caminho, e único caminho, que é o próprio Jesus. 

Ó Deus, conduzidos pelo Espírito Santo, firmem os passos no anúncio e testemunho de Vossa Palavra, que arde em seus corações, quando a ela se abrem e se deixam seduzir, para que ao proclamá-la, no coração do rebanho também faça inflamar e seduzir. 

Ó Deus, livrai-os de toda insensatez, para que não sejam mercenários, abandonando ou não cuidando devidamente do rebanho por Vós confiado, e que as duras palavras do Profeta Zacarias   não sejam jamais esquecidas: 

“Ai do pastor insensato, que abandona as ovelhas! Que a espada esteja sobre o seu braço e sobre o seu olho direito! Que seu braço seque completamente e que seu olho direito se obscureça totalmente” (1) Amém.


(1) Zc 11,17

Presbítero: Sinal do Cristo Bom Pastor

                                                              

Presbítero: Sinal do Cristo Bom Pastor

Reflexão sobre o Ministério Presbiteral à luz da passagem do Evangelho de João (Jo 21, 1-19).

O Presbítero renova, em cada instante, o seu sim no cuidado do rebanho, como Pedro o fez por três vezes quando o Senhor o interrogou: “Simão, filho de João, tu me ama mais que estes”

O Presbítero, a exemplo de Pedro, amando mais que todos ao Senhor, deve colocar-se sempre na fila dos que devem amar e se entregar ao Senhor, sem medida, incondicionalmente, porque sem Jesus, nada se pode fazer.

Um sim acompanhado de fidelidade, coragem e muito amor, para conduzir a comunidade a ele confiada, e assim como os Apóstolos, não mais pescando peixes, mas resgatando a humanidade do mar da escravidão, do egoísmo, do sofrimento e da morte.

Piedosamente celebrando os Sacramentos e, de modo especial a Eucaristia, assegura pelo Pão e Vinho que consagra, que a comunidade jamais sinta sede e fome de Deus, porque somos mais que saciados e inebriados em cada Eucaristia.

Inseparavelmente, numa relação intrínseca, é o Homem da Palavra, da Eucaristia e do Seguimento do Amado e Divino Mestre.

Assim vivendo, assim sendo sua vida, a comunidade nele poderá contemplar o sinal do Cristo Bom Pastor.

Com os Presbíteros, avancemos para águas mais profundas

Com os Presbíteros, avancemos para águas mais profundas

Em tempo de mudança de época, qual o modelo de Padre que precisamos?

Sem levar incorrer em rotulações, urge construirmos juntos um modelo de Padre que venha a responder aos inúmeros desafios e apelos que as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora do Brasil nos apresentam, para lançar, com a comunidade, as  redes em águas mais profundas; renovando a vocação batismal; sem fixar morada nas margens; superando toda tentação de acomodação e medo.

Vejamos alguns possíveis “modelos de Padres”, desenvolvendo seu ministério, no contexto de globalização em que vivemos.

Padre-pastor – talvez o mais comum; envolvido, intensamente, nas atividades pastorais; muito dedicado ao serviço da comunidade; mas esta generosidade tem seu risco ou limites.

São inúmeras as solicitações, atividades sociais, atendimento de casos pessoais, o abundante e rotineiro programa de Missas e celebrações dos Sacramentos. Não poucas vezes a consequência é o estresse, prejudicando o equilíbrio pessoal, físico, emocional e espiritual.

O cansaço muitas vezes o impedirá de dar, a devida, atenção aos seus fiéis, podendo cair na tentação de recusar tudo o que é novo, em nome do “não tenho tempo para mais nada”. Ativismo sem controle pode levar ao pouco estudo, oração, aprofundamento, perdendo assim a capacidade de escuta aos anseios e clamores que o cercam.

É preciso repartir as atividades pastorais, ministérios diversos, equipes de colaboradores, animadores de comunidades, equipes de liturgia, pastorais sociais...

Não podemos esquecer que o Padre tem o ministério da síntese, mas não é a síntese de todos os ministérios...

Padre “light” - aquele que ama a Igreja viva e serve aos seus irmãos e irmãs, cultivando honestamente a espiritualidade, a oração e o estudo; empenha-se no trabalho para superação das limitações e fraquezas; divide com o presbitério e comunidade suas riquezas, preocupações e projetos pessoais.

Tem um bom relacionamento com as pessoas, assumindo a causa dos pobres. Mas, falta algo mais, é uma pessoa dividida entre a coragem e o medo de arriscar-se para dentro do que escolheu e quer ser.

Não se trata de Padres em crise, frustrados e infelizes; fala-se do Padre comum, do “bom Padre”, que por causa das circunstâncias tensas e dos desafios da cultura urbana entra em “stress” espiritual, pastoral e psíquico.

Padre-midiático-carismático ou “pop star” - São aqueles que vêm ocupando os espaços nos areópagos modernos da mídia.

Como anunciar Cristo através dos meios de comunicação social, sobretudo através da TV, que penetra na quase totalidade das casas?

Como não trair a autêntica mensagem do Evangelho, sem cair em extremismos emocionais e espetáculos?

Segundo um grande teólogo, “a imagem pública desses presbíteros “pop star” deve mexer com a cabeça de muitos seminaristas e induzir à imitação.

Os próprios fiéis, fascinados por esse tipo de culto e de linguagem, vividos com alta intensidade emocional passam a cobrar dos outros presbíteros mudanças na maneira de celebrar e de se comunicar.”

O ministério presbiteral tradicional: Padres que se inspiram no sacerdócio antes do último Concílio, recuperando formas exteriores que marcaram esta experiência pré-Conciliar.

Buscam formas seguras e certas, diante das incertezas em que estão mergulhados. Caracterizaram-se como sujeitos frágeis; necessitados de certezas, num universo de inúmeras propostas e modelos em processo de contínua mudança, fechando-se a tudo o que se apresenta como novidade.

Com isto possuem dificuldades de relacionamento, com o consequente empobrecimento na Homilia, catequese, sem o sentido de colaboração e comunhão com o outro, sobretudo com o Presbitério.

Padre com competência profissional - Talvez o termo mais próximo fosse especialista em determinado campo específico, não somente pelo gosto pessoal, mas tendo em consideração as necessidades da Diocese, sem cair no subjetivismo, que empobreceria o sentido eclesial. 

É também necessário que o Padre, no exercício de seu Ministério, seja incansável no lançar da semente da Palavra Divina no chão do coração dos membros da comunidade que deve conduzir, para que tão somente assim todos solidifiquem a fé, renovem a esperança na prática irrevogável da caridade.

É sempre tempo favorável para rever o caminho feito, e todos colaborarmos mutuamente para que o Presbítero, na fidelidade a Jesus Cristo, o Bom Pastor, a Ele se configure mais perfeitamente.

Ser Padre - A Missão de ser Profeta e Poeta do Reino!

Ser Padre - A Missão de ser Profeta e Poeta do Reino!

Anos passados, no Encontro Presbiteral Regional Sul I, refletimos o seguinte tema: “Missionariedade e profetismo do Presbítero, na Igreja e no mundo, à luz do Concílio Vaticano II”.

Na ocasião, o Monsenhor Tarcisio Loro da Arquidiocese de São Paulo nos ajudou a compreender os desafios da cidade em tempo de pós-modernidade, fundamentalismo religioso e outras questões muito interessantes.

Voltamos às fontes bíblicas e dos Documentos da Igreja, sobretudo os Documentos do Vaticano II (que teve quatro grandes objetivos: a Igreja procurou tomar consciência de si mesma; a atual necessidade de renovação, restauração da unidade do rebanho; tratar da presença da Igreja no mundo moderno). Para que isto aconteça é preciso levar em conta seis pilares sustentadores da missão eclesial:

1 – Uma Igreja comunhão (eclesiologia de comunhão): É preciso construir a comunhão à luz do Mistério da comunhão da Santíssima Trindade, da Celebração Eucarística e da prática da Caridade.

2 – Igreja é uma realidade sempre em construção: A Igreja foi prefigurada desde o início da criação; fundada no tempo do Jesus histórico e termina de nascer em Pentecostes.

3 – Uma Igreja que se abre para o diálogo com o mundo e as religiõesNão é fechada em si mesma; está em relação com o mundo humano (família, política, trabalho, mídia, cultura, economia etc.). Ela assume as realidades terrestres: as alegrias e tristezas, as angústias e esperanças, pecado e graça...

4 – Igreja sacramento universal de salvação: A Igreja é sinal visível da graça invisível. Sinal de salvação por meio da santidade, em que os traços do justo sofredor e glorioso são expressos em seu rosto.

5 – Igreja povo missionário: A missão é própria do ser Igreja. Ela existe para evangelizar, continuar a missão de Jesus, o Servo Sofredor, o Justo Glorificado, Salvador da humanidade.

6 – Igreja a serviço de seus membros e de todos os seres humanos: Uma Igreja que se coloca a caminho a serviço das pessoas, até conduzi-las à participação da glória divina.

É neste contexto que podemos compreender a missão do Presbítero, como missionário e Profeta.

Como missionário, junto com o Povo de Deus, leva adiante a missão confiada por Jesus, não a serviço de si mesmo, mas, sobretudo a serviço dos pobres, na luta pela sua defesa; na busca da realização do Reino.

Num mundo marcado pelo pecado, pela desigualdade social, sofrimentos inumeráveis, desencanto e desalento, o Presbítero deve ser uma voz profética a denunciar e anunciar o mundo querido por Deus.

Como missão profética, ungido de Deus, unir o culto e a prática da justiça. A profecia é componente de sua missão, deve ser um poeta por excelência!

Um poeta que sonha, mas que não sonha só, porque é parte de um povo que a Deus se consagra. Como poeta escreve a poesia e o canto de um mundo novo, onde todos possam viver como irmãos e filhos de um mesmo Pai.

A missão do Presbítero no cuidado do rebanho

                                                              

A missão do Presbítero no cuidado do rebanho

Reflexão a partir da passagem da Carta do Apóstolo Pedro (1Pd 5,1-4), sobre a missão dos Presbíteros junto ao rebanho que lhes foi confiado pela Igreja:

“Exorto aos presbíteros que estão entre vós, eu, presbítero como eles, testemunha dos sofrimentos de Cristo e participante da glória que será revelada: Sede pastores do rebanho de Deus, confiado a vós; cuidai dele, não por coação, mas de coração generoso; não por torpe ganância, mas livremente; não como dominadores daqueles que vos foram confiados, mas antes, como modelos do rebanho. Assim, quando aparecer o Pastor Supremo, recebereis a coroa permanente da glória.”

Fundamental que o Ministério Presbiteral seja um salutar testemunho dos “sofrimentos de Cristo”, na esperança da participação de Sua “glória que será revelada”.

Quanto mais o Presbítero tiver maturidade e coragem de viver a dimensão Pascal do Ministério, aberto à graça divina, colocando sua fraqueza nas mãos divinas, mais fecundo este será, e a alegria Pascal tornar-se-á um testemunho notado e compartilhado por toda a comunidade a que serve.

Viver o Ministério na Dimensão Pascal, é viver intensamente o Mistério da Paixão e Morte do Senhor, para com Ele ressuscitar: morrer e ressuscitar todos os dias, e em todos os momentos.

Deste modo, poderá cuidar do rebanho e as exortações do Apóstolo se fazem sempre presentes em sua vida, em permanente vigilância e oração, até que mereça receber a “coroa permanente da glória”:

“sede pastores do rebanho de Deus, confiado a vós”;
- “cuidai dele, não por coação, mas de coração generoso;

- “ não por torpe ganância, mas livremente”;
- “não como dominadores daqueles que foram confiados, mas antes, como modelos do rebanho”

Note-se, que as tentações enfrentadas por Jesus no deserto, encontram-se implícitas nas palavras do Apóstolo, ou seja, as tentações do ter, poder e ser (acúmulo, domínio e privilégio, respectivamente).

Oremos por todos os Presbíteros, a fim de que as palavras do Apóstolo se façam presentes em seu Ministério, e assim, bem conduzam o rebanho do Senhor a eles confiado, contando sempre com a luz e a assistência do Espírito Santo.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG