terça-feira, 16 de julho de 2024

Maria nos ensina a pertencer à família do Senhor (16/07)

                                                                   

Maria nos ensina a pertencer à família do Senhor

Celebramos, no dia 16 de julho, a Festa em louvor à Nossa Senhora do Carmo, e ouvimos na Liturgia da Missa a passagem do Evangelho (Mt 12,46-50), em que Jesus nos ensina que Sua família é constituída por todos aqueles que fazem a vontade de Deus, independente de laços de sangue.

É condição indispensável, portanto, um compromisso com o Evangelho e com o Reino de Deus, sem jamais fazer a separação entre que o se crê e o que se vive, o que se celebra e o que se traduz no cotidiano, nos mais diversos âmbitos da vida.

Vejamos quais são as exigências indispensáveis para que alguém se torne importante para Jesus, e de Sua família faça parte:

- ouvir a Palavra de Deus, colocando em prática;
- pautar toda existência pelo Mandamento maior do Amor a Deus e ao próximo; amando como Ele nos ama – “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 13,34);

- saber perdoar, e procurar o perdão, quando necessário, como expressão de que todos somos passíveis de erros e necessitados do perdão do outro, para viver a autêntica misericórdia que Ele nos ensinou;

- ter a alegria de partilhar o melhor que se possui, para que o milagre da multiplicação continue a ser realizado, de modo que não haja necessitados entre nós;

- aprender que, na acolhida do outro, se acolhe o próprio Jesus, sobretudo se for um pequenino, pobre, doente, marginalizado;

- saber se esforçar, quando preciso, em ser sinal de consolo, compreensão e solidariedade, como a mais bela expressão da compaixão divina com expressões concretas;

- ser comprometido com a Boa-Nova do Reino, com coragem e profecia, sem deixar-se submergir no medo, na omissão e na indiferença;

- viver a doação pura e simples, sem nada esperar em troca, na mais perfeita alegria;

- saber ser feliz com os que são felizes, mas também saber chorar com os que choram;

- não somente se encontrar e se reunir para celebrar, orar, mas fazer o necessário prolongamento no dia a dia, jamais separando a Mesa da Palavra e do Altar das incontáveis mesas do cotidiano.

Estas exigências já são o bastante para avaliarmos o quanto somos, de fato, membros da família de Jesus.

Neste sentido, contemplemos Maria, Sua Mãe, como a mais perfeita e integrada em Sua família, porque não somente foi Mãe da Salvador, pela ação do Espírito Santo, mas em todo o seu viver sempre colocou a vontade Deus acima da própria vontade.

Maria é por excelência modelo de quem escuta e põe em prática a Palavra de Deus, e nos ensina o mesmo fazer. E mais: com ela podemos contar em todos os momentos.

Ressoem em nosso coração suas palavras, que não emanaram de seus lábios apenas, mas de um coração pleno do amor e graça divina:

“Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).

Confiemos plenamente no Senhor (15/07)

                                                        

Confiemos plenamente no Senhor

Ouvimos na terça-feira da 15ª Semana do Tempo Comum, a passagem do Profeta Profeta Isaías (Is 7,1-9), com uma mensagem fundamental: Deus nunca abandona o Seu povo e está sempre presente.

Com o Profeta, aprendemos que não se pode confiar em alianças efêmeras, passageiras, temporais (nações potentes, exércitos estrangeiros...).

A confiança e a esperança devem ser tão apenas em Deus, do contrário, pode se incorrer em maior sofrimento e opressão.

É preciso que, como Povo de Deus, saibamos ler os sinais de Deus, para não confiarmos em falsas seguranças e ilusórias esperanças. Somente Deus, Sua presença e Palavra, devemos ter como nossa “rocha segura”.

Esta promessa de Salvação se deu em Jesus Cristo: contemplemos e professemos a fé em Jesus Cristo, que veio nos trazer a Salvação; Ele é o Emanuel prometido, ou seja, o “Deus conosco” (Mt 1,23).

Na fidelidade ao Senhor Jesus, renovemos sagrados compromissos com o Reino, iluminados pelo Santo Espírito que ilumina nossos caminhos obscuros, sobretudo quando vemos noticiários cotidianos em que a mentira, a maldade, o roubo, o desmando, a corrupção parecem prevalecer sobre as atitudes e pessoas de boa vontade. 

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Desprendimento e acolhida (14/07)

                                                         

Desprendimento e acolhida

A Liturgia, da segunda-feira da 15ª Semana do Tempo Comum, nos apresenta a passagem do Evangelho (Mt 10,34-11,1), em que  refletimos sobre dois temas: o desprendimento exigido do discípulo e a sua acolhida ou rejeição na missão.

Para bem realizar o discipulado, precisamos do desprendimento (liberdade de laços familiares, e até mesmo desprendimento de si mesmo, da própria vida); renúncias necessárias para carregarmos a cruz quotidiana; confiança total na graça divina e incondicional disponibilidade.

Quanto ao acolhimento, também implica em renúncia, disponibilidade, gratuidade, superação de toda sombra de desconfiança e suspeita e não extinguir o sopro do Espírito que nos fala pela Igreja, e de outras tantas formas.

O senso de acolhimento se constitui num dos sinais mais expressivos para mensurar a verdadeira fidelidade de nossas comunidades cristãs ao Evangelho.

Quanto mais acolhedoras nossas comunidades o forem (não me restrinjo ao acolhimento na porta da Igreja, refiro-me ao que Jesus mesmo nos falou em Mateus 25, sobre o julgamento final), mais testemunhas da presença do Cristo Vivo e Ressuscitado serão.

O discípulo missionário, como nos diz o Apóstolo Paulo (Rm 6,3-4), deve viver o Batismo, consciente de que é chamado à vida nova dos filhos e filhas de Deus:

- Morrer para o pecado, para o egoísmo, à carne que são expressão do homem velho que em nós habita;
- Ressurgir para uma vida nova de amor e graça, voltada para o Espírito, como expressão do homem novo.

Ser batizado é, portanto, morrer para o pecado e viver para Deus. No seguimento de Jesus, haveremos de viver um cristianismo verdadeiramente pascal, que não é, jamais, sinônimo de facilidades e de fuga do sofrimento.

Não há cristianismo sem cruz, logo, não há discipulado sem o carregar corajoso e confiante da cruz, contando sempre com a graça divina que nos é abundantemente derramada.

O discípulo de Jesus sabe que o esplendor da manhã da Páscoa é sempre precedido pelas trevas da Sexta-feira Santa. Sabe que o caminho de Jesus é uma via sacra levando ao Calvário. Mas também sabe que este não é a última etapa do caminho. Trilha passos corajosos, porque acredita que tudo culmina na glória da Ressurreição, experimentada na manhã de Páscoa.

Oremos:

Ó Deus, o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, que oferecemos em sacrifício e recebemos em comunhão nos transmitam uma vida nova, para que unidos a Vós pela caridade que não passa, possamos produzir frutos que permaneçam.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém!”

Sejam nossos cultos agradáveis a Deus (14/07)

                                                             

Sejam nossos cultos agradáveis a Deus

“Vossas mãos estão cheias de sangue!
Lavai-vos e purificai-vos”  (Is 1,15-16).

Na segunda-feira da 15ª Semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Livro do Profeta Isaías (Is 1,10-17).

Senhor, fazei com que o brado de Isaías, tão carregado de dramaticidade, nos sensibilize, para não apresentarmos a Vós ofertas inúteis, acompanhadas de incenso, pois seria abominável.

Senhor, dirigi nossos passos, para que o amor e a verdade se encontrem em nosso ser e agir, pensamentos e palavras, no relacionamento cotidiano com nosso próximo.

Senhor, que jamais Vos ofereçamos sacrifícios, louvores e orações com as mãos gotejadas de sangue, e, assim, jamais nos descuidemos da promoção da justiça.

Senhor, não apenas queremos participar assiduamente das Missas, e nela rezar pelas necessidades dos pobres, órfãos, mas nos empenharmos concretamente em favor deles.

Senhor, ajudai-nos a viver uma fé comprometida, oferecendo nossas mãos, força, inteligência e voz, para que a paz e a justiça floresçam e reinem em todo o mundo. Amém!

Fonte de inspiração: Comentário do Missal Cotidiano, Editora Paulus, 1997, p.1019.

Exigências para o discipulado (14/07)

                                                               

Exigências para o discipulado

Na segunda-feira da 15ª Semana do Tempo Comum, ouvimos passagem do Evangelho de Mateus (Mt 10,34-11,1).

Nela temos uma espécie de “manual do missionário cristão”, com alguns aspectos que devem marcar a vida do Discípulo Missionário do Senhor:

- Trilhar o caminho do amor e entrega da vida;
- Viver na graça, com constantes renúncias ao pecado;
- Abandonar as obras das trevas, comunicar a luz divina;

- Ser uma credível testemunha da Boa-Nova que proclama;
- Ter confiança total em Deus que jamais o abandona na missão:
- Ter consciência de que é enviado como missionário do Reino, como homem de Deus;

- Uma vez acolhido, ser canal da comunicação das graças e bênçãos para aquele que acolhe.

- Colaborar com Deus em Sua obra (e não ficará sem recompensa);

- Viver a gratuidade na missão como enviado de Deus;

- Com as limitações próprias da condição humana, permitir-se modelar pela mão divina;

- Ter consciência que deve dar o melhor de si para levar o outro a descobrir o fascínio da Boa-Nova e da presença de Deus;

- Ter seu coração seduzido pelo Amor Divino, verdadeiramente configurado a Cristo Bom Pastor;

- Pelo Batismo, enxertado em Cristo, viver no amor, na partilha, em total dom de si mesmo, rompendo com as amarras do pecado num empenho constante de vida na graça;

- Carregar a cruz – o seguimento de Jesus não é um caminho fácil e consensual, acompanhado por aplausos. É um caminho radical, que muitas vezes leva a rupturas e opções exigentes, em posturas éticas contrastantes ao mundo que nos cerca;

- Ser anunciador e seguidor de Jesus, que jamais Se apresentou como um demagogo com promessas fáceis;

- Não fixar âncoras na quantidade, mas na qualidade, na prática da misericórdia, mas sem nenhuma conivência com o pecado;

Como homens e mulheres de Deus, se assim o formos, encontraremos no coração do outro um quarto feito no terraço do coração (2Rs 4,8-11.14.16a).

Renovemos a graça de sermos autênticos Discípulos Missionários do Reino do Senhor, sinais e instrumentos de um Amor exigente, porque se funda e se nutre no Amor Trinitário, que se expressa na misericórdia, com feições de amor, testemunhado em gestos incontáveis de caridade.

Não sejamos discípulos de um amor conivente que nada questiona e nada muda, porque antes falam os interesses mesquinhos e egoístas.

Como discípulos missionários do Senhor, 
vivamos um Amor Exigente, 
jamais coniventes com o pecado!

Como seguidores do Senhor que somos,
um só caminho é possível,
mais do que evidente.

O Caminho do amor que ama o pecador,
que elimina todo pecado, 
porque puro e verdadeiro.
Assim ama o Senhor! 
Amém. 

Que o Fogo do Espírito nos inflame! (15/07)

                                                                

Que o Fogo do Espírito nos inflame!

Celebramos, no  dia 15 de julho, a Memória do Bispo São Boa Ventura (séc. XIII), que nos enriquece com seu “Opúsculo Literário da Mente para Deus”.

“Cristo é o caminho e a porta. Cristo é a escada e o veículo, o propiciatório colocado sobre a arca de Deus (cf. Ex 26,34) e o Mistério desde sempre escondido (Ef 3,9).

Quem olha para este propiciatório, com o rosto totalmente voltado para Ele, contemplando-O suspenso na Cruz, com fé, esperança e caridade, com devoção, admiração e alegria, com veneração, louvor e júbilo, realiza com Ele a Páscoa, isto é, a passagem.

E assim, por meio do Lenho da Cruz, atravessa o mar Vermelho, saindo do Egito e entrando no deserto, onde saboreia o maná escondido.

Descansa também no túmulo com Cristo, parecendo exteriormente morto, mas experimentando, tanto quanto é possível à Sua condição de peregrino, aquilo que foi dito pelo próprio Cristo ao ladrão que O reconhecera: Ainda hoje estarás comigo no Paraíso (Lc 23,43).

Nesta passagem, se for perfeita, é preciso deixar todas as operações intelectuais, e que o ápice de todo o afeto seja transferido e transformado em Deus.

Estamos diante de uma realidade mística e profundíssima: ninguém a conhece, a não ser quem a recebe; ninguém a recebe, se não a deseja; nem a deseja, se não for inflamado, até a medula, pelo Fogo do Espírito Santo, que Cristo enviou ao mundo. Por isso, o Apóstolo diz que essa Sabedoria mística é revelada pelo Espírito Santo (cf. 1Cor 2,13).

Se, portanto, queres saber como isso acontece, interroga a graça, e não a ciência; o desejo, e não a inteligência; o gemido da oração, e não o estudo dos livros; o esposo, e não o professor; Deus, e não o homem; a escuridão, e não a claridade.

Não interrogues a luz, mas o Fogo que tudo inflama e transfere para Deus, com unções suavíssimas e afetos ardentíssimos.
Esse Fogo é Deus; a Sua fornalha está em Jerusalém. Cristo acendeu-a no calor da Sua ardentíssima Paixão.

Verdadeiramente, só pode suportá-la quem diz: Minha alma prefere ser sufocada, e os meus ossos a morte (cf. Jó 7,15). Quem ama esta morte pode ver a Deus porque, sem dúvida alguma, é verdade: O homem não pode ver-me e viver (Ex 33,20).

Morramos, pois, e entremos na escuridão; imponhamos silêncio às preocupações, paixões e fantasias.

Com Cristo crucificado, passemos deste mundo para o Pai (cf. Jo 13,1), a fim de podermos dizer com o Apóstolo Filipe, quando o Pai Se manifestar a nós: Isso nos basta (Jo 14,8); ouvirmos com São Paulo: Basta-te a minha graça (2Cor 12,9); e exultar com Davi, exclamando: Mesmo que o corpo e o coração vão se gastando, Deus é minha parte e minha herança para sempre! (Sl 72,26).

Bendito seja Deus para sempre! E que todo o povo diga: Amém! Amém! (cf. Sl 105,48)”.

Oremos:

Senhor, que o Fogo do Espírito nos inflame, para correspondermos melhor ao Projeto de Deus.

Com a Sabedoria a nós comunicada, seja nossa alma inflamada, e acompanhados pela Vossa presença e envolvidos pela Vossa infinita misericórdia, bondade e ternura.

Como peregrinos da esperança, com a Sabedoria do Espírito, contemplamos insondáveis Mistérios Divinos que dão um novo e salutar sentido à nossa vida. Amém.

Uma Oração que eleva pensamentos e refrigera a nossa alma! (15/07)

                                            


Uma Oração que eleva pensamentos e refrigera a nossa alma!

Com a Oração do Bispo São Boaventura (séc. XIII) somos agraciados por uma leve Brisa Divina, numa suave expressão do sopro do Espírito.

“Ó inefável beleza do Deus altíssimo e puríssimo esplendor da Luz eterna, Vida que vivifica toda vida, Luz que ilumina toda luz, e conserva em perpétuo esplendor a multidão dos astros, que desde a primeira aurora resplandecem do trono da Vossa divindade.

Ó eterno e inacessível, brilhante e suave manancial daquela Fonte oculta aos olhos de todos os mortais! Sois profundidade infinita, altura sem limite, amplidão sem medida, pureza sem mancha! De Ti procede o rio que vem trazer alegria à cidade de Deus,

Para que entre vozes de júbilo e contentamento possamos cantar hinos de louvor ao Vosso nome, sabendo, por experiência que em Vós está a Fonte da vida, e em Vossa Luz contemplamos a luz”.

Contemplemos o Sagrado Coração de Jesus, e n’Ele o Mistério do Amor de Deus por nós, do qual jorra uma torrente que tudo depura e arrasta, e assim teremos elevados nossos  pensamentos e nossa alma refrigerada, com este sopro que vem do Espírito.

Reflitamos:

- O que a oração, de São Boaventura nos desperta?
- O que significa o Amor de Deus em minha vida?

- Qual a profundidade e intensidade do Amor de Deus que sinto em minha vida?
- Como percebem em mim a presença do Amor vital de Deus?

- Tenho correspondido e agradecido o Amor de Deus por mim?
- Com que palavras posso agradecer o Amor de Deus por mim?

Supliquemos a Deus para que Seu inefável Amor, continue sendo derramado em nosso favor, e façamos silêncio diante da Palavra de todas as Palavras  e digamos depois:

Deus como Te amo!
E por mais que Te ame
É nada, absolutamente nada,
Diante do Teu amor, mas Te amo!
E quero amar, a cada dia,  cada vez mais. Amém.


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