quinta-feira, 31 de julho de 2025

Em poucas palavras...

                                                            


 

Contemplemos e fixemos nosso olhar de fé em Jesus

“A contemplação é o olhar da fé, fixado em Jesus. «Eu olho para Ele e Ele olha para mim» – dizia, no tempo do seu santo Cura, um camponês d'Ars em oração diante do sacrário.  Esta atenção a Ele é renúncia ao «eu». O seu olhar purifica o coração.

 A luz do olhar de Jesus ilumina os olhos do nosso coração; ensina-nos a ver tudo à luz da sua verdade e da sua compaixão para com todos os homens. 

A contemplação dirige também o seu olhar para os Mistérios da vida de Cristo. E assim aprende «o conhecimento íntimo do Senhor» para mais O amar e seguir (Santo Inácio de Loyola).” (1)

 

(1)               Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 2715

Santa Missa: centro, fonte, cume e coração de nossa vida

 


Santa Missa: centro, fonte, cume e coração de nossa vida

“Se, com a ajuda da graça, nos esforçarmos, a Santa Missa será o centro para o qual convergirão todas as nossas práticas de piedade, os deveres familiares e sociais, o trabalho, o apostolado...;

converter‑se‑á também na fonte onde recuperaremos diariamente as forças para prosseguir a nossa caminhada;

no cume para o qual dirigiremos os nossos passos, as nossas obras, os nossos anseios apostólicos, os mais íntimos desejos da alma;

será também o coração onde aprenderemos a amar os outros, com os seus defeitos, parecidos aos nossos, e com as suas facetas menos agradáveis.” (1)

 

(1) Fonte: http://www.hablarcondios.org

Sejamos contemplativos na ação


Sejamos contemplativos na ação

Em tempos difíceis que estamos vivendo, em quarentena, devido a pandemia do novo coronavírus, muito oportuna esta reflexão do Papa Bento XVI, no Ângelus do dia 17 de junho de 2012, na Praça de São Pedro, em que reflete a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 4,26-34):

“Queridos irmãos e irmãs,
A liturgia de hoje nos oferece duas breves parábolas de Jesus: a da semente que cresce por si próprio e da semente de mostarda (cfr Mc 4,26–34). Através de imagens referentes ao mundo da agricultura, o Senhor apresenta o mistério da Palavra e do Reino de Deus, e indica as razões da nossa esperança e do nosso empenho.

Na primeira parábola, a atenção é colocada sobre o dinamismo da semeação: a semente que é lançada sobre a terra, enquanto o agricultor dorme e acorda, germina e cresce sozinha.

O homem semeia com a confiança que o seu trabalho não será infecundo. Aquilo que sustenta o agricultor nos seus afazeres cotidianos é justamente a confiança na força da semente e na bondade do terreno.

Esta parábola se refere ao mistério da criação e da redenção, da obra fecunda de Deus na história. Ele é o Senhor do Reino, o homem é seu humilde colaborador, que contempla e aprecia a ação criadora divina e espera pacientemente os frutos.

A colheita final nos faz pensar na intervenção final de Deus no fim dos tempos, quanto Ele realizara plenamente o seu Reino. O tempo presente é o tempo de semear e o crescimento da semente é assegurado pelo Senhor.

Cada cristão, então, sabe bem que pode fazer tudo aquilo que puder, mas que o resultado final depende de Deus: esta consciência é o sustenta no cansaço de cada dia, especialmente nas situações difíceis.

A tal propósito escreve Santo Inácio de Loyola: ‘Aja como se tudo dependesse de você, sabendo bem que, na realidade, tudo depende de Deus’ (cfr Pedro de Ribadeneira, Vida de S. Inácio de Loyola, Milão, 1998).

Também a segunda parábola utiliza a imagem da semente. Aqui, porém, se trata de uma semente específica, o grão de mostarda, considerada a menor de todas as sementes.

Embora tão miúda, no entanto, é plena de vida, desde sua ruptura, vem um rebento capaz de quebrar o solo, e chegar até a luz do sol e crescer até se tornar ‘maior de todas as plantas da horta’ (cfr Mc 4,32): a fragilidade é a força da semente, a ruptura é sua potência: assim é o Reino de Deus: uma realidade humanamente pequena, composta por quem é pobre de coração, por quem não confia na própria força, mas naquela do amor de Deus, por quem não é importante aos olhos do mundo; e ainda, justamente através da ruptura deles, explode a força de Cristo e transforma aquilo que é aparentemente insignificante.

A imagem da semente é particularmente querida para Jesus, porque expressa bem o mistério do Reino de Deus. Nas duas parábolas de hoje, isso representa um ‘crescimento’ e um ‘contraste’: o crescimento que vem graças a um dinamismo inserido na própria semente e o contraste que existe entre a pequenez da semente e a grandeza daquilo que produz.

A mensagem é clara: o Reino de Deus, também exige nossa colaboração, é antes de tudo, dom do Senhor, graça que precede o homem e suas obras. A nossa pequena força, aparentemente impotente diante dos problemas do mundo, se colocada naquela de Deus, não teme obstáculos, porque certa é a vitória do Senhor.

É o milagre do amor de Deus, que faz germinar e crescer cada semente de bem lançada na terra. E a experiência deste milagre de amor nos faz otimistas, apesar das dificuldades, sofrimentos e o mal que encontramos.

A semente germina e cresce, porque o que a faz crescer é o amor de Deus. A Virgem Maria, que acolheu como ‘terra boa’ a semente da Palavra divina, reforça em nós essa fé e esta esperança”.
Reflitamos sobre a graça do Reino de Deus que Jesus inaugurou, e que nos chama para sermos colaboradores e trabalhar pelo mesmo.

“...Venha a nós o Vosso Reino, seja feita a Vossa vontade...”, assim rezamos na Oração que o Senhor nos ensinou.

O Reino cresce no silêncio e na aparente insignificância de nossos trabalhos. No entanto, são preciosos aos olhos de Deus, se feitos com amor.

Retomemos as palavras de Santo Inácio de Loyola (séc. XVI) ao longo destes dias de recolhimento e oração:

“Aja como se tudo dependesse de você, sabendo bem que, na realidade, tudo depende de Deus”.



(1) (cf. Pedro de Ribadeneira, Vida de S. Inácio de Loyola, Milão, 1998).
PS: Escrito em 23 de março de 2020


quarta-feira, 30 de julho de 2025

A Solene proclamação da Palavra e a Ceia Eucarística

                                                  

A Solene proclamação da Palavra e a Ceia Eucarística

Reflexão à luz da passagem do Livro de Neemias (Ne 8,1-4.5-6.7b-12), uma das páginas mais lembradas da história de Israel do pós-exílio.

Esta passagem é o primeiro texto em que se descreve uma grande Liturgia da Palavra com a participação de todo o povo, revelando a espiritualidade do Povo de Deus: cultivar a memória das grandes riquezas do passado, suas culpas, sofrimentos e, ao mesmo tempo, a sua esperança num futuro melhor (1).

Trata-se do tempo da reconstrução de Jerusalém, no sétimo mês do ano 445, um tempo de grandes desafios e renovados compromissos de todos.

O Governador Neemias e o Sacerdote e Escriba Esdras organizam uma festa, e nesta é proclamada a Lei do Senhor: reúne-se uma grande assembleia, não no Templo, mas em uma praça.

Alguns elementos que encontramos nesta Liturgia da Palavra celebrada: “o púlpito, do qual a Palavra é proclamada; o leitor; a presidência dos anciãos; a abertura do rolo da Torá; o pôr-se de pé; a inclinação profunda do povo e a sua resposta á Palavra: ‘Amém! Amém!” (vers. 6)” (2), o sim decisivo de fidelidade à Aliança com Deus.

Esta proclamação da Palavra de Deus se constitui num grande momento de festa, seguido de um banquete, em que mesmo os pobres podem, neste dia, banquetear-se, como convém numa ocasião solene, num serviço em favor dos mais pobres, de modo que a alegria que procede de Deus somente será verdadeira se  partilhada e não vivida individualmente (3).

Hoje também em nossas celebrações estes elementos devem se fazer presentes e merecem toda a dignidade, para que de fato a Liturgia seja fonte e ápice da vida da Igreja, como nos falou o Concílio Vaticano II: Contudo, a Liturgia é simultaneamente a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde procede toda a sua força.”

Reflexão oportuna para a avaliação de nossas Missas e Celebrações, para que tenham sua beleza e riqueza próprias, e venham nutrir a espiritualidade do Povo de Deus que delas participam, renovando os sagrados compromissos com a Boa-Nova do Reino.



(1)   Missal Cotidiano – Ed. Paulus – p. 1333
(2)   Lecionário Comentado – Editora Paulus – Lisboa - Vol. II – p. 467.
(3)   Idem p.467

Oração pela Santificação da Família (I)

                                                              

Oração pela Santificação da Família

Trindade Santa, Mistério de bondade, amor, ternura,
Vós sois a fonte de nossa vida e de todas as delícias.
Sem Vós, nossos sonhos tornam-se pesadelos,

Diante de Vós, dobramos nossos joelhos e abrimos
Nossa boca e coração com ardentes súplicas:

Que, em nossas famílias, Vos adoremos e glorifiquemos;
que sejais, em nossas casas, Luz do Espírito que ilumina,
fogo da Caridade que aquece relacionamentos,
Pão da Eucaristia que nutre nossas forças,
Palavra viva e eterna que nos orienta,
Orvalho e brisa suaves que nos acalmam!

Livrai as famílias de tudo que destrói sua unidade e paz,
para que sejam como uma pequena Igreja doméstica,
da qual Vós sejais modelo de vida,
e nela vivamos a fé, a esperança, o amor, a comunhão,
a partilha, a compreensão e o perdão.

Inundai o coração dos pais e dos filhos de
paciência, ternura, mansidão e generosidade.
para que vivam uma relação profunda de amor.

Santificai, Senhor, nossas e Vossas famílias,
Derramai Vossas Bênçãos sobre elas.
Amém!

Oração pela Santificação da Família (II)

                                                

Oração pela Santificação da Família

Trindade Santa, Mistério de bondade, amor, ternura,
Vós sois a fonte de nossa vida e de todas as delícias.
Sem Vós, nossos sonhos tornam-se pesadelos;

Diante de Vós, dobramos nossos joelhos e abrimos
nossa boca e coração com ardentes súplicas:
Que, em nossas famílias, Vos adoremos e glorifiquemos;
que sejais, em nossas casas, Luz do Espírito que ilumina,
fogo da Caridade que aquece relacionamentos.

Sejamos conduzidos pela Vossa Santa Palavra, 
nutridos pelo Pão da Eucaristia que nos revigora,
tendo Vosso Espírito, orvalho e brisa suaves que nos acalmam!
Livrai as famílias de tudo que destrói sua unidade e paz,
para que sejam como uma pequena Igreja Doméstica,
da qual Vós sejais modelo de comunhão e vida.

Ajudai-nos, para que tenhamos mais paciência, mansidão,
alegria  e generosidade, em nossos relacionamentos,
dentro e fora da família.

Fortalecei em nós a fé, a esperança, o amor,
Para que, a serviço do Reino,
Anunciemos e testemunhemos Vossa Palavra.

Inundai o coração dos pais e filhos de paciência,
Ternura, mansidão e generosidade, para que
vivam a partilha, a compreensão e o perdão.

Que pais e filhos.
Sejam misericordiosos como o Deus Pai,
Assim como nos revela o Filho Amado, Jesus.

Santificai, Senhor, nossas e Vossas famílias,
Nossas enquanto responsabilidade do cuidado
Vossas, porque a Vós tudo pertence.

A Vós a quem damos, incessantemente,
Toda honra, glória, poder e louvor.
Derramai Vossas Bênçãos sobre todas as famílias
Amém.

A comunhão das mesas e a Mesa da Comunhão!

                                                          

A comunhão das mesas e a Mesa da Comunhão!

Jesus Ressuscitado está em perfeita comunhão com o Espírito. Cremos também piamente que depois veio juntar-se a Ele Sua querida Mãe... Poderemos ter o mesmo destino.

Ele foi o primeiro que conquistou o Reino. Com Sua morte, Jesus demonstrou que a entrada no Reino é um privilégio que não se restringe a alguns, impossibilitando que outros o tenham também.

No entanto, depende do quanto nos empenhamos em amá-Lo e segui-Lo, do quanto estamos dispostos a morrer por Ele e com Ele.

O convite se destina a todos e a passagem se deu pela Sua morte, morte de Cruz. Estreita porta da eternidade que se abriu na morte de Cruz!

Destruiu a morte abrindo-nos acesso aos céus, onde a vida não conhece o ocaso, onde o sol jamais se põe, onde o amor jamais se ausenta.

Não há outra forma de nos credenciarmos para a eternidade a não ser amar e viver como Jesus viveu!

A comunhão que criamos com o próximo no tempo presente, em mesas passageiras, é indispensável para que entremos na alegria do Reino e sejamos partícipes da Mesa do Banquete Eterno que se prefigura na Mesa da Eucaristia.

O que ora experimentamos já nos dá um sinal, uma pequena amostra do que será o Banquete dos céus.

Como não desejá-lo e não buscá-lo?

Por outro lado, como o fazemos e fazem nossas comunidades?

Concluindo:

Assim é a lógica da vida: comunhão de mesas que se voltam para a Mesa da Eucaristia, que aponta para a Mesa do Banquete Eterno.

Há mesas e Mesas!
O convite à Mesa do Banquete Eterno
tem uma única resposta:
Dar a vida a exemplo de Cristo!

Somente com Ele se assentará quem a vida por amor viver,
por amor consumir, por amor se entregar,
por amor ao próximo em gestos multiplicar. Amém.


PS: Oportuno para a reflexão da passagem do Livro de Neemias (Ne 8,2-4a.5-6.8-10)

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