quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Os raios do Sol da justiça nos iluminam

                                              

Os raios do Sol da justiça nos iluminam
 
 “Os raios do Sol da Justiça são as virtudes
que d’Ele emanam para iluminar-nos,
 para que rejeitemos as obras das trevas
e caminhemos nobremente como
em pleno dia (cf. Rm 13,13)”
 
Sejamos enriquecidos por esta passagem do Tratado sobre a verdadeira imagem do cristão, do Bispo São Gregório de Nissa (Séc. IV).

“É Ele nossa paz, Ele que de duas coisas fez uma só (Ef 2,14). Ao refletirmos que Cristo é a paz, mostraremos qual o verdadeiro nome do cristão, se pela paz que está em nós expressarmos Cristo por nossa vida.

 
Ele destruiu a inimizade (cf. Ef 2,16), como diz o Apóstolo. Não consintamos de modo algum que ela reviva em nós, mas declaremo-la totalmente morta.
 
Não aconteça que, maravilhosamente destruída por Deus para nossa salvação, venhamos, para ruína de nossa alma, cheios de cólera e de lembranças das injúrias, a reerguê-la, quando jazia tão bem morta, chamando-a perversamente de novo à vida.
 
Tendo nós, porém, a Cristo que é a paz, matemos igualmente a inimizade, para que testemunhemos por nossa vida aquilo que cremos existir n’Ele.
 
Se, derrubando a parede intermédia, dos dois criou em Si mesmo um só homem, fazendo a paz, assim também nós, reconciliemo-nos não apenas com aqueles que nos combatem do exterior, mas ainda com os que incitam sedições dentro de nós mesmos.
 
Que a carne não mais tenha desejos contrários ao espírito, nem o espírito contra a carne. Mas submetida a prudência da carne à Lei divina, reedificados como um homem novo e pacífico, de dois feitos um só, tenhamos a paz em nós. 
 
Na paz se define a concórdia dos adversários. Por isto, terminada a guerra intestina de nossa natureza, cultivando a paz, tornamo-nos paz e manifestamos em nós este verdadeiro e próprio nome de Cristo. 
 
Cristo é ainda a luz verdadeira, totalmente estranha à mentira; sabemos então que também nossa vida tem de ser iluminada pelos raios da verdadeira luz.
 
Os raios do Sol da Justiça são as virtudes que d’Ele emanam para iluminar-nos, para que rejeitemos as obras das trevas e caminhemos nobremente como em pleno dia (cf. Rm 13,13).
 
Pelo repúdio de toda ação vergonhosa e escusa, agindo sempre na claridade, tornamo-nos nós também luz e, o que é próprio da luz, resplandeceremos para os outros pelas obras. 
 
Considerando Cristo como santificação, se nos abstivermos de tudo quanto é mau e impuro, seja nas ações, seja nos pensamentos, apareceremos como verdadeiros participantes deste Seu nome, uma vez que, não por palavras, mas pelos atos de nossa vida, manifestamos o poder da santificação.”
 

Oportuna reflexão para o fortalecimento de nossa Fé e a renovação da alegria de sermos batizados, na certeza de que somos moradas do Espírito Santo, e por isto portadores de mensagem de paz e luz.

Bem profetizou Malaquias: “Mas vós que temeis o meu nome, brilhará o Sol de Justiça, que tem a cura em seus raios” (Mal 3,20).
 
Este Sol Nascente (Lc 1,78-79), Sol de Justiça é Cristo Jesus, e somos por Ele enviados a comunicar Sua luz no mundo, porque somos a luz do mundo –“Vós sois a luz do mundo... Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,14.16).
 
Renovemos a alegria pela graça de sermos portadores e comunicadores da luz divina a quantos precisarem, sobretudo nas situações mais adversas e sombrias.
 
Quando a fé é vivida em sua autenticidade, tornamo-nos como que um farol a iluminar não somente nosso caminho, mas o caminho de quantos conheçamos e desta luz precisem e comuniquem.
 
Caminhar sozinhos nos tornaria cegos da luz divina, que se comunica a todos, e nos quer caminhando juntos, solidários, ajudando-nos mutuamente rumo à plenitude da luz divina: céu.

Oremos:

"Deus eterno e todo-poderoso, sobre os povos que vivem na sombra da morte fazei brilhar o Sol da justiça, que nos visitou nascendo das alturas, Jesus Cristo Nosso Senhor, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém."
 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG