quarta-feira, 31 de julho de 2024

Gratuidade e humildade na missão

                                                     

Gratuidade e humildade na missão

Para melhor vivenciarmos a graça do batismo, sendo sal da terra e luz do mundo, uma atitude deve se fazer presente: a Magnanimidade entendida por disposição do ânimo para conseguir coisas grandes; generosidade, bondade...
                              
O Presbítero e Doutor Santo Tomás de Aquino, no século XIII, assim definiu o magnânimo:

“O magnânimo atreve-se aos empreendimentos grandes, porque sabe que o dom da graça eleva o homem e as coisas que estão acima da natureza.

O magnânimo é audaz na ação apostólica, porque é consciente de que o Espírito Santo Se serve da palavra do homem como de um instrumento. Mas é Ele quem interiormente aperfeiçoa a obra.

O magnânimo traz consigo a indestrutível firmeza da esperança em Deus, de uma confiança desmedida, quase temerária.

O magnânimo tem um coração desprovido de medo, onde reina uma paz imperecível, porque conta com Deus.

O magnânimo não cede à angústia das preocupações nem à ameaça dos homens ou dos acontecimentos, porque só se inclina diante de Deus.

O magnânimo não se queixa, porque Deus é o seu consolo e sua fortaleza!” (1)

Pouco mais tarde, Santo Afonso Maria de Ligório (XVIII) nos exortou à retidão de intenção naquilo que fazemos:

- Quem age só para Deus não se perturba em caso de fracasso, porque Deus não querendo, ele também não quer;

- Alegra-se com o bem que os outros fazem, como se ele mesmo o tivesse feito;

- Sem preferência para trabalhos, aceita de boa vontade o que a obediência lhe pede;

- Tendo cumprido seu dever, não fica à espera de louvores, nem aprovações dos outros. Por isto não fica triste se o criticam ou o desaprovam, alegrando-se somente em ter contentado a Deus. Se, por acaso, recebe qualquer elogio do mundo, não se envaidece, mas afasta a vanglória dizendo-lhe – Segue o teu caminho; chegaste tarde porque o meu trabalho já está dado todo a Deus.
                                         
Segundo Santo Afonso, um velho religioso que trabalhou muito para Deus e morreu como um santo, um dia olhando para sua vida passada; triste e muito preocupado, disse-lhe: “Pobre de mim! Examinando todas as ações de minha vida não acho nenhuma que tenha feito só para Deus”.

Peçamos a Deus a magnanimidade e a gratuidade em tudo que fizermos a fim de que Ele cresça e apareça e nós diminuamos.

Seja reavivada a chama da fé, no dia do Batismo acesa, para resplandecer o esplendor da Verdade no mundo, que é o próprio Jesus, e colocarmos em prática o Mandamento do Amor, somente assim, sal da terra também seremos.


(1) As menções encontram-se no livro “Sacerdotes para o Terceiro Milênio” – Editora Santuário – pp.165-6; 91-92.   

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