Ascensão, um Mistério de
esperança que convida à ação
Reflexão à luz da passagem da Carta aos Hebreus (Hb
9,24-28; 10,19-23), que nos convida a refletir sobre a Ascensão do Senhor.
A Ascensão de Cristo é a Sua entrada no santuário do
Céu, onde está intercedendo por nós, e de lá voltará e aparecerá um dia, para
conceder a Salvação a quem O estiver esperando.
Deste modo, compreendamos a Ascensão do
Senhor, como um Mistério de Esperança, que convida para a ação - "Por
que estais a olhar para o céu? Em nome do Senhor, podeis ir em paz".
Na fidelidade ao Senhor, devemos viver
a realidade cristã, marcada pela plenitude da fé (Hb 10,22), acompanhada
de uma esperança indefectível, que tem seu fundamento na fidelidade de Deus (Hb
10,23), vivenciada por uma caridade ativa (Hb 10,24).
É no chão do coração, purificado de
toda má consciência, que a fé lança suas sementes, fincando suas raízes, para
que se elimine toda erva daninha do desânimo, de modo que a fina e pura flor da
esperança exale todo seu odor, que se torna visível pela caridade e boas obras.
Todos nós, nas travessias de mares
assustadores, de desertos extenuantes com seus temores, de caminhos difíceis, em
que as pedras são inevitáveis, bem como das flores seus espinhos, precisamos da
plenitude da fé.
Uma pessoa que tem fé, não será
submergida na travessia dos mares nem terá sua garganta ressequida, ou a alma
falecida pela secura e aridez do deserto, muito menos desistirá de trilhar seu
caminho, porque sabe que com Ele, Jesus, o Caminho, é bem sabido o nosso mais
desejado destino, não deixando a vida à deriva sem horizonte, sem rumo.
Da mesma forma, tendo esperança
indefectível, sem erros, vacilos, defeitos, fará de cada amanhecer uma nova
possibilidade; de cada recuo, se necessário for, ponto de um novo avanço (assim
são as ondas); se quedas houver, é para que se tome consciência das limitações,
para cair toda pseudo-onipotência, e se aprenda a curvar diante da Divina
Onipotência, Deus.
Caridade no coração terá; uma caridade
com um tom diferencial, que seja ativa. O amor será a mais bela chama que a
todos contagia, porque é próprio do Amor de Deus assim fazer. O amor divino é
como língua de fogo, que aquece as realidades mais frias e sombrias, ilumina
outras, mais que escuras, desoladoras. O amor é fogo que não se consome, chama
ardente de caridade que o coração invade, e luz que jamais se apaga.
Amar não é outra coisa senão fazer
Deus aparecer, e todo Seu esplendor revelar, e glórias infinitas aos céus
elevar... Bem disse Jesus, ao nos conferir identidade e missão de sermos sal e
luz do mundo: “Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para
que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,16)
Plenitude de fé, esperança
indefectível, caridade ativa,
Virtudes divinas tão preciosas,
Que haveremos, com todo o zelo, cuidar.
Cultivo tão belo e precioso jamais
omitido,
Certeza de que o amanhã melhor há de
ser,
Pois é próprio do amor de Deus fazer florescer,
Tudo que para nós for preciso, e a vida
mais bela ser.
Amém.
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