terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Adoramos o Senhor, servimos nosso próximo

                                                       

             Adoramos o Senhor, servimos nosso próximo
 
No segundo anúncio da Paixão de Nosso Senhor (Mc 9,30-37), Jesus diz aos discípulos, que discutiam no caminho, qual seria o maior entre eles, que quisesse ser o primeiro, deveria ser o último de todos, e o servo de todos.
 
Jesus diz aos discípulos, que discutiam no caminho, qual seria o maior entre eles: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!”
 
Retomemos este parágrafo do Catecismo da Igreja Católica (n.786):
 
“O Povo de Deus participa finalmente da função ‘régia’ de Cristo. Cristo exerce a Sua realeza atraindo a Si todos os homens pela Sua Morte e Ressurreição.
 
Cristo, Rei e Senhor do Universo, fez-Se o servo de todos, pois ‘não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida como resgate pela multidão’ (Mt 20, 28).
 
Para o cristão, ‘reinar é servir’, em especial ‘nos pobres e nos que sofrem, nos quais a Igreja reconhece a imagem do Seu Fundador pobre e sofredor’.
 
O povo de Deus realiza a sua ‘dignidade régia’ vivendo em conformidade com esta vocação de servir com Cristo”. (1)
 
Assim como veio servir e não ser servido, Jesus deixou este ensinamento para os Seus discípulos, e o fez expressivamente ao lavar-lhes os pés (Jo 13).
 
Como Igreja, também devemos renovar sempre a alegria e o amor no serviço ao Senhor, na pessoa dos pobres que nos são confiados.
 
Deste modo há a contínua necessidade do fortalecimento de nossas Pastorais e Serviços diversos de nossas comunidades, para cada vez mais reinemos com Jesus, colocando-nos, generosamente, em atitude de amor, serviço e doação.
 
Ainda temos muito que aprender para reinar com Jesus, pois ainda temos muito que nos converter, para que mais expressiva e frutuosa seja nossa generosidade e doação em favor de nosso próximo. 
 
Firmemos nossos passos neste caminho. Alegremo-nos e exultemos no Senhor, que nos acompanha nesta maravilhosa graça e missão, conduzidos e iluminados pela Sua Palavra, e nutridos pelo Seu Divino Corpo e Sangue que recebemos no Banquete da Eucaristia.
 
Que reinemos com o Senhor, mas só o fazemos, quando ao próximo nós serviços. Amém.
 


 
(1) Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n.786
 
PS: Oportuno para reflexão sobre a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 17,22-27; Mc 9,30-37)
 


“Sejamos primeiros para os outros”

                                                      

“Sejamos primeiros para os outros”

Para aprofundamento da Liturgia do 25º Domingo do Tempo Comum (ano B):

A verdadeira autoridade não está em estar acima dos outros, oprimir os outros, na afirmação de si mesmos reduzindo os outros a escravos, clientes ou aduladores; está em ‘ser primeiros para os outros’. Em colocar o que se tem de bom a serviço de todos.

Isto cria a nova grandeza evangélica, que é verdadeira grandeza, porque, se é verdade que ‘os primeiros serão os últimos’, é verdade também que ‘os últimos’ (estes últimos dos quais nos falou o Evangelho serão os primeiros (Mt  20,16)”. (1)

Parece pequena a diferença, mas na verdade é de imensa: é preciso antes “ser primeiro que os outros”, “ser primeiro para os outros”.

Quantas vezes, vemos disputas para ver quem é o melhor, quem chega primeiro, quem tem mais acesso, mais ibope... A lista é interminável.

Na verdade deve ser colocada a questão: primeiro, para dominar ou para servir melhor?

Primeiro que o outro em tudo, para enriquecimento pessoal ou para enriquecimento do outro?

A busca do primeiro que o outro só tem sentido se for movido pelo amor doação, serviço, para que todos tenham vida e vida plena.

Sejamos os primeiros a:

- nos colocar alegremente no carregar da cruz, em solidariedade com os crucificados.

- carregar nossa cruz de cada dia, com renúncias, coragem e fidelidade, testemunhando e ajudando o próximo no carregar de sua cruz, como “Cirineus”, que o mundo tanto precisa...

- promover o bem, a verdade, a justiça, a ética, os valores que, se vividos, tornam o mundo mais belo.

Sejamos os primeiros a estender a mão a quem mais precisa. Primeiro, para amar e servir. Eis a grande lição que Jesus nos dá na passagem do Evangelho (Mc 9, 30-37).


(1) O Verbo Se faz Carne - Raniero Cantalamessa - Editora   Ave Maria - 2013 - p.438

PS: Oportuno para reflexão sobre a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 17,22-27; Mc 9,30-37)

Discípulos da Divina Misericórdia

 


Discípulos da Divina Misericórdia

Sejamos enriquecidos pela carta de São Policarpo de Esmirna (séc. II), sobre a Carta aos Filipenses, em que nos apresenta Jesus Cristo que nos deixou um exemplo em Sua própria Pessoa.

“Que os presbíteros tenham entranhas de misericórdia e se mostrem compassivos para com todos, tratando de trazer ao bom caminho aqueles que se extraviaram; que visitem aos enfermos e não descuidem das viúvas, dos órfãos e dos pobres, antes, que procurem o bem diante de Deus e diante dos homens; abstendo-se de toda ira, de toda acepção de pessoas, de todo juízo injusto; que vivam afastados do amor ao dinheiro e não se precipitem crendo facilmente que os outros tenham agido mal, que não sejam severos em seus juízos, tendo presente a nossa natural inclinação ao pecado.

Portanto, se pedimos ao Senhor que perdoe nossas ofensas, também nós devemos perdoar aos que nos ofendem, já que estamos sob o olhar de nosso Deus e Senhor, e todos compareceremos diante do tribunal de Deus, e cada um prestará contas a Deus de si mesmo.

O sirvamos, portanto, com temor e com grande respeito, conforme nos ordenaram tanto o próprio Senhor como os Apóstolos que nos pregaram o Evangelho, e os profetas, aqueles que antecipadamente nos anunciaram a vinda de nosso Senhor.

Busquemos o bem com dedicação, evitemos os escândalos, afastemo-nos dos falsos irmãos e daqueles que levam o nome do Senhor de forma hipócrita e arrastam ao erro os insensatos.

Todo aquele que não reconhece que Jesus Cristo veio na carne é do anticristo, e aquele que não confessa o testemunho da Cruz procede do diabo, e o que interpreta falsamente as sentenças do Senhor segundo suas próprias concupiscências, e afirma a inexistência da ressurreição e do juízo, esse tal é o primogênito de Satanás.

Por conseguinte, abandonemos os vãos discursos e falsas doutrinas que muitos sustentam e voltemos aos ensinamentos que nos foram transmitidos desde o princípio; sejamos sóbrios para entregar-nos à oração, perseveremos constantemente nos jejuns e supliquemos com rogos ao Deus que tudo vê, a fim de que não nos deixe cair em tentação, porque, como disse o Senhor, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.

Mantenhamo-nos, pois, firmes em nossa esperança e a Jesus Cristo, recompensa de nossa justiça; Ele, carregando nossos pecados, subiu ao lenho, e não cometeu pecado nem encontraram engano em Sua boca, e por nós, para que vivamos n’Ele, tudo suportou.

Sejamos imitadores de Sua paciência e, se por causa de Seu nome temos de sofrer, O glorifiquemos; já que este foi o exemplo que nos deixou em Sua própria Pessoa, e isto é o que nós cremos.” (1)

Na fidelidade a Jesus Cristo, como discípulos missionários, sigamos Seus passos, elevando a Deus orações, para que todos os presbíteros “tenham entranhas de misericórdia e se mostrem compassivos para com todos...”

Assim, também, toda a comunidade mantenha firme a esperança no Senhor, imitadora da paciência do Senhor, e se acaso vier o sofrimento, que seja motivo para glorificá-Lo com fé, em expressão viva de caridade. Amém.

 

(1)         Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes – 2013 – pp.158-159

Preteridos ou Preferidos

                                                          

Preteridos ou Preferidos

A vida pode apresentar situações em que somos preferidos ou  preteridos.

Saber lidar com esta situação dependerá da importância que damos ao fato, da abertura e predisposição que tenhamos para as variações, opções, escolhas e surpresas que a vida nos apresenta.

Assimilar esta dialética com naturalidade e, sobretudo com boa e sadia espiritualidade é sempre o caminho.

Vejamos as duas definições para ajudar na reflexão:

Preterido:
Aquele ou algo que foi alvo de preterição; rejeitado; desprezado; diz-se, também, do herdeiro omitido em testamento; aquele ou aquilo que não foi mencionado; por último, a pessoa que não foi promovida.

Preferido:
Aquele ou aquilo que se prefere; que foi o escolhido; que é o mais querido; favorito; predileto; antônimo de preterido.

Aparentemente, são simples as definições (cf. Aulete Virtual), mas podem nos ajudar na reflexão sobre o viver em comunidade, seja religiosa ou de toda a ordem.

Diante de Deus quem são os preferidos ou os preteridos?

Diante d’Ele, os preferidos são os pobres, os excluídos, os sofredores, as crianças, os enfermos, os famintos, os últimos, os marginalizados, a escória da sociedade, os pequenos e simples...

Preteridos são, por sua vez, os orgulhosos, os autossuficientes, os gananciosos, os arrogantes, os prepotentes, os egoístas, os invejosos, os preguiçosos, os indolentes, os incrédulos, os idólatras...

E no dia a dia, desde a infância, a relação das crianças passa pelo ser preferido ou preterido. Preferidos ou preteridos, na exata medida, possibilita o amadurecimento, mas, em intensidade desmedida, torna-se marcante pelo aspecto negativo. Carência ou segurança será o resultado.

A vida terá páginas em que ora seremos preferidos, ora preteridos. Importa saber lidar com esta realidade.

A psicologia nos ensina que as relações humanas devem ser trabalhadas como sentimentos e emoções; quer em relação para consigo mesmo, quer em relação aos outros. Se atritos houver, será oportunidade para superação. Metas a serem alcançadas pedem sempre superação de etapas, desafios...

Bem sabemos que muitos problemas nas comunidades surgem de relações de preferência ou preterimento.

Assim também se dá no espaço religioso: Somos mais seguros quando jamais nos sentimos preteridos por Deus, mas por Ele amados, preferidos.

Preferidos para que amemos mais, em atitudes amadurecidas, expressas em doação, entrega e serviço:

“Sabeis que os que são considerados chefes das nações dominam sobre elas e os seus grandes as tiranizam.

Entre vós não será assim: Ao contrário, aquele que dentre vós quiser ser o grande, seja o vosso servidor, e aquele que quiser ser o primeiro dentre vós seja o servo de todos.

Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate por muitos” (Mc 10,42-45).

Tenhamos maturidade e sabedoria para corresponder quando preferidos, e saber superar quando preteridos.

Assim é a vida: ora preferidos, ora preteridos...

Primeiros para amar e servir

                                             


                                                     Primeiros para amar e servir

Na 7ª terça-feira do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho em que Jesus faz o segundo anúncio de Sua Paixão (Mc 9,30-37), e temos a oportunidade de refletir sobre a verdadeira autoridade: 


A verdadeira autoridade não está em estar acima dos outros, oprimir os outros, na afirmação de si mesmos reduzindo os outros a escravos, clientes ou aduladores; está em ‘ser primeiros para os outros’. Em colocar o que se tem de bom a serviço de todos.

Isto cria a nova grandeza evangélica, que é verdadeira grandeza, porque, se é verdade que ‘os primeiros serão os últimos’, é verdade também que ‘os últimos’ (estes últimos dos quais nos falou o Evangelho serão os primeiros (Mt  20,16)”. (1)

Parece pequena a diferença, mas na verdade é  imensa: é preciso antes “ser primeiro que os outros”, “ser primeiro para os outros”.

Quantas vezes, vemos disputas dentro e fora de nossas comunidades, para ver quem é o melhor, quem chega primeiro, quem tem mais acesso, mais ibope.

A busca do primeiro que o outro só tem sentido se for movido pelo amor doação, serviço, para que todos tenham vida e vida plena.

Sejamos os primeiros a nos colocar alegremente no carregar da cruz, em solidariedade com os crucificados.

Também para carregar nossa cruz de cada dia, com renúncias, coragem e fidelidade, testemunhando e ajudando o próximo no carregar de sua cruz, como “Cirineus”, que o mundo tanto precisa, na promoção do bem, da verdade, da justiça, da ética, dos valores que, se vividos, tornam o mundo mais belo.


Sejamos os primeiros a promover o bem, a verdade, a justiça, a ética, os valores que, se vividos, tornam o mundo mais belo.

Sejamos os primeiros a estender a mão a quem mais precisa: primeiro para amar e servir. 


Eis a grande lição que Jesus nos dá nesta passagem do Evangelho e em todos os momentos

Eis a grande lição que Jesus nos dá na passagem do Evangelho, e que na Escola do Divino Mestre, Jesus, temos que aprender todos os dias e em todos os momentos, e deste modo nos tornamos sal da terra e luz do mundo, e vivemos o discipulado com ardor, amor e alegria.


(1) O Verbo Se faz Carne - Raniero Cantalamessa - Editora   Ave Maria - 2013 - p.438

Conduzidos pela loucura evangélica, a suprema sabedoria

                                                      

Conduzidos pela loucura evangélica, a suprema sabedoria

Na sétima terça-feira do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 9,30-37), que trata do segundo anúncio da Paixão do Senhor, que desconcerta os discípulos, porque compreendem que seguir Jesus implica em viver como Ele; tornar-se como Ele, servos de todos.

Assim nos diz o comentário do Missal:

“... A experiência deveria mostrar que a suposta loucura evangélica é a suprema sabedoria. A cobiça, a intolerância, a inveja, a submissão aos instintos humanos de posse e de domínio, sempre geraram guerras e conflitos, encobertos ou declarados, não só no mundo, mas também nas comunidades cristãs e na própria Igreja.

Os frutos da paz e da justiça amadurecem lentamente, mas com firmeza, quando cada qual, em vez de tentar dominar os outros, torna-se humilde ‘servo de todos’. As comunidades cristãs, a Igreja, ‘serva e pobre’, devem oferecer ao mundo uma imagem da cidade do Alto.” (1)

Celebrando o Mistério da Eucaristia, mais uma vez, alimentados por Ela e pela Palavra proclamada, como discípulos missionários, renovemos sagrados compromissos de nos tornarmos, cada vez mais, como Jesus, nosso Divino Mestre e Senhor.

Deste modo cumpriremos plenamente a Lei Divina impressa nas entranhas de nosso coração, e viveremos o duplo Mandamento do Amor a Deus e ao próximo, e para tanto supliquemos a graça divina necessária.


(1) Missal Quotidiano Dominical e Ferial - Editora Paulus – Lisboa p.1959

Memórias Missionárias...

Amigos verdadeiros partem, mas ficam para sempre

“Combati o bom combate,
 terminei a corrida, guardei a fé. ” (2 Tm 4,7)

“‘Zé, Domingo, 25 de fevereiro de 2011, o céu amanheceu lindo!
O sol brilhava tanto. Era Deus sorrindo na tarde deste Domingo.
Quando ao microfone da Rádio eu falava, jamais poderia imaginar que no céu você já estava.

Postinho de Saúde, nunca mais vamos esquecê-lo: havia uma multidão inquieta, quando alguém veio nos dizer – ‘O Zé jogava bola, quando veio a falecer’.

Por um instante ficamos tontos, corações acelerados, as pernas começaram a tremer.

Por incrível que pareça, começou a chover: até os céus chorava com saudade de você.

Ao vermos teu corpo, estendido sobre a cama sem vida, não pudemos conter as lágrimas em sentirmos a dor da Cida (sua esposa).

Você parecia dormir. Sua missão já estava cumprida.

Parece coincidência: foi Deus quem quis assim. Foi num campo de futebol que a tua vida chegou ao fim. Os dois gols que você fez, foi uma felicidade.

Sabemos que partiu feliz, pois você morreu com os seus em tua comunidade’.

Lá no cemitério, lugar do descanso eterno, foi difícil acreditar que o nosso “Zé Maria” teria que ficar lá.

Ao devolvermos o seu corpo, nos braços da mãe Terra, tivemos uma grande certeza: nós não estamos sozinhos, pois onde o ‘Zé’ estiver, continuará abrindo caminhos.

Em tudo que fazia tinha amor e paixão.
Falava com firmeza, nascia do coração.

Falar deste companheiro é uma grande emoção.
Alguém que foi e é sinal, desde a Família, Sindicato, Partido, Igreja e Associação.

Se alguém não sabe como a vida viver, siga o testemunho do ‘Zé’ e faça a vida renascer.

Quando na terra andou o Zé, muito acreditou e para ser vereador, ele muito lutou.
Eram tantos projetos! Esta é a nossa dor, após duas seções (do mandato recém assumido), para os céus Deus o levou.

Ficou para nós a missão de continuar os seus sonhos, tornar vivo o ‘Zé Maria’, sempre em todo o lugar, principalmente em sua família e nos movimentos populares.

‘Hoje, faz sete dias que você com Deus foi morar, sentimos saudades suas, mas sabemos que entre nós você está.

O teu semblante amigo, vamos sempre lembrar’.

Nesta manhã (03/03/2001), o sol amanheceu brilhando, veio nos comunicar: ‘Zé Maria’ está feliz, pois soube o que é amar e o projeto de Deus procurou realizar.

Não fiquem perturbados, nem queiram desanimar, porque onde ele está, por todos vai olhar.

Ao meu eterno amigo, companheiro, pai, José Maria Sampaio da Silva” (1)


PS: O singelo texto acima é uma memória, dentre tantas que guardo em minha mente e coração, do meu tempo de missão, na Diocese de Ji-Paraná - RO (2000-2002).

(1) Mensagem escrita pela amiga e irmã da família de José Maria Sampaio da Silva, Rosemeire do Nascimento Ferrini Silva.


Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG