quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Em poucas palavras...

                                                              


 Maria, modelo de fé

“No campo da fé a única segurança é a de Deus, o único gesto, verdadeiramente inteligente é apoiar tudo em Deus. Então a impossibilidade torna-se possível, como em Maria.”  (1)

 

 

(1)            Missal Cotidiano – Editora Paulus – pp. 1397-1398

Oração do mês missionário 2024

 


Oração do mês missionário 2024

Senhor Deus,
Pai de todos os seres humanos,
faze com que nós cristãos,
ungidos com a força do Espírito Santo,
cooperemos com a tua missão
até os confins do mundo,
testemunhando Jesus
e anunciando o Evangelho do Reino
com urgência, respeito e gentileza.

Abre nossos ouvidos
para acolher o teu mandato: “Ide”!
Abre nossa boca para convidar a todos
para o banquete do teu Filho!
Abre nossos olhos para reconhecer
todas as situações de indiferença,
injustiça e rejeição presentes no mundo!

Ajuda-nos a ser Igreja sinodal em missão,
peregrinos da esperança, construindo pontes
de fraternidade e solidariedade entre os povos.
Maria, Estrela da Evangelização, rogai por nós.
Amém!

 

PS: Pontifícias Obras Missionárias / CNBB

 

Estreita é a porta da Salvação (XXIDTCC) (23/08)

                                        

Estreita é a porta da Salvação

Na quarta-feira da 30ª Semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 13,22-30), que nos convida a refletir sobre a proposta da Salvação, que se destina a todos os povos e passa por Jesus, a porta estreita da caridade, da doação, da partilha e da solidariedade. 

Passar por esta porta não significa apenas multiplicar orações, aumentar o número das vezes que participamos das Missas ou Celebrações, e tão pouco das tantas vezes que pronunciamos o nome de Deus.

A porta, ou melhor, a passagem pela porta exige que superemos toda acomodação, desânimo. Exige a coragem para enfrentarmos o sofrimento, que por si só não faz nenhum sentido. 

Mas que, se assumindo na perspectiva da Cruz, pode ser medicinal, levar ao aprendizado, ao amadurecimento, ensinar e corrigir.

Não se pode perder jamais a coragem e o entusiasmo, como podemos ver na Epístola aos Hebreus (Hb 12,5-7.11-13): a  comunidade estava perdendo o entusiasmo, caindo numa fé instalada e cômoda, porque grandes eram as tribulações e perseguições. 

Apesar das dificuldades e crises, o cristão jamais pode esquecer o Amor de Deus, e de ser agradecido por ele. Mesmo nos sofrimentos, e especialmente nos sofrimentos, Deus manifesta o Seu Amor e nos salva. Nossos sofrimentos não são indiferentes para Deus.

Com isto, somos chamados a abandonar toda prática que nos afaste de Deus e do próximo: o egoísmo, a arrogância, a prepotência, o individualismo, atitudes de indiferença, rancores e ressentimentos.

A porta larga seduz momentaneamente, a porta estreita salva eternamente. A larga é mais fácil, mas nos empobrece. De outro lado, a estreita é muito mais difícil, porém nos enriquece e nos alcança a plenitude de vida.

O desejo de Deus é que haja um só povo, superando-se todas as divisões, discriminações e exclusões, de modo que todos os povos sejam salvos.

Façamos a nossa escolha. A salvação nos espera. A questão não é quantos serão salvos, mas se estamos dispostos a passar pela porta estreita.

Com esta citação do Missal Dominical concluo a reflexão:

“Só quem tiver dado a vida como Jesus poderá entrar na sala e sentar-se à Mesa. 

A tradição, o parentesco de nada adiantam para a Salvação, nem as palavras, a cultura ou a pertença à Igreja. Somente a dedicação à construção de um mundo que manifeste visivelmente a realidade do Reino... 

O convite ao Banquete tem uma única resposta: dar a vida a exemplo de Cristo”.
Foi passando pela morte que Jesus entrou na Glória de Deus e, do Banquete Eterno, com o Pai participa, em comunhão com o Santo Espírito, e nos espera também. 

Sigamos Seus passos, Seu exemplo, pois somente Ele nos garante a entrada nos céus, porque é Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6).

Quaresma: a prática da misericórdia nos faz fraternos

                                                        

Quaresma: a prática da misericórdia nos faz fraternos

Reflexão sobre a passagem do Evangelho sobre o julgamento final, ao qual seremos todos submetidos (Mt 25,31-46).

A Palavra proclamada, escutada, acolhida, meditada e vivida, nos propõe e nos inspira a um balanço de nossa vida cristã, na vigilante expectativa da última vinda do Senhor, servindo-O na alegria, fazendo frutificar o amor que vence no dia do juízo final.

Jesus nos fala do juízo final, nos revela  qual será o fim daqueles que se mantiveram ou não vigilantes e preparados para a Sua vinda vitoriosa “... para que Deus seja tudo em todos)” (1Cor 15,28).

Lembremo-nos do contexto da comunidade de Mateus, que é de desinteresse, instalação, acomodação, rotina. É preciso despertá-la para uma atitude vigilante e comprometida na espera do Senhor que vem. Vigilância para o juízo final.

O critério de julgamento será o amor ou a indiferença vivida para com os pobres (famintos, sedentos, doentes, presos, estrangeiros, nus). Somente o amor concreto e a solidariedade ativa nos credenciam para a eternidade. 

Somente o amor na simplicidade e na gratuidade nos eterniza. Quem vive a misericórdia, o amor, a solidariedade ativa não tem motivo para temer o julgamento final (Tg 2,12-13).

Os discípulos têm que amar Cristo e viver como Ele. Deus não quer condenar ninguém. A autoexclusão de Seu amor está em nossas mãos. Não há lugar para egoísmo e indiferença na construção do Reino de Deus, como Jesus nos falou através de diversas Parábolas.

Cabe a nós, como discípulos missionários, edificá-lo na história através do amor concreto, em solidariedade ativa até que Ele venha e instaure o Reino definitivo, na realização da Parusia.

Jesus também reconhece que existe um cristianismo autêntico mesmo fora da Igreja visível, e que aqueles que não O conheceram mediante o Evangelho, nem por isto ficam isentos do Mandamento do Amor, que se estende a toda a humanidade, nem da sua manifestação na solidariedade ativa.

Reflitamos:

- Como vivemos o amor e a solidariedade ativa?

- O que fazemos para que o Reino de Deus deixe de ser uma imagem e seja, de fato, o Reino do amor, da verdade, da graça, da liberdade, da santidade e da vida?

- Fazemos da religião um ópio que nos anestesia, nos entorpece ou ela é, de fato, a expressão e o revigoramento de nosso compromisso com os empobrecidos, na verdadeira adoração a Deus?

Vivendo a Quaresma, mais configurados a Jesus Cristo no Mistério de Sua Paixão e Morte, contemplemos a Cruz de nosso Senhor: O Seu trono.
Contemplemos Sua coroa, a coroa de espinhos dada pelos homens, a Coroa da Glória dada pelo Pai.

Fixemos nosso pensamento e abramos nosso coração ao Seu Novo Mandamento, o Mandamento do Amor.

A Sua Lei seja a nossa Lei: o amor, vivenciado na mais bela página das Bem-Aventuranças. Que ela seja nosso programa de vida para que um dia também participemos do Reino definitivo, quando Ele vier em Sua glória.

Sejamos armados em Seu exército com a arma do amor.

Testemunhando nossa fé,  
damos corpo e conteúdo à caridade no coração inflamada, 
e somos movidos pela fé na Ressurreição.


A solidariedade, a fraternidade, o amor à vida, 
a paixão pelo Reino nos consome, 

e nos sentimos fascinados por Sua Palavra, 
em nosso pregar e viver,
provocando o mesmo fascínio
naqueles que nos ouvem.


PS: Oportuno para reflexão sobre a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 25,31-46)

O que fazer para entrar pela “porta estreita” da Salvação?

                                        


O que fazer para entrar pela “porta estreita” da Salvação?

Antes que a “porta” do Reino se feche quero entrar por ela...
O que faço para passar por esta “porta”?
O que faço para alcançar a Salvação?
A “porta” se fechará?  

Reflitamos sobre o Evangelho proclamado na Liturgia da quarta-feira da 30ª Semana do Tempo Comum – (Lc 13, 22-30), em que Jesus apresenta proposta da Salvação destinada a todos os povos.

O desejo de Deus é que haja um só povo, superando-se todas as divisões, discriminações, exclusões...

A Salvação Divina traz em si o desejo de Deus: todos podem ser salvos. A universalidade da Salvação passa por Jesus e vem por meio d’Ele, exclusivamente.

Ele é a “porta estreita” da caridade, doação, partilha e solidariedade. Para passar por esta “porta” não basta apenas multiplicar Orações, aumentar o número de vezes que participamos da Missa e tão pouco das vezes que pronunciamos o nome de Deus...

A porta, ou melhor, a passagem pela porta exige que superemos toda acomodação e  desânimo.

Exige a coragem de enfrentar o sofrimento, que por si só, não faz sentido algum, mas que na perspectiva da fé visto pode ser pedagógico e medicinal.

Sofrimento assumido na perspectiva da Cruz ensina, corrige, amadurece, pode nos curar de certas enfermidades e fragilidades que muitas vezes nem damos conta.

É inconcebível uma fé que nos instale e nos acomode, ao contrário, uma fé autêntica  nos incomoda até que o mundo seja o que Deus deseja, ou seja, o melhor para nós.

Urge recuperar sempre o brilho e o entusiasmo que provém da fé genuína. Mesmo em noites escuras, em momentos de crises Deus continua nos amando. Mesmo nos dramas da vida, Deus manifesta o Seu indizível Amor que nos acompanha e nos salva.

Podemos duvidar de muitas coisas, mas jamais do Amor incondicional de Deus, que muitas vezes parece ausente, mas é constante e sempre presente.

Com isto somos chamados a abandonar toda prática que nos afasta de Deus e do próximo: egoísmo, arrogância, petulância, prepotência, individualismo, indiferenças, rancores, ressentimentos.

Passar pela “larga porta” é trilhar por estas escolhas. A “porta larga” seduz momentaneamente, no entanto, a “porta estreita” salva eternamente! A porta larga é mais fácil, mas empobrece.

A “porta estreita” é muito mais difícil, mas nos enriquece, amadurece. 

Entrar por ela é fazer-se pequeno como Jesus: simples, humilde, servidor, capaz de amar os outros até o extremo, fazendo de nossa vida um dom.

É seguir Jesus no Seu exemplo de Amor e entrega ao Pai, Amor que nos ama e nos amou até o fim, até o extremo.

Amor que foge de nossos parâmetros e categorias. Amor muitas vezes incompreendido.

Amor que, por nós, precisa ser vivido, e quando vivido causa “vertigem”, porque nos desaloja e impulsiona e a vida redimensiona, pois se enraizados no Amor de Cristo, só haverá uma “porta”: a estreita.

Reflitamos:

 A porta da salvação é estreita, mas quem por ela não deseja entrar?
 O céu é possível? Para quem e como?
 Como passar pela porta que nos leva aos céus?

De fato, a salvação é para todos, e a questão, portanto, não é saber quantos a alcançarão, mas se estamos dispostos a multiplicar esforços para pela “porta estreita” passar e a eternidade alcançar!

Façamos, de fato, esforço incansável de passar pela “porta estreita” que nos conduz à eterna felicidade, enraizados no amor de Cristo, brotarão frutos que ficarão para a eternidade!

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Ser Catequista à luz das sete parábolas do Senhor

                                           

Ser Catequista à luz das sete parábolas do Senhor

“Naquele dia, saindo Jesus de casa, sentou-Se à beira-mar. Em torno d’Ele reuniu-se uma grande multidão. Por isto, entrou num barco e sentou-Se, enquanto a multidão estava em pé na praia. E disse-lhes muitas coisas em parábolas.” (Mt 13,1-3).

Sete Parábolas saíram dos lábios do Senhor, e chegam aos nossos ouvidos e nas entranhas do coração, que tão somente Deus pode conhecer plenamente.

Sete Parábolas: do semeador, sua Palavra e nosso coração; do joio e do trigo; do grão de mostarda; do fermento na massa; do tesouro escondido; da pérola preciosa e da rede lançada ao mar. (Mt 13,3-50).

Nisto consiste a missão do(a) Catequista: acolher a Palavra, a melhor semente no próprio coração; e discípulo missionário do Divino Semeador, Jesus; e, também, no coração dos catequizandos, a semente da Palavra lançar, na esperança da acolhida em férteis terrenos do chão do coração, com os frutos a produzir, por Deus sempre esperados.

Perseverança e paciência ao lançar as sementes do bem, amor e verdade, com ousadia e coragem, ainda que o inimigo venha semear as sementes do mal, do ódio, da mentira e da pseudofelicidade, pois a autêntica, somente Ele, o Senhor, pode nos alcançar.

Catequese é como um grão de mostarda: ainda que pareça tão pequena e insignificante, pela graça de Deus, faz crescer e florescer, frutos produzir, ainda que não os vejamos e os frutos não saboreemos, mas outros com certeza o farão.

Catequese, fermento que leveda a massa: fermento do amor que faz toda a diferença: tão somente o amor é capaz de gerar o novo em cada um e em cada uma de nós. Há que se apresentar e levedar a humanidade com o eterno fermento do amor que jamais acabará, tão pouco jamais passará (1Cor 13).

Tesouro encontrado e a pérola preciosa de nossa vida é o Senhor Jesus, com a Sua Palavra, Pessoa , e com Ele, a alegria do Reino de Deus entre nós presente. Por este tesouro e pérola, nossas renúncias nada são, ainda que muitos o façamos, incomparável valor, por isto tão somente este Tesouro e Pérola fazem nosso coração crepitar com chamas eternas de amor.

Ser catequista é lançar as redes, sem medo, nas águas mais profundas (Lc 5,1-11), para resgatar do mar da vida homens e mulheres, para que entrem na comunhão com o Senhor, do Reino parte façam, e o coração transborde de alegria.

Catequista, acolha as palavras do Senhor ao final das sete Parábolas:

“’Entendestes todas essas coisas?’ Responderam-lhe: ‘Sim”. Então lhes disse: ‘Por isso, todo escriba que se tornou discípulo do Reino dos Céus é semelhante ao proprietário que do seu tesouro tira coisas novas e velhas.” (Mt 13,51).

Ser Catequista é, com a presença e ação do Espírito, rezar e viver da Palavra de Deus, em permanente leitura, meditação, oração, contemplação, colocando-se como barro na mão do oleiro, porque imperfeitos e inacabados todos o somos, para que mais imagem e semelhança de Deus o sejamos. Amém.

A Igreja é a esposa de Cristo

                                                           


A Igreja é a esposa de Cristo

“O amor é a nossa missão:
a família plenamente viva”

Apresento um parágrafo do Catecismo da Igreja Católica (n. 796) fundamental para a compreensão da Igreja como esposa de Cristo, de modo especial à luz da passagem da Carta de Paulo aos Efésios (Ef 5,21-32):

“A unidade de Cristo e da Igreja, Cabeça e membros do Corpo, implica também a distinção entre ambos, numa relação pessoal. Este aspecto é, muitas vezes, expresso pela imagem do esposo e da esposa.

O tema de Cristo Esposo da Igreja foi preparado pelos profetas e anunciado por João Batista. O próprio Senhor Se designou como ‘o Esposo’.

E o Apóstolo apresenta a Igreja e cada fiel, membro do seu Corpo, como uma esposa ‘desposada’ com Cristo Senhor, para formar com Ele um só Espírito. Ela é a Esposa imaculada do Cordeiro imaculado (Ap 22,17; 1,4.5.27) que Cristo amou, pela qual Se entregou ‘para a santificar’ (Ef 5, 26), que associou a Si por uma aliança eterna, e à qual não cessa de prestar cuidados como ao Seu próprio Corpo (Ef 5,29)”.

Citando o Bispo Santo Agostinho:

‘Eis o Cristo total, Cabeça e Corpo, um só, formado de muitos [...]. Quer seja a Cabeça que fale, quer sejam os membros, é Cristo que fala: fala desempenhando o papel de Cabeça (ex persona capitis), ou, então, desempenhando o papel do Corpo (ex persona corporis).

Conforme ao que está escrito: ‘Serão os dois uma só carne. É esse um grande mistério; digo-o em relação a Cristo e à Igreja’ (Ef 5, 31-32). E o próprio Senhor diz no Evangelho: ‘Já não são dois, mas uma só carne’ (Mt 19, 6). Como vedes, temos, de algum modo, duas pessoas diferentes; no entanto, tornam-se uma só na união esponsal [...] ‘Diz-se ‘Esposo’ enquanto Cabeça e ‘esposa’ enquanto Corpo’”. (1)

É sempre tempo favorável e fecundo para que a Família encontre espaço de oração, para que, de fato, seja um santuário da vida, espaço sagrado de relacionamentos mais fraternos, marcados pela doação, respeito, diálogo, ternura, paciência, mansidão, solidariedade, compreensão e superação para o que o Mandamento do Amor a Deus e ao próximo seja a Lei a ser vivida, para saborosos frutos produzir.

Urge que o amor vivido no espaço sagrado da família a torne plenamente viva; primeira escola de sagrados aprendizados, que nos permitam sonhar e pensar um mundo novo possível.

Deste modo, é preciso dedicar tempo para a família: é a “Hora da Família”, ontem, hoje e sempre, pois “O amor é a nossa missão: a família plenamente viva”.

(1) Citação do Bispo Santo Agostinho – Em. in Psal. 74,4

PS: Oportuno para a reflexão da passagem da Carta de Paulo aos Efésios (Ef 5,21-33)

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