domingo, 21 de dezembro de 2025

Advento: rejuvenescidos no Amor de Deus (IVDTAA)

                                                 

Advento: rejuvenescidos no Amor de Deus

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 1,18-24), em que somos convidados a intensificar a preparação desta Festa do Natal do Senhor, com conversão, renovação e fortalecimento de nossa fidelidade ao Senhor.

Urge a purificação de indesejáveis alianças com falsos deuses que não nos alcançam a verdadeira alegria, somente assim teremos a possibilidade de um Natal bem celebrado, como tão bem nos exortam os Profetas bíblicos.

É imperativo a eliminação destas alianças, pois a verdadeira alegria só pode vir da Fonte das fontes, a Fonte da plena alegria, Cristo Jesus. Não percamos tempo em renovar nossa aliança de amor e fidelidade com Deus. Ele toma a iniciativa e espera nossa resposta.

Na passagem do Evangelho vemos como  Deus gera Seu Filho, pelo orvalho do Espírito, no ventre de Maria. Uma vez gerado, acolhido, concebido, em vida doada no amor extremo de Cruz, e exaltado  por Sua gloriosa Ressurreição, nos reconciliará com Deus, fazendo-nos novas criaturas.       

Assim  é o Amor de Deus: gera a Fonte de amor - Jesus. Recria cada um de nós no Amor do Filho, por isto somos, d’Ele, amadas e preciosas criaturas... Em nós, faz morada pelo Espírito.

Cremos que não há Mistério mais belo e profundo a ser contemplado na Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.

Como é belo o Natal quando não esvaziamos o seu conteúdo Pascal; quando não o reduzimos a um fato do passado, a imóveis imagens num presépio...

Contemplemos duas figuras exemplares do Evangelho: Maria e José. Por trás da aparente singeleza da narrativa do sim de ambos, evidencia-se a dramaticidade vivida, a angústia, o temor... Não marcados pela ausência divina, ao contrário, uma proximidade que arranca de Seus corações expressão de total confiança, um salto no escuro exigido pela fé para o reencontro com o esplendor da luz e da verdade. Entregam-se plenamente nas mãos de Deus, acolhem Seus desígnios que ultrapassam os limites humanos.

Maria e José, ainda que não compreendam os Mistérios e desígnios de Deus, confiam e não se contrapõem ao mesmo, exemplarmente mergulham na obscuridade do Mistério de Deus. E este é o grande convite de Deus para nós neste Natal: aceitar participar do Seu Plano de Salvação, não por nossos méritos, mas por Sua misericórdia.

A Salvação de Deus é possível, mas não dispensa nossa liberdade de resposta e participação.

Na escola de Maria e José aprendemos, a Deus, entregar todo nosso ser, nossa corporeidade, mente, espírito, tempo, fragilidade e nossa força na acolhida no mais profundo de nós, no presépio, mais ainda, na manjedoura de nosso coração Aquele que veio, vem e virá!

As atitudes e testemunhos de Maria e José convidam-nos a refletir sobre  quantas vezes titubeamos, tememos, oscilamos... A tibieza nos acompanha e ofuscamos o verdadeiro sentido do Natal, esvaziando-o de autêntico conteúdo, sobretudo quando marcado pelo consumismo, ceias que nada expressam, presentes que não são acompanhados de verdadeiro amor e carinho; cartões grafados sem a tinta imprescindível do Espírito; a tinta do amor...

Eis o que nos levará a uma autêntica devoção a Nossa Senhora e a seu justo e corajoso esposo José, aquele que tão bem soube cuidar da Fonte da Vida!

Que o Advento seja Tempo favorável de nos rejuvenescermos no amor de Deus, e assim no Natal saborearmos a alegria de nos doarmos aos irmãos, como tão bem fizeram Maria e José.

Deus vem ao nosso encontro... Abracemos com alegria esta proposta de Salvação. Fecharmo-nos a Deus, eclipsando-O de nossas vidas e negarmos Cristo, fará desaparecer o sentido e o valor da vida. A esperança dará lugar ao desespero, bem como a alegria sucumbirá dando lugar à depressão; afundaremos no lodaçal do pecado, da escuridão, do desamor, do rancor, da injustiça, da solidão... Desintegração pessoal, humano-afetiva, espacial e cósmica que trará funestas consequências, instaurando o caos indesejável, afastando-nos do sonho e desejo de Deus: o Reino, o reencontro do paraíso em passos firmes e certos para a plenitude do Seu amor – céu...

Diante do presépio, coloquemo-nos em adoração extática, e uma vez extasiados pela singeleza do mesmo, renovemos nossa fidelidade a Deus, revigoremo-nos no Banquete da Eucaristia; deixemo-nos iluminar pela Luz Divina que a Palavra resplandece...

Com Maria e José, aprendamos que a promessa da vinda do Salvador não foi uma promessa inócua, jamais realizada; aprendamos com eles que Deus promete, Deus cumpre, pois é próprio do amor de Deus cumprir Suas promessas. 

Com eles, busquemos a Salvação que se destina a todos, não por imposição, mas acolhida com amor e liberdade, maturidade e fidelidade. Depende do quanto, a ela, nos abrimos na acolhida do Verbo que em nós mais uma vez quer fazer morada...

Urge a preparação de um lugar digno para a presença do Deus Menino, no mais profundo de nós, do que nós de nós mesmos. Afinal, é próprio do amor de Deus querer habitar no coração daqueles que Ele ama!


Promessa, realização e participação (IVDTAC)

                                                         

Promessa, realização e participação
 
Promessa, realização e participação,
Contemplo na Liturgia do Advento
Quando o quarto Domingo celebramos.
 
O Profeta Miqueias anuncia a vinda da nossa Paz,
Esta é o próprio Jesus, nosso Salvador,
Que nasceria em Belém de Éfrata.
 
A promessa d’Aquele que dominaria Israel
E o povo jamais sentir-se-ia abandonado
Apascentaria com a força do amor.
 
Seu Reino de amor, verdade, justiça,
Fraternidade, liberdade, eterno e universal
Por toda a Terra se estenderia.
 
Promessa feita, que assim se cumpriu
Como nos diz o autor da Epístola aos Hebreus:
Eis que Ele veio para fazer a vontade de Deus.
 
Com a oferenda e sacrifício de Sua Vida
Nos resgatou, reconciliou e redimiu;
Por sua vontade livremente, santificados fomos.
 
Sacrifício realizado uma vez por todas,
Cuja Memória, em cada Eucaristia celebramos,
E deste Banquete de Vida Eterna participamos.
 
Mas para que a promessa se tornasse realidade
Deus quis contar com a  nossa participação
De modo notável, Maria sem comparação.
 
Com Seu sim, o Espírito nela agiu silenciosamente
E o Verbo em seu ventre concebeu divinamente:
A Luz do mundo, a Divina fonte da  Vida da Humanidade.
 
Promessa, realização e necessária participação
Contemplemos a visita de Maria, em sua visitação
Levando a sua prima, a alegria do Santo Espírito.
 
Trocam palavras de exultação que ressoam nos tempos
Com as crianças em seus ventres presentes:
Um o precursor, o outro o esperado Salvador.
 
Promessa, realização e participação:
Cada tempo estas palavras ganham conteúdo e forma.
Hoje é a nossa resposta que Deus espera.
 
Promessa, realização e participação
Tempo do Advento: tempo da vigilância,
Da conversão, da alegria, e de nossa prontidão.
 
Como Maria aprendamos, sem demora,
Prontamente nos pormos a caminho
Em santa viagem de amor, serviço e doação.
 
Dentro de poucas horas, nos reuniremos
Para celebrar inaudito acontecimento:
O Amor de Deus por nós, ainda que sem merecimento.
 
 
Liturgia do quarto domingo do Advento (ano C)
Mq 5,1-4a; Hb 10,5-10; Lc 1,39-45

PS: Apropriado para a Festa da Natividade d e Nossa Senhora

Ele está chegando... Alegremo-nos! (IVDTAC)

                                                              

Ele está chegando... Alegremo-nos!

A Liturgia do 4º Domingo do Advento (Ano C) em preparação do Natal do Senhor, convida-nos a refletir sobre o Projeto de Salvação e a fonte da verdadeira felicidade, com abertura do coração à ação do Espírito Santo, acorrendo ao encontro d’Aquele que vem nos comunicar vida, alegria e Salvação de Deus, o próprio Jesus, o Emanuel, o Deus conosco.

A divina fonte da felicidade veio ao mundo através de frágeis instrumentos nas mãos de Deus, como a Palavra nos revela.

A passagem da primeira Leitura (Mq 5,1-4a) nos fala da missão do Profeta Miqueias, que exerceu seu ministério em Judá, nos séculos VIII/VII a. C. 

Este Profeta vindo do meio campesino era conhecedor dos problemas dos pequenos agricultores, vítimas de latifundiários sem escrúpulos.

O Livro Sagrado retrata a grave situação em que vive o Povo de Deus, marcada pelo pecado social, infidelidade, sofrimento, frustração, desânimo.

Mas, também vem acompanhada da promessa messiânica, a vinda d’Aquele que vai restaurar a paz, a justiça e a vida abundante do Povo de Deus, numa palavra, felicidade plena.

Reflitamos:

- Quais são as realidades que retratam o sofrimento do povo hoje?
- O que pode e precisa ser transformado?

- Qual a nossa atitude: medo e conformismo ou coragem e profecia como o Profeta Miqueias?
- Percebemos a presença de Deus sempre preocupado conosco, e que nos indica a fonte da verdadeira felicidade: Jesus?

A passagem da segunda Leitura (Hb 10,5-10), escrita pouco antes do ano 70 por um autor anônimo, destina-se a uma comunidade constituída em sua maioria por cristãos vindos do judaísmo.

A marca desta comunidade, que tem fundação de maior tempo, é a perda do entusiasmo inicial, dando lugar a uma fé morna, sem compromissos com o próximo, e as dificuldades fazem provocam o desânimo, cansaço e o desvio da verdadeira doutrina.


O autor escreve para que esta retome a fé, reacenda o compromisso, num contínuo sacrifício de louvor, tendo o sacerdócio de Cristo como paradigma de toda a comunidade.

Jesus, que Se encarnou e Se entregou e foi fiel ao Projeto de Deus totalmente, é quem deve ser seguido, amado, adorado e imitado. Estas têm que ser as mesmas atitudes daqueles que O seguem.

Afinal, com Jesus inaugurou-se o Reino de amor e paz, e somos participantes desta construção, vivendo como Ele na obediência, fidelidade e disponibilidade, sendo como Ele o foi um sacrifício agradável ao Pai, vivendo um sim total e incondicional a Deus.

É preciso, portanto, despojar-se da acomodação, desesperança, apatia, indiferença e desânimo.

A passagem do Evangelho (Lc 1,39-47) faz parte do chamado “Evangelho da Infância de Jesus”. É uma “homologese” (gênero literário especial que não pretende ser um relato fidedigno sobre acontecimentos, mas antes uma catequese destinada a proclamar as realidades salvíficas que a fé prega sobre Jesus: que Ele é o Messias, o Filho de Deus, o Deus conosco). Em resumo é uma catequese sobre Jesus.

Nesta pequena passagem, três mensagens fundamentais:

- Jesus vem ao encontro da humanidade para redimi-la;

- Sua presença, fruto da ação do Espírito, provoca estremecimento incontrolável de alegria no coração dos que esperam a concretização das promessas divinas: alegria, vida, paz e felicidade;

- Vem ao encontro através da fragilidade e simplicidade dos pobres, que se constituem instrumentos de Deus para a realização da salvação e libertação da humanidade.

É necessário estremecer de alegria, porque somos portadores do Verbo que Se fez e Se faz Carne em nosso coração. Belém é aqui e agora, que acolhe o Salvador para se tornar uma alegre notícia de vida para os empobrecidos.

A luz brilhará nas trevas para os corações que temem a Deus!

Nascerá o Salvador no coração dos que amam e que anseiam pela paz e vida plena.

Acolher e anunciar a proposta de Jesus é o verdadeiro sentido do Natal que vamos celebrar. Demos mais um passo...

Ainda é tempo! Que o pouco tempo que nos separa da Noite do Natal seja marcado pelo silêncio, revisão e preparação do que ainda for preciso.

Ainda é tempo! Mais do que árvores de Natal, amigos secretos, pisca-pisca, ceias fartas, é preciso que nosso coração esteja totalmente limpo, aberto para a acolhida do Verbo que Se fez e Se faz carne sempre, para ficar conosco em qualquer circunstância.

É próprio de quem ama não se separar daquele que se ama. Sendo assim, Deus não Se separa de nós porque nos ama, ainda que não O amemos bastante.

Reflitamos:

- Qual a boa Nova que anunciamos aos pobres?
- Nosso modo de viver revela que nos preparamos para acolher o Verbo que quer fazer morada em nosso coração?

- Quais foram os esforços de conversão, mudança radical de pensamentos, atitudes em nossa vida em todos os seus âmbitos?

- Procuramos o Sacramento da Penitência para nos reconciliar com Deus e com os irmãos e irmãs, experimentando a alegria da misericórdia e do perdão divinos?

- Urge um cristianismo mais alegre e contagiante, experimentado e testemunhado na fragilidade de Maria, de Isabel e de tantos outros. Deste modo, somos instrumentos da mensagem de alegria ou instrumentos fúnebres do Evangelho?

Que o Natal seja a Festa de maior intensificação e correspondência ao Amor indizível, infinito, incompreensível de Deus.

Ainda é tempo...

PS: Oportuno para celebrarmos a Festa da Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria celebrada dia 08 de setembro, quando se proclama a passagem do Livro de Miqueias.

“A santa viagem” (IVDTAC)

                                                                  Resultado de imagem para visitação de maria a isabel

“A santa viagem”

No 4º Domingo do Advento, (Ano C), ouvimos a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 1,39-45), em que contemplamos a visita de Maria à sua prima Isabel.

Sejamos enriquecidos por este comentário do Lecionário Comentado:

“Cada cristão, de fato, sabe que na obra de Deus é que reside a felicidade, e por isso julgará qualquer outra coisa indigna em comparação com ela e decidirá no seu coração – como Maria – fazer a ‘santa viagem’.

Uma viagem em direção a um mundo novo onde o sonho se torna realidade, onde todos os membros se põem em movimento pela vida que os atravessa.

O mundo em que vivemos está apagado na alma, rico à superfície, mas, por dentro, despojado como um cadáver.

Os cristãos não podem renunciar a entrar no dom de Deus, testemunho de vida e de paz”. (1)

Com Maria, haveremos de reaprender a fazer esta “santa viagem” sempre, indo ao encontro dos que mais precisam, assim como ela fez, indo ao encontro de sua prima, grávida em idade avançada.

Com Maria, reaprender a nos colocar como ela fez: “Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente, a uma cidade da Judeia” (Lc 1,39).

Com ela, reaprendemos a prontidão, o vencer as dificuldades que possam surgir no caminho, e não adiar o bem que pode ser feito, pois nisto consiste a verdadeira felicidade: colocar-se totalmente nas mãos de Deus e realizar a Sua vontade, como ela o fez.

Com ela, reaprender o canto da esperança dos pobres, o canto do Magnificat, que ela com sua prima cantou, envolvidas num clima de fé autêntica em Deus, confiantes em Sua Divina Onipotência e misericórdia.

Com Maria, como Igreja que somos, ser, verdadeiramente, uma Igreja em saída, decididamente missionária, que jamais se instala em suas seguranças e espaços.

Embora os tempos sejam difíceis, as “montanhas das dificuldades cruzem nossos caminhos”, não podemos desertar desta “santa viagem”, tendo a certeza de que Ela caminha conosco, assim como Seu Filho, cujo Natal vamos celebrar.

Celebrar o Natal do Senhor consiste, portanto, sair de nós mesmos, pôr-se a caminho, numa santa viagem de compromisso com a Boa-Nova do Reino, conduzidos e assistidos pelo Santo Espírito.

Oremos:

“Senhor, dai-nos a coragem da paz. Despertai no nosso corpo e nos nossos corações o sentimento da urgência de fazer a Vossa vontade.

Ensinai-nos a compreender que nada vale a pena no mundo, que não seja a obra da paz.

Dai-nos ouvidos para escutar e pés para caminhar em direção aos outros e juntamente com eles, juntamente Convosco e em direção a Vós” . (2)
Amém.


(1) (2) Lecionário Comentado – Vol. Tempo do Advento/Natal – Editora Paulus – Lisboa – 2011 – p.182

Sejamos um sim a Deus e ao Seu Projeto de Salvação! (IVDTAB)

                                                                

Sejamos um sim a Deus e ao Seu Projeto de Salvação! 

Com a Liturgia do 4º Domingo do Advento (ano B), damos mais um passo fundamental nesta caminhada de preparação para o Natal do Senhor, e somos convidados a refletir sobre o Projeto de Salvação de Deus para todos nós. 

A passagem da primeira Leitura (2Sm 7,1-5.8b-12.14a.16) nos fala da promessa da vinda do Messias, e esta expectativa messiânica se realiza com o Mistério da Encarnação de Jesus Cristo, vivenciada e nutrida por um milênio desde o Rei Davi.

Na passagem da segunda Leitura (Rm 16,25-27), o Apóstolo nos convida a refletir sobre o Projeto de Salvação que Deus tem para todos os povos, e este se realizou por meio de Jesus Cristo, que nos fez partícipes da herança por Sua vida, com Suas palavras, gestos, sobretudo com Sua Morte e Ressurreição.

A promessa messiânica realizada consistirá neste Projeto Divino com estabilidade, segurança, paz, abundância, fecundidade e felicidade sem fim. 

Deus vem sempre ao encontro da humanidade, ainda que alguns insistam em afirmar Sua morte com atitude de indiferença. Há que se reconhecer sempre a Sua onipotência e presença misericordiosa e libertadora.

Deste modo, não há razões para o temor do futuro. É preciso que estejamos  sempre abertos e disponíveis, incondicionalmente, para realizar a vontade divina, participando de Seu Projeto de Salvação.

Na passagem do Evangelho (Lc 1,26-38), no diálogo do anjo Gabriel com Maria, contemplamos o “sim” de uma jovem para a realização do Projeto de Salvação para toda a humanidade.

De uma aldeia, de um lugar insignificante, Deus quis nascer e inaugurar uma nova história, contando com a participação de uma simples jovem, desconhecida do povo. Jesus, o Salvador, o Messias  não nascerá em palácios e nem de notáveis.

Voltemo-nos para Maria: ela é cheia de graça, segundo o anjo, porque é objeto da predileção divina. “O Senhor está contigo”, significa que é vocacionada pelo Pai e conta com a ação e assistência do Espírito Santo, e a concepção de Jesus se dará por obra e ação do Espírito Santo.

Maria é amada, escolhida, e acolhe em seu coração a vontade de Deus, num diálogo sincero, aberto, sem máscaras, e coloca nas mãos do anjo mensageiro de Deus suas dúvidas, medos e incertezas. 

Maria embarca numa aventura de amor, consciente, confiante e totalmente disponível, vivendo um “sim” incondicional ao Projeto de Deus com confiança plena e incontestável.

O diálogo com o Anjo possibilita também a contemplação da onipotência divina que conta, paradoxalmente, com a fragilidade humana, sintetizada de modo muito especial na figura de Maria.

Chegando ao final do Advento tomemos uma decisão que comprometa a nossa fé, intensificando momentos mais prolongados e profundos de Oração, para que possamos a Deus ouvir e Sua vontade contemplar e realizar.

Mais do que nunca, Deus quer colocar Sua tenda entre os homens e mulheres, fazendo da humanidade o Seu Templo. Neste, as pedras que o constituem são homens e mulheres do “sim incondicional a Deus”. Maria é a primeira pedra viva da casa de Deus entre todos.

Deste modo, pelo sim de pessoas tão humildes e pobres, atentas à vontade de Deus, Jesus entra na História da Salvação da humanidade.

Seja concedida à Igreja, também,  a fecundidade do Espírito Santo para que, a exemplo de Maria, acolha o Verbo e exulte de alegria como mãe de uma geração santa e irrepreensível na concretização da vontade divina, como instrumentos do Seu Reino.

Reflitamos:

-   Qual é a minha disponibilidade de participação neste Projeto Divino de Salvação?

-   Deus pode contar comigo?

 -   Qual a intensidade de esperança, alegria e gratidão por ser participante deste Projeto?

-   Como tem sido a minha preparação para acolhida do Verbo?

-   Qual é a profundidade da comunhão e sintonia com Deus e a Sua vontade em minha vida?

-   Sei dar um sim incondicional para Deus para que a Sua vontade se cumpra?

Que o Natal seja a Festa da contemplação da presença do “Senhor Onipotente” em nosso meio, contando com nossa fragilidade e imperfeições, como servos inúteis que o somos.

Meditemos sobre o Sim de Maria,  para que ele ressoe no mais profundo de nós:

Eis aqui a serva do Senhor!

Faça-se em mim segundo a Tua Palavra”. 

Natal do Senhor: “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra” (IVDTAB)

                                                  

Natal do Senhor: “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra”

No 4º Domingo do Tempo do Advento, ouvimos a proclamação da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 1, 26-38), sobre a Anunciação do Anjo Gabriel a Maria, de que ela seria a Mãe do Salvador.

Trata-se de uma das páginas mais belas da Sagrada Escritura: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a Tua Palavra” (Lc 1,38).

Em Maria, adesão e obediência à vontade de Deus, não se traduziram em preguiça e dificuldade, mas alegria e decisão.

Quem a Deus segue está pleno de Seu Espírito e caminha de coração alegre, de ânimo notável, ainda que por estradas fatigantes. Ele não quer que sejamos passivos, mas que sejamos ativos e conscientes dentro de Seu Projeto de Salvação.

Por isto, também podemos afirmar que Maria foi e é a mulher mais feliz que o mundo conheceu, cheia de graça divina, primeiro tabernáculo do Verbo, de modo que a felicidade humana é diretamente proporcional à acolhida e realização da vontade de Deus.

Logo após a Anunciação, o Evangelista Lucas nos apresenta outro momento: a visitação de Maria à sua prima Isabel (Lc 1,39-56). 

Duas mães, embora de idades tão diferentes, se encontram e entoam um único hino de louvor e alegria a Deus.

Lucas, retratando a visitação, faz um paralelo muito interessante entre a Arca da Aliança e o Verbo no ventre de Maria. Maria, bem como a Arca, permanece três meses numa casa da Judeia (cf. Lc 1,56 e 2 Sm 6,11).

Ele apresenta Maria como a nova Arca da Aliança. Quando na plenitude dos tempos Deus enviou Seu Filho, nascido de uma mulher (Gl 4,4), Ele já não habita mais em construções de pedra, mas num templo sagrado, no seio de uma mulher, e ela,  Maria,  tornou-se o primeiro Sacrário do Verbo que se fez Carne.

A presença de Maria – a nova Arca da aliança – é uma irradiação e explosão de alegria. Contemplemos João exultando de felicidade e Isabel em calorosas exclamações de alegria por ser visitada pela Mãe do seu Senhor.

Santo Ambrósio sobre esta passagem diz:

A criança exultou, a mãe ficou cheia do Espírito Santo. A mãe não se antecipou ao filho; mas estando o filho cheio do Espírito Santo, comunicou-o a sua mãe. João exultou; o espírito de Maria também exultou.

A alegria de João se comunica a Isabel; quanto a Maria, porém, não nos é dito que recebesse então o Espírito, mas que seu espírito exultou. – Aquele que é incompreensível agia em Sua mãe de modo incompreensível – Isabel recebe o Espírito Santo depois de conceber; Maria recebeu antes. Por isso, Isabel diz a Maria: Feliz és tu que acreditaste (cf. Lc 1,45).”

É a grande exultação dos pobres pela promessa de libertação, que agora é mais do que uma realidade em si. Esta alegria perpassará por todo o tempo e por toda a história da humanidade.

Maria, a pobre por excelência, a serva do Senhor, a nova Arca da Aliança, melhor do que ninguém pode nos ensinar o segredo da felicidade, que consiste na total obediência e fidelidade à vontade divina, e hoje, ela está nos céus, como nossa Mãe e Rainha.

Ela pode nos ajudar a preparar a celebração do Natal do Senhor; e uma vez celebrado, sejamos totalmente sim para a realização e Projeto de Deus em nossa vida, para que haja vida plena, abundante e feliz para todos. Amém. 

Natal: Confiança plena no Senhor

                                                              

Natal: Confiança plena no Senhor

No dia 21 de dezembro, ouvimos a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 1,39-45), que nos apresenta a visita de Maria à sua prima Isabel, que estava grávida, na espera de João Batista, o precursor do Senhor.

Nos versículos anteriores temos a  Anunciação do Anjo Gabriel a Maria de que seria a Mãe do Salvador, com a sua resposta: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a Tua Palavra” (Lc 1,26-38).

Na visitação de Maria à sua prima Isabel, temos o encontro de duas mães, embora de idades tão diferentes, se encontram e entoam um único hino de louvor e alegria a Deus.

Lucas retratando a visitação faz um paralelo muito interessante entre a Arca da Aliança e o Verbo no ventre de Maria. Tanto Maria como a Arca permanecem três meses numa casa da Judeia (cf. Lc 1,56 e 2 Sm 6,11).

Ele apresenta Maria como sendo a nova Arca da Aliança. Quando na plenitude dos tempos Deus enviou Seu Filho, nascido de uma mulher (Gl 4,4), Ele já não habita mais em construções de pedra, mas num templo sagrado, no seio de uma mulher e ela,  Maria,  tornou-se o primeiro Sacrário do Verbo que se fez Carne.

A presença de Maria – a nova Arca da aliança – é uma irradiação e explosão de alegria. Contemplemos João exultando de felicidade e Isabel em calorosas exclamações de alegria por ser visitada pela Mãe do Seu Senhor.

Vejamos  o que nos disse o Bispo Santo Ambrósio:

A criança exultou, a mãe ficou cheia do Espírito Santo. A mãe não se antecipou ao filho; mas estando o filho cheio do Espírito Santo, comunicou-o a sua mãe. João exultou; o espírito de Maria também exultou.

A alegria de João se comunica a Isabel; quanto a Maria, porém, não nos é dito que recebesse então o Espírito, mas que seu espírito exultou. – Aquele que é incompreensível agia em Sua mãe de modo incompreensível – Isabel recebe o Espírito Santo depois de conceber; Maria recebeu antes. Por isso, Isabel diz a Maria: Feliz és tu que acreditaste (cf. Lc 1,45).”

É a grande exultação dos pobres pela promessa de libertação, que agora é mais do que uma realidade em si. Esta alegria perpassará por todo o tempo e por toda a história da humanidade.

Maria, a pobre por excelência, a serva do Senhor, a nova Arca da Aliança, melhor do que ninguém pode nos ensinar o segredo da felicidade: “Maria é proclamada bem-aventurada não pela sua prática religiosa, mas pela sua fé porque ‘acreditou no cumprimento de tudo o que lhe foi dito da parte do Senhor’” (1).

Ela é bem-aventurada porque confiou plenamente em Deus, e cultivou a certeza de que nela a Palavra do Senhor haveria de se cumprir.

A Maria é atribuída a primeira bem-aventurança no Evangelho de Lucas, e assim todos poderemos ser se confiarmos em Deus: “Hoje, requer-se muita coragem para manter a convicção de que se realizarão as promessas feitas por Deus aos que promovem a paz, aos não violentos, àqueles que oferecem a outra face, àqueles que não se vingam, àqueles que doam a vida por amor” (2).

Oremos:

“Deus eterno e onipotente, que inspirastes à bem-aventurada Virgem Maria o desejo de visitar Santa Isabel, concedei-nos que, dóceis à inspiração do Espírito Santo, possamos com Maria cantar sempre as vossas maravilhas. Por N.S.J. C. Amém!” (3)


(1); (2); (3) Lecionário Comentado – Editora Paulus – Lisboa - 2011 – p. 207

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG