quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Em poucas palavras...

                                                                


A remissão dos pecados

“Na remissão dos pecados realiza-se também a unidade dos Sacramentos: o Batismo é ministrado para a remissão dos pecados; o Espírito é infundido para a remissão dos pecados; o Cálice é derramado para a remissão dos pecados. Juntamente com os Santos Padres podemos afirmar que tudo aquilo que Jesus era na Terra está presente agora nos Sacramentos da Igreja” (1)

 

(1)Lecionário Comentado – Volume I do Tempo Comum – Editora Paulus – Lisboa – pág. 51 - sobre a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 2,1-12).

 

Mães: discípulas do Divino Amor, Jesus

                                                               


Mães: discípulas do Divino Amor, Jesus 


Mães são necessárias discipulas missionárias do Senhor, discípulas do Divino Amor. 

São aprendizes e educadoras para a construção de uma cultura de vida e de paz, que passa necessariamente pela vivência do Mandamento do Amor que nosso Senhor nos ordenou: “Amai-vos uns aos outros, assim como Eu vos amei” (Jo 15,12). 

Neste sentido, volto a algumas preciosas fontes da Igreja sobre o amor: 

Assim os padres do deserto escreveram sobre o amor, a partir de um diálogo entre o mestre e seu discípulo:

 

“Perguntaram-lhe a um grande mestre:

Quando o amor é verdadeiro?

Quando é fiel – foi a resposta.

E quando é profundo?

Quando é sofredor – foi a resposta.

E como fala o amor?

A resposta foi:

O amor não fala.

O amor ama”.

 

Disse Santo Tomás de Aquino (séc. XII):

“Enquanto o amor humano tende a apossar-se do bem que encontra no seu objeto, o amor divino cria o bem na criatura amada."   

 

Mais tarde, assim nos falou o Presbítero João da Cruz (séc. XVI), sobre o julgamento final:

 

“Ao entardecer desta vida, examinar-nos-ão no amor”. 

 

Memoráveis, também, as palavras de Santa Teresinha do Menino Jesus (séc. XIX):

 

“Então, delirante de alegria, exclamei: Ó Jesus, meu amor, encontrei afinal minha vocação: minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, Tu me deste este lugar, meu Deus. No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor e desse modo serei tudo, e meu desejo se realizará”. 

Concluindo, peçamos a Deus por todas as mães que, tendo vivido amor assim, estejam na glória Deus, brilhando como os justos no Reino do Pai, como nos prometeu o Senhor (Mt 13,43); e por aquelas que estão entre nós, que sejam sábias discípulas do Verbo, o Divino Amor que se fez Carne e habitou entre nós (cf. Jo 1,14).

Livres para amar e seguir o Senhor

                                     

Livres para amar e seguir o Senhor

Uma reflexão a partir da passagem da Carta de São Paulo aos Gálatas (Gl 5,1-6), em que o Apóstolo nos exorta a nos identificarmos plenamente com Jesus, vivendo a vida nova que Ele nos oferece, na plena liberdade, pois é para a liberdade que Ele  nos libertou (Gl 5,1).

E a verdadeira liberdade consiste no fruto do Espírito, de modo que viver segundo o Espírito, é viver uma liberdade que ninguém pode oferecer, a não ser o próprio Espírito. 

Só é autenticamente livre quem se libertou de si próprio e vive para doar-se inteiramente aos outros, fazendo da vida um dom de si mesmo; abandonando a escravidão de viver centrado em si mesmo, no egoísmo, orgulho, egocentrismo, autossuficiência, individualismo, isolamento empobrecedor.

Reflitamos:

- Somos uma comunidade marcada por relações de amor e doação?
- Damos testemunho da autêntica liberdade no dom da vida ao outro?

Urge que nos coloquemos sempre a caminho, como discípulos missionários do Senhor, no bom combate da fé.

Renovemos a alegria de ter sido escolhidos, amados e chamados e enviados em missão pelo Senhor. É preciso sempre amar, aderir e seguir o Senhor, na mais perfeita e autêntica liberdade.

Questionemo-nos sobre o que ainda nos impede de viver a autêntica liberdade, fidelidade, doação e entrega da vida, na missão que o Senhor nos confiou.

Também reflitamos o que ainda nos prende, e não nos permite abertura ao novo que Deus tem a nos oferecer, e que somente quem se abre ao Espírito, é capaz de captar e compreender.

Caminhemos para frente, com coragem, ousadia, vivendo a graça da vocação profética, dando razão de nossa esperança, testemunhando nossa fé numa prática frutuosa da caridade.

Lembremo-nos do que nos ensina a Igreja: na vida de fé quando não se avança, recua-se. Não há tempo a perder, pois o tempo é breve e a urgência do Reino nos desinstala e o fogo do Espírito nos inflama.

Tempo de reaprender

                                                  

Tempo de reaprender

Abramos nosso coração para a escuta da Palavra de Deus, que encontramos na Carta de Paulo aos Efésios (Ef 4,32–5,2):

“Sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo. Sede imitadores de Deus, como filhos que Ele ama. Vivei no amor, como Cristo nos amou e Se entregou a Si mesmo a Deus por nós, em oblação e sacrifício de suave odor”.

Oremos:

Senhor Jesus Cristo, em tempo narcado por dificuldades, enfermidades, estamos reaprendendo o valor sagrado da vida, que está acima de qualquer valor material, dinheiro, poder, fama...

Senhor Jesus Cristo, que reaprendamos convosco a viver a bondade e solidariedade de uns para com os outros, como fostes sumamente bom, por isto revelastes o rosto misericordioso de Vosso Pai, nosso Deus.

Senhor Jesus Cristo, ajudai-nos a reaprender a beleza e a fecundidade da compaixão vivida, que se expressa em gestos corajosos, como vemos no cuidado do outro, sobretudo os pobres, famintos, enfermos, cuja vida encontra-se em perigo, nas ruas, casas e hospitais.

Senhor Jesus Cristo, que reaprendamos o valor sagrado do perdão, retirando por Vossa Palavra e poder, toda nódoa do pecado de nossa alma, de modo que sejamos renovados e libertos de todo o laço e amarra do pecado, que nos roubam a graça e a beleza do viver.

Senhor Jesus Cristo, concedei-nos a graça de reaprendermos a seguir Vossos passos, que tendo nos amado, nos amastes até o fim, no Amor de Cruz, que salva, redime, e nos reconcilia com o Pai, pois sois a Palavra Eterna do Pai a nós comunicada.

Senhor Jesus Cristo, ajudai-nos, para que, como eternos aprendizes, perfeitamente configurados a Vós, sejamos imitadores do Mistério de Vossa Paixão e Morte, carregando com fidelidade a Cruz que temos de carregar, e assim conduzidos à glória da eternidade.

Senhor Jesus Cristo, ensinai-nos a viver a mais bela lição de amor de toda a humanidade que Vós não apenas ensinastes, mas vivestes incondicionalmente e até o fim, e assim, também vivamos o Novo Mandamento do Amor, que nos destes.

Senhor Jesus Cristo, iluminai-nos com a Luz do Vosso Espírito, para que participando da Eucaristia, presente ou espiritualmente, façamos de nossa vida uma constante oblação, um sacrifício de suave odor, exalando a quantos precisarem, como Vós sempre fizestes. Amém. 

Em poucas palavras...

                                                      

“Eu sou a Videira, e vós, os ramos...”

“Jesus diz: ‘Eu sou a Videira, e vós, os ramos. Aquele que permanece em mim e Eu nele produz muito fruto, porque sem mim, nada podeis fazer’ (Jo 15,5). 

O fruto indicado nesta palavra é a santidade de uma vida fecundada pela união a Cristo.

Quando cremos em Jesus Cristo, comungamos de Seus Mistérios e guardamos os Seus Mandamentos, o Salvador mesmo vem amar em nós Seu Pai e Seus irmãos, nosso Pai e nossos irmãos. 

Sua Pessoa Se torna, graças ao Espírito, a regra viva e interior de nosso agir. ‘Este é o meu Mandamento: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei’ (Jo 15,12).”  (1)


(1) Catecismo da Igreja Católica n. 2074

Renovemos os sagrados compromissos com o Reino

                                                   


Renovemos os sagrados compromissos com o Reino

Sejamos enriquecidos com a Homilia do Papa São Gregório Magno (séc. VI), que trata com propriedade o exercício do ministério no cuidado do rebanho que Deus nos confia.

“Ouçamos o que diz o Senhor aos pregadores enviados: A messe é grande, mas poucos os operários. Rogai, portanto, ao Senhor da messe que envie operários a seu campo. São poucos os operários para a grande messe (Mt 9,37-38). Não podemos deixar de dizer isto com imensa tristeza, porque, embora haja quem escute as boas palavras, falta quem as diga.

Eis que o mundo está cheio de sacerdotes. Todavia na messe de Deus é muito raro encontrar-se um operário. Recebemos, é certo, o ofício sacerdotal, mas não o pomos em prática.

Pensai, porém, irmãos caríssimos, pensai no que foi dito: Rogai ao Senhor da messe que envie operários a seu campo. Pedi Vós por nós para que possamos agir de modo digno de Vós.

Que a língua não se entorpeça diante da exortação, para que, tendo recebido a condição de pregadores, nosso silêncio também não nos imobilize diante do justo juiz.

Com frequência, por maldade sua, a língua dos pregadores se vê impedida. Por sua vez, por culpa dos súditos, muitas vezes acontece que seus chefes os privem da palavra da pregação.

Por maldade sua, com efeito, a língua dos pregadores se vê impedida, como diz o salmista: Deus disse ao pecador: Por que proclamas minhas justiças? (Sl 49,16). Por sua vez, por culpa dos súditos, cala-se a voz dos pregadores.

É o que o Senhor diz por Ezequiel: Farei tua língua aderir a teu palato e ficarás mudo, como homem que não censura, porque é uma casa irritante (Ez 3,26). Como se dissesse claramente: A palavra da pregação te é recusada porque, por me exacerbar com suas ações, este povo não é digno de escutar a verdade que exorta. Não é fácil saber por culpa de quem a palavra se furta ao pregador. Porque se o silêncio do pastor às vezes o prejudica, sempre causa dano ao povo, isto é absolutamente certo.

Há ainda outra coisa, irmãos caríssimos, que muito me aflige na vida dos pastores, mas para não pensardes talvez que vos faz injúria aquilo que vou dizer, ponho-me também debaixo da mesma acusação, embora me encontre neste posto não por minha livre vontade, mas impelido por estes tempos calamitosos.

Vimos a nos envolver em negócios externos. Um cargo nos foi dado pela consagração e, na prática, damos prova de outro. Abandonamos o ministério da pregação e, reconheço-o para pesar nosso, chamam-nos de bispo a nós que temos a honra do nome, não o mérito. Aqueles que nos foram confiados abandonam a Deus e nos calamos. Jazem em suas más ações e não lhes estendemos a mão da advertência.

Quando, porém, conseguiremos corrigir a vida de outrem, se descuramos a nossa?

Preocupados com questões terrenas, tornamo-nos tanto mais insensíveis interiormente quanto mais parecemos aplicados às coisas exteriores.

Por isso e com razão, a respeito de seus membros enfraquecidos, diz a santa Igreja:

Puseram-me de guarda às vinhas; minha vinha não guardei (Ct 1,6). Postos como guardas às vinhas de modo algum guardamos a nossa porque, enquanto nos embaraçamos, com ações exteriores, não damos atenções ao ministério de nossa ação verdadeira”.

Reflitamos:

- Grande é a messe, poucos são os operários;
- Muitos são os apelos, clamores, e com limites procuramos dar as devidas respostas;

Ministros ordenados ou não devem ter o coração pleno de misericórdia como o coração d’Aquele que o chamou para não se omitir no multiplicar de gestos de solidariedade;

- Ninguém pode omitir-se no colocar dos carismas a serviço da comunidade, no fortalecimento e florescimento pastoral a serviço da vida e da esperança;
- Na comunidade não há espaço para omissões, recuos, desânimo e indiferença.

Seja nossa reflexão e oração acompanhadas da prática concreta da fé, pois ela sem obras é morta; sendo assim, multipliquemos Orações ao Senhor da Messe, para que nos envie operários que somem conosco na maravilhosa missão de construir o Reino de Deus pelo Filho inaugurado, com a força, ação e sabedoria do Espírito.

Peçamos ao Senhor que também nos fortaleça nas dificuldades de nossa caminhada de fé, para que a vivamos com renovado ardor e entusiasmo, e nossa esperança não fique desacompanhada das obras de amor.

Pai Nosso que estais nos céus...

Alma vivente, Espírito Vivificante

                                                         


Alma vivente, Espírito Vivificante

Sobre o Verbo que Se fez Carne, a Sabedoria de Deus presente na história da humanidade, o Bispo São Pedro Crisólogo (séc. V) nos enriquece com seu Sermão. 

“O santo Apóstolo refere que dois homens deram início ao gênero humano: Adão e Cristo. Dois homens, iguais quanto ao corpo, mas desiguais no valor. Com toda a verdade, inteiramente semelhantes na compleição física, mas, sem dúvida, diferentes por seu princípio. O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente; o último Adão, espírito vivificante (1Cor 15,45).

O primeiro foi feito pelo último, de quem também recebeu a alma para poder viver. É ele figura de Seu criador, que não espera de outro a vida, mas só Ele a concede a todos. Aquele de limo vil é plasmado; este vem do precioso seio da Virgem. Naquele a terra se muda em carne; neste a carne é promovida a Deus.

E que mais? É este o Adão que naquele primeiro pôs Sua imagem ao criá-lo, e d'Ele recebeu não só a personalidade, mas ainda o nome para que, tendo-o feito para Sua imagem, não viesse a perecer.

Primeiro Adão, último Adão. O primeiro tem começo, o último não conhece fim. Porque o último é na realidade o primeiro, conforme suas palavras: Eu, o primeiro, e Eu, o último (Is 48,12).

Eu sou o primeiro, isto é, sem começo. Eu, o último, absolutamente sem fim. Contudo, o que veio primeiro não foi o espiritual, mas o natural; em seguida, o espiritual (1Cor 15,46).

Na verdade, primeiro a terra, depois o fruto; mas não tão preciosa a terra quanto o fruto. Ela exige gemidos e trabalhos; este oferece Alimento e Vida.

Tem razão o Profeta de gloriar-se por tal fruto: Nossa terra deu seu fruto (cf. Sl 84,13). Que fruto? Aquele de que se fala em outro lugar: Do fruto de teu ventre porei sobre teu trono (Sl 131,11). O primeiro homem, diz o Apóstolo, vindo da terra, é terreno; o segundo, vindo do céu, é celeste.

Qual o terreno, tais os terrenos; qual o celeste, tais os celestes (1Cor 15,47-48). Não nasceram assim. De que maneira então se transformaram, deixando seu ser do nascimento, permanecem agora no ser em que renasceram?

Para isto, irmãos, o Espírito celeste fecunda por secreta infusão de sua luz a fonte do seio da Virgem, de sorte que aqueles que a origem da raça lamacenta produzira terrenos em mísera condição, sejam dados à luz celeste e elevados à semelhança de seu Criador.

Por conseguinte, já renascidos, já formados de novo à imagem de nosso Criador, realizemos a recomendação do Apóstolo: portanto, como trouxemos a imagem do terrestre, traremos também a imagem do celeste (1Cor 15,49).

Já renascidos, como dissemos, em conformidade com nosso Senhor, verdadeiramente adotados por Deus como filhos, traremos com plena semelhança a imagem perfeita de nosso Criador; não quanto à majestade em que é único, mas na inocência, simplicidade, mansidão, paciência, humildade, misericórdia, concórdia, em que, por condescendência, Ele Se fez tudo isto por nós e nos deu Sua Comunhão.”

Temos um magnífico paralelo feito entre Adão, o primeiro homem, que foi feito alma vivente, e o último Adão, o próprio Jesus, o espírito vivificante!

Seduzidos por Sua vida, amor e presença, cada vez mais nos configuremos ao Senhor, para viver na inocência, simplicidade,  mansidão, paciência, humildade, misericórdia e concórdia. Tão somente assim estaremos enraizados e fundados na Divina Fonte de Vida, Amor e Paz, Jesus (cf. Ef 3,14-21).

Abramos nosso coração se abra ao Espírito vivificante que o Senhor nos comunicou, Espírito Santo, para que, como barro nas mãos de Deus, por Ele continuemos a ser plasmados, modelados...

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG