quinta-feira, 4 de setembro de 2025
O mais alto objetivo da Arte
A graça de pertencemos ao rebanho do Senhor
A graça de pertencemos
ao rebanho do Senhor
Reflexão à luz do Sermão do Bispo Santo Agostinho (séc. V) sobre os
pastores e a vida de todos os cristãos.
“Não é de agora que
vossa caridade sabe que nossa esperança está toda em Cristo e que nossa
verdadeira glória de salvação é Ele. Sois do rebanho d’Aquele que guarda e
apascenta Israel.
Mas por haver pastores
que apreciam este nome, porém não querem exercer seu ofício, vejamos o que a
seu respeito diz o Profeta. Escutai vós com atenção; escutemos nós com temor.
‘Foi-me dirigida a
Palavra do Senhor que dizia: Filho do homem, profetiza contra os pastores e
dize aos pastores de Israel’ (Ez 34,1-2).
Acabamos de ouvir a
leitura deste trecho; resolvemos então falar-vos algo. O Senhor nos ajudará a
dizer o que é verdadeiro, se não dissermos o que é nosso. Pois se dissermos o
que é nosso seremos pastores a nos apascentar a nós, não as ovelhas. Se, ao contrário,
dissermos o que é d’Ele, será Ele que vos apascenta por intermédio de quem quer
que seja.
Assim diz o Senhor
Deus: Ó pastores de Israel, que se apascentam a si mesmos! Acaso não são as
ovelhas que os pastores têm de apascentar? (Ez 34,2) quer dizer, os pastores
apascentam ovelhas, não a si mesmos. É este o primeiro motivo de repreensão a
tais pastores, que apascentam a si e não as ovelhas. Quem são estes que se
apascentam? O Apóstolo diz: ‘Todos procuram seu interesse, não o de Jesus
Cristo’ (Fl 2,21).
Quanto a nós, a quem o
Senhor, por Sua benevolência e não por mérito nosso, estabeleceu neste cargo de
que teremos difíceis contas a dar, devemos distinguir bem duas coisas: a
primeira, somos cristãos, a segunda, somos bispos. Somos cristãos para nosso proveito;
e somos bispos para vós. Como cristãos, atendemos ao proveito nosso; como
bispos, somente ao vosso.
E são muitos os
cristãos não bispos que vão a Deus por caminho mais fácil talvez, e andam com
tanto mais desembaraço quanto menos peso carregam. Nós, porém, além de
cristãos, tendo de prestar contas a Deus de nossa vida, somos também bispos e
teremos de responder a Deus por nossa administração”.
Sempre tempo favorável para que avaliemos nossa vida cristã, se está de
acordo com a vontade de Deus, na fidelidade a Jesus, assistidos pelo Espírito
Santo.
Do mesmo modo, é sempre tempo favorável para rever como vivemos a vida
nova que recebemos no dia de nosso Batismo.
Neste mês, especialmente dedicado à Bíblia, roguemos a Deus a
sabedoria, coragem e mansidão para que vivamos a graça da missão
evangelizadora, e que a Palavra de Deus seja sempre a luz de nosso caminho. Amém.
quarta-feira, 3 de setembro de 2025
A oração e prática da Palavra divina
A
oração e prática da Palavra divina
Reflexão
à luz da Carta de São Tiago (Tg 1,17-18.21-22.27), sobre a inseparável relação
entre fé e obras.
O
autor da Carta nos exorta a não sermos meros ouvintes da Palavra, mas
praticantes, não nos enganando a nós mesmos.
A
fidelidade aos ensinamentos de Cristo nos compromete com o próximo
(representado na figura do órfão e da viúva), e nisto consiste a verdadeira
religião, pura e sem mancha: solidariedade vivida e vigilância, para não se
contaminar com os contravalores que o mundo apresenta.
É
preciso, portanto, superar a frieza, o legalismo e o ritualismo religioso,
procurando viver uma Religião comprometida com o Reino por Jesus inaugurado.
A
Palavra de Deus quer encontrar no coração humano a frutuosa acolhida, portanto,
há um itinerário da Palavra: acolher, acreditar, anunciar e testemunhar a
Palavra de Deus, que nos garante vida e felicidade plena.
É
preciso que demos mais tempo à Palavra de Deus, em frutuosa oração e reflexão,
que farão brotar novas atitudes e compromissos com Deus e o Seu Projeto para a humanidade.
É
sempre tempo de cultivar maior intimidade e compromisso com a Palavra de Deus,
e fundamental que valorizemos a prática da leitura orante com seus passos, a lectio divina, composta por quatro etapas: 1) lectio
(leitura), 2) meditatio (meditação),
3) oratio (oração) e 4) contemplatio (contemplação).
Em poucas palavras...
“Mas é Deus que primeiro chama o homem...”
“Mas é Deus que primeiro chama o homem. Muito embora o homem se esqueça do seu Criador ou se esconda da sua face, corra atrás dos ídolos ou acuse a divindade de o ter abandonado, o Deus vivo e verdadeiro chama incansavelmente cada pessoa ao misterioso encontro da oração.
Na oração, é sempre o amor do Deus fiel a dar o primeiro passo; o passo do homem é sempre uma resposta. A medida que Deus Se revela e revela o homem a si mesmo, a oração surge como um apelo recíproco, um drama de aliança.
Através das palavras e dos atos, este drama compromete o coração e manifesta-se ao longo de toda a história da Salvação.”
(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo 2.567
Em poucas palavras...
Pecados que bradam ao céu
“A tradição catequética lembra também a existência de «pecados que bradam ao céu».
Bradam ao céu: o sangue de Abel (Gn 4,10); o pecado dos sodomitas (Gn 18,20; 19,13); o clamor do povo oprimido no Egito (Ex 3,7-10); o lamento do estrangeiro, da viúva e do órfão (Ex 20,20-22); a injustiça para com o assalariado (Dt 24,14-15; Tg 5,4).” (1)
(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 1867







