domingo, 3 de agosto de 2025

Homossexualidade e Presbiterato: O Que nos diz a Igreja? (continuação)

Homossexualidade e Presbiterato 
 O Que nos diz a Igreja?    

Finalizo com este artigo, a apresentação da recente Instrução da Congregação para a Educação Católica do Vaticano sobre “Os critérios de discernimento vocacional acerca das pessoas com tendências homossexuais e da sua admissão ao seminário e às ordens sacras”.

É indispensável repetir, para quem não pôde ler a primeira parte: a partir do ensinamento do magistério, a Igreja deve afirmar claramente que, embora respeitando profundamente as pessoas em questão, não pode admitir ao Seminário e às Ordens Sacras aqueles que praticam a homossexualidade; apresentam tendências homossexuais profundamente enraizadas ou apoiam a chamada cultura gay.

Em se tratando de tendências homossexuais que sejam apenas expressão de um problema transitório, elas devem ser claramente superadas, pelo menos três antes da Ordenação diaconal.

Compete à Igreja o discernimento da idoneidade dos candidatos ao ministério presbiteral, considerando dois aspectos indissociáveis na vocação sacerdotal: o Dom gratuito de Deus e a liberdade responsável do homem.

O simples desejo de ser sacerdote não é suficiente para receber o Sacramento da Ordem, bem como não existe um direito de recebê-la. Compete à Igreja definir os requisitos necessários para a recepção dos Sacramentos instituídos por Cristo: discernir a idoneidade daquele que quer entrar no seminário, acompanhá-lo durante os anos da formação e chamá-lo às Ordens sacras, se for julgado possuidor das qualidades requeridas.

Há quatro dimensões complementares indispensáveis na formação do futuro sacerdote: humana, espiritual, intelectual e pastoral. Para admitir um candidato um candidato à ordem diaconal a Igreja deve verificar, entre outras coisas, que tenha sido atingida a maturidade afetiva do candidato ao sacerdócio. No caso de uma séria dúvida a respeito do candidato, não deve admiti-lo à ordenação.

Há uma obrigatória responsabilidade dos formadores (Bispos, Reitor, Diretor Espiritual, etc.), avaliar todas as qualidades da personalidade e assegurar-se de que o candidato não apresente distúrbios sexuais incompatíveis com o sacerdócio.

Se um candidato pratica a homossexualidade ou apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas, o seu diretor espiritual ou o seu confessor, têm o dever, em consciência, de orientá-lo a não buscar o Sacramento da Ordem.

O próprio candidato é o primeiro responsável da sua formação, devendo apresentar-se com confiança ao discernimento da Igreja, do Bispo que chama às Ordens, do reitor do Seminário, do Diretor espiritual e dos outros educadores do Seminário a quem o Bispo ou o Superior Geral confiaram a formação dos futuros sacerdotes.

A instrução afirma que “seria gravemente desonesto que um candidato ocultasse a própria homossexualidade para alcançar, não obstante tudo, a Ordenação. Um procedimento tão inautêntico não corresponde ao espírito de verdade, lealdade e de disponibilidade que deve caracterizar a personalidade daquele que se sente chamado a servir Cristo e a sua Igreja no ministério sacerdotal”.

O Papa Bento XVI aprovou e ordenou a publicação da referida Instrução. Caberá aos Bispos, às Conferências Episcopais e aos Superiores Gerais vigiarem para que as normas desta sejam observadas fielmente para o bem dos próprios candidatos, garantindo sempre à Igreja sacerdotes idôneos, verdadeiros pastores segundo o coração de Cristo.

Não foi objetivo da Instrução introduzir novidades a respeito do assunto, mas antes, reafirmar o Ensinamento da Igreja. Com os artigos ofereci ao leitor elementos para um posicionamento frente às interrogações que possam nos colocar, sobretudo para não ser induzido pelas distorções feitas pela mídia, com noticiários que não correspondem ao verdadeiro propósito da Igreja.
    

PS: Publicado no jornal Folha Diocesana, no ano de 2009, quando era Representante dos Presbíteros da Diocese de Guarulhos. 

Misericórdia e vida eterna (XVIIIDTCC)

                                                           

Misericórdia e vida eterna

"...Somente a misericórdia nos serve de companheira..."

Reflexão sobre a misericórdia e a vida eterna, o desprendimento das riquezas e o horizonte da eternidade, escrito por Santo Ambrósio (séc. IV), Bispo e Doutor da Igreja, a partir da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 12,13-21).

“Já que todas as coisas que são do mundo permanecem nele, e nos abandona tudo aquilo que entesouramos para os nossos herdeiros; e, na realidade, deixar de ser nossas todas essas coisas que não podemos levar conosco.

Somente a virtude acompanha aos falecidos, somente a misericórdia nos serve de companheira, essa misericórdia que atua em nossa vida como norte e guia até as mansões celestiais, e busca conseguir para os falecidos, em troca do desprezível dinheiro, os tabernáculos eternos”. (1) 

Quando a morte de alguém que amamos acontece, sentimo-nos impotentes, tristes e com sentimentos de que esta tristeza será para sempre. Nada tem mais sentido, beleza, luminosidade.

Parece-nos terem roubando nosso chão e, como pássaros com as asas quebradas, não temos como voar, e mesmo que asas ainda tivéssemos, não conseguiríamos alçar voo.

Bem afirmou Santo Ambrósio: “somente a misericórdia nos serve de companheira” rumo à eternidade. De fato, exortados pelo Papa Francisco, na Bula da “Misericordiae Vultus”, vivamos as obras de misericórdia corporais e espirituais.

Nada levaremos, quando desta vida partirmos, a não ser a misericórdia vivida, que nos acompanhará para na passagem definitiva: nem dinheiro, nenhum bem, nem título, nem glória humana alguma alcançada, absolutamente nada que se possa tocar.

Sendo assim, que não sejamos tardios, morosos e jamais adiemos qualquer ação misericordiosa em favor de nossos irmãos.

Quantas vezes nos apegamos aos bens como se fossem capazes de nos eternizar e nos garantir a felicidade plena eterna. Ledo engano, no qual não podemos incorrer, sobretudo se professamos a fé no Deus que nos ama e quer que tão apenas usemos os bens que passam e abracemos os que não passam; aqueles que não se pode tocar, mas nos permitem tocar, um dia, o chão da eternidade, na glória da imortalidade.

Lá nada precisaremos. Aqui, por vezes, nos consumimos e nos devoramos com ambições desmedidas, cobiças que geram fome, miséria e tantos sofrimentos.

Que jamais nos enganemos com falsas ilusões de felicidade e eternidade: a salvação somente nos vem de Deus e na prática da misericórdia que nos acompanha até o último suspiro no tempo presente, para se prolongar na eternidade.


1) Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes - 2013 - pág. 686

O Senhor e o milagre do amor (XVIIIDTCA)


O Senhor e o milagre do amor

A Liturgia do 18º Domingo do Tempo Comum (ano A) nos convida a refletir sobre a grandiosidade do amor providente de Deus para com Seu povo.

Deus nos convida a nos assentarmos à Sua mesa, e nos oferece o Alimento, Pão de Eternidade que é Seu próprio Filho na Eucaristia, que sacia nossa fome de vida, de amor e felicidade.

Na passagem da primeira Leitura do Profeta Isaías (Is 55, 1-3), tem como mensagem um convite de Deus para que o povo deixe a terra da escravidão e se dirija para a terra da liberdade, a Jerusalém, na qual reinará a justiça, o amor e a paz.

Deus intervém na história de seu povo que vive o tempo do exílio, desolação e sofrimento, para que viva uma nova página marcada pelo regresso, consolação e reconstrução de uma nova história:

“O profeta adverte: é preciso ter a coragem de arriscar, de se desinstalar, de partir ao encontro do sonho. Àqueles que forem capazes de sair dos seus esquemas para abrirem o coração ao seu dom, Deus vai oferecer, de forma gratuita e incondicional, a vida em abundância, a felicidade infinita.” (1)

Deste modo, não podemos nos deixar seduzir por falsas miragens de felicidade (bens materiais, ilusão do poder, aplausos e a consideração dos outros), procurando saciar a nossa sede de vida plena e verdadeira tão somente nos bens que não passam, e a fonte por excelência é o próprio Deus.

Reflitamos:

- Quais são as fontes sedutoras que nos afastam da verdadeira felicidade?

- Quais são as falsas ilusões e miragens que nos desviam do Projeto de vida e felicidade que Deus tem para todos nós?

Na passagem da segunda leitura, o Apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos (Rm  8,35.37-39), apresenta-nos um hino de amor a ser vivido para com Jesus Cristo: – “Quem nos separará do amor de Cristo?".

Absolutamente nada pode nos afastar deste amor e afastar a felicidade dos que creem em Deus, na fidelidade ao Espírito, confiantes na ação do Espírito Santo: nem a tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo e a espada.

Nisto consiste viver segundo o Espírito, contando com Ele que vem em socorro de nossa fraqueza (Rm 8,26), porque nos ama com um amor profundo, total, radical. Sendo assim, nada nem ninguém poderá apagá-lo.

Quando descobrimos este amor, temos coragem para viver a vida com serenidade, tranquilidade e na verdadeira paz desejada.

Reflitamos:

- Qual é a intensidade e profundidade de nosso amor a Deus?

- Estamos, verdadeiramente, unidos a Jesus, haja o que houver?

- Quais são as dificuldades e provações que encontramos em nosso discipulado no seguimento do Senhor?

Com a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 14, 13-21), refletimos sobre a multiplicação dos pães realizada por Jesus Cristo, em um lugar deserto:

“O deserto é para Israel, o tempo e o espaço do encontro com Deus; aí Israel aprendeu a despir-se de suas seguranças humanas, das suas certezas, da sua autossuficiência... O deserto é ainda o lugar e o tempo da partilha, da igualdade, em que cada membro do Povo conta com a solidariedade do resto da comunidade, onde não há egoísmo, injustiça, prepotência, açambarcamento dos bens que pertencem a todos, e em que todos dão as mãos para superar as dificuldades da caminhada (no deserto, quem é egoísta, autossuficiente e não aceita contar com os outros está condenado à morte).” (2)

Com o sinal realizado, Jesus, o “o novo Moisés”, nos ensina que é preciso que acolhamos o Pão de Deus, e reparti-Lo entre todos, em alegre partilha e solidariedade, como um sinal do Reino de Deus.

Refletimos sobre o amor de Deus: um amor providente, dedicado e preocupado, no sentido de que nada nos falte.

De fato, o fogo tem a propriedade de dilatar as coisas, assim também a caridade é uma virtude cálida e fervente, que cria novas possibilidades de amor, partilha e solidariedade.

O discípulo missionário do Senhor, portanto deve ser alguém que ama e tem um coração quente e pronto para se solidarizar; sentindo-se amado pelo Senhor, passeia no íntimo do coração daquele a quem ama, sobretudo os empobrecidos, os preferidos de Deus.

Com Jesus, que nos amou e nos amou até o fim, dando Sua vida por nós, somos mais que vencedores, na luta somos supervitoriosos, e temos sempre algo a oferecer e muito a agradecer pelas maravilhas que Deus, por meio do Filho, no Espírito fez, faz e sempre fará por nós. 

Reflitamos:

- Que “peixe” e que “pão” temos para oferecer a Jesus para que ele faça o grande sinal da multiplicação?

- A Eucaristia que celebramos leva-nos à compromissos de amor e partilha com os que mais precisam?

Saciados pelo amor de Deus, no Pão da Palavra e da Eucaristia, aprendemos que somente a partilha é que nos sacia.

Urge superar toda forma de indiferença, egoísmo e acomodação para que entremos na lógica do Reino, como prolongamento da Eucaristia celebrada e vivida no cotidiano: “Vinde, escutai, comei! Ide, partilhai e vivei”.



Jesus, o Pão que sacia nossa fome e sede (XVIIIDTCB)

 


Jesus, o Pão que sacia nossa fome e sede

“Eu sou o Pão da Vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede” (Jo 6,35) 

Com vistas ao 18º Domingo do Tempo Comum (ano B), retomemos parte do Comentário do frei Raniero Cantalamessa, quando ouvimos a passagem do Evangelho de São João (Jo 6,24-35):

“Mas atenção: de que Se compraz realmente o Pai? Talvez do sofrimento, do sangue da morte do Filho? Seria coisa monstruosa pensar nisso! Compraz-Se do amor que aquela morte demonstra e, por assim dizer, ‘libera’.

Quero o amor mais que os sacrifícios, diz Deus (Os 6,6). O perfume não sai a não ser que se quebre o frasco que o contém. Porém, o que agrada não é o frasco em frangalhos, mas o perfume que o frasco continha.” (1)

Cremos em Jesus Cristo, Nosso Senhor, que na fidelidade incondicional ao Pai, e com a presença do Santo Espírito, pagando o preço de nosso resgate pelo Sangue Redentor na Cruz derramado.

Cremos em Jesus Cristo, Nosso Senhor, e a Ele acorremos, pois tão somente n’Ele, saciamos nossa fome de amor, vida, alegria, eternidade e paz.

Cremos em Jesus Cristo, Nosso Senhor, que cura nossas feridas abertas, em cada Eucaristia, que participamos e comungamos o remédio de imortalidade e o antídoto para não morrer.

 

Cremos em Jesus Cristo, Nosso Senhor, que do Seu lado trespassado jorrou para nós a água e o sangue, vida e alimento, que nos refaz e renova nossas forças no carregar das cruzes inúmeras do cotidiano.

 

Cremos em Jesus Cristo, Nosso Senhor, de cujo Corpo ainda que desfigurado, irreconhecível na Cruz, exalou para toda a humanidade o indizível amor de Deus por todos nós, pecadores que somos.

 

Cremos em Jesus Cristo, Nosso Senhor, que espera de nós uma fé que consista num encontro com Ele que mudou a nossa vida, mentalidade, expressas em novas atitudes de contínuo caminho de santidade.

 

Cremos em Jesus Cristo, Nosso Senhor, e ao participarmos do mais belo Banquete Eucarístico, renovamos a alegria do encontro que fizemos com Ele, para que d’Ele mesmos sentimentos tenhamos, e Sua presença sejamos

Cremos em Jesus Cristo Nosso Senhor, que não quer tão apenas que creiamos na Verdade que Ele próprio nos comunicou, mas que Sua Palavra vivamos, de modo que sal da terra e luz do mundo sejamos.

Amém.

 

(1) O Verbo Se faz Carne – Editora  Ave Maria – 2013 – p.495

Alimentados pelo Pão da Vida, Jesus (XVIIIDTCB)

 


Alimentados pelo Pão da Vida, Jesus

No 18º Domingo do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de São João (Jo 6,24-35), em que Jesus Se nos apresenta como Pão da Vida, e quem a Ele for, não terá mais fome, e quem n’Ele crer, não terá mais sede (Jo 6,35).

Oremos:

“Senhor Deus, livrai-nos de uma religião utilitarista, que nos leva a esperar de Deus a solução dos nossos problemas, em grande parte materiais.

Ajudai-nos a descobrir o verdadeiro sentido da fé, que nos revelastes na vida e na morte do Vosso Filho.

Fazei que, alimentando-nos d’Ele, verdadeiro Pão descido do Céu, saibamos adotar o Vosso Projeto de Salvação, que consiste na procura corajosa da justiça e da liberdade de todos.” Amém. (1)

 

(1) Lecionário Comentado – Editora Paulus – 2011 – Volume II do Tempo Comum - p.37

Temos fome e sede de Deus (XVIIIDTCB)

                                                         

Temos fome e sede de Deus

Com a Liturgia do 18º Domingo do Tempo Comum (ano B), refletimos sobre o Jesus, o Pão da Vida, e, de modo especial, a ação de Deus que nos dá a vida eterna e definitiva.

Na passagem da primeira Leitura (Ex 16,2-4.12-15), o Povo de Deus caminha pelo deserto, convidado à superação da mentalidade estreita e egoísta, com a abertura para uma nova mentalidade e novos valores.

É preciso dizer não à resignação, ao comodismo, à instalação, à mediocridade, rumo à liberdade e à vida nova.

De nada adiantam murmurações infundadas, que são expressão de endurecimento do coração, acompanhadas da ingratidão que não reconhece a intervenção divina em favor de vida e da liberdade.

O Povo precisa abrir-se para reconhecer a solicitude, o cuidado e Amor de Deus, para que seja um povo, adulto, consciente, confiante, responsável e mais santo.

Há uma mensagem a ser acolhida: Deus caminha conosco pelo deserto da vida, conhece nossos limites e necessidades e nos conduz à terra da liberdade e da vida verdadeira.

É preciso que confiemos em Deus, a rocha segura, (no Novo Testamento é o próprio Cristo – Mt 7), que comamos pão de cada dia que Ele nos oferece, numa entrega confiante e serena, certos de Sua presença em nossas crises e dramas, e somente n’Ele encontraremos segurança e respostas.

A passagem da segunda Leitura é um texto parenético (pregação), que o Apóstolo Paulo nos apresenta na Carta aos Efésios (Ef 4,17.20-24).

O Apóstolo nos assegura que o encontro com Cristo leva a uma mudança radical diante de Deus, de si mesmo, do próximo e do mundo.

Fazer morrer o homem velho (debilidade, mediocridade, futilidade) e viver como homem novo (verdade, justiça, misericórdia, bondade, humildade, alegria, simplicidade e santidade), de modo que, homem novo é um processo inacabado, a cada minuto tudo começa novamente...

Evidentemente que não se trata de uma adesão intelectual, mas vivencial:

“Só se dá uma mudança verdadeira quando esta é fruto de um encontro decisivo, capaz de questionar a maneira de ser de uma pessoa, levando a uma reflexão e a uma análise de todos os seus valores de referência. A fé cristã consiste substancialmente num encontro assim, ou seja, na descoberta d’Aquele que tomou opções radicais e as levou a termo à custa do próprio Sangue”. (1)

E ainda podemos citar estas iluminadoras palavras sobre o verdadeiro cristianismo:

“O Cristianismo não propõe um conjunto de verdades que devem ser aceitas, nem uma moral mais exigente que se deve praticar sem discutir. Pelo contrário, é um convite à solidariedade com Aquele que soube amar com uma força tal que envolve muitos outros na Sua caminhada”. (2)

Com a passagem do Evangelho (Jo 6,24-35), vemos que acolher Jesus e Sua Pessoa, comer do Pão da Vida que Ele mesmo é e nos oferece, é a adesão incondicional à Sua pessoa e propostas, no mais profundo de nosso coração, certos de que somente Deus pode saciar nossa fome de transcendência, de amor, de felicidade, de justiça, de esperança, e tudo mais que for bom e necessário para a existência humana.

Para o discípulo missionário é uma lição de amor a ser aprendida: viver a vida como dom na partilha, na doação. 

Acolher a proposta de Jesus leva inevitavelmente à multiplicação de gestos simples em favor da vida. 

Adesão à Sua pessoa e proposta, acreditar na mesma acolhendo Sua Palavra, e vivê-la com todo empenho e ardor.

Não podemos seguir o Senhor “iludidos”, mas com profunda e frutuosa convicção, superando quaisquer equívocos, do contrário não se persevera e não se vive o que Ele nos propõe e tão pouco alcançamos a felicidade, e ainda nos distanciamos do fim último que ansiamos: a eternidade.

Reflitamos:

- Deus vem ao nosso encontro todos os dias. Nós acolhemos este encontro?  
- Corremos avidamente e decididamente para este encontro?

-  Sentimos a presença de Deus que sempre caminha com seu Povo?
-  Qual a verdade da nossa adesão a Jesus, Sua Pessoa, Sua Palavra e Seu Projeto?

- Vivemos como Homens Novos assumindo tudo aquilo que lhe é próprio?
-  Temos procurado na Mesa da Palavra e na Mesa da Eucaristia o Pão necessário para nossa vida?

- Alimentados por Cristo, Pão da Vida, Pão de eternidade, quais são os  nossos compromissos com aqueles que são privados do pão do cotidiano?

A adesão incondicional ao Senhor nos faz
Homens Novos, com nova mentalidade e atitudes.
Nisto consiste a exigência da Vida Nova em Cristo
desde o dia de nosso Batismo.


(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - pág. 35.
(2) Idem - pág. 37 

sábado, 2 de agosto de 2025

“Graça e Paz!”

                                  

“Graça e Paz!”

Nas Vésperas da Liturgia das Horas, rezamos a passagem da Carta de Paulo aos Colossenses (Cl 1,2b-6a):

“A vós, graça e paz da parte de Deus nosso Pai. Damos graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, sempre rezando por vós, pois ouvimos acerca da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que mostrais para com todos os santos, animados pela esperança na posse do céu. Disso já ouvistes falar no Evangelho, cuja Palavra de verdade chegou até vós. E como no mundo inteiro, assim também entre vós ela está produzindo frutos e se desenvolve”.

Sejamos enriquecidos pela saudação Paulina: “Graça e paz da parte de nosso Pai”.

Todos precisamos desta graça divina, a fim de que sejamos fortalecidos na missão evangelizadora, como discípulos missionários do Senhor, com a força e a presença do Santo Espírito.

Da mesma forma, da paz verdadeira, que tão somente o Senhor pode nos conceder,  e  ela tem um nome, um rosto: é Jesus, o Filho amado do Pai, que nos comunica o “shalom”, a paz, a plenitude de todos os bens.

Troquemos orações mútuas, para que, revigorados e animados sejamos, e vivamos a graça batismal, a vida nova dos filhos e filhas de Deus – “Sempre rezando por vós”.

Revigorados na fé viva, sejamos como a comunidade de Colossas: “ouvimos acerca da vossa fé em Cristo Jesus”.

Renovemos a esperança de participar de um novo céu e uma nova terra: “animados pela esperança na posse do céu”.

Finalmente, seja nosso coração inflamado de amor, fortalecendo os vínculos da comunhão fraterna, em frutuosa partilha e solidariedade para com todos, e de modo especial, a quem mais precisar – “do amor que mostrais para com todos os santos”. Amém.

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG