sexta-feira, 27 de junho de 2025

O Sacratíssimo Coração e o Santíssimo Sacramento (SCJ)

                                                   

O Sacratíssimo Coração e o Santíssimo Sacramento

Celebraremos a Festa do Sagrado Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade; um coração trespassado do qual jorrou Sangue e Água, prefigurando nosso Batismo e a Eucaristia, nosso salutar Alimento de eternidade.

Retomemos a reflexão de Dom Murilo, muito oportuna para esta Festa:

“1ª pergunta: O que Jesus Eucarístico nos oferece?
Ele nos oferece um caminho de vida e de espiritualidade.

Lemos no livro do Deuteronômio: “Lembra-te de todo o caminho por onde o Senhor teu Deus te conduziu” (Dt 8,2).

Para Moisés, a peregrinação dos hebreus pelo deserto, ao longo de quarenta anos, serviu para o Senhor por Seu povo à prova, saber o que tinha no coração e se observaria ou não os Mandamentos Divinos.

Essa longa travessia tornou-se uma referência para todos que viveram no Antigo Testamento. Pouco a pouco, o povo escolhido foi tomando consciência de que a causa de sua desgastante e a cansativa peregrinação foi o esquecimento de Deus.

Quando o Senhor é esquecido, multiplicam-se, imediatamente, bezerros de ouro, que passam a ser adorados.

Séculos depois, Jesus se apresentaria como “caminho” (“Eu sou o caminho...”).

Nos Atos dos Apóstolos, por cinco vezes aparece essa palavra para expressar a Projeto de vida apresentado por Jesus. Ser Seu discípulo é seguir o Caminho.

Atualmente, somos convidados a nos lembrar de que nas estradas que percorremos há “Alguém” que nos acompanha, mesmo que, como aconteceu com os discípulos de Emaús, Sua presença não seja logo percebida.

Na Eucaristia, Jesus nos convida a nos unirmos a Ele. Porque sabe que sozinhos não iremos longe, Ele nos oferece “o Pão descido do céu” (Jo 6,5). Ele próprio é esse Pão.

É um privilégio receber como Alimento o próprio Filho de Deus – privilégio e graça. Afinal, só Ele pode nos dar o perdão dos pecados, a salvação e a vida eterna. Desgraça suprema é viver eternamente longe de Deus.

2ª pergunta: O que Jesus Eucarístico espera de nós?
“Não te esqueças do Senhor teu Deus que te fez sair do Egito!”, lemos no Deuteronômio (8,14).

Pecar é esquecer-se de Deus; é construir uma vida sem referência a Ele; é ignorar Seus Mandamentos; é seguir um caminho próprio. Em nossa época, mais e mais secularizada, pretende-se justamente isto: construir um mundo sem referência ao Criador.

A participação na Eucaristia exige de nós uma abertura para o outro: não podemos amar a Deus, que não vemos, se não amamos o irmão que está ao nosso lado.

Somos chamados a buscar a unidade entre nós, pois o mesmo Cristo que nos alimenta e nos transforma, alimenta e transforma nossos irmãos:

“Porque há um só Pão, nós todos somos um só corpo” (1Cor 10,17). Não podemos ficar indiferentes às divisões em nossa família e em nossas comunidades. Tais divisões nascem do egoísmo, do ciúme e do ódio ciosamente guardado nos corações.

Quem recebe o Senhor deve viver segundo Seus Ensinamentos, acolher quem é amado por Ele e ter sentimentos que Ele possa ter em nós.

3ª pergunta: O que podemos oferecer a Jesus Sacramentado?
Podemos lhe oferecer nossa acolhida: Jesus, esta cidade é Tua. Entra na casa de cada filho e filha desta cidade; também na casa daqueles que não Te conhecem e, por isso, não Te amam!

Somos chamados a lhe oferecer nosso coração: Jesus, meu coração é Teu. É inconstante, é pobre, mas é o que tenho. Toma conta dele e transforma-o segundo o Teu coração, manso e humilde!

Mais do que tudo, devemos adorá-Lo no Santíssimo Sacramento, unindo-nos a todos aqueles que, ao longo dos 465 anos da história desta cidade, O adoraram.” (1)

Como estabelecer a relação da Eucaristia com o Sagrado Coração de Jesus, a partir das três questões apresentadas:

- O que Jesus Eucarístico nos oferece?
- O que Jesus Eucarístico espera de nós?
- O que podemos oferecer a Jesus Sacramentado?

Celebrando a Festa do Sagrado Coração de Jesus, reflitamos:

- O que O Sagrado Coração de Jesus nos oferece?
- O que O Sagrado Coração de Jesus espera de nós?
- O que podemos oferecer ao Coração de Jesus?

Ao concluir, repitamos com o coração sintonizado com o mais belo Coração:

- “Jesus, manso e humilde de coração, fazei nosso coração semelhante ao Vosso”; e ainda:

- “Sagrado Coração de Jesus, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso”.

  

(1) Reflexão feita pelo Arcebispo de Salvador, Dom Murilo S. R. Krieger,  quando da realização da Festa de Corpus Christi - (2014).

Meditemos sobre o mais Belo Coração (SCJ)


Meditemos sobre o mais Belo Coração

Em silêncio orante, meditemos:

 “[...] Nosso Senhor permitiu este golpe de lança para chamar a nossa atenção para o Seu Coração, para nos fazer pensar no Seu Amor que é a fonte de todos os Mistérios da Salvação: as promessas do Éden, as profecias e as figuras da antiga lei, a ação providencial sobre o povo de Deus, a encarnação, a vida, os ensinamentos e a morte do Salvador.

A abertura do lado de Jesus é como a fonte que regava o paraíso terrestre, é como a fenda do rochedo que deu a água para saciar o povo de Israel.” (1)

Água e Sangue jorrados do lado aberto do Senhor: Vida e Alimento.



(1) Leão Dehon, OSP 3, p. 367ss. Tradução do Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, SCJ - O Coração de Jesus aberto pela lança- Sexta–feira Santa - (Jo 19, 34- 36).

É preciso corresponder ao amor de Deus (SCJ)

                                                            

É preciso corresponder ao amor de Deus

“Oseias, Profeta do amor, canta a fidelidade do Amor de Deus
para com a humanidade e Sua capacidade de perdão”.

Reflitamos sobre o Sagrado Coração de Jesus, à luz da passagem do Livro do Profeta Oseias (Os 11,1.3-4.8c-9),  na qual contemplamos a face misericordiosa de Deus, Sua fidelidade irrevogável que se manifesta no perdão, no convite à conversão.

É sempre imperativo para o profetismo a ser vivido, voltar-se para Deus em absoluta relação de amor com Ele, aprofundando nossa fidelidade aos Seus preceitos, em relacionamentos de gratuidade para com Ele e com nosso próximo. 

A confiança incondicional na Sua presença deve ser sempre acompanhada de frutuosa prática da justiça para que o culto seja a Ele agradável, de modo que, o suor e o sangue, se necessário no chão derramados reguem sementes de um novo amanhecer, tão somente assim o incenso que se sobe no culto, será por Ele aceito.

Profecia é sinal de sangue e suor derramados, incenso ao Deus Vivo e Verdadeiro elevado!

Vejamos o que nos diz o Missal Cotidiano:

“Quando Israel era criança, Eu já o amava, e desde o Egito chamei meu filho... Ensinei Efraim a dar os primeiros passos, tomei-o em meus braços, mas eles não reconheceram que Eu cuidava deles.

Eu os atraía com laços de humanidade, com laços de Amor; era para eles como quem leva uma criança ao colo; e rebaixava-me a dar-lhes de comer. Meu coração comove-se no íntimo e arde de compaixão...” (1)

O Profeta nos convida a refletir, a tomar consciência e abandonar o ignominioso serviço às divindades inexistentes, materializada na adoração muito presente entre nós:

“Hoje gritariam os Profetas contra muitas divindades a quem os cristãos queimam incenso de sua devoção, pretendendo ao mesmo tempo continuar cristãos: a divindade do dinheiro, do sexo, do comodismo e dos bens de consumo, a divindade do carro, da televisão, do estrelismo em todas as formas, esportes, cinema, moda...

‘Afinal de contas, que mal há nisso?’ pergunta-se. O cristão, porém, não deve caminhar levianamente; deve examinar-se, para ver se e em que medida alguma dessas divindades o impede de ter verdadeiro relacionamento com Deus”. (2)

Somente a fidelidade a Deus e Seu Projeto conduzirá a humanidade à verdadeira felicidade, na construção de relacionamentos fundados na prática da justiça, externados em gestos solidários que levem à edificação da fraternidade universal. 

Eclipsá-lo ou afirmar Sua morte, têm sido motivos para o caos em que muitas vezes nos encontramos mergulhados, sem perspectivas utópicas, sem horizontes promissores...

A reflexão do Livro do Profeta Oseias nos leva a tomar uma atitude: ceder ao ignominioso serviço idolátrico voltando-nos contra nós mesmos ou viver na fidelidade e adoração verdadeira do retorno para Deus em absoluta fidelidade a Sua Lei, que se resume no amor a Ele e ao próximo, prelibando a alegria da conversão, do perdão obtido em alegre e verdadeiro louvor a Ele também oferecido.

A idolatria, a infidelidade e a ingratidão para com Deus levam-nos, inevitavelmente, a uma ignominiosa realidade. Indubitavelmente a adoração e o culto a Deus, expressos no amor e no serviço ao próximo, levar-nos-á a prelibação da alegria no mais fundo de nosso coração, onde Ele fez Sua morada.

Ah, o Amor de Deus, como compreendê-lo?
Impossível para nossos critérios e conceitos.
Amor de Deus, mais que compreendido,
Precisa ser correspondido e vivido,
eis o caminho a percorrer e melhor viver!


(1); (2) - Missal Cotidiano - Editora Paulus - pág. 996

Contemplemos o infinito amor e ternura de Deus (SCJ)

                                                   


Contemplemos o infinito amor e ternura de Deus 

Aprofundando sobre a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, reflitamos à luz da  passagem do Livro do Profeta Oseias (Os 11,1-4.8.c-9), uma das mais belas de todo o Antigo Testamento, na qual mediante uma linguagem humana cheia de experiência da intimidade familiar, Deus Se apresenta com o Coração de Pai e Mãe. Já havia Se apresentado com a imagem esponsal, e agora como Pai.

Quanto nos impressiona o Amor de Deus que é diferente do amor humano, pois o Seu ardor é totalmente consumado na misericórdia irrevogável e eterna.

Contemplamos uma das mais ternas imagens para descrever o Amor de Deus por nós, o carinho e cuidado materno e paterno que tem para conosco, Seus filhos.

De santidade infinita, o Senhor Deus é o “totalmente outro” do homem e da mulher, e assim Sua fidelidade é eterna, e Seu amor e perdão são sempre possíveis.

Deus sendo totalmente outro, é o mais belo e puro e eterno Amor, que acolhe, acompanha, perdoa, renova, recria, reconduz... Deus exige tão apenas amor, porque de fato, amor exige amor, e não amor qualquer, mas um amor fiel.

Concluindo, vejamos o que nos diz o Lecionário Comentado sobre esta passagem:

“Há quem diga que, de calcar a mão sobre a bondade e misericórdia de Deus, corre-se o risco de debilitar a mensagem cristã e tornar vazia a própria vida cristã, a tal ponto é sempre possível o perdão...

Mas nossa própria experiência humana nos diz que não pode ser assim. Um perdão forte, generoso, que procura redimir, muitas vezes vence a ofensa; trará o filho ao pai, o esposo à esposa. Ainda, porém, que nunca se dê isso entre os homens (o que não é verdade), dá-se entre Deus e nós. Amor exige amor. E amor fiel.” 

Concluindo:

Todos os tons e vocábulos do amor (esponsal, amigável, paterno/materno) são utilizados pelo Profeta (Oseias) para exprimir o que é inexprimível, isto é, a ternura infinita do Deus enamorado loucamente do homem [...] o amor é contagioso e pede amor: e eis que o nosso programa de vida, necessariamente missionário, porque quem recebe deve dar – tem por modelo Jesus e Seu Ministério (Evangelho do dia Mt 10,7-15).” (1)

Contemplemos a ternura infinita do Deus, enamorado loucamente do homem, como Oseias tão bem nos apresenta.


(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - 2011 - pp.693-694.

Há muito mais no Coração de Jesus (SCJ)

                                               

Há muito mais no Coração de Jesus

Silêncio para esta contemplação...

Silêncio para recuperar as forças na Sagrada Fonte de Seu Coração, torrente de todas as graças que muito precisamos. 

Silêncio para reforçar nossos pés para passos mais dedicados e seguros.

Silêncio para revigorar nossas mãos para amar e servir com maior generosidade.

Silêncio para reforçar os princípios éticos que devem nortear nossa vida.

Silêncio para recuperar o brilho do olhar de nossa fé.

Silêncio para descansar em verdes pastagens que encontramos no Sagrado Coração de Jesus, sobretudo na Sua Palavra e na Eucaristia.

Silêncio para atender ao chamado do Senhor: Vinde a mim vós todos... Como se dissesse – Venham! Façam silêncio! E renovarão o vigor da alma para o bom combate da fé.

Há muito mais neste Coração...
Silêncio para a gratidão.

Quanto temos para agradecer. Muitas vezes percebemos tão facilmente as dificuldades, talvez porque seus ruídos sejam ensurdecedores e emudecedores.

Que não seja eterna a obscuridade das tristezas, como não o é a luminosidade das alegrias. 

Agradeçamos no silêncio de nosso “quarto”.

Façamos da Eucaristia o que ela é em sua essência: ação de graças a Deus que nos cumula de todos os bens e de tudo o que for necessário, ainda que não percebamos, ainda que não agradeçamos...

Há muito mais no Coração de Jesus...
Silêncio para o agradecimento.
Silêncio para o aprendizado da essência do ser cristão: amar como Jesus ama.

Amar na Sua medida sem medida; em Sua profundidade inesgotável; em Sua altura jamais alcançável; em largura e comprimentos que ultrapassam quaisquer medidas humanas já concebidas.

Amar como Ele ama.
Amar o outro como Ele ama.
Amar-se também como o amor com que Ele nos ama. 

Aprende-se a amar amando, aprende-se a amar sendo amado.

Há muito mais neste coração...
Silêncio mais uma vez para o mais belo de todos os aprendizados – amar.

Há muito mais neste Coração...
Silêncio para a contemplação...
De força, a recuperação;
De gratidão, nossa expressão;
Do amor, um aprendizado.
Silêncio!
Silêncio no coração diante do Mais Belo Coração -
O Coração de Jesus.

Silêncio! 
Que Ele diga, que a Ele depois digamos:
“Meu Deus, como Te amo!”

Tríplice face da misericórdia divina (SCJ)

                                                     

Tríplice face da misericórdia divina

Aprofundemos sobre a Festa do Sagrado Coração de Jesus.

Passagens bíblicas: Ez 34,11-16; Sl 22,1-6; Rm 5,5b-11; Lc 15,3-7

Reflitamos sobre a tríplice face do amor de Deus à luz da Palavra proclamada.

Amor que procura: a misericórdia de Deus se manifesta no amor que procura, como vemos na Parábola da ovelha extraviada, no Evangelho proclamado.

Assim é o amor de Deus, que veio nos procurar, quando ainda estávamos perdidos. Veio procurar para nos carregar em Seus ombros, e assim o fez, quando o Filho carregou a Cruz da Redenção da Humanidade.

Deus continua nos procurando, para nos amar, para conosco Se relacionar, numa amizade que fora no Paraíso rompida e perdida, mas pelo Filho, no Sangue derramado, reconquistada e para sempre vivida.

Amor que cuida: assim lemos e refletimos na primeira leitura. Deus mesmo vem por meio do Seu Filho, o Bom Pastor do rebanho, que pareciam ovelhas perdidas e abandonadas, sem pastor.

Assim é o amor de Deus que veio cuidar de nossas fragilidades, curar as feridas da alma, e nos fortalecer com o Pão da Vida, Sangue no Cálice da Nova e Eterna Aliança, antídoto para não morrermos, remédio de imortalidade.

Deus continua cuidando de nós, colocando pastores à frente da comunidade; suscitando ministros ordenados, consagrados e consagradas; cristãos leigos e leigas, com o Reino mais que comprometidos, em tantas pastorais, movimentos e organizações.

Amor que renova: amor que nos foi derramado pelo Espírito, que o Pai enviou em nome de Jesus, como Ele mesmo prometera aos Seus discípulos, quando com eles caminhava, e para o apostolado os preparava.

Assim é o amor de Deus, que veio nos renovar, do pecado nos reconciliar, e assim, de coração purificado, vínculos mais estreitos e fortes, laços indestrutíveis de amor fortalecer, para que a luz divina possamos resplandecer.

Deus continua nos renovando na Mesa da Eucaristia que participamos, no Sacramento do Perdão que celebramos e vivenciamos, em cada gesto de amor e acolhida, que em relação ao próximo, generosamente, multiplicamos.

Agradeçamos ao amor do Deus Uno e Trino, Mistério imenso e indizível de amor. Mergulhemos no mar infinito do Seu amor, que contemplamos e encontramos nas chagas abertas do Cristo Redentor, a quem damos toda a honra, glória, poder e louvor.

Contemplemos e bebamos do jorrar abundante de água e sangue, Mistério do Batismo e da Eucaristia prefigurados, de onde nascemos, somos alimentados, e para sempre eternizados, e na comunhão dos céus, um dia esperamos ser acolhidos.

Ressuscitemos o silêncio! (SCJ)

                                                                 


Ressuscitemos o silêncio!
Silêncio diante do Coração de Jesus

Na Liturgia da Palavra da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, contemplamos o imensurável amor de Deus por nós.

Na passagem da primeira leitura (Dt 7,6-11), contemplamos o amor de Deus em aliança de misericórdia, fazendo-nos Seu povo preferido, com o compromisso de corresponder a Ele na prática dos Mandamentos Divinos e decretos prescritos.

O Salmo nos apresenta um refrão de indescritível beleza: “O Amor do Senhor Deus por quem O teme, é de sempre e perdura para sempre”.

Na passagem da segunda leitura (1Jo 4,7-16), o Apóstolo João, em sua Primeira Carta, falou que foi Deus quem nos amou primeiro, e somente amando é que o Senhor permanece em nós e nós n’Ele – “e nós conhecemos o Amor que Deus tem para conosco, e acreditamos n’Ele. Deus é Amor: quem permanece no amor, permanece com Deus, e Deus permanece com Ele”.

Na passagem do Evangelho de Mateus (Mt 11,25-30), Jesus, manso e humilde de coração, nos faz o convite: “Vinde a mim vós que estais cansados e fatigados, porque meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.

Muito mais do que falar da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, uma Solenidade como esta leva-nos a provocar a comunidade ao silêncio (sobretudo se consideramos que a palavra coração aparece 853 vezes no Antigo Testamento e 156 no Novo Testamento.

Silêncio... Ressuscitar o silêncio.

Considerando que vivemos numa sociedade que multiplica assustadoramente os ruídos.

Ruídos em nossas ruas e praças, casas e trabalho, escolas e hospitais. Até mesmo onde o silêncio não poderia jamais ser exilado, nos Templos Sagrados e no templo sagrado do coração humano, em nossos cultos e celebrações...

Façamos silêncio diante do Coração trespassado do Senhor, do qual jorrou Sangue e Água, e que um pouco antes o discípulo amado, João, reclinou a cabeça. 

Coloquemos nosso coração em sintonia com o Coração de Jesus, para que ao d'Ele semelhante seja, e contemplemos o que neste Coração encontramos.

Os pobres que foram cumulados de bens, os pecadores que foram perdoados, os paralíticos que foram libertados, os cegos que voltaram a ver a luminosidade de um novo dia, os aflitos que reencontraram o sentido e resposta para suas angústias e inquietações, os pequeninos (Seus privilegiados), os famintos que foram saciados; os discípulos que foram chamados; Sua inseparável Mãe, nós, eu, você...

Ressuscitemos o silêncio da alma.
Façamos silêncio em nosso coração!
Silêncio no mais profundo de nós.
Façamos silêncio para contemplar
as maravilhas de Deus!

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