sexta-feira, 6 de junho de 2025

Amar é muito mais que dizer, amar é viver!

                                                        


Amar é muito mais que dizer, amar é viver!

Uma reflexão à luz da Palavra Proclamada na Sexta-feira da Sétima Semana da Páscoa (At 25, 13b-21; Jo 21, 15-19): Amor, Fidelidade, Sabedoria e Paz!

Na terceira aparição do Ressuscitado, após a Pesca Milagrosa, em atenção à Palavra de Jesus, Ele mesmo interroga Pedro por três vezes se o ama.

Sabemos bem o diálogo de Jesus com Pedro, bem como sua resposta e a ordem de Jesus para que cuide do rebanho… Três vezes Pedro negara o Senhor, agora três vezes afirma o seu amor…

A Misericórdia de Deus jamais deixa de acreditar em nós, apesar de nossas infidelidades, inconstâncias e condição pecadora. Ama-nos, apesar de sermos pecadores!

O Amor…
O amor é essencial!
Nada é possível quando falta o amor, Princípio e Fundamento da Missão Evangelizadora. Sem amor ao Senhor, amor incondicional, não levaremos adiante tão Divina Missão.

Muito mais do que multiplicação de palavras… Amar é tornar a vida intensa e bela com pequenos gestos, que por amor, tornam-se grandes!

Amor é entrega… É superação de limites, vivência da palavra dada, compromissos firmados – compromissos cumpridos, configuração ao Amado, de modo que já não é a pessoa que vive, mas é Cristo que nela vive…

O amor exigido, por Jesus, do Apóstolo implica numa atitude de absoluta fidelidade.

Fidelidade…
Ao Reino; ao Evangelho, à Doutrina, em corajoso testemunho, com coerência e amadurecimento. A fidelidade pressupõe coragem, renúncias, despojamento, jamais retrocessos…

Sabedoria…
Na primeira leitura dos  Atos dos Apóstolos, vemos Paulo anunciando o Cristo Ressuscitado é preso, impedido de realizar sua Missão. Apela à sua condição romana para o julgamento, o que possibilitaria a continuidade da Evangelização, a abertura a outros povos…

Evangelizar exige confiança total no Senhor, mas não nos dispensa da ação com Sabedoria.

O Cristão precisa, em cada tempo, salvaguardar a dignidade e sacralidade da vida, da concepção ao seu declínio natural. Paulo, indiscutivelmente confia no Senhor, e age com Sabedoria fazendo valer seus direitos…

Pedro e Paulo deram com a palavra e a própria vida as suas respostas… Eis a nossa vez.

Paz...
Amando na Fidelidade e com Sabedoria o Discípulo Missionário de Jesus encontrará e fará acontecer a Paz tão almejada, tão necessária.

Deus sabe trabalhar com nossa fragilidade

                                                               

Deus sabe trabalhar com nossa fragilidade

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de João (Jo 21,15-19), sobre a conversa do Ressuscitado com Pedro, em  que Jesus pergunta por três vezes se ele O ama, antes de confiar ao mesmo o rebanho, assim como retomemos as palavras do Papa Bento XVI, quando eleito (2005).

"Queridos irmãos e irmãs: Depois do grande Papa João Paulo II, os Senhores Cardeais elegeram a mim, um simples humilde trabalhador na vinha do Senhor. Consola-me o fato de que o Senhor sabe trabalhar e atuar com instrumentos insuficientes e, sobretudo, confio nas vossas orações. Na alegria do Senhor ressuscitado, confiados em Sua ajuda permanente,sigamos adiante. O Senhor nos ajudará. Maria, Sua santíssima Mãe, está do nosso lado. Obrigado."

Voltemos ao diálogo de Jesus com Pedro: o Ressuscitado o chama pelo nome, Simão, e não Cefas, como o declarara mais tarde (Jo 1,42). Paralelo possível pode ser feito entre a tríplice negação (Jo 18,15-17.25-27) e a tríplice resposta de amor (Jo 21,15-17). Evidencia-se aqui o que é próprio de toda condição humana, o contraste entre a fraqueza do que foi chamado e a divina missão a qual é chamado. Jesus constitui Pedro como rocha e pastor, não pelos seus méritos, mas pela graça divina. 

Quanto mais fidelidade, mais sólida será nossa fé e mais coerente e profético o anúncio e testemunho, uma vez que Deus não nos trata conforme a nossa lógica, mas com aquela que ultrapassa nossos conceitos, pensamentos. Ele acredita em nós, e por Seu amor está sempre pronto a confiar, acompanhar, capacitar a quem chama...

O perdão que Jesus concede, manifesta-se na misericórdia, na acolhida de quem falhou, criando uma nova possibilidade para o bom cumprimento da responsabilidade que o acompanha.

Numa palavra, perdão que inaugura uma nova realidade, um novo compromisso, um novo olhar, um novo horizonte.

Deus, por Seu Amor e graça, em nós confia, de modo que na acolhida do perdão recebido, aquele que crê, expressa sua alegria numa vida marcada pela gratuidade e compromissos inadiáveis com o Reino.

Quem se sente por Deus amado e perdoado, descobriu e vai redescobrir sempre a verdadeira face de Deus a nós por Jesus revelada. Amados e perdoados, acolhidos e compreendidos, pelo Espírito Santo de Deus assistidos, como afirmou o Papa Bento XVI:

Consola-me o fato de que o Senhor sabe trabalhar e
atuar com instrumentos insuficientes,
confio nas vossas Orações.”   


PS: Reflexão apropriada para a passagem do Evangelho de João (Jo 20,1-19)

Santíssima Trindade: adorar, amar e imitar...

 


Santíssima Trindade: adorar, amar e imitar...
 
“A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.” (2 Cor 13,13)
 
Reflexão sobre o Tratado Sobre a Trindade, do Bispo Santo Hilário (Séc. IV:
 
"O Senhor mandou batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, quer dizer, professando a fé no Criador, no Filho e no que é chamado Dom de Deus.
 
Um só é o Criador de todas as coisas. Pois um só é Deus Pai, de quem tudo procede; um só é o Filho Unigênito, nosso Senhor Jesus Cristo, por quem tudo foi feito; e um só é o Espírito, que foi dado a todos nós.
 
Todas as coisas são ordenadas segundo suas capacidades e méritos: um só é o Poder, do qual tudo procede; um só é o Filho, por quem tudo começa; e um só é o Dom, que é penhor da esperança perfeita. Nada falta a tão grande perfeição.
 
Tudo é perfeitíssimo na Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo: a infinidade no Eterno, o esplendor na Imagem, a atividade no Dom. Escutemos o que diz a palavra do Senhor sobre a ação do Espírito em nós:
 
Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de compreendê-las agora (Jo 16,12). É bom para vós que Eu parta: se Eu me for, vos mandarei o Defensor (cf. Jo 16,7).
 
Em outro lugar: Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade (Jo 14,16-17). Ele vos conduzirá à plena verdade. Pois Ele não falará por Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. Ele me glorificará porque receberá do que é meu (Jo 16,13-14).
 
Estas palavras, entre muitas outras, foram ditas para nos dar a conhecer a vontade d'Aquele que confere o Dom e a natureza e a perfeição do mesmo Dom.
 
Por conseguinte, já que a nossa fraqueza não nos permite compreender nem o Pai nem o Filho, o Dom que é o Espírito Santo estabelece um certo contato entre nós e Deus, para iluminar a nossa fé nas dificuldades relativas à encarnação de Deus. Assim, o Espírito Santo é recebido para nos tornar capazes de compreender.
 
Como o corpo natural do homem permaneceria inativo se lhe faltassem os estímulos necessários para as suas funções – os olhos, se não há luz ou não é dia, nada podem fazer; os ouvidos, caso não haja vozes ou sons, não cumprem seu ofício; o olfato, se não sente nenhum odor, para nada serve; não porque percam a sua capacidade natural por falta de estímulo para agir – assim é a alma humana: se não recebe pela fé o Dom que é o Espírito, tem certamente uma natureza capaz de conhecer a Deus, mas falta-lhe a luz para chegar a esse conhecimento.
 
Este Dom de Cristo está inteiramente à disposição de todos e encontra-Se em toda parte; mas é dado na medida do desejo e dos méritos de cada um. Ele está conosco até o fim do mundo; Ele é o Consolador no tempo da nossa espera; Ele, pela atividade dos Seus Dons, é o penhor da nossa esperança futura; Ele é a  Luz do nosso espírito; Ele é o Esplendor das nossas almas”.
 
Nas três Pessoas da Trindade contemplamos, respectivamente (Pai, Filho e Espírito Santo):
 
“... a infinidade no Eterno, o esplendor na Imagem, a atividade no Dom”;
 
“... o Espírito Santo é recebido para nos tornar capazes de compreender.”;
 
“Ele está conosco até o fim do mundo; Ele é o Consolador no tempo da nossa espera;
 
Ele, pela atividade dos Seus Dons, é o penhor da nossa esperança futura;
 
Ele é a Luz do nosso espírito; Ele é o Esplendor das nossas almas”.
 
Assim falou Santo Agostinho: “Vês a Trindade se vês o Amor”.
E ainda: “Deus é um Mistério tão grande, que uma vez encontrado, ainda falta tudo para encontrá-Lo”.
 
Bem afirmou Santo Irineu (séc. II): O Filho e o Espírito são “as duas mãos do Pai”, que nos acolhem, envolvem, abraçam e nos impelem para a missão.
 
Crer na Santíssima Trindade, mistério de comunhão, amor, partilha e esperança, nos compromete em transformar um mundo dividido, individualista e sem esperança.
 
Contemplemos, adoremos a ação da Trindade Santa e renovemos sagrados compromissos, como Igreja Sinodal: ser  no mundo, sinal e instrumento do Amor Trinitário.
 
Adoremos, amemos e imitemos a Santíssima Trindade: vida, luz e paz teremos, e um dia nesta comunhão plena e eterna viveremos.
 
Concluímos com a palavra do Evangelista São João: “Deus amou tanto o mundo, que deu o Seu Filho unigênito, para que não morra todo o que n’Ele  crer, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
 
Exultemos de alegria com a ação do Espírito em nós, e a Ele rezemos:
 
“Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis e acendei neles o Fogo do Vosso Amor...”
 

E o medo se foi...

                                                  


E o medo se foi...

Pedro, naquela noite, o medo tomou conta de ti, e negaste três vezes que conhecias o Senhor, ainda que com Ele convivesse e partilhasse memoráveis momentos.

Mas o medo não conseguiu criar raízes para sempre em teu coração, como vemos depois ao pregares nas sinagogas e em todos os lugares.

Foi a humana experiência da qual não estamos imunes, e quem somos para te julgar; ao contrário, contigo aprender, para que tenhamos a mesma coragem no discipulado.

Depois de testemunhar a vida e presença do Ressuscitado, como nos falam as páginas dos Evangelhos, e depois, na tríplice afirmação de amor ao Senhor, novas páginas...

Memoráveis páginas que Lucas nos descreve nos Atos dos Apóstolos: abertura ao Espírito, pregação da Palavra, coração pelo Senhor apaixonado e seduzido.

Pedro, incansável foste: curas, libertação, pregação, conversões alcançadas. fidelidade plena à missão pelo Senhor a ti confiada, pelo sangue derramado, vida sacrificada, no martírio testemunhada.

Pedro, e o medo se foi... Assim foi contigo. Que assim  seja conosco, peregrinos da esperança de um novo céu e nova terra, mesma fidelidade, testemunho viver.

Que nosso medo se vá, e que a coragem que tiveste seja para nós um farol a iluminar nossas travessias, por vezes, tomadas pela escuridão de nossas fragilidades e debilidades.

Possamos nós, também, dizer ao Senhor ontem, hoje e sempre: “Senhor, Tu sabes tudo, Tu sabes que eu Te amo”, e dos lábios do Senhor ouçamos: “Apascenta as minhas ovelhas” (cf. Jo 21,15-19). Amém.

Em poucas palavras...

 


A ação da Trindade Santa 

“Todas as coisas são ordenadas segundo suas capacidades e méritos: um só é o Poder, do qual tudo procede; um só é o Filho, por quem tudo começa; e um só é o Dom, que é penhor da esperança perfeita. Nada falta a tão grande perfeição. 

Tudo é perfeitíssimo na Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo: a infinidade no Eterno, o esplendor na Imagem, a atividade no Dom. Escutemos o que diz a palavra do Senhor sobre a ação do Espírito em nós...”. (1)

 

 

(1)Bispo Santo Hilário (Séc. IV)

 

 

Adesão incondicional ao Senhor

Adesão incondicional ao Senhor

A fidelidade ao Senhor, como discípulos missionários Seus,  precisa ser acompanhada de três verbos inseparáveis:

- Acreditar na pessoa de Jesus e no Seu Projeto;
- Aceitar a concretização do mesmo;
- Aderir a Ele com todo empenho, com toda alma...

Deste modo vivemos a autenticidade da fé cristã, pois ser cristão é escolher a Cristo, optar pela Sua Pessoa e Projeto e segui-Lo, não se tratando de abraçar um conjunto de ideias, ou crer numa ideologia que passa...

Na decisão fundamental por Jesus Cristo estão contidas e plenificadas todas as exigências de conhecimento e de ação da fé.

É necessário que:
- Sejamos educados no pensamento de Cristo,
- Vejamos a história como Ele,
- Julguemos a vida como Ele,
- Escolhamos amar como Ele,
- Esperemos como Ele ensina,
- Vivamos n'Ele a comunhão, com o Pai e o Espírito Santo.

Somente uma adesão incondicional, radical, total e para sempre nos assegurará a realização de nossa vida, sonhos e projetos.

Somente a opção por Cristo é caminho para Salvação, de modo que tão somente na adesão a Ele, é que encontramos o sentido para a nossa vida.

Que cada dia seja um tempo de graça para renovarmos nosso amor e fidelidade ao Senhor, fortalecendo e alcançando a desejada santidade como sinônimo de felicidade, não nos curvando diante dos desafios da realidade cotidiana.

Não percamos a graça de testemunhar esta adesão que nos desafia a manter viva a chama da caridade e da luz divina!

Por Jesus, em cada irmão e irmã,
em pequenos gestos de amor se consumir.

Amém. Aleluia!

“A messe é grande, poucos são os operários”

“A messe é grande, poucos são os operários”

“Pois é claro que são vocês uma carta de Cristo, redigida por nós, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo,
não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne,
nos corações” (2 Cor 3,3).

Inspirado nas Palavras do Apóstolo Paulo, anos passado, glorifiquei a Deus pelo Jornal Voz Viva que chegava à sua centésima Edição.

A plena abertura ao sopro do Espírito do Deus possibilita que em nosso Jornal sejam impressos artigos, reflexões, reportagens, enfim, temas diversificados que nos ajudam a solidificar nossa fé, reavivando nossa esperança, inflamando a chama da caridade como discípulos missionários do Filho Amado do Pai.

Nas reuniões preparatórias, no fechamento da edição, na diagramação e envio à gráfica, até que chegue às nossas mãos, sentimos como que um “parto”, fecundado pelo Espírito Santo, recordando à Igreja as Palavras de Cristo (Jo 14,26).

Como tantos acontecimentos que testemunhamos na Igreja, o Jornal Voz Viva nos remete ao milagre da multiplicação dos cinco pães e dois peixes: Não são muitos em sua produção, – como bem lembrou o Senhor – “A messe é grande, poucos são os operários”.

De modo especial, glorifico a Deus pela Pastoral da Comunicação de nossa Paróquia, e a todos que de tantas formas contribuem para o êxito de nosso Jornal.

Que o Jornal Voz Viva continue cumprindo o objetivo a que se propõe: evangelizar, anunciar a Boa Nova do Evangelho a toda criatura, em todos os âmbitos, na Igreja e em todo lugar.



PS: Depoimento para o jornal “Voz Viva” – Paróquia Santo Antônio de Gopoúva - Diocese de Guarulhos - SP - Edição nº100. 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG