sábado, 31 de maio de 2025

Alegremo-nos! O Espírito Santo conduz a Igreja

                                               

Alegremo-nos! O Espírito Santo conduz a Igreja

"Não vos deixarei órfãos.
Eu virei a vós." (Jo 14,18)

O mês de maio tem beleza própria. É conhecido como o mês das noivas, dos casamentos, das mães, mas para nós, católicos, é por excelência dedicado à Maria: por sua vida junto ao Redentor da humanidade e pelo papel que desempenha no Plano da Salvação de Deus.

Maria, a escolha perfeita do Pai para ser a mãe do Seu Filho, em muito nos inspira para que renovemos nossos compromissos como discípulos missionários de Jesus.

A exemplo de Maria, cuja vida foi totalmente conduzida pela ação do Espírito, como Igreja, estamos vivendo o grande Tempo da Páscoa, que vai dando um matiz de alegria todo especial para os dias que antecedem a grande Festa de Pentecostes. Contemplamos e nos alegramos com a ação do Espírito Santo que conduz a Igreja.

Mais do que nunca, é tempo de intensificarmos a ação evangelizadora na alegre  acolhida e manifestação do Espírito Santo que ilumina, santifica, governa, orienta e edifica a Igreja em sua missão a serviço do Reino.

Que aprendamos com Maria as virtudes necessárias para colocar em prática o que ela dissera nas bodas de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser”, quando intervindo, antecipou o primeiro sinal, na transformação da água em vinho. Pois, somente fazendo o que Jesus diz, estaremos contemplando e acolhendo a ação do Espírito em nossa vida, em absoluta fidelidade ao Pai, como ela, Maria, a perfeita escolhida, o fez.

Que ao celebrarmos Pentecostes, brevemente, reaprendamos a linguagem do Espírito para construirmos uma comunidade mais fraterna, missionária, em constante processo de formação, espaço da acolhida e da iniciação da fé, mas também espaço privilegiado do suscitar de novas e santas vocações cristãs (sacerdotes, religiosos, cristãos leigos comprometidos com a Boa Nova do Evangelho).

A exemplo de Maria e com ela, acolhamos a ação e presença do Santo Espírito de Deus que vem como chama e fogo devorador; como vento ou suave brisa; que vem como dom maior do amor. Vem Espírito Santo, vem!

Ressoe em nossos corações, as palavras do Bispo São Cirilo (séc. V): 

“A Sua chegada é precedida por esplêndidos raios de luz e ciência. Ele vem com o amor entranhado de um irmão mais velho: Vem para salvar, curar, ensinar, aconselhar, fortalecer, consolar, iluminar a alma de quem O recebe, e, depois por meio desse, a alma dos outros.”

Alegremo-nos, de fato, pois não estamos órfãos.
 O Espírito por Jesus prometido nos foi enviado. 
Aleluia!

“A Rainha de toda a criação”

                                                                     


“A Rainha de toda a criação”

Maria, nossa amantíssima Mãe, nós te louvamos por teres cuidado de Jesus, e agora cuidas com carinho e preocupação materna deste mundo ferido, em que se multiplicam tantos sinais de morte.

Maria, nossa amantíssima Mãe, assim como choraste com o coração trespassado a morte de Jesus, Teu Filho, assim também agora Te compadeces dos sofrimentos dos pobres crucificados, das criaturas deste mundo exterminadas pelo poder humano.

Maria, nossa amantíssima Mãe, tu que agora vives com Jesus, completamente transfigurada, todas as criaturas cantam a Tua beleza.

Maria, nossa amantíssima Mãe, tu és a Mulher «vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e com uma coroa de doze estrelas na cabeça» (Ap12, 1).

Maria, nossa amantíssima Mãe, tu és elevada ao céu, és Mãe e Rainha de toda a criação, no teu corpo glorificado, juntamente com Cristo ressuscitado, parte da criação alcançou toda a plenitude da sua beleza.

Maria, nossa amantíssima Mãe, não só conservas no teu coração toda a vida de Jesus, que “guardavas” cuidadosamente (cf.Lc2, 51), mas agora compreendes também o sentido de todas as coisas.

Maria, nossa amantíssima Mãe, nos te pedimos para que nos ajude a  contemplar este mundo com um olhar mais sapiente, e da Terra, nossa casa comum, com mais amor, cuidar e preservar, para que todos possam nela viver com humildade e dignidade.


Fonte: “Encíclica Laudato Si” – Papa Francisco – 2015 – n.241

Peregrinos da esperança iluminados pelas atitudes de Maria

                                                   

Peregrinos da esperança iluminados pelas atitudes de Maria

 
Na visitação do Arcanjo Gabriel, Maria dá o seu “sim” para a encarnação do Verbo:  Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a Tua Palavra!” (Lc 1,38).
 
Não foi uma resposta fácil, pois como vemos nos versículos anteriores, no diálogo com o Arcanjo, teve que superar natural perturbação ou medo da missão que Deus a ela tinha reservado: em seu ventre duas naturezas se encontrariam, a divina e a humana.
 
De fato, em suas entranhas um encontro se daria: da imensidão de Deus com a fragilidade; da pequenez de uma humana criatura, Jesus, verdadeiramente homem e Deus.
 
O primeiro mistério gozoso nos convida a contemplar as atitudes de Maria diante de Deus e Seus Mistérios:
 
- Maria é modelo de Fé e confiança, e acreditou que para Deus nada é impossível;
- Entregou-se nas mãos de Deus com total disponibilidade, com seu “Fiat”, abrindo o caminho para  a Encarnação do Verbo e a nossa Salvação;
- Abertura e obediência total à vontade divina, ainda que ultrapasse sua compreensão.
 
Vemos que "A obediência de fé" vivida por Maria, ao receber a mensagem do anjo, e sua resposta, revela total confiança e submissão à vontade de Deus; e esta atitude de Maria refletirá a obediência de Jesus, que também se submete à vontade do Pai em sua missão redentora.
 
Concluindo, peregrinos da esperança que somos, seja a nossa devoção a Nossa Senhora fecunda, acompanhada pelas mesmas atitudes, para não incorrermos em estéril devoção.
 

“Salve Rainha, Mãe de Misericórdia...”

Ó Mãe e Senhora nossa

                                                                     

Ó Mãe e Senhora nossa

Ó Mãe e Senhora nossa, contemplo tua coragem ao permanecer de pé diante da Cruz do teu Filho, lembrando-se de tudo o que foi dito acerca d’Ele, na Anunciação e em outros acontecimentos.

Ó Mãe e Senhora nossa, contemplo teus passos apressados ao encontro de tua prima, na mais bela visitação, ressoando em mim, as palavras pronunciadas por Isabel: “Feliz daquela que acreditou”.

Ó Mãe e Senhora nossa, contemplo-te mergulhada em teu silêncio orante, com confiança inigualável em Deus, trazendo em si mesma a novidade radical da fé: o início da Nova Aliança por meio do teu Filho.

Ó Mãe e Senhora nossa, medito na graça de ter sido a primeira entre as criaturas humanas admitidas à descoberta de Cristo, ao lado de José, com quem vivia na mesma casa em Nazaré.

Ó Mãe e Senhora nossa, medito no que ouviste ao reencontrar teu Filho no Templo, em resposta à tua indagação de Mãe: – “Por que procedeste assim conosco?”, e obteve como resposta do teu Filho, o Menino Jesus: –“Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?”.

Ó Mãe e Senhora nossa, reflito sobre as palavras do Evangelista, que ouviste ao lado de José, ditas pelo teu Filho, e embora não as compreendendo, guardaste estas palavras no silêncio profundo do coração (Lc 2, 48-50).

Ó Mãe e Senhora nossa, medito sobre tua abertura ao Mistério da filiação divina d’Aquele que foi gerado em teu ventre, e assim, progredindo na intimidade com este Mistério, somente mediante a fé, em atitude contemplativa e confiante em Deus.

Ó Mãe e Senhora nossa, contemplo tua amável e maternal presença constantemente ao lado do teu Filho, sob o mesmo teto, e conservando fielmente a união com Ele, em genuína atitude de fé.

Ó Mãe e Senhora nossa, contemplo tua vida durante muitos anos, permanecendo na intimidade com o mistério do teu Filho, e avançando no seu itinerário de fé, na medida em que Jesus «crescia em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens» (Lc 2, 52).

Ó Mãe e Senhora nossa, contemplo tua coragem no aperto do coração, unida a uma espécie de “noite da fé”, à noite da agonia, da paixão do teu Filho, na hora derradeira do Mistério da Redenção da humanidade.

Ó Mãe e Senhora nossa, contemplo teu carinho e cuidado com teu Filho, desde o ventre até o último momento, manifestando, assim, cada vez mais, aos olhos da humanidade, a predileção que o Pai tinha por Ele, Mistério que ultrapassa nossa humana compreensão.

Ó Mãe e Senhora nossa, louvo pela graça de tê-la como Mãe de Deus e da Igreja, portanto, também nossa Mãe, no céu, Rainha coroada, e com teus filhos, presente, por mais árdua que seja nossa jornada, contamos sempre com teu carinho e ternura maternal. Amém.


Fonte inspiradora: Mater et Magistra n.17 – Papa São João Paulo II

Uma Súplica a Maria: Ó Santíssima Mãe de Deus, vinde nos ensinar...

                                                           

Uma Súplica a Maria:
Ó Santíssima Mãe de Deus, vinde nos ensinar...

Ó Maria, que possuístes lugar especial no coração de cada cristão; que protegeis e acompanhais com carinho cada sacerdote e cada batizado, porque sois companheira na vida e na morte. 

A vós que com devoção procuramos e invocamos; porque quem por vós procura, vosso Filho encontra. Ele que é O Caminho que conduz à luz, à vida e à paz. Ele que, como em Pentecostes, o Santo Espírito nos traz.               

Vosso Filho é fonte de vida e de amor. Acolhê-Lo é plenificar-se do essencial; é tornar-se obreiro da esperança, da Boa-Nova do Reino; é propor ao mundo a seiva do amor, em vez de nos contaminarmos com seus venenos.

Pela família humana, fazemos nossa prece, e sabemos que
havereis de nos escutar, pois junto do vosso Filho sempre estás.

Advogada, Mãe e Mestra sabemos
que convosco sempre podemos contar. 

Sem perdão não haverá nunca a tão sonhada paz.
O amor é a forma mais alta e sublime para
a humanidade reaprender a se relacionar,
pois foi o que vistes e ouvistes vosso Filho a ensinar.

Ó Santíssima Mãe de Deus, vinde nos ensinar!

Vós que, profeticamente, colocastes vosso Filho na manjedoura, ensinai-nos a colocá-Lo divinamente sobre cada altar, na espécie do pão e do vinho que se consagram, para que também o contemplemos em cada criatura.
                   
Mergulhados na cultura da morte, do ódio e violência vem nos ensinar o compromisso com a cultura da vida.

Porque a humanidade só terá futuro,
beleza e sentido quando as guerras forem
varridas e a civilização do amor for promovida. 

A casa da paz que se há de edificar,
quatro pilares que jamais poderão faltar:
Verdade, Justiça, Amor e Liberdade.
Casa da paz família, casa da paz humanidade.
                                         
A cuidar de nossa casa comum:
A terra com responsabilidade ecológica e criatividade.
Sábia e sadia utilização de finitos recursos
garantindo nosso futuro e de toda a humanidade.

Guerras insanas, covardemente promovidas,
devoram recursos e inocentes vidas.
É preciso armar-se com a força dos desarmados.
Força do amor que faz de nossas mãos armas caírem
em busca de novos horizontes não alcançados.

Ó Santíssima Mãe de Deus, vinde nos ensinar!

Como Mãe do Filho de Deus Encarnado, ensinai-nos que a paz por vós acolhida e vivida, vem de Deus porque é graça, dom divino e volta para Deus como resposta do compromisso humano.

Que devoção agradável é vossas virtudes na vida imitar
e com sabedoria as encarnar.

Projetos de vida no campo social, político e econômico.
Santificação da família, Igreja, Sociedade.

Com as bênçãos de Deus, não serão quimeras, mas doce verdade!

Por ser a Mãe de Jesus, Homem e Deus,
na força de Deus acreditastes,
consentistes, confiastes e infinitas graças recebestes,
porque como Mãe e Mestra a Deus jamais desapontastes.

Ó Santíssima Mãe de Deus, vinde nos ensinar...
Que como em Pentecostes o sopro do Espírito Santo,
acolhido em cada Eucaristia que celebramos,
seja plenificado da força do alto, 
enviando-nos em missão,
seremos mais que vencedores, 
porque convosco sempre contaremos. 
Amém. Aleluia!

A Cantora Divina entrou nos céus!

                                                                         


A Cantora Divina entrou nos céus!

Maria, aquela que cantou na terra, hoje canta nos céus!

No Magnificat, por ela cantado, contemplamos as virtudes teologais: fé, esperança e caridade. 

Com o Magnificat e sua vida Maria nos revela tríplice segredo:

O segredo da fé – “eis a serva do Senhor”;

O segredo da esperança – “nada é impossível para Deus” e, finalmente,

O segredo de sua caridade missionária – “Maria pôs-se a caminho apressadamente”. Renovado ardor, incansável... Maria, sempre Maria!

No Magnificat ainda, Maria é a cantora da esperança, cantora dos pobres que clamam por um mundo novo, por novas relações religiosas, sociais, políticas, culturais, econômicas...

Maria canta a esperança, canta a confiança, canta o compromisso irrenunciável, canta o sonho que pode se tornar realidade, canta a misericórdia divina, canta o canto dos cantos, o canto da Alegria, o canto do Magnificat!

Que o Magnificat, cantado por Maria, este canto de alegria, confiança e esperança dos pobres, seja o nosso canto.

Para cantá-lo, imitemos em nossa vida as virtudes de Maria: humildade, disponibilidade, serviço, alegria, confiança, esperança, solidariedade, misericórdia...

Com Maria, sempre podemos contar

                                                       

Com Maria, sempre podemos contar

Sejamos enriquecidos por uma das Homilias escritas pelo Venerável Presbítero São Beda (séc. VIII), sobre a visita de Maria a sua prima Isabel (Lc 1,39-56), na qual Isabel contempla Maria, aquela que engrandece o Senhor que nela agiu por meio do Espírito Santo.

Os dons que foram por Deus concedidos a Maria, e os benefícios universais com os quais Deus favorece a humanidade:

Minha alma engrandece o Senhor e exulta meu espírito em Deus, meu Salvador (Lc 1,46). Com estas palavras, Maria reconhece, em primeiro lugar, os dons que lhe foram especialmente concedidos; em seguida, enumera os benefícios universais com que Deus favorece continuamente o gênero humano”.

Como engrandecer o Senhor, ou seja, como glorificá-Lo:

“Engrandece o Senhor a alma daquele que consagra todos os sentimentos da sua vida interior ao louvor e ao serviço de Deus; e, pela observância dos mandamentos, revela pensar sempre no poder da majestade divina”.

Maria, modelo de  perfeito amor espiritual a Deus:

“Exulta em Deus, seu Salvador, o espírito daquele que se alegra apenas na lembrança de seu Criador, de quem espera a salvação eterna. Embora estas palavras se apliquem a todas as almas santas, adquirem contudo a mais plena ressonância ao serem proferidas pela santa Mãe de Deus. Ela, por singular privilégio, amava com perfeito amor espiritual Aquele cuja concepção corporal em seu seio era a causa de sua alegria”.

Maria exulta em Jesus, O Autor da Salvação nascido em sua carne:

“Com toda razão pôde ela exultar em Jesus, seu Salvador, com júbilo singular, mais do que todos os outros santos, porque sabia que o autor da salvação eterna havia de nascer de sua carne por um nascimento temporal; e sendo uma só e mesma pessoa, havia de ser ao mesmo tempo seu Filho e seu Senhor”.

A confiança de Maria em Deus que age em nós nos transformando:

“O Poderoso fez em mim maravilhas, e santo é o seu nome! (Lc 1,49). Maria nada atribui a seus méritos, mas reconhece toda a sua grandeza como dom d’Aquele que, sendo por essência poderoso e grande, costuma transformar os seus fiéis, pequenos e fracos, em fortes e grandes”.

Com Maria aprendemos a participar da santidade divina e da verdadeira Salvação:

"Logo acrescentou: E santo é o seu nome! Exorta assim os que a ouviam, ou melhor, ensinava a todos os que viessem a conhecer suas palavras, que pela fé em Deus e pela invocação do seu nome também eles poderiam participar da santidade divina e da verdadeira salvação. É o que diz o Profeta: Então, todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo (Jl 3,5). É precisamente este o nome a que Maria se refere ao dizer: Exulta meu espírito em Deus, meu Salvador."

Porque cantamos o Magnificat nas Vésperas todos os dias:

"Por isso, se introduziu na Liturgia da santa Igreja o costume belo e salutar, de cantarem todos, diariamente, este hino na salmodia vespertina. Assim, que o espírito dos fiéis, recordando frequentemente o Mistério da Encarnação do Senhor, se entregue com generosidade ao serviço divino e, lembrando-se constantemente dos exemplos da Mãe de Deus, se confirme na verdadeira santidade. E pareceu muito oportuno que isto se fizesse na hora das Vésperas, para que nossa mente fatigada e distraída ao longo do dia por pensamentos diversos, encontre o recolhimento e a paz de espírito ao aproximar-se o tempo do repouso”.

Vivemos agora o tempo do combate, do testemunho, da vivência de nossa fé, e podemos aprender e contar com Maria sempre presente conosco.

Se por vezes nos sentirmos fatigados e distraídos ao longo do dia por problemas e desafios a serem superados, encontremos no "Magnificat" a força necessária para mantermos viva a nossa fidelidade ao Senhor e ao Seu Projeto de vida plena para todos nós.

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG