sábado, 10 de maio de 2025

Com Maria, aprendemos a peregrinar na esperança

 


Com Maria, aprendemos a peregrinar na esperança

Com a passagem do Evangelho de São Lucas (cf. Lc 1,39-56), contemplamos a visita de Maria que vai ao encontro de Isabel, saúda-a e fica com ela como mensageira da Paz, uma peregrina da esperança, e com ela há muito a  aprender.

Maria foi primeira portadora da Glória de Deus, da Boa Notícia de Sua Presença, levando em seu ventre Jesus, e a sua fé lhe torna uma alegre mensageira do Verbo, da Palavra que se fez Carne e habitou entre nós (cf. Jo 1,14).

No encontro inusitado, contemplamos a palavra, a voz de Maria, que transforma as pessoas e suscita a alegria dos últimos tempos.

Deste modo, por acolher a Palavra e crer nela, Maria proclama o Magnificat, que é o canto de alegria, confiança e esperança dos pobres em espírito, que se abrem aos projetos, à vontade e aos desígnios divinos.

O Magnificat fala de um acontecimento passado com futuro, e Maria não apenas o canta, mas vive cada palavra de suas linhas e entrelinhas.

Maria profetiza a subversão messiânica de todos os valores: uma inversão em todos os planos.

Proclama que Deus cumpriu a tríplice derrubada de situações humanas falsas, restaurando a humanidade na salvação:  no campo religioso, a derrubada da autossuficiência humana, da soberba; no campo político, a derrubada dos poderosos e a exaltação dos humildes; no campo social, a despedida dos ricos e a promoção da verdadeira partilha, solidariedade e fraternidade.

Vivendo o Ano Jubilar, como peregrinos da esperança, contemplemos e louvemos Maria, e com ela edifiquemos uma Igreja decididamente missionária, a serviço do Reino, como alegres e convictos mensageiros da Paz, Jesus, Seu Amantíssimo Filho e Redentor de toda a humanidade.

 

Em poucas palavras...

                                                              


Trigo de Deus

“Sou trigo de Deus,

serei triturado pelos dentes das feras

para tornar-me o puro pão de Cristo.

Rogai a Cristo por mim,

para que por este meio

me torne sacrifício para Deus”. (1)

(1)Santo Inácio de Antioquia (séc .I)

 


Amor de mãe

                                                                


Amor de mãe
 
Assim são mães, invariavelmente:
Sempre solícitas em nossas dores,
Percepção ímpar de nossos sentimentos,
E atentas em ouvir e responder aos nossos lamentos.
 
Mãe tem sempre algo pronto
para enxugar nossas lágrimas,
aquecer nossa alma em aflição,
ainda que sem lenço, com o calor da mão.
 
Ó amor de mãe, que tanto bem faz,
Que tanta segurança nos alcança.
Que tanto bem faz para nossa alma,
Nos acolhe, escuta, ampara, acalma...


Ave Maria, cheia de graça...
 


Olhar de mãe

 


Olhar de mãe

 

Por um instante, se mergulhássemos em teu olhar

Veríamos quão frágil você é, ainda que não pareça.

Entenderíamos possibilidades de contradições,

Liberdade de expressão de múltiplas emoções.

 

Um instante a mais, se nos fosse permitido,

Contemplaríamos as inevitáveis rugas do tempo,

com maturidade necessária assumidas,

Contingências da humana condição.

 

Elas nos diriam que têm uma história

De lágrimas vertidas,

Ora de alegria, ora de tristeza,

De vitória, mas também possíveis derrotas.

 

Ah, apenas mais um instante permitido,

Qual presente tua alma alegraria, diria:

“Nada de presentes, eis minha alegria:

Apenas não desista de seus projetos e sonhos...”

 

Dia das mães a ser piedosamente celebrado,

Mais que comemorado, no altar, eucaristizado.

Olhar de mãe contemplado, que mistério profundo!

Brilho e luz que torna mais belo o mundo.

 

Olhares de mãe e filhos sejam trocados,

Como o foi naquela tarde da Paixão e Morte.

Uma mãe, na dor, pelo Filho nos foi dada.

No discípulo amado, a Maria fomos confiados. Amém.

 

“Ave Maria, cheia de graça...”

Com você, Mãe, aprendi...

                                                               

Com você, Mãe, aprendi...

Com você, Mãe, aprendi, mesmo antes de nascer,
Que é preciso ter coragem de deixar a zona de conforto
E vir ao mundo, e isto se deu quando me deu à luz.

Com você, Mãe, senti o carinho e a expectativa do nascimento,
Vivenciada noite pós-noite, ora com dor, ora nem tanto,
Mas com alegria que somente sente quem a vida ama.

Depois, me ensinou outras tantas coisas fundamentais:
Os primeiros gestos, as primeiras palavras, os primeiros passos dados...
As inesquecíveis Orações.

Com você, Mãe, aprendi as operações matemáticas,
Não as que aprendemos na escola, também necessárias,
Mas as operações fundamentais para na vida realizar:

Somar, diminuir, multiplicar e dividir,
Cada operação com sua beleza e densidade próprias,
Que me formaram e me fazem ser quem sou.

Com você, Mãe, aprendi a somar com os que somam;
Somar esperanças para ver alargados horizontes
Dos que esperam sempre um novo amanhecer.

Com você, Mãe, aprendi a somar os esforços com os outros
Para vencer obstáculos, que sozinhos me fariam vencido,
Mas com ajuda mútua, somando, podemos muito mais.

Com você, Mãe, aprendi a somar com os que não se entregam,
E dons somados nos completam, porque imperfeitos o somos;
Necessitados uns dos outros nas diferenças que nos são próprias.

Com você, Mãe, aprendi a subtrair, a deitar fora do coração
O que não edifica a fraternidade, porque macula a nossa vida;
A subtrair do coração a mágoa, o ódio, o medo, a preguiça...

Com você, Mãe, aprendi a subtrair o que não humaniza:
Menos inveja, menos palavras agressivas, menos correntes
Que possam aprisionar a alma, e então sermos mais livres para amar.

Com você, Mãe, aprendi a multiplicar os “pães e peixes”,
Como o Senhor assim o fez no milagre da multiplicação,
Em que todos comeram e ficaram satisfeitos e ainda houve sobras.

Com você, Mãe, aprendi a multiplicar os talentos,
Que, por Deus, em Sua puríssima bondade, nos são confiados,
E Ele tão apenas quer, em resposta de amor, que sejam multiplicados.

Com você, Mãe, aprendi a dividir o que de melhor tenho,
Seja um pedaço de pão, um sorriso, um abraço...
Pois, quanto mais se partilha mais temos: milagre do amor.

Com você, Mãe, aprendi a dividir sem cobiças indesejáveis,
Que fragilizam e empobrecem, irremediavelmente;
Aprendi que não somos felizes pelo que temos, mas pelo que somos.

Por tudo isto, Mãe, por tudo que aprendi com você,
Neste dia tão especial, faço a todas as mães uma singela homenagem,
Quer estejam conosco, quer estejam no céu.

Estejam onde estiverem, as mães são sempre as nossas mestras,
Delas, somos eternos aprendizes das operações
Que, se bem feitas, felizes nos farão, felizes conosco serão.

Os ensinamentos de uma mãe ficam entranhados na alma,
Como um selo no coração para sempre impresso,
Que força alguma pode remover, porque escrito com amor.

E a Maria, Mãe e mestra do Divino Mestre do Amor,
Humildes e confiantes súplicas, agora elevo:
Proteja as Mães que aqui conosco a vida partilham.

Acolha na glória aquelas que já partiram,
Que tenham a graça de te ver no céu coroada
Ao lado do Teu Filho, com Pai e o Santo Espírito. Amém. 

Mãe, eterna presença

 


 Mãe, eterna presença

 
Mãe, já faz algum tempo que você se foi,
Não importam quantos anos.
A dor da saudade me consome,
Em cortante dor da ausência.
 
Ainda que não esteja presente, sempre está,
Com tuas palavras, ensinamentos
A dedicação de um grão de trigo,
No chão, caído, a morrer, frutos produzir...
 
Ainda que não veja teus passos,
Recordo teus apressados passos,
Nos cuidados do cotidiano,
Comigo e com todos a ti confiados.
 
Ainda que não escute tua voz,
Continuas me falando o essencial,
Para a árida travessia do deserto,
Me apontando os oásis divinos.
 
Ainda que não sinta o exalar de teu perfume,
Continuas perfumando com suavidade
o meu corpo cansado na missão a cumprir,
sem lamentos, impensável retrocesso.
 
Ainda que não veja mais o sorriso em teus lábios,
Nas horas amargas, das forças consumidoras,
Eles são para mim, como um precioso bálsamo, na busca de horizontes infinitos.
 
Ainda que não mais teus toques e acenos,
Sinto tua presença encorajadora.
Sigo minha nau em ventos agitados,
Mantenho-me firme, calmo, sereno...
 
Mãe, até que um dia nos reencontremos,
por ti, minha súplica, uma oração.
No Altar do Senhor, de ti me lembro,
Na comunhão dos santos, conforto, santo alento! Amém.

Em poucas palavras...

 


Mãe boa pastora, rogai por nós

Maria, na fidelidade a Deus, acolhendo ao bom Pastor, é aquela que O carregou no colo, também Mãe de todas as ovelhas pelas quais seu Filho entregou a própria vida.

Como não se sentir protegido, amado e seguro no colo de Maria?

Oremos:

Ó Mãe boa pastora, rogai por nós. Amém.

 

Quem sou eu

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG