sexta-feira, 18 de abril de 2025

Em poucas palavras...

 


Quarto Cântico do Servo Sofredor

“Ei-lo, o meu Servo será bem sucedido; sua ascensão será ao mais alto grau. Assim como muitos ficaram pasmados ao vê-lo – tão desfigurado ele estava que não parecia ser um homem ou ter aspecto humano – do mesmo modo ele espalhará sua fama entre os povos. Diante dele os reis se manterão em silêncio, vendo algo que nunca lhes foi narrado e conhecendo coisas que jamais ouviram.” (Is 52,13-15)

 

(1)             Passagem do quarto Cântico do Servo Sofredor – Laudes da Liturgia das Horas – Sexta-Feira Santa (Is 52,13-53,12)




Feridas de amor...

                                                    


Feridas de amor...
 
Um versículo do Evangelho:
Olharão para aquele que trespassaram” (Jo 19,37).
 
A intuição de São Boa Ventura:
“Através da ferida visível vemos a ferida do amor invisível”.
 
Uma breve reflexão sobre o versículo:
“Olhar o coração trespassado liberta, ao mesmo tempo, o olhar para o amor encarnado de Deus, que se manifesta no próprio Jesus” (1)
 
Um diálogo, contemplando o amor de Deus por nós por meio do Seu Filho:
 
Senhor, quem mais poderia nos ter amado assim?
 
Ainda que nada mereçamos, nos amais imensuravelmente, porque sois a Divina Fonte de Misericórdia, que nos ama não pelos méritos que possuímos, ao contrário, porque pecadores e miseráveis o somos.
 
Contemplo a ferida aberta, da qual jorrou a Água, que nos fez renascer pelo Batismo; e o Sangue Redentor,  que é ao mesmo tempo, a Verdadeira Bebida, oferecida em cada Banquete da Eucaristia.
 
Além da ferida visível, como que num mergulho, sinto-me envolvido e submerso no mar de Vossa caridade para com os pobres; misericórdia para com os pecadores que somos; e amor, porque quisestes ser de nós o Amigo de todas as horas, incondicionalmente.
 
Oremos:
 
Senhor, que não apenas contemplemos esta ferida visível que nos remete à ferida invisível e crível do Vosso amor por nós, mas que vivamos o mesmo amor, para com todos aqueles pelos quais Vos tornastes grão caído por terra, para morrer e gerar eterna e plena vida.
 
Senhor, que também nosso coração, frágil, pequeno, por vezes duro, frio e egoísta, também seja ferido, cotidianamente, pela Vossa Palavra, que esta penetre as entranhas de nossa alma, e nos capacite para sermos, misericordiosos como o Pai (cf. Lc 6,36), com a força do Vosso Espírito. Amém.
 
 
(1) Cardeal Walter Kasper – Edições Loyola – p.144
 

Senhor, tende piedade de nós, nós Vos imploramos

                                             



Senhor, tende piedade de nós, nós Vos imploramos


Senhor Jesus Cristo, Salvador da humanidade,
A Vós que nos remistes por Vossa Morte e Ressureição,
Trilhando o itinerário quaresmal,
Tempo favorável de conversão e salvação, imploramos:


Vós, que subistes a Jerusalém para sofrer a Paixão, e assim entrar na glória,
fortalecei e conduzi Vossa Igreja à Páscoa da eternidade,
fortalecei nossos vínculos fraternos de comunhão,
E como Igreja sinodal, sempre sigamos Vossos passos.


Vós, que elevado na cruz, deixastes a lança do soldado Vos traspassar,
curai as nossas feridas, que fragilizam nossa comunhão.
E revigorados na participação com diferentes ministérios e serviços,
Vivamos com alegria, zelo, amor e ardor a missão que nos confiastes.
 
Vós, que transformastes o madeiro da Cruz em árvore da vida,
concedei os frutos dessa árvore aos que renasceram pelo batismo,
A fim de edificarmos uma Igreja essencialmente evangelizadora
Firmados nos pilares da Palavra, Eucaristia, Caridade e Missão.


Vós, que pregado na Cruz, perdoastes o ladrão arrependido,
perdoai-nos também a nós, pecadores,
Para que vivamos relações marcadas pela misericórdia,
Em gestos de acolhida, reconciliação, ternura e perdão. Amém.
 
 

PS: Inspirado nas preces das Laudes da terça-feira da Semana Santa

Contemplemos a Paixão e Morte do Senhor

                                                    


Contemplemos a Paixão e Morte do Senhor 

Contemplemos e reflitamos, em silêncio orante, através destas palavras tão iluminadoras:

- Bispo São João Crisóstomo (Séc. IV):

“De Seu lado saiu Sangue e Água (Jo 19,34) ... Falta-me ainda explicar-te outro significado místico e profundo. Disse que esta Água e este Sangue são símbolos do Batismo e da Eucaristia.

Foi destes Sacramentos que nasceu a santa Igreja, pelo banho da regeneração e pela renovação no Espírito Santo, isto é, pelo Batismo e pela Eucaristia que brotaram do lado de Cristo. Pois Cristo formou a Igreja de Seu lado trespassado, assim como do lado de Adão foi formada Eva, sua esposa”. 

- Papa São Leão Magno (séc. V): 

“Através d’Ele (Jesus Cristo morto na Cruz) é dado aos crentes a força na fraqueza, a glória na humilhação, a vida na morte”. 

- Bispo São Pedro Crisólogo (séc. V): 

“Talvez vos perturbe a enormidade de meus sofrimentos por vós. Não tenhais medo. Estes cravos não me provocam dor, mas cravam mais profundamente em mim o amor por vós. 

Estas Chagas não me fazem soltar gemidos, mas vos introduzem ainda mais intimamente em meu coração. O meu corpo, ao ser estirado na Cruz, não aumenta o meu sofrimento, mas dilata espaços do coração para vos acolher. Meu Sangue não é uma perda para mim, mas é o preço do vosso resgate”. 

- Papa Francisco: 

“Há tanto barulho no mundo. Aprendamos a estar em silêncio dentro de nós mesmos e diante de Deus”.

Sexta-feira Santa: Amor de Cruz

                                                                     

Sexta-feira Santa: Amor de Cruz

“Deus amou tanto o mundo, que deu o
Seu Filho unigênito, para que não morra todo
o que n’Ele crer, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16)

Senhor Jesus, Vós que sois a luz penetrante,
Que provoca o juízo de todos nós,
Revelando o que há de mais profundo em nós,
Pois nada fica oculto à Vossa Sabedoria.

Senhor, Vós que, com o Pai e o Espírito,
Desejais eternamente o bem de todos,
E por isto aceitastes a divina missão redentora,
Vivendo amor incondicional  até o fim.

Senhor, ensinai-nos a estabelecer convosco
Uma relação humano-divina frutuosa,
Marcada pela afeição e efetiva ação,
Sendo no mundo testemunhas da Ressurreição.

Senhor, que vivamos a lógica que a tudo ultrapassa,
A lógica da Cruz por Vós assumida, Morte acontecida;
Suportando toda falta de amor, respondendo com Amor,
Jorrando de Vosso lado melífluo remédio de imortalidade.

Senhor, Vós que sois a Verdade ao mundo revelada;
Verdade acolhida, liberdade plena alcançada,
Libertai-nos do jugo da mentira, da iniquidade,
Para que transborde em nós os ázimos da verdade.

Senhor, que nos múltiplos caminhos que se apresentam
Tenhamos tão somente a Vós como Único Caminho,
Que nos faz mais humanos, fraternos e felizes,
Peregrinando Convosco para a luminosidade eterna.

Senhor, que sois a Obediência Divina Encarnada
Ajudai-nos na mesma obediência crescer e viver,
Na vocação que cada um é chamado a corresponder,
Sem hesitações em Vossas maviosas promessas.

Senhor, Vós que sois a Divina Fonte de Vida,
Porque somente em Vós encontramos vitalidade,
Nutri-nos com Seiva do Amor do Santo Espírito,
Para que nunca nos separemos de Vós, em total fidelidade.

Senhor, Vós que sois, enfim, a Divina Fonte de Amor,
Ensinai-nos que a felicidade é possível,
À medida que tornamos realidade
A capacidade de amar em espírito e verdade.

Senhor, vós que podeis oferecer a felicidade tão desejada,
Que brota do amor autêntico vivido a Deus e ao próximo,
Não nos permitais uma existência privada de Vosso Amor,
e com Vosso Espírito, dilatai as medidas de nosso coração.

Senhor, Vós sois a expressão do muito Amor do Pai,
Que nem a Vós poupou, como nos fala o Evangelista,
Que saibamos corresponder a este indizível Amor,
Amor de Cruz, Amor que Ressuscita: Eternidade!
Amém. 

Não deixemos morrer...

                                                                

Não deixemos morrer...

“A tragédia não é quando um ser humano morre.
A tragédia é aquilo que morre dentro da pessoa
enquanto ela ainda está viva.” (Albert Schweitzer)

Vivemos num processo que culmina na morte,
Que pode ser abreviada ou antecipada,
De acordo com as opções que fazemos.

Também pode ser antecipada
Por fatores que ultrapassam nossas vontades,
Através das mais diversas possibilidades.

Evidentemente, a morte tem seus traços,
Deixa lembranças doloridas,
E saudades que nos acompanham.

Mas há uma morte que precisamos enfrentar
E procurar a cura e a libertação, permanentemente:
Aquela que nos faz morrer em vida;

Aquela que o teólogo menciona e nos questiona:
“Aquilo que morre dentro da pessoa
Enquanto ela ainda está viva...”.

A morte com suas múltiplas expressões:
A morte da alegria, dando lugar à tristeza;
A morte da esperança, cedendo o lugar para o nada;

A morte do horizonte inédito, fim de toda expectativa.
A morte do sonho, multiplicando os pesadelos.
A morte da inocência, maculada pela maldade.

A morte das forças, fragilizando os passos.
A morte da alma, em sepulcro abismal.
A morte da fé, ao nada mais crer.

A morte da solidariedade, fomentando o egoísmo.
A morte da graça, fulminada pelo pecado.
A morte do amor, a mais terrível de todas as mortes.

É tempo de revermos o que não pode morrer em nós.
É tempo de fazermos morrer o que já havia de ter morrido.
Sem demora, para que em vão não tenhamos vivido.

É tempo de fazer germinar o mais belo em nós;
Que faça reencantar o mundo com coragem e ousadia.
Iluminando a quantos possamos. É a grande hora.

É tempo de ressuscitar o que há de mais belo em nós:
A capacidade de sonhar, de crer, de esperar, de se solidarizar;
A vida partilhar, na graça e paz viver, simplesmente amar.

Morrer como grão de trigo, para não ser apenas um grão de trigo.
A vida por amor consumir, dando sentido e beleza ao existir;
Renovando forças, a cada dia, sem jamais da vida desistir. Amém.


PS: Oportuna para a Sexta-feira Santa.

Em poucas palavras...

                                                          


Sexta-Feira Santa 

Façamos deste dia de silêncio, Oração, jejum, recolhimento, ocasião propícia para vivermos intensamente o Tríduo Pascal, ontem iniciado com a Missa da Ceia do Senhor, em que Jesus instituiu a Eucaristia, como memorial da Nova e Eterna Aliança, também instituiu o Sacerdócio e o nos deu o Seu Novo Mandamento:  

“Este é meu mandamento: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (cf. Jo 15,12). 

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