quinta-feira, 17 de abril de 2025

Em poucas palavras...

                                                                   


Missa da Quinta-feira Santa

“Nesta Missa, faz-se, portanto, memória: da instituição da Eucaristia, memorial da Páscoa do Senhor, na qual se perpetua no meio de nós, através dos sinais sacramentais, o sacrifício da nova Lei; da instituição do sacerdócio, pelo qual se perpetua no mundo a missão e o sacrifício de Cristo; e também da caridade com que o Senhor nos amou até a morte.” (1)



(1) Cerimonial dos Bispos – Cerimonial da Igreja – n.297

 


Em poucas palavras...

                                         


“A Eucaristia, memorial da condenação de Cristo...”

“A Eucaristia, memorial da condenação de Cristo, tem na Igreja um lugar central, também porque a paixão se renova continuamente, sob mil formas, na carne viva do corpo místico.” (1)

 

(1)        Comentário do Missal Cotidiano sobre a passagem do Livro da Sabedoria (Sb 2,1a.12-22)- pág. 276

Cremos na morte redentora do Senhor

 


Cremos na morte redentora do Senhor


“Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro”

Cremos que Jesus Cristo, pregado na Cruz, perdoou o ladrão arrependido, como também nos perdoa, se dos pecados de coração contrito e humilhado, a Ele acorremos com sincero arrependimento e compromisso de uma vida nova, na graça divina.

Cremos em Jesus Cristo, nosso Salvador, que nos remiu por Sua morte e Ressurreição, e por isto, subiu a Jerusalém para sofrer a Paixão, e assim entrar na glória.

Cremos que foi elevado na Cruz, e deixou a lança do soldado transpassá-Lo, e com Seu Sangue derramado, curou nossas feridas.

Cremos que, por Sua crudelíssima morte, transformou o madeiro da Cruz em árvore da vida, e dela nos concedeu os frutos, ao renascermos pelo Batismo.

Cremos que do Pai nos enviou o Espírito, para conduzir a Sua Igreja, enquanto peregrinamos rumo à Páscoa da eternidade.

Oremos:

“Ó Deus, assisti com Vossa bondade a penitência que iniciamos, para que vivamos interiormente as práticas externas da quaresma. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.


(1) Fonte: Oração das Vésperas – Tempo da Quaresma.

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Semana Santa: a dor de um amor não correspondido

                                                          

Semana Santa: a dor de um amor não correspondido

Na Quarta-feira da Semana Santa, ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 26, 14-25), que nos fala da traição de Judas, que entrega Jesus por trinta moedas.

Retomo um trecho do Sermão do Papa e Doutor da Igreja, São Gregório Magno (séc. VI):

“Nós sofremos menos pelos males causados por estranhos, porém nos são mais cruéis os tormentos que sofremos da parte daqueles em cujo amor confiávamos; porque, além do tormento do corpo, sofremos o amor  perdido, eis por que de Judas, Seu traidor, diz o Senhor pelo salmista:

Na verdade que, se o ultraje viesse de um inimigo meu, teria sofrido com paciência; e se a agressão partisse daqueles que me odeiam, poderia ter-me salvo deles; mas tu, meu companheiro, meu guia e meu amigo; com quem me entretinha em doces colóquios, que andávamos juntos na casa de Deus’.

E novamente: ‘Até o próprio amigo em quem Eu confiava, que partilhava do meu pão, levantou contra mim o calcanhar’. Como se de Seu traidor dissesse claramente: ‘sua traição me é tanto mais dolorosa quanto mais íntimo me parecia ser aquele de quem a sofri’”.

São Gregório retrata possíveis experiências que possamos já ter vivido e sofrido por um amor perdido, como assim vivenciou nosso Senhor, em relação à traição de Judas, a quem tanto amou, e não foi correspondido, e nem por isto deixou de amá-lo.

Quem mais poderia amá-lo e nos amar tanto assim?

Quanto ainda temos que nos converter e amadurecer para amar, incondicionalmente, como Jesus nos ama?

Vivendo a Semana Santa, temos que aprofundar nosso aprendizado na prática do Mandamento Maior do amor a Deus, que se expressa no amor ao próximo.

Aprofundar nossa espiritualidade genuinamente Pascal, para não incorrermos em infidelidades e traições ao amor de Deus por nós, para que não reescrevamos novas páginas de traição, como Judas o fez.

(1) Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes – 2013 – P.755

Semana Santa: o desígnio divino e a liberdade humana

                                                  


Semana Santa: o desígnio divino e a liberdade humana

Na quarta-feira da Semana Santa, ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 26,14-25), que nos apresenta os momentos que  antecederam à Paixão e Morte do Senhor: O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito d’Ele. Contudo, ai daquele que O trair.

Oremos:

Senhor Jesus, na traição de Judas vemos o entrelaçamento dos desígnios de Vosso Pai e o livre agir de cada um de nós.

Senhor Jesus, não podemos negar que Judas agiu livremente, pois seu gesto foi prenunciado por Vós e consumado quando chegou a Sua Hora.

Senhor Jesus, reconhecemos o quão perigoso é brincar com nossa própria liberdade, e não a vermos como um dom, cujo reto agir é uma conquista.

Senhor Jesus, quanto nos afastamos de nossa realização, quando não a vivemos como fruto de correspondência à graça divina.

Senhor Jesus, não nos permita acostumar com a graça, sem que em nós nada se transforme, e com isto danos irreparáveis.

Senhor Jesus, que não nos acostumemos com a Eucaristia, com o Rosário, com a  Vossa presença em nós, sem em nada nos transformarmos.

Senhor Jesus, afastai de nós todo esvaziamento dos Mistérios que cremos e celebramos, e que devem ser vividos, e em nossa vida ressoados, corações e vidas transformados.

Senhor Jesus, concedei-nos a graça de celebrar e viver a Semana Santa como a mais trágica celebração da liberdade humana, em seu mistério mais profundo.

Senhor Jesus, afastai de nós a tentação do livre e irrevogável não de Judas a Vós, e a vivermos o livre e irrevogável sim que destes à vontade do Pai. Amém.


PS: Fonte de pesquisa: Missal Cotidiano – Editora Paulus – p.327

Semana Santa: fidelidade plena ao Servo Sofredor, Jesus

                                                   

Semana Santa: fidelidade plena ao Servo Sofredor, Jesus

“Contemplemos e fiquemos abismados diante
da mais bela História do Amor de Deus por nós:
Jesus Cristo, 0 Filho Amado do Pai.”


Na primeira Leitura da quarta-feira da Semana Santa, ouvimos a passagem do Livro do Profeta Isaías (Is 50,4-9a).

O Profeta nos apresenta a figura do Servo de Javé (terceiro Cântico do Servo de Javé), no contexto do final do exílio.

Ele tem a difícil missão de consolar os exilados anunciando um novo êxodo e a reconstrução de Jerusalém. Sofre, confia, é amado por Deus e não perde a serenidade, porque possui n’Ele total confiança.

Convida o povo a superar a tentação das facilidades, do comodismo, do medo de arriscar rumo ao novo.

É preciso confiar somente em Deus, a nossa rocha segura; viver livre do medo, seguros e protegidos pela mão divina.

O Servo sofredor escuta, sofre, resiste e confia na intervenção de Deus que jamais abandona aqueles a quem chama. O Profeta tem convicção de que não está só, e que a força de Deus é sempre mais forte que a dor, o sofrimento e a perseguição, e que jamais ficará decepcionado.

Quem é este Servo de Javé? Por vezes é identificado com um Profeta desconhecido, com o povo exilado, como uma recordação histórica (dos Patriarcas, Moisés, Davi, Profetas), e a releitura do Antigo Testamento vê nesta figura o próprio Jesus, que viveu o Mistério da Paixão e Morte:

“A vida de Jesus realiza plenamente esse destino de dom e entrega da vida em favor de todos; e a sua glorificação mostra que uma vida vivida deste jeito não termina no fracasso, mas na Ressurreição que gera vida nova”. (1)

Reflitamos:

- Temos coragem de fazer da nossa vida uma total entrega ao Projeto de Deus, no compromisso de libertação de tudo que seja sinal de morte e opressão?
- De que modo vivemos a vocação profética que Deus nos concedeu pela graça do Batismo?

- Temos confiança na força de Deus, como o Servo sofredor que é o próprio Senhor?
- Como vivemos a radicalidade de nossa entrega nas mãos de Deus?

- O que fazemos para gerar uma vida nova para todos?
- Temos plena confiança na presença e ação de Deus?

Vivendo a Semana Santa, a Semana Maior, renovemos nossa  fidelidade ao Senhor, o Servo Sofredor e Vitorioso.

Somente n’Ele, e com Ele, a alegria, a vida, a realização, a paz, porque  Ele é a nossa mais bela e inesgotável Divina Fonte de Amor.



 

Semana Santa: “entrega-traição, entrega-amor-dom”

                                                       

Semana Santa: “entrega-traição, entrega-amor-dom”

Na Quarta-feira da Semana Santa, ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 26, 14-25).

Significativo é o uso teológico do verbo “entregar”, em alusão à traição de Judas Iscariotes e à entrega de Jesus.

A primeira, trata-se de uma “entrega-traição”, da parte dos homens, e a segunda, de Jesus, de uma “entrega-­dom”, da parte do Pai, que entrega o Filho, e da parte do Filho que Se entrega a Si mesmo até à morte na Cruz (Jo 19, 30).

A entrega de Jesus é a entrega de Si mesmo – “A traição torna-se ocasião para o dom voluntário e total de Jesus. A Sua morte torna-se fonte de vida. O Seu Coração vence a morte e transforma-a em vida para o mundo”. (1)

Nela, temos a entrega de Si mesmo, num contexto do anúncio da entrega-traição, de modo que os discípulos mergulham num clima de insegurança e de desconfiança.

Jesus deseja ardentemente celebrar a Ceia e comê-la com os discípulos, pois, nela, o antigo memorial dará lugar ao novo, deixando-nos o Seu Corpo e o Seu Sangue como Alimento e Bebida.

Nas interrogações dos discípulos sobre quem O trairia, os discípulos chamam Jesus de “Senhor” (Kyrios), enquanto Judas O chama simplesmente de “Mestre” (Rabi).

No entanto, Jesus é, de fato, Senhor, e conhece o traidor e reconhece que nele se cumprem as Escrituras.

Na insegurança dos discípulos, vemos representada a nossa própria insegurança perante a possibilidade de também nós atraiçoarmos e negarmos a Jesus.

Vivendo a Semana Santa, contemplando o Mistério da Paixão e Morte do Senhor, é tempo favorável para rever o modo como estamos vivendo nosso discipulado: na “entrega-doação” como Jesus o fez, por amor a Deus e ao nosso próximo, ou se vivemos uma “entrega-traição”, como fez Judas, e da qual não estamos imunes.

Oremos:

Ó Deus, concedei-nos a graça de imitar Vosso Amado Filho, vivendo o amor-doação, amor-entrega de si mesmo, em favor de nosso próximo. Pois, tão somente assim, seremos verdadeiramente discípulos missionários do Senhor, com a presença e ação do Vosso Espírito. Amém.
  

(1)         www.dehonianos.org

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG