quarta-feira, 16 de abril de 2025

Semana Santa: o desígnio divino e a liberdade humana

                                                  


Semana Santa: o desígnio divino e a liberdade humana

Na quarta-feira da Semana Santa, ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 26,14-25), que nos apresenta os momentos que  antecederam à Paixão e Morte do Senhor: O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito d’Ele. Contudo, ai daquele que O trair.

Oremos:

Senhor Jesus, na traição de Judas vemos o entrelaçamento dos desígnios de Vosso Pai e o livre agir de cada um de nós.

Senhor Jesus, não podemos negar que Judas agiu livremente, pois seu gesto foi prenunciado por Vós e consumado quando chegou a Sua Hora.

Senhor Jesus, reconhecemos o quão perigoso é brincar com nossa própria liberdade, e não a vermos como um dom, cujo reto agir é uma conquista.

Senhor Jesus, quanto nos afastamos de nossa realização, quando não a vivemos como fruto de correspondência à graça divina.

Senhor Jesus, não nos permita acostumar com a graça, sem que em nós nada se transforme, e com isto danos irreparáveis.

Senhor Jesus, que não nos acostumemos com a Eucaristia, com o Rosário, com a  Vossa presença em nós, sem em nada nos transformarmos.

Senhor Jesus, afastai de nós todo esvaziamento dos Mistérios que cremos e celebramos, e que devem ser vividos, e em nossa vida ressoados, corações e vidas transformados.

Senhor Jesus, concedei-nos a graça de celebrar e viver a Semana Santa como a mais trágica celebração da liberdade humana, em seu mistério mais profundo.

Senhor Jesus, afastai de nós a tentação do livre e irrevogável não de Judas a Vós, e a vivermos o livre e irrevogável sim que destes à vontade do Pai. Amém.


PS: Fonte de pesquisa: Missal Cotidiano – Editora Paulus – p.327

Semana Santa: fidelidade plena ao Servo Sofredor, Jesus

                                                   

Semana Santa: fidelidade plena ao Servo Sofredor, Jesus

“Contemplemos e fiquemos abismados diante
da mais bela História do Amor de Deus por nós:
Jesus Cristo, 0 Filho Amado do Pai.”


Na primeira Leitura da quarta-feira da Semana Santa, ouvimos a passagem do Livro do Profeta Isaías (Is 50,4-9a).

O Profeta nos apresenta a figura do Servo de Javé (terceiro Cântico do Servo de Javé), no contexto do final do exílio.

Ele tem a difícil missão de consolar os exilados anunciando um novo êxodo e a reconstrução de Jerusalém. Sofre, confia, é amado por Deus e não perde a serenidade, porque possui n’Ele total confiança.

Convida o povo a superar a tentação das facilidades, do comodismo, do medo de arriscar rumo ao novo.

É preciso confiar somente em Deus, a nossa rocha segura; viver livre do medo, seguros e protegidos pela mão divina.

O Servo sofredor escuta, sofre, resiste e confia na intervenção de Deus que jamais abandona aqueles a quem chama. O Profeta tem convicção de que não está só, e que a força de Deus é sempre mais forte que a dor, o sofrimento e a perseguição, e que jamais ficará decepcionado.

Quem é este Servo de Javé? Por vezes é identificado com um Profeta desconhecido, com o povo exilado, como uma recordação histórica (dos Patriarcas, Moisés, Davi, Profetas), e a releitura do Antigo Testamento vê nesta figura o próprio Jesus, que viveu o Mistério da Paixão e Morte:

“A vida de Jesus realiza plenamente esse destino de dom e entrega da vida em favor de todos; e a sua glorificação mostra que uma vida vivida deste jeito não termina no fracasso, mas na Ressurreição que gera vida nova”. (1)

Reflitamos:

- Temos coragem de fazer da nossa vida uma total entrega ao Projeto de Deus, no compromisso de libertação de tudo que seja sinal de morte e opressão?
- De que modo vivemos a vocação profética que Deus nos concedeu pela graça do Batismo?

- Temos confiança na força de Deus, como o Servo sofredor que é o próprio Senhor?
- Como vivemos a radicalidade de nossa entrega nas mãos de Deus?

- O que fazemos para gerar uma vida nova para todos?
- Temos plena confiança na presença e ação de Deus?

Vivendo a Semana Santa, a Semana Maior, renovemos nossa  fidelidade ao Senhor, o Servo Sofredor e Vitorioso.

Somente n’Ele, e com Ele, a alegria, a vida, a realização, a paz, porque  Ele é a nossa mais bela e inesgotável Divina Fonte de Amor.



 

Semana Santa: “entrega-traição, entrega-amor-dom”

                                                       

Semana Santa: “entrega-traição, entrega-amor-dom”

Na Quarta-feira da Semana Santa, ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 26, 14-25).

Significativo é o uso teológico do verbo “entregar”, em alusão à traição de Judas Iscariotes e à entrega de Jesus.

A primeira, trata-se de uma “entrega-traição”, da parte dos homens, e a segunda, de Jesus, de uma “entrega-­dom”, da parte do Pai, que entrega o Filho, e da parte do Filho que Se entrega a Si mesmo até à morte na Cruz (Jo 19, 30).

A entrega de Jesus é a entrega de Si mesmo – “A traição torna-se ocasião para o dom voluntário e total de Jesus. A Sua morte torna-se fonte de vida. O Seu Coração vence a morte e transforma-a em vida para o mundo”. (1)

Nela, temos a entrega de Si mesmo, num contexto do anúncio da entrega-traição, de modo que os discípulos mergulham num clima de insegurança e de desconfiança.

Jesus deseja ardentemente celebrar a Ceia e comê-la com os discípulos, pois, nela, o antigo memorial dará lugar ao novo, deixando-nos o Seu Corpo e o Seu Sangue como Alimento e Bebida.

Nas interrogações dos discípulos sobre quem O trairia, os discípulos chamam Jesus de “Senhor” (Kyrios), enquanto Judas O chama simplesmente de “Mestre” (Rabi).

No entanto, Jesus é, de fato, Senhor, e conhece o traidor e reconhece que nele se cumprem as Escrituras.

Na insegurança dos discípulos, vemos representada a nossa própria insegurança perante a possibilidade de também nós atraiçoarmos e negarmos a Jesus.

Vivendo a Semana Santa, contemplando o Mistério da Paixão e Morte do Senhor, é tempo favorável para rever o modo como estamos vivendo nosso discipulado: na “entrega-doação” como Jesus o fez, por amor a Deus e ao nosso próximo, ou se vivemos uma “entrega-traição”, como fez Judas, e da qual não estamos imunes.

Oremos:

Ó Deus, concedei-nos a graça de imitar Vosso Amado Filho, vivendo o amor-doação, amor-entrega de si mesmo, em favor de nosso próximo. Pois, tão somente assim, seremos verdadeiramente discípulos missionários do Senhor, com a presença e ação do Vosso Espírito. Amém.
  

(1)         www.dehonianos.org

terça-feira, 15 de abril de 2025

O Senhor é fonte inesgotável de Amor e Perdão

                                                                    

O Senhor é fonte inesgotável de Amor e Perdão

Retomo as Preces das “Laudes” da Semana Santa, que muito nos ajuda a viver mais intensamente esses dias, em recolhimento e Oração, contemplando a Paixão do Senhor, para celebrarmos com piedade a Sua Morte, assim como Sua gloriosa Ressurreição.

Na Oração se implora a Cristo Salvador, que nos remiu por Sua Morte e Ressurreição; e suplica-se para que Ele tenha piedade de nós!

Urge que nos dirijamos a Ele, que subiu a Jerusalém para sofrer a Paixão, e assim entrar na glória, para conduzir a Sua Igreja à Páscoa da eternidade. 

E a Ele elevado na Cruz, que deixou a lança do soldado Vos traspassar o Seu coração, do qual verteu Água e Sangue, suplicamos a cura de nossas feridas de tantos nomes.

Contemplamos e cremos que Ele transformou o madeiro da Cruz em Árvore da Vida, e por isto a Ele suplicamos que nos conceda os frutos saborosos e abundantes para todos os que renasceram pelo Batismo.

Também, agora, vitorioso, suportando ter sido pregado na Cruz inocentemente, e morto crudelissamamente, ainda encontrou forças para comunicar o perdão ao ladrão arrependido, e a tantos quantos continuam a condená-Lo e crucificá-Lo em todo tempo, e também a nós se pecadores nos reconhecermos.

Contemplemos o Mistério do Amor infinito de Deus por nós e procuremos corresponder cada vez mais com palavras e gestos concretos.

Oremos:

“Ó Deus, que fizestes Vosso Filho padecer o suplício da Cruz para arrancar-nos à escravidão do pecado, concedei aos Vossos servos e servas, a graça da Ressurreição. Por N. S. J. C. Amém!”

Voltai para nós Vosso olhar de amor e perdão

                                          


Voltai para nós Vosso olhar de amor e perdão

Na Semana Santa e em todo o tempo, imploremos a Cristo Salvador, que nos remiu por Vossa morte e ressurreição, que Ele tenha piedade de nós e do mundo inteiro.

Oremos:

Senhor Jesus, Vós, que subistes a Jerusalém para sofrer a Paixão, e assim entrar na glória, conduzi Vossa Igreja à Páscoa da eternidade.

Concedei Seus frutos aos que renasceram pelo batismo, Vós que transformastes o madeiro da cruz em árvore da vida plena e eterna.

A Vós que fostes elevado na cruz, deixastes a lança do soldado Vos traspassar, curai as nossas feridas da infidelidade e incredulidade para que creiamos e correspondamos ao vosso indizível amor por nós.

Assim como pregado na cruz, perdoastes o ladrão arrependido, nós Vos suplicamos para que nos perdoeis, também a nós, pecadores, assim como nos perdoamos a quem nos tem ofendido.

Ajudai-nos, para que crendo na Vossa vitória sobre a morte, porque pelo Pai Ressuscitado fostes, como discípulos missionários Vossos, sejamos revigorados nas virtudes divinas que nos impelem: fé, esperança e caridade. Amém.

 

 

PS: Fonte - Preces das Laudes da Semana Santa

Semana Santa e Poesia

                                                                      

Semana Santa e Poesia

Celebraremos e vivenciaremos uma rica e abençoada Semana Santa,
Tomemos emprestado o olhar diferenciado dos poetas.
Mas que tem a ver Semana Santa e poesia?

Se considerarmos o olhar de ternura do Senhor,
Ao qual nada escapava, e fluía abundantemente em Suas pregações,
Com exemplos e comparações simples e tocantes;

Se considerarmos o Coração de Jesus,
No qual transbordava o Amor pela vida de cada pessoa,
E a cada um dirigia uma Palavra iluminadora;

Se considerarmos as Palavras ardentes
Que saíram de Seus lábios, como fogo devorador,
Expressão da misericórdia para com o pecador...

Então, não tenho dúvida de que aprenderemos com o Senhor
A mais bela relação entre Semana Santa e poesia,
E, assim, nos tornaremos mais fraternos nesta travessia.

Seguindo atrás de Jesus, com a Cruz às costas,
Com os ramos empunhados nas mãos,
Misericórdia e esperança no coração.

Configurados a Jesus, 
No Mistério de Sua Paixão e Morte na Cruz,
Cruz, que é força na fraqueza, glória na humilhação
E vida na morte.

Com o olhar dos poetas que creem no Mistério da Ressurreição,
Saberemos contemplar a morte do grão de trigo, Jesus Cristo,
Que suportou a morte, para florir e nos saciar com frutos pascais.                    

Com o olhar do poeta e com um coração que em Deus crê
A presença do Ressuscitado, que conosco caminha, sentiremos,
E nosso coração ardente pelo fogo do Espírito ficará, 
e então exultaremos de alegria. Amém. 

Em poucas palavras...

                                        


Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística

“A liturgia eucarística processa-se em conformidade com uma estrutura fundamental, que se tem conservado através dos séculos até aos nossos dias.

Desdobra-se em dois grandes momentos, que formam basicamente uma unidade:

– a reunião, a liturgia da Palavra, com as leituras, a homilia e a oração universal;

– a liturgia eucarística, com a apresentação do Pão e do Vinho, a ação de graças consecratória e a comunhão.

Liturgia da Palavra e liturgia eucarística constituem juntas ‘um  só e mesmo ato de culto’. Com efeito, a mesa posta para nós na Eucaristia é, ao mesmo tempo, a da Palavra de Deus e a do Corpo do Senhor”. (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica n. 1346

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