terça-feira, 15 de abril de 2025

Voltai para nós Vosso olhar de amor e perdão

                                          


Voltai para nós Vosso olhar de amor e perdão

Na Semana Santa e em todo o tempo, imploremos a Cristo Salvador, que nos remiu por Vossa morte e ressurreição, que Ele tenha piedade de nós e do mundo inteiro.

Oremos:

Senhor Jesus, Vós, que subistes a Jerusalém para sofrer a Paixão, e assim entrar na glória, conduzi Vossa Igreja à Páscoa da eternidade.

Concedei Seus frutos aos que renasceram pelo batismo, Vós que transformastes o madeiro da cruz em árvore da vida plena e eterna.

A Vós que fostes elevado na cruz, deixastes a lança do soldado Vos traspassar, curai as nossas feridas da infidelidade e incredulidade para que creiamos e correspondamos ao vosso indizível amor por nós.

Assim como pregado na cruz, perdoastes o ladrão arrependido, nós Vos suplicamos para que nos perdoeis, também a nós, pecadores, assim como nos perdoamos a quem nos tem ofendido.

Ajudai-nos, para que crendo na Vossa vitória sobre a morte, porque pelo Pai Ressuscitado fostes, como discípulos missionários Vossos, sejamos revigorados nas virtudes divinas que nos impelem: fé, esperança e caridade. Amém.

 

 

PS: Fonte - Preces das Laudes da Semana Santa

Semana Santa e Poesia

                                                                      

Semana Santa e Poesia

Celebraremos e vivenciaremos uma rica e abençoada Semana Santa,
Tomemos emprestado o olhar diferenciado dos poetas.
Mas que tem a ver Semana Santa e poesia?

Se considerarmos o olhar de ternura do Senhor,
Ao qual nada escapava, e fluía abundantemente em Suas pregações,
Com exemplos e comparações simples e tocantes;

Se considerarmos o Coração de Jesus,
No qual transbordava o Amor pela vida de cada pessoa,
E a cada um dirigia uma Palavra iluminadora;

Se considerarmos as Palavras ardentes
Que saíram de Seus lábios, como fogo devorador,
Expressão da misericórdia para com o pecador...

Então, não tenho dúvida de que aprenderemos com o Senhor
A mais bela relação entre Semana Santa e poesia,
E, assim, nos tornaremos mais fraternos nesta travessia.

Seguindo atrás de Jesus, com a Cruz às costas,
Com os ramos empunhados nas mãos,
Misericórdia e esperança no coração.

Configurados a Jesus, 
No Mistério de Sua Paixão e Morte na Cruz,
Cruz, que é força na fraqueza, glória na humilhação
E vida na morte.

Com o olhar dos poetas que creem no Mistério da Ressurreição,
Saberemos contemplar a morte do grão de trigo, Jesus Cristo,
Que suportou a morte, para florir e nos saciar com frutos pascais.                    

Com o olhar do poeta e com um coração que em Deus crê
A presença do Ressuscitado, que conosco caminha, sentiremos,
E nosso coração ardente pelo fogo do Espírito ficará, 
e então exultaremos de alegria. Amém. 

Em poucas palavras...

                                        


Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística

“A liturgia eucarística processa-se em conformidade com uma estrutura fundamental, que se tem conservado através dos séculos até aos nossos dias.

Desdobra-se em dois grandes momentos, que formam basicamente uma unidade:

– a reunião, a liturgia da Palavra, com as leituras, a homilia e a oração universal;

– a liturgia eucarística, com a apresentação do Pão e do Vinho, a ação de graças consecratória e a comunhão.

Liturgia da Palavra e liturgia eucarística constituem juntas ‘um  só e mesmo ato de culto’. Com efeito, a mesa posta para nós na Eucaristia é, ao mesmo tempo, a da Palavra de Deus e a do Corpo do Senhor”. (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica n. 1346

Fixemos nosso olhar na Cruz de Nosso Senhor

                                                            

Fixemos nosso olhar na Cruz de Nosso Senhor

Celebremos a Semana Santa, a semana do indizível e imenso amor de Deus por nós, e o poder radiante da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, como rezamos no Prefácio da Missa da Paixão do Senhor (I):

“Pois, pela paixão salvadora do vosso Filho, o mundo inteiro recebeu a missão de proclamar a vossa glória.

A força radiante da cruz, manifesta o julgamento do mundo e o poder de Jesus Crucificado.”(1)

Fixemos nossos olhos no Senhor, que é sempre uma graça que eleva nossos pensamentos e revigora nossas forças, e meditemos as palavras do Apóstolo Paulo aos Coríntios:

“Deus escolheu o que o mundo considera como fraco, para assim confundir o que é forte; Deus escolheu o que para o mundo é sem importância e desprezado, o que não tem nenhuma serventia, para assim mostrar a inutilidade do que é considerado importante, para que ninguém possa gloriar-se diante dele. É graças a Ele que vós estais em Cristo Jesus, o qual Se tornou para nós, da parte de Deus: sabedoria, justiça, santificação e libertação,” 
(1Cor 1,27b-30).

Oportunas as palavras do Papa São Leão Magno (séc V):

“Através d’Ele (Jesus Cristo morto na Cruz) é dado aos crentes a força na fraqueza, a glória na humilhação, a vida na morte”.

Olhos fixos no Senhor e vemos que em Sua “fraqueza”, deixou-se atraiçoar e crucificar, revelando e confiando no Seu amor oblativo e o amor do Pai que não O abandonará, mas O Ressuscitará.

Olhos fixos no Senhor, para ficar com Ele até o fim, no indizível amor que testemunha em nosso favor, ainda que imerecidamente.

Mantenhamos os olhos da alma fixos no Senhor e o coração em plena sintonia com o Seu Sagrado Coração trespassado e dilatado para que nele coubéssemos, como tão bem expressou São Pedro Crisólogo (séc V), na contemplação  da humanidade/divindade de Jesus:

“Talvez vos perturbe a enormidade de meus sofrimentos por vós. Não tenhais medo. Estes cravos não Me provocam dor, mas cravam mais profundamente em mim o amor por vós.

Estas Chagas não Me fazem soltar gemidos, mas vos introduzem ainda mais intimamente em Meu coração. O Meu corpo, ao ser estirado na Cruz, não aumenta o Meu sofrimento, mas dilata espaços do coração para vos acolher. Meu Sangue não é uma perda para mim, mas é o preço do vosso resgate”.

No silêncio e no recolhimento permaneçamos. Com os olhos e o coração fixos no Senhor, pois quem nos amou tanto assim?

Concluo com as palavras do Papa Francisco:

“Há tanto barulho no mundo. Aprendamos a estar em silêncio dentro de nós mesmos e diante de Deus”.

(1) Missal Romano - Edição antiga

Em poucas palavras...

 


Celebremos piedosamente o Tríduo Pascal

Partindo do Tríduo Pascal, como da sua fonte de luz, o tempo novo da Ressurreição enche todo o ano litúrgico da sua claridade.

Progressivamente, dum lado e doutro desta fonte, o ano é transfigurado pela liturgia.

Ele é realmente o ano da graça do Senhor (Lc 4,19). A economia da salvação realiza-se no quadro do tempo, mas a partir do seu cumprimento na Páscoa de Jesus e da efusão do Espírito Santo, o fim da história é antecipado, pregustado, e o Reino de Deus entra no nosso tempo.” (1)

 

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n.1168

Rezando com os Salmos - Salmo 30 (31),2-6

 


O Senhor é nossa rocha e fortaleza

“–2 Senhor, eu ponho em Vós minha esperança;
que eu não fique envergonhado eternamente!
= Porque sois justo, defendei-me e libertai-me,
3 inclinai o Vosso ouvido para mim;
apressai-vos, ó Senhor, em socorrer-me!

– Sede uma rocha protetora para mim,
um abrigo bem seguro que me salve!

–4 Sim, sois Vós a minha rocha e fortaleza;
por Vossa honra orientai-me e conduzi-me!

–5 Retirai-me desta rede traiçoeira,
porque sois o meu refúgio protetor!

–6 Em Vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito,
porque Vós me salvareis, ó Deus fiel!

–7 Detestais os que adoram deuses falsos;
quanto a mim, é ao Senhor que me confio.

=8 Vosso amor me faz saltar de alegria,
pois olhastes para as minhas aflições
e conhecestes as angústias de minh’alma.

–9 Não me entregastes entre as mãos do inimigo,
mas colocastes os meus pés em lugar amplo!

=10 Tende piedade, ó Senhor, estou sofrendo:
os meus olhos se turvaram de tristeza,
o meu corpo e minha alma definharam!

–11 Minha vida se consome em amargura,
e se escoam os meus anos em gemidos!

– Minhas forças se esgotam na aflição,
e até meus ossos, pouco a pouco, se desfazem!

–12 Tornei-me o opróbrio do inimigo,
o desprezo e zombaria dos vizinhos,

– e objeto de pavor para os amigos;
fogem de mim os que me veem pela rua.

–13 Os corações me esqueceram como um morto,
e tornei-me como um vaso espedaçado.

–14 Ao redor, todas as coisas me apavoram;
ouço muitos cochichando contra mim;

– todos juntos se reúnem, conspirando
e pensando como vão tirar-me a vida.

–15 A Vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio,
e afirmo que só Vós sois o meu Deus!

–16 Eu entrego em Vossas mãos o meu destino;
libertai-me do inimigo e do opressor!

–17 Mostrai serena a Vossa face ao Vosso servo,
e salvai-me pela Vossa compaixão!

–20 Como é grande, ó Senhor, Vossa bondade,
que reservastes para aqueles que vos temem!

– Para aqueles que em Vós se refugiam,
mostrando, assim, o Vosso amor perante os homens.

–21 Na proteção de Vossa face os defendeis
bem longe das intrigas dos mortais.

– No interior de Vossa tenda os escondeis,
protegendo-os contra as línguas maldizentes.

–22 Seja bendito o Senhor Deus, que me mostrou
seu grande amor numa cidade protegida!

–23 Eu que dizia quando estava perturbado:
“Fui expulso da presença do Senhor!”

– Vejo agora que ouvistes minha súplica, 
quando a Vós eu elevei o meu clamor.

=24 Amai o Senhor Deus, seus santos todos, 
ele guarda com carinho seus fiéis, 
mas pune os orgulhosos com rigor.

–25 Fortalecei os corações, tende coragem, 
todos Vós que ao Senhor vos confiais!

O Salmo 30(31),2-17.20-25 é uma súplica confiante do aflito:

“Mesmo assaltado por males sem conta, o salmista conserva sua confiança em Deus. Entrega nas Suas mãos o seu espírito, proclama a bondade de Deus e exorta os irmãos ao amor divino.”(1)

Este Salmo nos remete ao momento crucial da Paixão e Morte de Jesus Cristo – “Pai, em Tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lc 23,46).

Também devemos colocar em Deus nossa total confiança, pois Ele é o abrigo bem seguro que nos salva,  nossa rocha protetora  e fortaleza, como tão bem expressou o Salmista.

Em nossas provações, angústias e aflições, recorramos ao Senhor Deus, e n’Ele coloquemos toda a nossa confiança, como assim o fez Nosso Senhor Jesus Cristo, confiantes nas promessas divinas, pois, de fato, “A esperança não decepciona” (Rm 5,5), e o amor de Deus é sempre derramado em nossos corações por meio do Espírito. Amém.

(1)  Comentário da Bíblia Edições CNBB – p.749

Imitar Jesus na vida e na morte sempre!

                                                           

Imitar Jesus na vida e na morte sempre!

Sejamos iluminados pelo texto “Do Livro sobre o Espírito Santo”, de São Basílio Magno, Bispo (Séc. IV).

"O desígnio de nosso Deus e Salvador em relação ao homem consiste em levantá-lo de sua queda e fazê-lo voltar, do estado de inimizade ocasionado por sua desobediência, à intimidade divina.

A vinda de Cristo na carne, os exemplos de Sua vida apresentados pelo Evangelho, a Paixão, a Cruz, o Sepultamento e a Ressurreição não tiveram outro fim senão salvar o homem, para que, imitando a Cristo, ele recuperasse a primitiva adoção filial.

Portanto, para atingir à perfeição, é necessário imitar a Cristo, não só nos exemplos de mansidão, humildade e paciência que Ele nos deu durante a Sua vida, mas também imitá-Lo em Sua morte, como diz São Paulo, o imitador de Cristo:

'Tornando-me semelhante a Ele na Sua morte, para ver se alcanço a ressurreição dentre os mortos' (Fl 3,10).

Mas como poderemos assemelhar-nos a Cristo em Sua morte?
Sepultando-nos com Ele por meio do Batismo.

Em que consiste este sepultamento e qual é o fruto dessa imitação?

Em primeiro lugar, é preciso romper com a vida passada. Mas ninguém pode conseguir isto se não nascer de novo, conforme a Palavra do Senhor, porque o renascimento, como a própria palavra indica, é o começo de uma vida nova. Por isso, antes de começar esta vida nova, é preciso por fim à antiga.

Assim como, no estádio, os que chegam ao fim da primeira parte da corrida, costumam fazer uma pequena pausa e descansar um pouco, antes de iniciar o retorno, do mesmo modo, era necessário que nesta mudança de vida interviesse a morte, pondo fim ao passado para começar um novo caminho.

E como imitar a Cristo na Sua descida à mansão dos mortos?
Imitando no Batismo o Seu sepultamento. Porque os corpos dos batizados ficam, de certo modo, sepultados nas águas.

O Batismo simboliza, pois, a deposição das obras da carne, segundo as palavras do Apóstolo:

'Vós também recebestes uma circuncisão, não feita por mão humana, mas uma circuncisão que é de Cristo, pela qual renunciais ao corpo perecível. Com Cristo fostes sepultados no Batismo' (Cl 2,11-12).

Ora, o Batismo, por assim dizer, lava a alma das manchas contraídas por causa das tendências carnais, conforme está escrito:

'Lavai-me e mais branco do que a neve ficarei'(Sl 50,9). 

Por isso, reconhecemos um só Batismo de salvação, já que é uma só a morte que resgata o mundo e uma só a ressurreição dos mortos, das quais o Batismo é figura”.

Somos convidados a imitar Cristo na mansidão, humildade e paciência que são atitudes que marcaram Sua vida. Imitá-Lo na Sua morte, assumindo o Mistério da Paixão e Cruz, de modo que se morrermos com Ele, com Ele também ressuscitaremos e poderemos celebrar a verdadeira Páscoa do Senhor em nossa vida. 

Eis a Boa Nova do Batismo que um dia recebemos: A semente de imortalidade!

Deste modo, urge que o imitemos, num amor incondicional, numa fidelidade expressa da mesma forma!

Reflitamos:

-  Quais são as atitudes de Jesus que devo intensificar mais em minha vida?

--- De que modo me configuro a Cristo no Mistério de Sua Paixão e Morte?

- -  O que significa morrer com Cristo para ressuscitar com Ele concretamente na vivência do meu Batismo?
- 
- - O que me falta ainda para uma rica e frutuosa preparação para a Celebração da Páscoa do Senhor?

Oremos:

"Concedei, ó Deus, ao vosso povo que desfalece, por sua fraqueza, recobrar novo alento pela Paixão do Vosso Filho. Que Convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém".

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG