segunda-feira, 7 de abril de 2025

Eis a nossa missão: ser uma Voz Viva de Deus

                                                          

Eis a nossa missão: ser uma Voz Viva de Deus

“A quem Eu te enviar, irás” (Jr 1, 7b)

A ação evangelizadora é a principal razão de ser da nossa, e por isso Deus continua a chamar e a enviar pessoas para anunciar a Boa Notícia de Jesus a todos os povos. 

No Antigo Testamento, chamou a tantos para a missão profética, dentre os quais destacamos Jeremias, que teve o coração seduzido por Deus, e cumpriu com zelo e ardor indescritível a sua missão: “Mas Javé me disse: ‘Não digas: eu sou ainda criança!’ Porque a quem Eu te enviar, irás, e o que Eu te ordenar falarás. Não temas diante deles, porque Eu estou contigo para te salvar, oráculo de Javé” (Jr 1, 7-8).

Por meio de Jesus, também os discípulos foram chamados e feitos Apóstolos, enviados pelo mundo para anunciar a Boa Nova do Evangelho – “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15)

Hoje, Ele não apenas continua nos chamando e nos enviando em missão, mas nos assiste com Seu Espírito, para que sejamos alegres e convictos missionários do Verbo que Se fez carne habitou e fez Sua morada entre nós.

Além da comunicação pessoal e direta, na convivência e proximidade, na inserção dos dramas e alegrias, angústias e esperanças das pessoas, há outras formas da realização desta missão, através dos diversos meios de comunicação social, que podemos utilizar com sabedoria e discernimento, para levar ao mundo a mais bela Notícia!

É nossa missão fazer a comunicação dos raios da luz divina, luz da verdade, irradiando esperança de um mundo novo possível; sempre empenhados em oferecer um pouco de água cristalina para saciar a sede de justiça e liberdade, bem como um bom pedaço de pão para saciar a fome de amor e fraternidade.

Atentos sempre à voz do Espírito Santo, proclamemos a Boa Notícia, para que nossa fé seja incandescente, jamais morna, porque por Deus indesejável e repugnável. 

Somente assim nossa fé será uma janela aberta para o céu, na expressão da virtude divina da esperança, que se realiza na prática da maior de todas as virtudes, a caridade.

Que não nos omitamos e avancemos, com coragem, na missão e, como profetas, atentos à Palavra de Deus, também digamos: “Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir; Tu me tornaste forte demais para mim, Tu me dominaste” (Jr 20,7).

Em poucas palavras...

                                                    


Cremos em Jesus, o Redentor de toda a humanidade

Este amor é sem exclusão. Jesus lembrou-o ao terminar a parábola da ovelha perdida: «Assim, não é da vontade do meu Pai, que está nos céus, que se perca um só destes pequeninos» (Mt 18, 14).

E afirma «dar a Sua vida em resgate pela multidão» (Mt 20, 28). Esta última expressão não é restritiva: simplesmente contrapõe o conjunto da humanidade à pessoa única do Redentor, que Se entrega para a salvar (Rm 5,18-19).

No seguimento dos Apóstolos (2 Cor 5,15; 1 Jo 2,2), a Igreja ensina que Cristo morreu por todos os homens, sem excepção: «Não há, não houve, nem haverá nenhum homem pelo qual Cristo não tenha sofrido» (1).” (2)

 

 

(1) Concílio de Quiercy (ano 853). De libero arbitrio hominis et de praedestinatione, canon 4: DS 624.

(2) Parágrafo do Catecismo da Igreja Católica – n. 605

Em poucas palavras...

                                      



                                         Santidade...

Ser Santo significa ser totalmente de Deus, vivendo um cristianismo libertado, esperançoso, comprometido e exigente, numa vida espiritual sólida e permanente.



Em poucas palavras...

                                                           


A Hora de Jesus

“Este desejo de fazer seu o plano do amor de redenção do seu Pai, anima toda a vida de Jesus (Lc 12,50; 22,15; Mt 16,21-23).

A Sua paixão redentora é a razão de ser da Encarnação: «Pai, salva-Me desta hora! Mas por causa disto, é que Eu cheguei a esta hora» (Jo 12, 27).

«O cálice que o Pai Me deu, não havia de bebê-lo?» (Jo 18, 11). E ainda na cruz, antes de «tudo estar consumado» (Jo 19, 30), diz: «Tenho sede» (Jo 19, 28).”  (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 607

Contemplemos o Sacrifício Redentor de nosso Senhor

                                                                    


Contemplemos o Sacrifício Redentor de nosso Senhor

Sejamos enriquecidos pelos “Comentários sobre os Salmos”, do Bispo e mártir São João Fisher (séc. XVI), na compreensão do Sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote, quando Se ofereceu no Altar da Cruz, num templo somente construído pela mão de Deus, como Ele mesmo afirma.

“Jesus Cristo é o nosso Sumo Sacerdote e o Seu precioso corpo é o nosso sacrifício, que Ele ofereceu no Altar da Cruz para a salvação de todos os homens.

O Sangue derramado por nossa redenção não era de novilhos e bodes (como na antiga Lei), mas do inocentíssimo Cordeiro Cristo Jesus, nosso Salvador.

O templo onde nosso Sumo Sacerdote ofereceu o Sacrifício não era feito por mãos humanas, mas edificado unicamente pelo poder de Deus. Porque Ele derramou Seu Sangue diante do mundo, que é na verdade o templo construído só pela mão de Deus.

Este templo tem duas partes: uma é a terra que agora habitamos; a outra ainda é desconhecida por nós mortais.

Jesus Cristo ofereceu Seu primeiro Sacrifício aqui na terra quando padeceu a morte crudelíssima. Em seguida, revestido da nova veste da imortalidade, com Seu próprio Sangue entrou no Santo dos Santos, isto é, no céu, onde apresentou diante do trono do Pai celeste aquele Sangue de valor infinito, que derramara uma vez para sempre por todos os homens cativos do pecado.

Este sacrifício é tão agradável e aceito por Deus que, logo ao vê-lo, não pode deixar de compadecer-se de nós e derramar a Sua misericórdia sobre todos os que estão verdadeiramente arrependidos.

É, além disso, um Sacrifício eterno. Não é oferecido apenas uma vez cada ano (como acontecia entre os judeus), mas cada dia para o nosso consolo, e ainda mais, a cada hora e a cada momento, para nosso conforto e nossa alegria. Por isso o Apóstolo acrescenta: Obtendo uma eterna redenção (Hb 9,12).

Deste santo e eterno Sacrifício, participam todos os que experimentaram a verdadeira contrição e arrependimento dos pecados cometidos, e tomaram a inabalável resolução de não mais voltar aos vícios antigos e de perseverar com firmeza no caminho das virtudes a que se consagraram.

É o que ensina São João com estas palavras: Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto ao Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo. Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro (1Jo 2,1-2).”

Parece anacrônico falar em sacrifício, quando há uma lógica permeando as relações entre as pessoas. Evidentemente, aqui não se trata de um sacrifício masoquista (não faz sentido algum a renúncia e sofrimento pelo sofrimento em si).

O Sacrifício de nosso Senhor Jesus é a expressão de um Amor vivido de modo intenso, radical, total em favor da humanidade.

Ele enfrentou e assumiu a crudelíssima morte para que a morte não mais pudesse reinar e determinar a lógica das relações humanas.

Ao derramar Seu Sangue e morrer por Amor de nós, venceu o último inimigo: a morte. Por isto, concluamos retomando o último parágrafo do Comentário, em que o Bispo nos apresenta Jesus como aquele que pode nos perdoar, levando-nos à reconciliação com Deus e com nosso próximo, fundando-se nas palavras do Evangelista São João:

“É o que ensina São João com estas palavras: Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto ao Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo. Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro (1 Jo 2,1-2).” 

Semana Santa: tempo de intensa misericórdia

                                                     

Semana Santa: tempo de intensa misericórdia

Viveremos a Semana Santa, chamada de Semana Maior, em que, como Igreja, nos recolheremos em profunda, intensa e fecunda oração.

Oportuno, sempre, rezarmos esta Oração escrita por Santa Faustina Kowalska, que muito nos ajuda na compreensão do que consiste a misericórdia para um cristão, e o que ela exige, para que seja autêntica e agradável a Deus.

Sejamos misericordiosos como o Pai! E somente seremos, se nos configurarmos decididamente a Jesus, que nos revela a Face misericordiosa do Pai, na plena comunhão com o Espírito Santo, o Amor.

Assim rezando e assim vivendo, viveremos a Semana Santa, cada vez mais unidos ao Mistério da Paixão e Morte do Senhor na Cruz, para com Ele também ressuscitarmos.

Oremos:

Ajudai-me, Senhor, para que os meus olhos sejam misericordiosos, de modo que eu jamais suspeite nem julgue as pessoas pela aparência externa, mas perceba a beleza interior dos outros e possa ajudá-los.

Ajudai-me, Senhor, para que os meus ouvidos sejam misericordiosos, de modo que eu esteja atenta às necessidades dos meus irmãos e não me permitais permanecer indiferente diante de suas dores e lágrimas.

Ajudai-me, Senhor, para que a minha língua seja misericordiosa, de modo que eu nunca fale mal dos meus irmãos; que eu tenha para cada um deles uma palavra de conforto e de perdão.

Ajudai-me, Senhor, para que as minhas mãos sejam misericordiosas e transbordantes de boas obras, nem se cansem jamais de fazer o bem aos outros, enquanto, aceite para mim as tarefas mais difíceis e penosas.

Ajudai-me, Senhor, para que sejam misericordiosos também os meus pés, para que levem sem descanso ajuda aos meus irmãos, vencendo a fadiga e o cansaço; o meu repouso esteja no serviço ao próximo.

Ajudai-me, Senhor, para que o meu coração seja misericordioso e se torne sensível a todos os sofrimentos do próximo; ninguém receba uma recusa do meu coração. Que eu conviva sinceramente mesmo com aqueles que abusam de minha bondade. Quanto a mim, me encerro no Coração Misericordiosíssimo de Jesus, silenciando aos outros o quanto tenho que sofrer.

Vós mesmo mandais que eu me exercite em três graus da misericórdia; primeiro: Ato de misericórdia, de qualquer gênero que seja; segundo: Palavra de misericórdia – se não puder com a ação, então com a palavra; terceiro: Oração. Se não puder demonstrar a misericórdia com a ação nem com a palavra, sempre a posso com a oração. A minha oração pode atingir até onde não posso estar fisicamente.

Ó meu Jesus, transformai-me em Vós, porque Vós tudo podeis”. (1)


(1) Oração escrita por Santa Faustina em 1937, e que se encontra em seu Diário (p.163 - Caderno I).

Porque sois minha luz, Senhor!

                                                        

 

Porque sois minha luz, Senhor!

O Bispo de Nápoles, João, o pequeno em seu Sermão nos enriquece com esta reflexão inspirada no Salmo 27, 1: “O Senhor é minha luz e Salvação: a quem temerei?”

“O Senhor é minha luz e minha salvação: a quem temerei? Grande servo é este que sabia de que maneira era iluminado, donde lhe vinha a luz e quem o iluminava.

Via a luz, não esta que declina à tarde; mas aquela que os olhos não veem. As almas iluminadas por esta luz não caem no pecado, não tropeçam nos vícios.
O Senhor disse: Caminhai enquanto tendes a luz em vós.
De que luz falava Ele? Não seria de Si mesmo? Ele que afirmou:

Eu, a luz, vim ao mundo, para que aqueles que veem não vejam e os cegos recebam a luz.

É Ele, o Senhor, nossa luz, sol de justiça, que refulgiu em Sua Igreja católica, espalhada por toda a terra.

O Profeta, figurando-a, clamava: O Senhor é minha luz e minha salvação: a quem temerei?

O homem interiormente iluminado não vacila, não abandona o caminho, tudo tolera.

Vê longe a pátria, por isso suporta as adversidades. Não se entristece com as vicissitudes terrenas, mas em Deus se fortalece.

Humilha o seu coração, é constante, e a sua humildade o torna paciente.

A verdadeira luz que ilumina todo homem que vem a este mundo se dá aos que temem a Deus, inunda a quem quer, onde quer, revelando-Se a quem o Filho quiser.

Quem está sentado nas trevas e na sombra da morte, nas trevas do mal e nas sombras dos pecados, ao ver surgir a luz, horroriza-se, desdiz, arrepende-se, envergonha-se e exclama:

O Senhor é minha luz e minha salvação: a quem temerei? Grande salvação, meus irmãos! Ela não teme a fraqueza, o cansaço não lhe faz medo, não conhece dor.

Digamos, então, com toda força, não só de boca, mas de coração: O Senhor é minha luz e minha salvação: a quem temerei?

Se é Ele quem ilumina, Ele quem salva, a quem poderei temer? Venham as sombrias sugestões, o Senhor é minha luz.

Podem vir, não poderão ir mais longe. Assediam nosso coração, não conseguem vencê-lo. Venham os cegos desejos, o Senhor é minha luz.

Nossa força está em que Ele Se dá a nós e nós o entregamos a Ele.

Correi ao médico enquanto podeis fazê-lo: Não aconteça que não seja mais possível quando o quiserdes.”

Como nos tocam estas palavras do Bispo:

“O homem interiormente iluminado não vacila,
não abandona o caminho, tudo tolera.
Vê longe a pátria, por isso suporta as adversidades…”


Cada tempo tem suas luzes e sombras, recuos e avanços a serem feitos.

Não poucas são as inquietações cotidianas, também não poucos são os infortúnios que marcam nossa vida…

Deus que jamais nos quer mergulhados em infantilismos espirituais, mas na confiança amadurecida, não dispensando nossa participação, colaboração, acompanha-nos com Sua luz, força, graça e amor.

O batizado é alguém que foi iluminado por Deus; tem a luz divina, por isto que o Senhor Jesus disse:

“Eu Sou a luz do mundo, quem Me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12). 

Eis a nossa missão: ao sermos iluminados, também iluminadores, crendo n’Aquele que é luz do mundo, esta mesma luz testemunhar nas mais diversas situações; n’Ele confiando, Sua Palavra acolhendo e vivendo: Não temais, conosco está e estará a luz das nações!

Porque sois minha luz, Senhor! 
Incondicionalmente, sois minha luz!


PS: Fonte: Liturgia das Horas – Vol. III - pág. 110 – 111, Dos Sermões de João, o Pequeno, Bispo de Nápoles (Séc. XIV).

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