segunda-feira, 3 de março de 2025

Que eu corresponda ao Teu olhar de Amor, Senhor!

                                                           

Que eu corresponda ao Teu olhar de Amor, Senhor!

Naquele dia,
Ele olhou nos olhos “daquele homem rico”, um anônimo do Evangelho (Mc 10,17-27).

- Quem é aquele ao qual Jesus dirigiu Seu olhar com Amor?
- Quem é aquele ao qual Jesus propôs que tudo vendesse e desse aos pobres, em sinal de despojamento?
- Quem é aquele que foi convidado a alcançar um tesouro no céu?

“Ele” sou eu, é você; é a humanidade que precisa discernir os valores, os tesouros oferecidos por Deus. Mais ainda, é todo aquele que procura um sentido para a própria vida.

O olhar de Amor do Senhor continua voltado para nós, embora muitas vezes Seu amor não seja correspondido.

O olhar de Amor do Senhor se volta ao povo sofrido, convidando-o a redescobrir os caminhos da fraternidade/solidariedade.

O olhar de Amor do Senhor, incansavelmente, se volta para mim e para você. Ele nos propõe a salvação como dom divino e resposta humana.
Não nos ocorra, Senhor, a indiferença ao Vosso olhar de Amor.

Não nos ocorra nos apegarmos aos bens que passam, não abraçando os que não passam (amor, verdade, justiça, fraternidade, liberdade…).

Não caiamos na tentação da mesmice, expressa numa vida instalada, mãos cheias, mas coração vazio.

Não nos voltemos entristecidos para nossos aparentes tesouros, mas que diante de Deus são apenas relativas preciosidades, pois sem Ele nada tem valor, nada nos preenche.

Não tome a tristeza conta de nosso coração diante da proposta que O Senhor faz a todos nós e não tenhamos medo de corresponder ao Divino olhar e Projeto de Amor que tem para nós.

Tenhamos a coragem para tudo renunciar, para totalmente livres, ao imprescindível Amor de Deus, acolher, anunciar, testemunhar…

Coloquemo-nos no lugar daquela pessoa “daquele homem rico”, vivenciar aquele mesmo olhar. Não um vil olhar, mas um olhar de amor.

Como Deus nos olha?
Olha-nos com olhar de Amor…

Envolve-nos com laços de ternura.

Oremos:

Senhor, que através de minha vida, não somente através do mal que não devo fazer, mas pelo bem que devo fazer, corresponder ao Vosso olhar de Amor.

Senhor, concedei-me a graça para que as pessoas vejam no meu olhar, alguém que inesquecivelmente um dia foi por Vós olhado, percebido, acreditado, amado…

Seja meu amor seja uma resposta ao Vosso amor; que me amou primeiro. Amando-me primeiro, amarás até o fim, além de toda e qualquer rejeição.

Senhor, quero corresponder ao Vosso olhar de Amor: amando-Vos, seguindo-Vos; recebendo cem vezes mais irmãos, irmãs, bens, e se preciso for, perseguições suportar. Ainda que elas venham, não me faltará Vosso Amor…

Ó Senhor,  como é feliz quem se deixa envolver pelo Vosso olhar 
e não se cansa de corresponder a ele. Experimenta a mais desejada felicidade que somente em Vós podemos encontrar.  Amém.

“Vai, vende tudo o que tens e segue-Me!”

                                                       

“Vai, vende tudo o que tens e segue-Me!”

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Marcos (Mc 10,17-27), comumente chamada a passagem do “jovem rico”.

Jesus nos apresenta a necessária disponibilidade às exigências para segui-Lo: a pobreza e a obediência.

Quanto à primeira, esta se manifesta na pobreza do desprendimento afetivo e pobreza efetiva, e a liberdade para o discipulado será diretamente proporcional à pobreza, como sinônimo desapego alcançado.

Com estas, se alcança a liberdade, favorecendo o desapego, assim como Ele mesmo o fez - “Cristo Jesus despojou-Se a Si mesmo, tomando a forma de escravo, e tornando-Se semelhante ao ser humano. E encontrando em aspecto humano, humilhou-Se, fazendo-Se obediente até a morte – e morte de Cruz!” (Fl 2,7-8).

Deste modo, os discípulos deverão testemunhar a caridade e humildade de Cristo, imitando o Seu aniquilamento, vivendo e aceitando a pobreza, na liberdade dos filhos de Deus, com a renúncia das próprias vontades.

Oremos:

“Ó Deus, sois o amparo dos que em Vós esperam e, sem Vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por Vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!”.(1)


Fonte: Missal Cotidiano- Editora Paulus – p.822
(1) Oração do dia - 17º Domingo do Tempo Comum

Livres para viver o discipulado

                                             


Livres para viver o discipulado
 
Com a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 10,17-27), reflitamos sobre o essencial e o efêmero em nossa vida; quais são as nossas verdadeiras riquezas e escolhas que fazemos. 
 
Como discípulos missionários do Senhor, é preciso aprender a renunciar a certos valores perecíveis, a fim de adquirir os valores da vida verdadeira e eterna.
 
Oportuno voltarmos à passagem do Livro da Sabedoria (Sb 7,7-11), o Livro mais recente do Antigo Testamento que: apresentando o jovem Salomão como modelo de homem sábio, nos mostra que a verdadeira sabedoria é mais valiosa que ouro, riqueza, saúde, e consiste em acolher as propostas de Deus com humildade e disponibilidade. 

Somente Deus garante a verdadeira sabedoria e a verdadeira felicidade, e ela consiste em escolher as coisas certas; tomar as corretas decisões para o alcance do êxito, da felicidade. É preciso ter ouvidos e coração abertos à sabedoria de Deus que é dom para todos, e tão somente ela, dom de Deus, garante o alcance da liberdade diante de todos os bens.
 
Voltando à passagem do Evangelho, que tem como mensagem: escutar, acolher e viver a proposta de Jesus, numa autêntica resposta de amor marcada por uma vida de doação, partilha, solidariedade, entrega, fidelidade, para além de toda perseguição e incompreensão.
 
A opção por Jesus não nos empobrece, muito pelo contrário, nos enriquece e nos garante a verdadeira felicidade a caminho da eternidade. O Caminho do Reino é exigente e garante a vida eterna.
 
A opção de seguir Jesus tem seu preço, mas tem também seus ganhos/recompensas: uma vida plena e feliz e por fim a eternidade. 

A vida eterna é, portanto, dom de Deus e compromisso nosso, e ela começa já, numa vida marcada, inevitavelmente, pelo amor, doação e serviço.
 
Ser cristão não é ser um pobre coitado condenado a passar ao lado da vida e da felicidade, mas é, sobretudo, ser alguém que renunciou a certas propostas falíveis, passageiras, parciais de felicidade, encontrando em Jesus e na Boa Nova do Reino a sua grande riqueza.
 
Deste modo, a Palavra de Deus é para nós fonte inesgotável de sabedoria e vida, sobretudo quando somos transformados por Ela.
 
Reflitamos:
 
- Com nossa vida e testemunho, provocamos o encantamento por Jesus diante daqueles com quem convivemos?
- Como correspondemos à proposta amorosa que Jesus conosco renova em cada Eucaristia?

- O que nos impede de viver a sabedoria de Deus, assumindo com coragem o Projeto Divino?
- Há algo que ainda nos escraviza e nos torna autossuficientes diante da proposta de Jesus?
 
- De que modo acolho a sabedoria divina e de que modo oriento minha existência por ela?
- Quais são os valores efêmeros e eternos de minha vida?
 
- Qual é a hierarquia de valores em minha vida?
- Qual é a eficácia da Palavra de Deus em minha vida?

Oremos:
 
Senhor, que tão amados por Vós,
Saibamos corresponder ao Vosso Amor.
Dai-nos a liberdade de coração para segui-Lo,
Ouvindo e acolhendo Vossa Palavra.
 
Libertai-nos de nossas aparentes riquezas,
para que Vós sejais nossa mais bela e imensurável riqueza, que não se corrói, que não se estraga, que não se rouba, que nos garante a felicidade no tempo presente e a glória da imortalidade. Amém!

Quem é Jesus para nós? (XDTCB)

                                                         

Quem é Jesus para nós?

A Liturgia do 10º Domingo do Tempo Comum (ano B) nos convida a refletir sobre a identidade de Jesus e a comunhão que Ele deseja viver com aqueles que quiserem se tornar seus discípulos.

Na passagem da primeira Leitura (Gn 3,9-15), refletimos sobre o pecado, o mal, e a necessária vigilância, para não cairmos na tentação do Maligno, simbolizado pela serpente.

Também se faz necessária a superação da tendência humana de se desculpabilizar, desresponsabilizar e autojustificar, como vemos na passagem, nas atitudes de nossos primeiros pais.

Nesta vigilância, estamos numa luta constante contra a “serpente”, e esta será derrotada pelo Rei-Messias, Jesus, como vemos em várias passagens do Novo Testamento – (Rm 16,20; Ap 12,9; 20,2).

Na releitura cristã, a sentença divina em relação à “serpente” apresenta-se como profecia de luta de Jesus Cristo, descendente da mulher, contra o mal e contra o seu autor, descendente da antiga “serpente” simbólica” nesta passagem apresentada.

Oportuna são as palavras do Papa Francisco sobre a ação do demônio:

“Não se dialoga com o demônio […] A vida cristã é uma luta permanente. Requer-se força e coragem para resistir às tentações do demónio e anunciar o Evangelho. […] Não pensemos que é um mito, uma representação, um símbolo, uma figura ou uma ideia. Este engano leva-nos a diminuir a vigilância, a descuidar-nos e a ficar mais expostos. O demônio não precisa de nos possuir. Envenena-nos com o ódio, a tristeza, a inveja, os vícios. E assim, enquanto abrandamos a vigilância, ele aproveita para destruir a nossa vida, as nossas famílias e as nossas comunidades, porque, “como um leão a rugir, anda a rondar-vos, procurando a quem devorar” (1Pd 5,8)” (Gaudete et Exsultate 158.161).

Na passagem da segunda Leitura (2 Cor 4,13-5,1), o Apóstolo Paulo é para nós exemplo para vencermos as tribulações do cotidiano, na vivência da fé, mantendo vivo o ardor missionário, a confiança em Deus e sobretudo a confiança e esperança da vida eterna:

“A atitude de Paulo diante das tribulações serve de modelo para os cristãos de todos os tempos, como atitude a conservar diante das provas e tribulações, quer derivem do exercício dos diversos ministérios na comunidade eclesial, quer se refiram a tantas outras situações que derivam do próprio ‘ser cristãos’ no mundo contemporâneo. É antes de mais uma atitude de fé e de confiança que tem a eternidade como fim bem visível” (1)

Paulo é um exemplo no exercício do Ministério a serviço da Igreja, não para a sua glória pessoal, e, com seu Ministério Apostólico, gera novos cristãos.

Vemos que o Apóstolo tem a esperança de estar para sempre em união perfeita com Cristo, bem como, no tempo presente, deseja ardentemente a comunhão com a comunidade, e isto o impulsiona em toda a sua missão.

Na passagem do Evangelho (Mc 3,20-35), temos revelada a identidade de Jesus – “Quem é Jesus?”.

Vemos que Ele não pactua com o Demônio, ao contrário, vem para libertar homens e mulheres de todos os tempos, e nisto consiste a realização da vontade de Deus, uma comunidade de libertos do Maligno, e de realizadores da vontade divina.

A verdadeira questão da passagem é sobre a identidade de Jesus, e o não reconhecimento d’Ele como enviado do Pai, assim como o não reconhecimento de Sua identidade divina; é o pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo, e este não tem perdão.

Portanto, para fazer parte da família de Jesus, é preciso que vivamos  em total obediência à vontade de Deus, tendo a mesma atitude de Jesus na realização da vontade do Pai: o método para estabelecer uma relação de familiaridade com Jesus passa necessariamente pelo Seu seguimento, pois Ele é o primeiro a fazer a vontade de Deus, ainda que enfrentando a incompreensão e rejeição, e o Mistério da Paixão e Morte de Cruz.

Supliquemos a presença do Espírito Santo, para que, vigilantes na fé, não sucumbamos diante do poder do Maligno.

Procuremos em todos os momentos e lugares fazer a vontade de Deus, assim como Jesus o fez, para que sejamos membros de Sua família.

Tão somente assim, poderemos rezar a Oração que Ele nos ensinou, de modo especial, ao dizermos: – “Seja feita a Vossa vontade”; “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.

Em poucas palavras...

                                                  


A dignidade e importância da mulher na Igreja

“A menção das mulheres na vida pública de Cristo recorda-nos como elas são sempre necessárias e valiosas na Igreja.

João Paulo II na ‘Encíclica Mulieris Dignitatem’ insistiu na dignidade e na importância da mulher na Igreja e convida-nos a valorizar o carisma feminino nas nossas comunidades, a aprofundar a missão feminina como ponto fulcral dos problemas que vivemos.”  (1)

 

(1)         Lecionário Comentado – Tempo Comum – Volume II – Editora Paulus – Lisboa – 2010 - pág. 376

Em poucas palavras... (IXDTCB)

                                                   


“O Filho do Homem é Senhor do próprio sábado”

“O Evangelho relata numerosos incidentes em que Jesus é acusado de violar a lei do sábado. Mas Jesus nunca viola a santidade deste dia (Mc 1,21; Jo 9,16). É com autoridade que Ele dá a sua interpretação autêntica desta lei: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado» (Mc 2, 27).

Cheio de compaixão, Cristo autoriza-Se, em dia de sábado, a fazer o bem em vez do mal, a salvar uma vida antes que perdê-la (Mc 3,4). O sábado é o dia do Senhor das misericórdias e da honra de Deus (Mt 12,5; Jo 7,23). «O Filho do Homem é Senhor do próprio sábado» (Mc 2, 28).”

 

(1)        Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 2173

Resplandeçamos a luz do Senhor

Resplandeçamos a luz do Senhor

Ouvimos na quinta-feira da 4ª Semana do Tempo Comum a Passagem do Evangelho de Marcos (Mc 6, 7-13) em que nos apresenta Jesus enviando os discípulos para cumprir a missão de evangelizar, curar, exorcizar...

Assim diz o Lecionário Comentado sobre esta passagem:
O Evangelho não é só bálsamo sereno e pacífico derramado sobre as feridas da alma, mas convite à conversão e exigência de retidão normal”. (1)

Assim nos diz a Igreja na Lumen Gentium (n.1):
A luz de Cristo resplandece no rosto da Igreja”.

Continuar a missão de Jesus Cristo, é missão da Igreja, sempre conduzida pelo Espírito Santo para que o Projeto de Deus aconteça no mundo.

Evangelizando e sendo evangelizada, anunciando a Palavra do Senhor, que é “bálsamo sereno e pacífico derramado sobre as feridas da alma”. Entretanto, não é a conformação com este século, mas a proposição de conversão aos valores do Evangelho: amor, alegria, partilha, perdão, solidariedade, vida plena para todos.

Concluamos com esta oração, renovando a graça que o Senhor nos confiou de fazer resplandecer Seu rosto na Igreja iluminando as realidades mais sombrias da condição humana, em todos os seus âmbitos:

“Pai Santo, Mistério insondável de graça e de amor,
Vós quisestes que o Vosso Filho continuasse a anunciar,
Através dos Seus discípulos, a inefável grandeza do Vosso Reino
Pelos caminhos do despojamento, da humildade e da renúncia de
nós mesmos: fazei que a nossa fé possa ver o invisível e encontrar-Vos aí onde estais, para podermos acolher-Vos e tomar parte
 na assembleia festiva do Céu”.

“Pai Nosso que estais nos céus...”


(1) Lecionário Comentado p.190-191 – Ed. Paulus. 

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