segunda-feira, 18 de novembro de 2024

“Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim” (27/10)

                                                              

“Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim”

Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim. Não quero ficar aqui, à beira do caminho, mendigando em eterna dependência, saboreando o amargo sabor da marginalização, indiferença e exclusão.

Ainda que queiram calar minha voz, a Ti, grito e, suplico, pois sei em quem confio e que não me deixarás gritar aos ventos, com minha dor, sofrimento, prantos e lamentos, e em Ti, tenho fé que podes me devolver o olhar, um novo olhar...

Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim. A exemplo daquela que curaste, que há dezoito anos encurvada se encontrava, e não podia olhar para o alto e ver o horizonte do inédito, pois apenas via o chão sórdido da dor, regado pelas lágrimas de sofrimento.

Não quero mergulhar meu coração na terra, como se não mais houvesse sinais de esperança, como que numa entrega, abandono, desistência, sem saídas possíveis, a não ser silenciá-lo, no chão duro dos que não mais querem viver, porque razões não há.

Nem cego, nem encurvado quero ficar, mas quero enxergar contra toda falta de esperança.

Quero me por de pé, olhando para o alto, e as coisas do alto para sempre buscar, como nos falou o Apóstolo Paulo - "Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas do alto onde Cristo está sentado à direita de Deus" (Cl 3,1).

Jesus, Filho de Davi, curai minha cegueira, e que não me curve jamais diante do mal, do medo, da apatia, da indiferença e de qualquer outra coisa que roube a beleza da vida
E o encantamento e paixão pelo Teu Reino. Amém


PS: Inspirado nas passagens bíblicas Mc 10,46-52; Lc 13,10-17;Lc 18,35-43)

Avancemos na caminhada de fé

Avancemos na caminhada de fé

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Marcos (Mc 10,46-52), em que nos apresentado a cura do cego Bartimeu (filho de Timeu). 

Jesus ao sair de Jericó, curou um cego que estava sentado à beira do caminho.

Vejamos o que nos diz o Comentário do Missal Dominical:

“... Se, no passado, a fé podia constituir uma explicação ou uma interpretação do universo, um lugar de segurança diante dos absurdos da história e do mistério do mundo, hoje não é mais assim.

Os movimentos de ideias, o processo tecnológico, a expansão do consumo, os movimentos migratórios e turísticos, a urbanização crescente e caótica com as consequentes dificuldades de integração comunitária, a agressão da publicidade, a instabilidade política, econômica e social, com todos os problemas daí derivados, concorrem para aguçar a dilaceração interior, ainda mais sensível nos homens de cultura.

Neste quadro, a carência de uma fé consciente e robusta favorece a dissolução da religiosidade, até a ruptura total com a prática religiosa”. (1)

Como vemos, não há mais lugar para uma fé anônima e sem compromissos, pois há sempre um itinerário a ser percorrido para que nossa fé tenha os “predicativos desejáveis” e “aditivos indispensáveis”:

“Num mundo como o nosso, não há mais lugar para uma fé anônima, formalista, hereditária. É necessária uma fé fundada no aprofundamento da palavra de Deus, na opção e nas convicções pessoais. Uma fé conscientemente abraçada e não passivamente recebida em herança.

Tudo isto comporta um novo modo de enfrentar o problema da iniciação cristã, um novo modo de considerar a evangelização e a sacramentalização. Abre-se um imenso campo de ação à pastoral em geral e à catequética particularmente.

O cristão deverá percorrer (ou repercorrer, se se trata de adulto) não tanto um caminho feito de etapas e gestos sacramentais, mas um itinerário de fé, um catecumenato renovado, sem o qual não têm sentido nem eficácia os gestos sacramentais feitos em prazos fixos.” (2)

Assim é a caminhada de fé: um processo permanente, no qual é preciso que se avance para não recuar, sem qualquer possibilidade de desistência do carregar da cruz, ainda que adversidades tenhamos que enfrentar.

Oremos: 

“Deus eterno e Todo-Poderoso, aumentai em nós
a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar
o que prometeis. Por N.S.J.C. Amém!”



(1) Missal Dominical - Editora Paulus - pág. 1057.
(2) Idem.
PS: Oportuno para a reflexão da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 18,35-43)

Coragem, o Senhor te chama

Coragem, o Senhor te chama

Joguemos o manto e
saltemos ao encontro do Amor

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Marcos (Mc 10,46-52), em que nos apresentado a cura do cego Bartimeu (filho de Timeu). 

Esta passagem bíblica é mais do que a história da cura de um cego por Jesus, trata-se de uma catequese batismal com todas as suas etapas.

Deus sempre deseja que alcancemos a vida verdadeira e o caminho que Ele nos apresenta para alcançarmos esta meta, é o Seu próprio Filho que nos cura de toda cegueira e nos dá vida plena, na total adesão a Ele, acolhendo e vivendo Sua proposta de Salvação.

Jesus quer dos discípulos uma vida de luz, uma vida nova e para isto é preciso romper com o mundo da escuridão e acolhe-Lo como luz – “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12).

Precisamos que nosso olhar seja curado, para que se torne o olhar de Deus: olhar de ternura, de solidariedade, de confiança, de esperança, de compromisso, de amor sem limites, de horizonte do inédito, de alcance do aparentemente intangível...

O cego Bartimeu está sentado, numa expressão real de desânimo e conformismo, está privado da luz e da liberdade e conformado com sua aparente irredutível situação, sem qualquer perspectiva.

Suplicando ao Senhor, tem que superar as resistências, mas até o seu grito tentam calar.

Diante da Palavra de Jesus – “Coragem, levanta-te que Ele te chama”, irrompe a novidade. O cego atira a capa, dá um salto e vai ao encontro com Jesus.

“É claro o significado simbólico do gesto: para seguir o Senhor é preciso saber libertar-se de tudo aquilo que serve de obstáculo a uma adesão pronta à Sua Palavra. Não se trata somente de nos libertarmos dos pecados, mas de saber antepor a riqueza espiritual da fé no Senhor aos recursos a que o nosso coração está demasiado apegado e que o tornam pesado” .(1)

É preciso que joguemos fora nossa capa, com a coragem de desapegos, despojamentos, esvaziamentos. É preciso que fiquemos nus aos olhos de Deus, como nossos primeiros pais, para que por Ele sejamos revestidos, em intensa relação de amor, amizade, intimidade.

De fato, diante do Senhor rompemos com o passado, simbolizado na capa, saltamos para o novo, para o encontro que transforma a nossa vida e pomo-nos com novo ardor a caminho: o caminho da luz, do amor, da verdade e da vida.

Bartimeu depois do encontro se torna modelo de verdadeiro discípulo para nós. Em nosso encontro com Jesus há quem nos conduz, como também há os que nos impedem, obstaculizam. Não podemos desanimar jamais de ir ao Seu encontro, pois somente com Ele nossa vida se torna plena de luz, paz, amor e alegria.

Pôr-se no caminho do amor, do serviço, da entrega, do dom da vida, a partir do encontro com Jesus é o caminho que todos devemos fazer.

Somente curados pelo Senhor, a cada instante, é que não desanimamos da caminhada de fé, sabendo, crendo, anunciando e testemunhando que somente Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Somente Ele nos introduz na luz no tempo presente e um dia na luz eterna, na plena claridade que é o céu. Claridade plena, porque assim é o amor. Onde houver amor, há luz. Onde houver a plenitude do amor haverá a plenitude da luz.

Assim o autor da Epístola aos Hebreus nos apresentou Jesus, pouco mais tarde, ao escrever para a sua comunidade fragilizada, cansada e desanimada, Jesus como o Sumo Sacerdote que intercede a Deus em nosso favor.

Jesus é o Sumo Sacerdote por excelência! Escolhido por Deus, saído do meio dos homens e mediador entre nós e Deus, entende perfeitamente, como Homem e Deus, nossas dificuldades reais da existência.

Com Jesus, a comunidade precisa revitalizar o seu compromisso, empenhando-se numa fé mais coerente e mais comprometida. Contemplar e corresponder ao Amor de Deus por nós que é imensurável, sem limites, indescritível, indefinível...

Jesus, o Sumo Sacerdote do Pai, é para nós e nos comunica pelo Seu Espírito a plenitude do Amor, da Vida e da Luz. Amém.



(1) Leccionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - pág. 647.
PS: Oportuno para a reflexão da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 18,35-43)

“Mestre, que eu veja!”


“Mestre, que eu veja!”

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Marcos (Mc 10,46-52), em que nos apresentado a cura do cego Bartimeu (filho de Timeu). 

Com esta cura, compreendemos o caminho que Deus trilha para nos libertar das trevas e nos fazer nascer para a luz, e assim passemos da escravidão à liberdade, da morte à vida.

Esta passagem bíblica é mais do que a história da cura de um cego por Jesus, trata-se de uma catequese batismal com todas as suas etapas.

O cego Bartimeu está sentado, numa expressão real de desânimo e conformismo, está privado da luz e da liberdade e conformado com sua aparente irredutível situação, sem qualquer perspectiva.

Suplicando ao Senhor, tem que superar as resistências, mas até o seu grito tentam calar.

Diante da Palavra de Jesus – “Coragem, levanta-te que Ele te chama”, irrompe a  novidade. O cego atira a capa, dá um salto e vai ao encontro com Jesus.

“É claro o significado simbólico do gesto: para seguir o Senhor é preciso saber libertar-se de tudo aquilo que serve de obstáculo a uma adesão pronta à Sua Palavra. Não se trata somente de nos libertarmos dos pecados, mas de saber antepor a riqueza espiritual da fé no Senhor aos recursos a que o nosso coração está demasiado apegado e que o tornam pesado.” (1)

É preciso que joguemos fora nossa capa, com a coragem de desapegos, despojamentos, esvaziamentos. É preciso que fiquemos nus aos olhos de Deus, como nossos primeiros pais, para que por Ele sejamos revestidos, em intensa relação de amor, amizade, intimidade.

De fato, diante do Senhor rompemos com o passado, simbolizado na capa, saltamos para o novo, para o encontro que transforma a nossa vida e pomo-nos com novo ardor a caminho: o caminho da luz, do amor, da verdade e da vida.

Bartimeu depois do encontro se torna modelo de verdadeiro discípulo para nós. Em nosso encontro com Jesus há quem nos conduz, como também há os que nos impedem, obstaculizam. Não podemos desanimar jamais de ir ao Seu encontro, pois somente com Ele nossa vida se torna plena de luz, paz, amor e alegria, e tudo mais quanto possamos desejar, conceber, dizer.

Pôr-se no caminho do amor, do serviço, da entrega, do dom da vida, a partir do encontro com Jesus é o caminho que todos devemos fazer.

Somente curados pelo Senhor a cada instante é que não desanimamos da caminhada de fé, sabendo, crendo, anunciando e testemunhando que somente Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.

Somente Ele nos introduz na luz no tempo presente e um dia na luz eterna, na plena claridade que é o céu. Claridade plena, porque assim é o amor. Onde houver amor, há luz. Onde houver a plenitude do amor haverá a plenitude da luz.

Jesus, o Sumo Sacerdote do Pai, é para nós e nos comunica pelo Seu Espírito a plenitude do Amor, da Vida e da Luz. Amém.


(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - pág. 647.
PS: Oportuno para a reflexão da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 18,35-43)

Concedei-nos, Senhor, o colírio da fé

                                                                    

Concedei-nos, Senhor, o colírio da fé 


“...Privado da luz da fé,
 todo o universo acaba por se fechar num sepulcro sem futuro, sem esperança...” (Papa  Bento XVI) 

Nossa História é marcada por acontecimentos por vezes humilhantes e dolorosos, e, nestes momentos, é preciso manter o olhar da fé iluminado, aberto à esperança, na fidelidade a Deus, que “fere a ferida, que golpeia e cura com a Sua própria mão” (Jó 5,18), experimentando Sua força, amor e ternura, que nos refaz e nos recoloca de pé, sempre a caminho, a fim de que não recuemos jamais.

Elevemos súplicas a Deus misericordioso, a gratuidade inaudita, que tanto nos ama, e que não  permite que as trevas que envolvem o mundo, nos faça perder o sentido do próprio existir, e o rumo de novos e luminosos horizontes.

Elevemos súplicas a Deus misericordioso, por meio de Jesus, o Amado Filho, para que nos torne fortes e corajosas testemunhas de Sua bondade, vencendo as adversidades de cada dia, com a esperança de vida nova e plena que somente Ele pode nos alcançar, com a presença e a ação do Santo Espírito. Amém.

 



Fonte inspiradora: Lecionário Comentado – Tempo Comum – Editora Paulus - 2011 - volume I – p.176

PS: Apropriado para a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 10,46-52; Lc 18,35-43)

“Sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”


“Sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”
 
No 30º Domingo do Tempo Comum (ano B), ouvimos a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 10,46-52), sobre a cura realizada por Jesus do cego de Jericó.
 
O Bispo e Doutor da Igreja, Santo Agostinho (séc. VI), nos apresenta este Sermão sobre a referida passagem:
 
“Amai a Deus, visto que nada encontrais melhor que Ele. Amais a prata porque é melhor que o ferro e o bronze; amais o ouro mais ainda, porque é melhor que a prata; amais ainda mais as pedras preciosas, porque superam até mesmo o preço do outro; amais, por fim, esta luz que teme perder todo homem que teme a morte; amais, repito, esta mesma luz que a desejava com grande amor quem gritava atrás de Jesus: Filho de Davi, tem compaixão de mim.
 
Gritava o cego quando Jesus passava. Temia que Ele passasse e não o curasse. Como gritava? Até o ponto de não calar, ainda que a multidão lhe ordenasse o silêncio. Venceu opondo-se a ela, e alcançou o Salvador. Ao bradar a multidão e ao proibir-lhe de gritar, Jesus parou, o chamou e lhe disse: - Que queres que eu faça? – Senhor, lhe disse, que eu veja – Vai, a tua fé te salvou.
 
Amai a Cristo; desejai a luz que é Cristo. Se aquele desejou a luz corporal, quanto mais vós deveis desejar a luz do coração! Gritemos diante d’Ele não com a voz, mas com os costumes. Vivamos santamente, desprezemos o mundo; consideremos como nulo tudo que é passageiro. Se vivermos assim, nos repreenderão, como se o fizessem por nosso amor, os homens mundanos, amantes da terra, saboreadores do pó, que nada trazem do céu, que  não possuem mais alento vital que aqueles que respiram pelo nariz, sem outro no coração.
 
Sem dúvida, quando nos virem desprezar estas coisas mundanas e terrenas, nos recriminarão e dirão: ‘Por que tu sofres? Ficastes louco?’.
 
É a multidão que trata de impedir que o cego grite. E até são cristãos alguns dos que impedem de viver cristãmente. De fato, também aquela multidão caminhava ao lado de Cristo e colocava obstáculos ao homem que bradava junto a Ele e desejava a luz como dádiva do próprio Cristo.
 
Existem cristãos assim; porém vençamo-los vivamos santamente; seja a nossa vida nosso grito para Cristo.” (1)
 
Como discípulos missionários do Senhor, devemos amá-Lo e desejar a Sua Luz, “desejar a luz do coração”, como o Bispo nos disse, a fim de que vivamos santamente, cristãmente.
 
No entanto, é preciso gritar diante d’Ele e a Ele sempre, mas “não com a voz, mas com os costumes”, vivendo santamente. Nada poderá nos impedir ou nos calar.
 
Assim como a multidão tentou impedir que o cego gritasse, ainda hoje há quem queira calar o grito dos empobrecidos, dos que clamam por vida, dignidade, pão, moradia, saúde, e tudo o que torne a vida mais humana, mais justa e fraterna.
 
Estes que tentam impedir, tanto podem estar fora, como dentro da própria comunidade daqueles que seguem Jesus, como Seus discípulos como nos alertou o Bispo – “Existem cristãos assim; porém, vençamo-los, vivamos santamente; seja a nossa vida nosso grito para Cristo”.
 
Supliquemos ao Senhor para que cure nossa cegueira, física e espiritual, a fim de que iluminados por Ele que é a luz do mundo, como nos falou –“Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida’ (cf. Jo 8,12), e com Ele caminhemos, pois tão somente Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida (cf. Jo 14,6).

Oportuno lembrar o que nos diz a Oração Eucarística V do Congresso de Manaus: “E a nós, que agora estamos reunidos e somos povo santo e pecador, dai força para construirmos juntos o Vosso Reino que também é nosso”.
 
Concluamos com as Palavras do Apóstolo Paulo que nos exorta:
 
“​Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Rm 12,1).


 
(1)Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes – 2013 – pág. 496-497

PS: Oportuno para a reflexão da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 18,35-43)

A cura do cego Bartimeu


A cura do cego Bartimeu
No 30º Domingo do Tempo Comum (ano B) ouvimos a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 10,46-52), em que nos apresentado a cura do cego Bartimeu (filho de Timeu). 

Com esta cura, podemos compreender o caminho que Deus trilha para nos libertar das trevas e nos fazer nascer para a luz, e assim passemos da escravidão à liberdade, da morte à vida.

Esta passagem bíblica é mais do que a história da cura de um cego por Jesus, trata-se de uma catequese batismal com todas as suas etapas.

O cego Bartimeu está sentado, numa expressão real de desânimo e conformismo, está privado da luz e da liberdade e conformado com sua aparente irredutível situação, sem qualquer perspectiva.

Suplicando ao Senhor, tem que superar as resistências, mas até o seu grito tentam calar.

Diante da Palavra de Jesus – “Coragem, levanta-te que Ele te chama”, irrompe a  novidade. O cego atira a capa, dá um salto e vai ao encontro com Jesus.

“É claro o significado simbólico do gesto: para seguir o Senhor é preciso saber libertar-se de tudo aquilo que serve de obstáculo a uma adesão pronta à Sua Palavra. Não se trata somente de nos libertarmos dos pecados, mas de saber antepor a riqueza espiritual da fé no Senhor aos recursos a que o nosso coração está demasiado apegado e que o tornam pesado.” (1)

É preciso que joguemos fora nossa capa, com a coragem de desapegos, despojamentos, esvaziamentos. É preciso que fiquemos nus aos olhos de Deus, como nossos primeiros pais, para que por Ele sejamos revestidos, em intensa relação de amor, amizade, intimidade.

De fato, diante do Senhor rompemos com o passado, simbolizado na capa, saltamos para o novo, para o encontro que transforma a nossa vida e pomo-nos com novo ardor a caminho: o caminho da luz, do amor, da verdade e da vida.

Bartimeu depois do encontro se torna modelo de verdadeiro discípulo para nós. Em nosso encontro com Jesus há quem nos conduz, como também há os que nos impedem, obstaculizam. Não podemos desanimar jamais de ir ao Seu encontro, pois somente com Ele nossa vida se torna plena de luz, paz, amor e alegria, e tudo mais quanto possamos desejar, conceber, dizer.

Pôr-se no caminho do amor, do serviço, da entrega, do dom da vida, a partir do encontro com Jesus é o caminho que todos devemos fazer.

Somente curados pelo Senhor a cada instante é que não desanimamos da caminhada de fé, sabendo, crendo, anunciando e testemunhando que somente Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Somente Ele nos introduz na luz no tempo presente e um dia na luz eterna, na plena claridade que é o céu. Claridade plena, porque assim é o amor. Onde houver amor, há luz. Onde houver a plenitude do amor haverá a plenitude da luz.

Jesus, o Sumo Sacerdote do Pai, é para nós e nos comunica pelo Seu Espírito a plenitude do Amor, da Vida e da Luz. Amém.

(1) Leccionário Comentado - Editora Paulus - Volume Tempo Comum II - pág. 647.
PS: Oportuno para a reflexão da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 18,35-43)

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG