terça-feira, 1 de outubro de 2024

Em poucas palavras...

 


Dai-nos, paciência, Senhor

“A primeira condição do discípulo é a paciência em face do insucesso.

Jesus reprovará Tiago e João e os convidará a dar o tempo necessário à realização da conversão e ao progresso do Reino. A impaciência dos apóstolos é muitas vezes a nossa.”  (1)

 

(1)         Missal Cotidiano – Editora Paulus - Comentário sobre a passagem do Evangelho de Lucas ( Lc 9,51-56) – pág.1328

A Missão que o Senhor nos confia

                                                                 

A Missão que o Senhor nos confia

Na Liturgia, da terça-feira da 26ª  Semana do Tempo Comum (ano ímpar), o Profeta Zacarias nos fala da vinda de muitos povos e nações que viriam visitar o Senhor em Jerusalém (Zc 8,20-23),

O Comentário do Missal Cotidiano nos diz: “O oráculo com que se encerra a primeira parte do Livro de Zacarias reflete a tomada de consciência por parte da nascente comunidade judaica, de sua missão espiritual e universal” (1).

E a Salvação que Jesus veio trazer se estenderá, de fato, a todos os povos, como vemos também na passagem do Evangelho (Lc 9, 51-56).

Volto a uma questão fundamental: na primeira Leitura, o Profeta deixa transparecer que quem conhece a Deus deve também torná-lo conhecido a todos, num processo contínuo de conversão e proximidade.

Diz ainda o Missal Cotidiano: “Nosso testemunho de fé deveria ser tal qual que pudéssemos ouvir: ‘Queremos ir convosco, porque compreendemos que Deus está convosco’” (2).

Mais uma vez, voltemos às palavras do Papa Bento XVI, em sua Carta Encíclica “Deus Caritas est”, primeiro parágrafo:

Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”.

Vivendo os primeiros dias do mês que dedicamos de modo especial ao tema das Missões, é oportuno refletirmos:

- Temos consciência de que a Salvação de Deus se destina a todos os povos?
- Como nos empenhamos para que todos os povos conheçam e adorem a Deus em espírito e verdade?
- Despertamos, pelo testemunho de nossa fé em Deus, o desejo de que outros caminhem conosco?

Invoquemos a luz do Espírito Santo, para que sejamos fortalecidos na graça da missão de anunciar e testemunhar a Palavra do Senhor, com palavras e obras, pois tão somente assim nossa luz haverá de brilhar e Deus será glorificado.



(1) Missal Cotidiano – Editora Paulus -  p.1324
(2) Idem p.1325.

Santa Teresinha, padroeira das missões

 


Santa Teresinha, padroeira das missões

“No coração da Igreja, minha vocação é o amor...” 

De modo especial, a Igreja dedica o mês de outubro para aprofundar sobre as missões, a fim de que vivamos a dimensão sinodal, edificando uma Igreja misericordiosa, acolhedora e missionária, alcançando as realidades mais desafiadoras, que o Papa Francisco chama de periferias existenciais.

E como é importante podermos contar com a intercessão de Santa Teresinha do Menino Jesus (séc. XIX), declarada a “Padroeira das Missões”, por PIO XI, em 1927, e cuja memória celebramos no dia 1º de outubro.

Santa Teresinha pouco viveu, mas teve tamanha intensidade e amor, e ficará para sempre viva, sendo grande testemunha do Senhor.

Retomo suas palavras, quando procurava encontrar o lugar da sua vocação na Igreja: “Então, delirante de alegria, exclamei: Ó Jesus, meu amor, encontrei afinal minha vocação: minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, Tu me deste este lugar, meu Deus. No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor e desse modo serei tudo, e meu desejo se realizará”. 

Em oração, à luz da Palavra Divina, descobriu seu lugar na Igreja, e sua exclamação ressoa por todo o tempo: "No coração da Igreja minha vocação é o amor!” 

Com ela, aprendemos a nos perguntar: - “Qual é a minha vocação na Igreja, sobretudo uma Igreja Sinodal, Povo de Deus que caminha juntos, na comunhão, participação e missão?” 

Que a exemplo desta jovem, tenhamos intenso amor no coração, a fim de que pelo Amado Jesus seduzidos, com o fogo do amor do Espírito, vivamos maior fidelidade ao plano de amor que Deus tem para todos nós, edificando comunidades eclesiais missionárias, que se alimentam com o Pão da Palavra e da Eucaristia.

 

“À vossa proteção..."

                                                           


 “À vossa proteção..."

“À vossa proteção recorremos, santa Mãe de Deus;
não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades,
mas livrai-nos sempre de todos os perigos,
ó Virgem gloriosa e bendita”. (1)

 

 

(1)  A mais antiga Oração à Nossa Senhora: 

https://www.vaticannews.va/pt/oracoes/a-vossa-protecao.html 

 

 

 

“Igreja missionária, testemunha de misericórdia”

“Igreja missionária, testemunha de misericórdia

Celebrando o Mês Missionário, voltemos à mensagem do Papa Francisco para Dia Mundial das Missões (2016), com o tema: “Igreja missionária, testemunha de misericórdia”.

Ao longo da Mensagem, o Papa retoma alguns parágrafos da Bula “Misericordiae Vultus”, para que continuemos aprofundando o Jubileu Extraordinário da Misericórdia.

Convida-nos a olhar a missão “ad gentes” como uma grande, imensa obra de misericórdia quer espiritual quer material, e para tanto precisamos “sair”, como discípulos missionários, colocando em comum talentos, criatividade, sabedoria e experiência para levar a mensagem da ternura e compaixão de Deus à família humana inteira.

A missão é a concretização do mandato do Evangelho – «Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado» (Mt 28, 19-20). Esta nunca se dá por terminada, pois a Igreja vive em estado permanente de missão, e somos impelidos a ser presença nos mais diversos cenários, com seus inúmeros desafios, numa renovada “saída” missionária: “...sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho» (Exortação Apostólica Evangelii gaudium n. 20).

É missão da Igreja anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, a todos e em todos os cantos da terra, pois esta  gera íntima alegria no coração do Pai, sempre que encontra cada criatura humana, de modo especial os descartados, os oprimidos, pois Deus comove-se e estremece de compaixão (cf. Os 11, 8), e é misericordioso para com todos, Sua ternura estende-se sobre todas as criaturas (cf. Sl 144, 8-9).

Citando o Papa São João Paulo II, exorta-nos a viver a misericórdia, que encontra a sua manifestação mais alta e perfeita no Verbo encarnado, porque Jesus Cristo, com Sua Palavra e Vida, revela o rosto do Pai, rico em misericórdia.

Para tanto o discípulo missionário tem que aceitar e seguir Jesus por meio do Evangelho e dos Sacramentos, com a ação do Espírito Santo, para que seja misericordioso como o Pai celestial, aprendendo a amar como Ele nos ama e fazendo da própria vida um dom gratuito, um sinal da Sua bondade.

Ressalta o protagonismo feminino ao lado da presença masculina, no mundo missionário, no anúncio do Evangelho e no serviço sociocaritativo. Ser discípulo missionário é ser um vinhateiro misericordioso do Evangelho (cf. Lc 13, 7-9; Jo 15, 1), com paciência, dedicação e esforço, levar a Palavra de Deus aos lugares mais desafiadores, pois cada povo e cultura têm direito de receber a mensagem de salvação, que é dom de Deus para todos, sobretudo se considerarmos as injustiças, guerras, crises humanitárias que aguardam por uma solução, acentua o Papa.

Para que tenhamos uma “Igreja missionária, testemunha de misericórdia”, nossa Diocese (paróquias, comunidades religiosas, associações e movimentos) precisa estar devidamente motivada e conscientizada da Coleta Missionária, a ser realizada no penúltimo domingo do mês de outubro.

Este gesto expressa a comunhão eclesial missionária, uma Igreja que não se fecha em suas preocupações particulares, mas tem horizontes alargados.

Finaliza a mensagem fazendo-nos voltar para Santa Maria, ícone sublime da humanidade redimida, modelo missionário para a Igreja, pedindo a ela que nos ensine a gerar e guardar a presença viva e misteriosa do Senhor Ressuscitado, que renova e enche de jubilosa misericórdia as relações entre as pessoas, as culturas e os povos.

Em poucas palavras...

Viver por amor

“Depois do exílio da terra, espero ir gozar de Vós na Pátria, mas não quero acumular méritos para o céu, quero é trabalhar só por vosso amor [...] 

Na noite desta vida, aparecerei diante de Vós com as mãos vazias, pois não Vos peço, Senhor, que conteis as minhas obras. Todas as nossas justiças têm manchas aos vossos olhos. 

Quero, portanto, revestir-me com a vossa própria Justiça, e receber do vosso Amor a posse eterna de Vós mesmo..”. (1)

 

(1) Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897)

 

 

 


O exigente caminho da Salvação

                                                        

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Como discípulos missionários de Jesus Cristo, é preciso que trilhemos o mesmo caminho por Ele percorrido, como tão bem retrata o Evangelista Lucas (Lc 9,51-56), na passagem proclamada na terça-feira da 26ª Semana do Tempo Comum.

Ele inicia uma viagem que é a caminhada para a glória, mas passa pelo inevitável caminho real da Cruz. Sem murmurações, contando sempre com a força, presença e ação do Espírito Santo que O leva a viver incondicional fidelidade ao Pai. 

Com Sua Vida, testemunha o que ensinou com a Sua Palavra, e é o Servo do Senhor que Se deixa conduzir ao matadouro, sem a boca abrir e, porque Cordeiro mudo, tornou-Se Pastor imortal para o rebanho por toda a eternidade. 

Muitas vezes, também nós cristãos gostaríamos de ver o triunfo da fé e da Igreja, mas segundo critérios mundanos.

O aplauso dos homens, as aclamações dos poderosos, o favor dos meios de comunicação podem ser, na verdade, modo de açaimar a verdadeira profecia, que compete aos sequazes de Cristo no mundo. 

Foi diferente o percurso traçado e indicado pelo Messias sofredor.” (1) 

Nada poderá calar a verdadeira profecia dos discípulos missionários do Senhor. nada poderá calar a voz daqueles que creem, anunciam e testemunham a Sua Palavra.

Da mesma forma, nada poderá amordaçar nossa boca e amarrar nossos pés, pois tão somente assim trilharemos o caminho que nos conduz ao Céu, carregando com fé nossa cruz quotidiana.

Reflitamos:
- O que poderá roubar a capacidade de nos entregarmos, com paixão, pela causa do Reino?
- O que poderá se sobrepor à missão da Igreja, na continuidade da missão do Senhor?

Oportunas são as palavras do Apóstolo Paulo aos romanos: “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?” (Rm 8,35).

Supliquemos sempre a força do Espírito Santo, que vem em socorro de nossa fraqueza, para que não vacilemos na fé, não esmoreçamos na esperança e jamais esfriemos na caridade, com total e incondicional confiança e entrega ao Senhor.

Façamos esta súplica tantas vezes quanto for necessário, mas jamais desistamos do caminho árduo da salvação, que passa pela porta estreita, com as renúncias necessárias, carregando nossa cruz de cada dia.
 

(1) Lecionário Comentado - Volume Tempo Comum - Ediora Paulus - Lisboa - pág. 460. 

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