quinta-feira, 30 de maio de 2024

Produzamos os frutos do Espírito

 


Produzamos os frutos do Espírito

Assim lemos no Lecionário Comentado, sobre a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 11,11-26):

“Perante a figueira que secara, Jesus pronuncia depois palavras sobre a fé (vv.22-33), sobre a oração (vv.24-25) e sobre o perdão (v.25)...

A imagem da figueira, cheia de folhas mas estéril, é a imagem de um povo que frequenta o Templo, fazendo florescer nele um comércio exuberante, em vez da oração feita com fé e com a disposição para o perdão.

 A fé em Deus e o perdão oferecido ao próximo são as condições e a marcas distintivas da verdadeira oração. O Templo não pode ser um espaço de negócio, mas casa de oração desejada por Deus para todos os povos” (1).

E no Missal Cotidiano, assim lemos:

“Israel não reconheceu a visita do Senhor nem produziu o fruto esperado. Possuía a casa da oração, porém não mais a fé em Deus e em seu amor e o perdão dos inimigos, que tornam aceita a oração.” (2)

Concluindo, acolhamos alguns questionamentos que o Missal nos apresenta, e que são fundamentais para revermos nossa fidelidade no discipulado, a fim de que nossa ação evangelizadora seja autêntica e produza os frutos por Deus esperados:

“Mas sabemos hoje reconhecer ‘quem é Jesus’ para nós?

Produzimos os frutos que Ele espera?

E nossa vida de igreja não se limita a um estéril aparato exterior?

Onde estão em nossas comunidades a fé viva, a fraternidade, o perdão, os frutos do Espírito, como verdadeiros sinais da presença e do reconhecimento de Cristo?”

E podemos completar esta reflexão, retomando a passagem da Carta de Paulo aos Gálatas (Gl 5,16.22a-23a.25), sobre os frutos do Espírito.

“Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis...”

  

(1) Lecionário Comentado – Volume I - Tempo Comum – Editora Paulus – pág.394-395

(2)Missal Quotidiano – Editora Paulus- pág. 839

Fidelidade ao Senhor, frutos abundantes


Fidelidade ao Senhor, frutos abundantes

À luz da passagem do Evangelho de Marcos (Mc 11,11-26), refletimos sobre a missão da Igreja, mais precisamente, como favorecemos ou enfraquecemos esta missão.

Como discípulos missionários do Senhor, elevemos a Deus esta Oração, renovando a graça de sermos Igreja e a ela pertencermos, para que, na vivência do Novo Mandamento do Amor que Ele nos deu, possamos produzir os frutos esperados.

Oremos:

Senhor, que a Vossa Igreja, por Vós edificada, seja para nós um local privilegiado para o encontro pessoal com o Vosso Pai, envolvidos pelo Vosso Espírito Santo de Amor, de modo que possamos fazer progressos na fé, sempre revigorados na esperança e reavivados na prática da caridade, e assim viver maior comunhão e verdadeiro amor fraterno, correspondendo, de maneira sublime, ao Projeto do Reino por Vós inaugurado.

Senhor, livrai-nos da tentação de fazer da Vossa Igreja lugar de posturas e práticas que têm por finalidade, tão somente, a promoção pessoal, o lucro, a competição e a concorrência entre as pessoas, a busca do prestígio, da fama; pouco importando se fazemos multiplicar  sentimentos que não estão em sintonia com o Vosso Evangelho, como ciúmes, rancor, raiva, ira, inveja...

Senhor, afastai de nós tudo que seja contrário aos Vossos ensinamentos, proclamados no Sermão da Montanha, na Oração do Pai Nosso, e em outros momentos memoráveis, que nos fazem iluminados e iluminantes, comunicadores de Vossa Divina Luz, num mundo tão marcado por sombras e escuridão, como expressão do pecado e morte, que teimosamente insistem em sobreviver. Amém. 

Como precisamos do colírio da fé!

                                                         

Como precisamos do colírio da fé!

Retomo as palavras de Jacques Monod, prêmio Nobel de medicina, citadas no Missal Dominical para a passagem bíblica da cura do cego de nascença (cf. Jo 9,1-40):

“O homem é um cigano perdido num universo enregelado que lhe é totalmente indiferente”.

O que esta citação quer dizer e o que tem a ver com esta cura?

Assim refletiu o Papa Bento XVI, anos passados:

“O domingo do cego de nascença apresenta Cristo como luz do mundo. O Evangelho interpela cada um de nós: «Tu crês no Filho do Homem?». «Creio, Senhor» (Jo 9, 35.38), afirma com alegria o cego de nascença, fazendo-se voz de todos os crentes.

O milagre da cura é o sinal que Cristo, juntamente com a vista, quer abrir o nosso olhar interior, para que a nossa fé se torne cada vez mais profunda e possamos reconhecer n’Ele o nosso único Salvador. Ele ilumina todas as obscuridades da vida e leva o homem a viver como «filho da luz»”.

Convida-nos à profundidade da fé, abrindo o nosso olhar interior, não permitindo lugares para obscuridades em nossa vida, pois somos filhos da luz como afirma Paulo aos Efésios (Ef  5,8-14).

O Bispo Santo Agostinho assim se expressou:

“Os nossos olhos, irmãos, são agora iluminados pelo colírio da fé”.

Profundidade sim, obscuridade não! Necessitamos deste “colírio da fé”, para uma fé mais profunda, iluminada e iluminadora. As trevas cederão sempre à luz, que emana da Vida Nova do Ressuscitado. Crer no Ressuscitado é certeza de que as trevas cedem lugar à luz, e a morte à vida!

Sem a fé, seríamos como ciganos, vagueando nas penumbras das incertezas, sem um destino auspicioso, sem horizontes e perspectivas, enfim, sem saídas! O mundo, a vida, a nossa história seriam enregelados, tristes, sombrios… De modo que o desânimo e  o caos nos seriam indiferentes.

Mas não! Crendo no Ressuscitado sabemos por onde e com quem caminhar, Jesus. Temos a Verdade que embasa nosso viver, o Evangelho. Temos a vida no tempo presente que se espraia nos deleites da eternidade, o Céu!

Adesão incondicional ao Senhor

Adesão incondicional ao Senhor

A fidelidade ao Senhor, como discípulos missionários Seus,  precisa ser acompanhada de três verbos inseparáveis:

- Acreditar na pessoa de Jesus e no Seu Projeto;
- Aceitar a concretização do mesmo;
- Aderir a Ele com todo empenho, com toda alma...

Deste modo vivemos a autenticidade da fé cristã, pois ser cristão é escolher a Cristo, optar pela Sua Pessoa e Projeto e segui-Lo, não se tratando de abraçar um conjunto de ideias, ou crer numa ideologia que passa...

Na decisão fundamental por Jesus Cristo estão contidas e plenificadas todas as exigências de conhecimento e de ação da fé.

É necessário que:
- Sejamos educados no pensamento de Cristo,
- Vejamos a história como Ele,
- Julguemos a vida como Ele,
- Escolhamos amar como Ele,
- Esperemos como Ele ensina,
- Vivamos n'Ele a comunhão, com o Pai e o Espírito Santo.

Somente uma adesão incondicional, radical, total e para sempre nos assegurará a realização de nossa vida, sonhos e projetos.

Somente a opção por Cristo é caminho para Salvação, de modo que tão somente na adesão a Ele, é que encontramos o sentido para a nossa vida.

Que cada dia seja um tempo de graça para renovarmos nosso amor e fidelidade ao Senhor, fortalecendo e alcançando a desejada santidade como sinônimo de felicidade, não nos curvando diante dos desafios da realidade quotidiana.

Não percamos a graça de testemunhar esta adesão que nos desafia a manter viva a chama da caridade e da luz divina!

Por Jesus, em cada irmão e irmã,
em pequenos gestos de amor se consumir.

Amém. Aleluia!

Ó precioso e admirável Banquete de Amor e Eternidade!

Ó precioso e admirável Banquete de Amor e Eternidade!

Aprofundemos sobre o inesgotável Mistério da Eucaristia, à luz das Obras do Presbítero Santo Tomás de Aquino (Séc. XIII).

“O unigênito Filho de Deus, querendo fazer-nos participantes da Sua Divindade, assumiu nossa natureza, para que, feito homem, dos homens fizesse deuses.

Assim, tudo quanto assumiu da nossa natureza humana, empregou-o para nossa salvação. Seu corpo, por exemplo, e o ofereceu a Deus Pai como sacrifício no Altar da Cruz, para nossa reconciliação; Seu sangue, Ele o derramou ao mesmo tempo como preço do nosso resgate e purificação de todos os nossos pecados.

Mas, a fim de que permanecesse para sempre entre nós o memorial de tão imenso benefício, Ele deixou aos fiéis, sob as aparências do pão e do vinho, o Seu Corpo como Alimento e o Seu Sangue como Bebida.

Ó precioso e admirável Banquete, Fonte de salvação e repleto de toda suavidade!

Que há de mais precioso que este Banquete? Nele, já não é mais a carne de novilhos e cabritos que nos é dada a comer, como na antiga Lei, mas é o próprio Cristo, verdadeiro Deus, que Se nos dá em Alimento.

Poderia haver algo de mais admirável que este Sacramento? De fato, nenhum outro Sacramento é mais salutar do que este; nele os pecados são destruídos, crescem as virtudes e a alma é plenamente saciada de todos os dons espirituais.

É oferecido na Igreja pelos vivos e pelos mortos, para que aproveite a todos o que foi instituído para a salvação de todos.

Ninguém seria capaz de expressar a suavidade deste Sacramento; nele se pode saborear a doçura espiritual em sua própria fonte; e torna-se presente a memória daquele imenso e inefável Amor que Cristo demonstrou para conosco em Sua Paixão.

Enfim, para que a imensidade deste amor ficasse mais profundamente gravada nos corações dos fiéis, Cristo instituiu este Sacramento durante a última Ceia, quando, ao celebrar a Páscoa com Seus discípulos, estava prestes a passar deste mundo para o Pai.

A Eucaristia é o memorial perene da Sua Paixão, o cumprimento perfeito das figuras da Antiga Aliança e o maior de todos os milagres que Cristo realizou. É ainda singular conforto que Ele deixou para os que se entristecem com Sua ausência”. (1)
                                                                                Ó precioso e admirável Banquete de Amor e Eternidade!
Como não mergulhar na profundidade desta afirmação:
“De fato, nenhum outro Sacramento é mais salutar do que este; 
nele os pecados são destruídos, crescem as virtudes 
e a alma é plenamente saciada de todos os dons espirituais”?

Ó precioso e admirável Banquete de Amor e Eternidade,
no qual nossos pecados são destruídos,
nova criatura nos tornamos,
porque pelo Sangue somos purificados e redimidos!

Ó precioso e admirável Banquete de Amor e Eternidade, 
no qual crescem as virtudes que nos assemelham mais ainda
Àquele que nos criou, Àquele que nos salvou,
Àquele que nos santificou: Trindade Santíssima!

Ó precioso e admirável Banquete de Amor e Eternidade, 
no qual nossa alma é plenamente saciada de todos os dons espirituais. 
Nada nos falta porque na Eucaristia temos o Todo e o Tudo,
por isto fonte e ápice de nossa vida.

Ó precioso e admirável Banquete de Amor e Eternidade...
Quem a Deus no coração contempla nada lhe falta:
É plenamente feliz, saciado, divinizado!

Ó precioso e admirável Banquete de Amor e Eternidade!
Exclamemos incansavelmente!
Amém!


(1) Lit. das Horas – Vol.III – pág. 550-551.

"Corpo de Cristo… Corpo Nosso”

                                                       

 "Corpo de Cristo… Corpo Nosso”

“Enquanto comiam, Ele tomou um pão,
abençoou, partiu-o e lhes deu, dizendo: Tomai, comei,
isto é o meu Corpo. Depois tomou um cálice, rendeu graças,
deu a eles, e todos dele beberam. E disse-lhes: ‘Isto é o meu Sangue, o Sangue da Aliança, que é derramado em favor de muitos”.
 (Mc 14,22-24)

Celebrar a Festa do Corpo e Sangue do Senhor é celebrar a Sua real presença no Santíssimo Sacramento, e caminhamos em procissão pelas ruas, com coração exultante e cheio de alegria por Sua divina companhia.

Contemplemos a presença do Senhor na Eucaristia, no Pão e Vinho Transubstanciados e façamos nossas estas palavras, diante d’Ele:

“Olhos inquietos por verem tudo.
Ouvidos atentos aos lamentos, aos gritos, aos chamados.

Língua disposta a falar verdade, paixão, justiça…

Cabeça que pensa, para encontrar respostas e
adivinhar caminhos, para romper noites com brilhos novos.

Mãos gastas de tanto servir, de tanto abraçar, de tanto
acolher, de tanto repartir pão, promessa e lar.

Entranhas de misericórdia para chorar as vidas
golpeadas e celebrar as alegrias.

Os pés em marcha em direção a terras abertas
e a lugares de encontro.

Cicatrizes que falam de lutas, de feridas,
de entregas, de Amor, de Ressurreição.
Corpo de Cristo… Corpo nosso”. (1)

Em cada Eucaristia que celebramos, temos a graça deste encontro tão necessário, encontro divinal com Jesus, presente na Eucaristia, em oferenda agradável ao Pai, e com o Espírito que sobre ela invocamos.

Nela ouvimos a iluminadora proclamação da Palavra Divina, somos nutridos e fortalecidos pelo Pão da Eucaristia partilhado, para que assim, no quotidiano a prática da caridade seja testemunhada.

Temos também a graça de nossos pecados serem destruídos, nossas virtudes crescerem e nossa alma ser enriquecida de todos os dons como nos falou o Presbítero Santo Tomás de Aquino (séc. XIII).

“Graças e louvores se deem a todo momento.
Ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.
Glória ao Pai...”


(1) Autor da Oração - José María Olaizola, SJ

Os sentimentos de Maria

                                                    

Os sentimentos de Maria

"Impossível imaginar os sentimentos
de Maria, ao ouvir dos lábios de Pedro, João,
Tiago e restantes Apóstolos as palavras da Última Ceia:
 'Isto é o meu corpo que vai ser entregue por vós'" (Lc 22, 19).

Assim lemos na Carta Encíclica “Ecclesia de Eucharistia”  (Papa São João Paulo II - 2003). 

“Ao longo de toda a sua existência ao lado de Cristo, e não apenas no Calvário, Maria viveu a dimensão sacrificial da Eucaristia. Quando levou o menino Jesus ao templo de Jerusalém, « para O apresentar ao Senhor » (Lc 2, 22), ouviu o velho Simeão anunciar que aquele Menino seria « sinal de contradição » e que uma « espada » havia de trespassar também a alma d'Ela (cf. Lc 2, 34-35).

Assim foi vaticinado o drama do Filho crucificado e de algum modo prefigurado o « stabat Mater » aos pés da Cruz. Preparando-Se dia a dia para o Calvário, Maria vive uma espécie de « Eucaristia antecipada », dir-se-ia uma « comunhão espiritual » de desejo e oferta, que terá o seu cumprimento na união com o Filho durante a Paixão, e manifestar-se-á depois, no período pós-pascal, na sua participação na celebração eucarística, presidida pelos Apóstolos, como « memorial » da Paixão.

Impossível imaginar os sentimentos de Maria, ao ouvir dos lábios de Pedro, João, Tiago e restantes apóstolos as palavras da Última Ceia: « Isto é o meu corpo que vai ser entregue por vós » (Lc 22, 19). Aquele corpo, entregue em sacrifício e presente agora nas espécies sacramentais, era o mesmo corpo concebido no seu ventre!

Receber a Eucaristia devia significar para Maria quase acolher de novo no seu ventre aquele coração que batera em uníssono com o d'Ela e reviver o que tinha pessoalmente experimentado junto da Cruz”. (n.56).

Contemplar as virtudes de Maria: suavidade, ternura, confiança, coragem, doçura...

Em cada Eucaristia celebrada, sintamos a presença maternal de Maria, sempre ressoando suas palavras, desde o primeiro sinal em Caná da Galileia: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).

Sintamos, também, a presença doce e suave de Maria, na mais perfeita comunhão dos Santos que professamos na fé.

Contemos com a sua proteção, gestos de amor e partilha, como ela tão bem fez, sejam multiplicados.

Salve Rainha, Mãe de Misericórdia...

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