quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Peregrinar na esperança, iluminados pela Luz do Senhor

 


Peregrinar na esperança, iluminados pela Luz do Senhor

 

“O povo que vivia nas trevas viu uma grande Luz...”

 

Tendo celebrado há poucos dias a Festa do Natal do Senhor, e iniciado um novo ano, voltemos nosso olhar para um momento significativo da missão de Jesus, retratado pelo evangelista Mateus e, anteriormente, anunciado pelo profeta Isaías: 

 

"Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galileia dos pagãos! O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz, e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz" (Mt 4, 15-16).

 

Esta Luz é o próprio Jesus que, ao Se encarnar no ventre de Maria, veio habitar e caminhar conosco, vivenciando a nossa condição concreta, igual a nós em tudo, exceto no pecado.

 

Em Sua Encarnação, Deus Se faz visível, palpável, passível de tudo quanto possamos sentir, sobretudo nascendo num lugar real, com problemas e dificuldades, e habitado por um povo sofrido como ovelhas sem pastor.

 

A Luz, um dia anunciada, foi colocada em uma manjedoura, em meios aos pobres, animais e seus pastores, ao lado de José e Maria, nascido pela obra do Espírito Santo, que em Maria pousou e nos agraciou com Sua vinda ao mundo, ao fecundá-la para ser a mãe do Salvador.

 

Uma Luz que brilhou radiante, e nem mesmo a morte pôde eliminá-la, pois passando pela morte, mais tarde, brilhou eternamente na madrugada da Ressurreição.

 

E esta mesma Luz, o Sol Nascente, continua iluminando nossos caminhos, com raios que nos revigoram e não nos permitem curvar diante dos sinais de morte: maldade, mentira, mediocridade, corrupção, violação da vida ou de quaisquer outros sinais que atentem contra a dignidade e sacralidade da vida, desde sua concepção até seu declínio natural.

 

Uma Luz que nos animará em mais um ano de caminhada pastoral, com zelo, amor e alegria, na ação evangelizadora, sempre lançando as redes em águas mais profundas (cf. Lc 5,1-11), em atenção e confiança à Palavra que se fez Carne e habitou entre nós (cf. Jo 1,14). 

 

Esperamos que esta Luz ilumine os corações daqueles que dirigem nosso país e nossas cidades, no exercício de uma política em que não se vise os próprios interesses, a fim de que o povo tenha uma vida plena e feliz, com direitos sociais assegurados (alimentação, moradia, saúde, educação, cultura e lazer).

 

Iluminados por esta Luz não permitiremos que morra a esperança de que dias melhores haveremos de ver nascer, solidificando e nutrindo nossa fé com o Pão da Palavra e da Eucaristia, alimentos indispensáveis para os que se põem a caminho com Aquele que é o próprio Caminho, Verdade e Vida, Jesus, a fonte inesgotável de amor que vem ao nosso encontro em cada momento, num Natal que não se reduz a um acontecimento que ficou escrito na página da história.

 

O Natal do Senhor é um fato que acontece todos os dias, quando, conduzidos por Deus, permitimos que Ele entre em nossa história, e assim, na plena comunhão com Seu Amado Filho, pelo qual tudo foi criado e reconciliado, também somos assistidos e conduzidos com novo ardor, porque inflamados pelo Fogo do Seu Santo Espírito. 

 

Tendo celebrado o Natal, renasceu a alegria e a coragem para sermos incansáveis e alegres discípulos missionários do Senhor, anunciando e testemunhando Aquele que dá sentido ao nosso existir, porque nos ama, nos acompanha e nos concede a verdadeira e plena vida, alegria e paz e quanto mais necessitarmos, e vivemos a graça do batismo, como peregrinos da esperança.

 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG