Salmo: Oração do Povo de Deus
Reflitamos sobre os Salmos à luz dos escritos do Bispo Santo Ambrósio (séc. IV).
“Embora toda a Divina Escritura exale a graça de Deus, o mais suave é o Livro dos Salmos... A história instrui, a lei ensina, a Profecia anuncia, a correção castiga, a moral persuade.
Ora, no Livro dos Salmos há proveito para todos e remédio para a salvação do homem. Quem o lê, tem remédio especial para as chagas das paixões.
Quem quiser luta como em ginásio de almas e estádio de virtudes, onde estão preparados diversos gêneros de luta, escolha para si aquele que julgar adequado para mais facilmente alcançar a coroa.
Se alguém quiser recordar e imitar os feitos gloriosos dos antepassados, encontrará compendiada num Salmo toda a história de nossos pais, podendo assim enriquecer o tesouro da memória numa breve leitura.
Se alguém perscruta a força da lei que está toda no vínculo da caridade (quem ama o próximo, cumpriu a lei), leia então, nos Salmos, com quanto amor um só se expôs aos mais graves perigos para repelir o opróbrio de todo o povo.
Donde se reconhece não ser a glória da caridade menor do que o triunfo da virtude. Que direi sobre o dom da profecia? Aquilo que outros anunciaram por enigmas, só a este, aparece clara e abertamente a promessa de que
O Senhor Jesus nasceria de sua linhagem, conforme lhe falou. Porei sobre teu trono o fruto de tuas entranhas. Por conseguinte, nos salmos não apenas nasce Jesus para nós, mas ainda aceita a salvífica Paixão de Seu corpo, adormece, ressurge, sobe aos céus, assenta-Se à direita do Pai.
O que homem algum ousaria dizer, só este Profeta anunciou e depois o próprio Senhor o manifestou no Seu Evangelho”. (1)
Santo Ambrósio se referiu a este Livro, como o mais suave Livro da Divina Escritura.
Os Salmos expressam nossa pequenez diante dos mistérios divinos, e se bem rezados e saboreados, trazem à alma do orante alívio e força, graça e luz...
Deste modo, refazem sonhos, fortalecem passos, reorientam caminhos, iluminam olhares, e a esperança renasce teimosamente; a confiança se solidifica; a temperança é, no mais profundo de nós, restabelecida.
Enfim, nosso coração fica purificado e cristalino como o coração de uma criança.
- O que importa é o Salmo se tornar presente em nossas orações, quer rezado, quer cantado.
- Quando a garganta não produzir as notas, a alma e a vida as produzirão!
- Quem aprendeu a rezar com os Salmos, sem dúvida, reza as mais belas Orações.
Os Salmos expressam alegria, gratidão, confiança, súplica, louvores, angústia, sentimento de perda e ausência divina ou Sua sublime presença.
Eles fazem parte da vida do Povo de Deus: Salmo 23, 91... Mas há muito mais...
Reflitamos:
- Quais os Livros que tenho usado para minha oração?
- Já descobri o Livro dos Salmos como o Livro de Oração dos pobres?
- Quais os Salmos que mais gosto?
- De que modo posso valorizar o Livro dos Salmos?
- Valorizo os Salmos quando rezados ou cantados na Missa?
- Já tive alguma experiência forte rezando algum Salmo da Bíblia?
- O que posso fazer para ajudar as pessoas a descobrirem a beleza e a riqueza dos Salmos?
Abramos a Bíblia!
Saboreemos a suavidade dos Salmos.
Deleitemo-nos com sua beleza e esplendor!
(1) Liturgia das Horas - Vol. III - pág. 306-307.
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