A Solenidade de Maria, Mãe de Deus
“Maria, a totalmente santa, toda consagrada
ao amor de Deus e ao amor dos homens.”
No dia 1º de janeiro, iniciamos um Novo Ano, celebrando a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, e o dia Mundial da Paz, instituído pelo Papa São Paulo VI em 1968.
Contemplamos a figura de Maria que, com o sim dado ao Projeto de Deus, oferece ao mundo, Jesus, o Salvador da humanidade:
“A Solenidade da Mãe de Deus, no coração das celebrações do Natal, é um renovado momento de graça oferecido a todos nós para nos ajudar a aprofundar a contemplação do Mistério da Encarnação, para nos dizer uma vez mais que o Filho de Deus veio verdadeiramente na nossa carne humana, no tempo, através do corpo de uma mulher: Maria, a totalmente santa, toda consagrada ao amor de Deus e ao amor dos homens.” (1)
Na passagem da primeira Leitura (Nm 6,22-27), ouvimos a Bênção Sacerdotal, que nos revela a presença de Deus que caminha sempre conosco e nos derrama Sua bênção, comunicando vida em plenitude, uma comunicação de vida real e eficaz, agraciando àquele que foi abençoado com vigor, força, êxito, felicidade, prosperidade.
Com a bênção, Javé, além de conceder vida e proteção, faz brilhar Sua face, revela um rosto sorridente e favorável, concedendo a necessária graça, olhando-nos com benevolência e nos concedendo a paz, que consiste na plenitude dos bens e na felicidade plena.
Tudo recebemos de Deus: vida, saúde, força, amor e incontáveis sinais de Sua bondade, entretanto, é evidente que a bênção não é sinônimo de mágica, pois a bênção de Deus, derramada sobre nós continuamente, precisa ser acolhida com amor e gratidão e depois transformada concretamente em gestos de amor e paz. É preciso que nosso coração se abra à ação divina, para que esta nos atinja e nos transforme totalmente.
Na segunda Leitura (Gl 4,4-7), mais uma vez, contemplamos o amor de Deus, que vem ao nosso encontro nascido de uma “mulher”, Maria, e por meio deste Filho nos tornamos livres e amados e podemos nos dirigir a Deus chamando de “abbá” (“papai”), consequentemente, filhos de Deus.
E fazendo esta experiência de filhos amados de Deus, a comunidade é vocacionada a criar e fortalecer os laços fraternos, sem marginalização ou exclusão, ou escravidão, como tão bem acenou o Papa Francisco em sua Mensagem para o dia Mundial da paz (2015): – “Já não escravos, mas irmãos".
Na passagem do Evangelho (Lc 2,16-21), refletimos sobre a alegria e felicidade daqueles que acolhem o Menino Deus, que veio fazer morada entre nós e em nós, realizando assim o desígnio libertador de Deus no meio da humanidade.
Trata-se de um texto profundamente catequético, sem pretensões de “noticiário jornalístico”; tem o intuito de comunicar uma Boa-Nova e uma nova atitude:
- Jesus veio trazer a libertação. Qual é a nossa resposta?
Os pastores (pobres e marginalizados de todos os tempos) vão apressadamente ver o Menino, expressando o desejo de liberdade e a disponibilidade de coração; glorificam a Deus e dão testemunho do Menino.
Ressalte-se também a atitude de Maria, que “conservava todas estas Palavras, meditando-as no seu coração”, comunicando uma atitude de quem é capaz de abismar-se, encantar-se com a ação do Deus libertador; tem a sensibilidade para entender os sinais de Deus e a sabedoria da fé para compreendê-los à luz do Plano de Deus.
Tanto a atitude meditativa e contemplativa de Maria, como a atitude missionária dos pastores, devem ser atitudes que marquem a vida daquele que se torna discípulo missionário do Senhor: meditação, contemplação, missão, que deve ser realizada com alegria, como alegres mensageiros do Verbo que Se fez Carne e habitou entre nós.
“Fortalecidos com esta certeza de fé, somos impelidos, como os pastores do Evangelho, a anunciar aos irmãos a alegre Notícia de que Deus fez homem para tornar o homem participante da vida divina. O Salvador – nascido de uma mulher, como nós – assumiu a nossa humanidade para nos dar a Sua glória. Somos filhos no Filho bendito, que é também a nossa paz.” (2)
Finalizando, contemplemos a ação de Deus que agiu em nosso favor neste ano que termina, e peçamos Sua bênção e proteção para mais um ano, com a certeza de que também podemos contar com a presença e a ternura de nossa Mãe, Maria, Mãe de Deus e nossa em todos os momentos.
(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - Tempo Advento / Natal - pág. 293/294
(2) Idem p.294
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